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EUA: Kamala Harris cresce na disputa presidencial contra Trump

Enquanto doações alavancaram, pesquisas mostram potencial de Kamala e outros candidatos democratas saem da disputa.

A vice-presidente Kamala Harris avança na consolidação de seu nome para disputar a Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, um dia após Joe Biden abandonar a disputa e anunciar que apoiaria a vice para enfrentar o ex-presidente Donald Trump.

Assim, esta segunda-feira foi marcada pelo primeiro dia de campanha de Harris à disputa presidencial, já movimentando mais de US$ 45 milhões de doações de empresários em menos de 24 horas do anúncio de saída de Biden.

Os números são da arrecadação do Partido Democrata ainda na noite deste domingo (21), somente horas depois do anúncio do atual presidente de desistir da reeleição e endossar a candidatura de sua vice, Kamala Harris.

Segundo a plataforma ActBlue, foi “o maior dia de captação de recursos do ciclo de 2024”, com o recorde de US$ 46,7 milhões no único dia. E os valores continuam crescendo.

De perfil moderado, mais caracterizada como “centro-esquerda” para os padrões da Califórnia, seu estado natal, Harris é uma promotora de Justiça formada pelos valores mais convencionais das políticas de Estado contra o crime dos anos 90, ao mesmo tempo que defende as medidas progressistas democratas.

Por seu perfil, pesquisas que sondaram opções quando a imagem de Biden começou a ruir, após o enfático debate junho, já indicavam que Harris estaria empatada com Trump em uma hipotética disputa.

A pesquisa New York Times/Siena College, que sondou os estados de Pensilvânia e Virgínia, indicavam maiores chances de Kamala do que Biden contra Trump, com 47% das intenções contra 48% de Trump no primeiro estado e 49% contra 44% de Trump, derrotando o ex-presidente em Virgínia.

Dados da CNN/SSRS mostravam também que Kamala estava empatada tecnicamente com Trump, com 45% contra 47% das intenções, quando sequer se mostrava candidata ou iniciava campanha própria.

Agora, além de Biden, Harris conta com a apoio de correligionários Bill e Hillary Clinton, dos quais já publicaram uma carta para “apoiar Kamala Harris e lutar com tudo o que temos para elegê-la”. Ainda que não confirmado o seu nome, a disputa parece estar garantida para ela.

Isso porque outros potenciais candidatos democratas, como é o caso do governador da Califórnia, Gavin Newsom, nome forte do partido e visto como opção de sucessão a Biden, também já afirmaram apoiar Harris.

“Com a nossa democracia e futuro por um fio, não há ninguém melhor para levar adiante [a disputa] contra a visão sombria de Donald Trump e guiar nosso país a um caminho mais saudável do que a vice-presidente dos Estados Unidos da América, @KamalaHarris”, disse Newson, nas redes sociais.

Fizeram o mesmo os governadores JB Pritzker de Illinois, Gretchen Whitmer de Michigan, Andy Beshear de Kentucky, Wes Moore de Maryland, Tim Walz de Minnesota e Tony Evers de Wisconsin – vários apontados como possibilidades para uma chapa presidencial.

Assim, em poucas horas, a vice-presidente se estabeleceu como a favorita do Partido Democrata para enfrentar Trump, o que virou de cabeça para baixo a disputa presidencial do país, diminuída em pouco mais de 100 dias.

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Pesquisa indica Sanders como candidato com mais chances de vencer Trump

Cenário em que senador aparece disputando contra Trump é similar às duas vezes em que Obama foi eleito, diz fundador de instituto de pesquisa de opinião.

Caso as eleições presidenciais americanas acontecem agora e o senador Bernie Sanders fosse o candidato a disputar contra o presidente Donald Trump, o democrata sairia vitorioso. É o que aponta a pesquisa de intenção de voto mais recente encomendada pela revista “Forbes”, divulgada nesta quinta-feira.

Ao ouvir jovens de 18 a 29 anos, o levantamento mostrou que Sanders venceria o presidente, com 58% contra 34%. De acordo com o fundador do instituto responsável pela pesquisa, John Zogby, a situação é similar às diferenças de voto que o ex-presidente Barack Obama teve nas duas vezes em que foi eleito.

— Quando Obama foi eleito presidente em 2008 e 2012, ele venceu por uma margem parecida. Na primeira vez, ele teve 66% dos votos entre pessoas de 18 a 29 anos, e, depois, 61%, na reeleição. Sanders mostra que tem capacidade de conseguir esses números entre os eleitores jovens — afirmou Zogby.

De acordo com a pesquisa, no cenário entre Sanders e Trump, a porcentagem de indecisos é de 8%. Essa, segundo Zogby, é a vantagem do senador quando comparado ao ex-vice-presidente Joe Biden. Caso Trump dispute contra Biden, a vitória também seria do lado democrata: o atual presidente teria 35% dos votos, enquanto o ex-vice-presidente, 51%. No entanto, a pesquisa mostra que 14% não saberiam em quem votar nessa situação.

— O problema é que, quando há um número alto de indecisos, de dois dígitos, isso sugere que muitas dessas pessoas podem nem ir votar — diz Zogby. — E se os jovens não forem votar, isso afetará muito os democratas.

O levantamento feito pelo instituto Zogby International ouviu 1.104 jovens americanos nos dias 19 e 20 deste mês. Entre os entrevistados, 650 se disseram eleitores do Partido Democrata. A margem é de três pontos percentuais para cima ou para baixo.

Nessa faixa etária, que abrange desde millennials (nascidos entre 1981 e 1995) até a Geração Z (entre 1996 e 2010), o candidato democrata com maior intenção de votos é Sanders, com 32%. Logo após vem Biden, com 16%. Em terceiro lugar aparecem Elizabeth Warren e Mike Bloomberg, com 9%, seguidos por Andrew Yand, com 8%.

— Os eleitores de 18 a 29 anos são loucos por Bernie Sanders. Na verdade, os outros candidatos não chegam nem perto dele. E não é só aí que vemos a força de Sanders entre esses eleitores. Quando perguntamos aos entrevistados se eles eram a favor ou não de cada candidatura, o senador continua na frente: 64% que afirmam que são favoráveis a Sanders, enquanto 28% dizem que não, não são favoráveis — conta Zogby.

Nesse sentido, segundo a pesquisa, Biden continua em segundo lugar, tendo 55% dos entrevistados favoráveis a sua candidatura e 33% desfavoráveis. Em terceiro, Warren com 49% a favor e 38% contra.

 

*Camila Zarur – O Globo