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A elite está sentindo na pele que dinheiro não gera riqueza, mas sim a mão de obra dos trabalhadores

Ver os adoradores do mercado, de joelhos, implorando para os trabalhadores voltarem a produzir, não tem preço.

O deus mercado nada pode fazer pelos ricos se os pobres não voltarem a botar a roda da economia para girar com sua mão de obra tão desvalorizada pelos “cidadãos de bem” desse país.

Claro, a primeira vítima do coronavírus no Brasil foi o “Estado mínimo”. A segunda vítima, com certeza, foi o próprio mercado, expondo sua fragilidade diante do que de fato gera riqueza, a mão de obra, o trabalho. Sem ele, como se vê agora, não há garantia de nada, principalmente da individualidade, porque o cálculo econômico não pode ser outro, senão o dos recursos humanos, sem o resultado de seu estudo, seu empenho, seu trabalho para gerar riqueza.

A frase, “dinheiro não dá em árvore” nunca fez tanto sentido como agora, logo essa frase que é um mantra das elites dos mercados, de quem suga de quem verdadeiramente produz riqueza, o trabalhador.

Não há como organizar o país, fazer discurso fácil que sempre privilegia uma parcela da sociedade sem a mão de obra dos trabalhadores, qualquer trabalhador da cadeia produtiva, do zelador ao engenheiro.

O que é central não é o mercado, mas o homem, o trabalhador, Isso em um país como o Brasil que vive a democracia de mercado, é um tapa na cara dos neoliberais, tanto que o colunismo lacaio dos banqueiros como Constantino, Augusto Nunes, J R Guzzo, Alexandre Garcia e outras tralhas, estão defendendo que os trabalhadores voltem ao trabalho nas ruas, nas empresas, sob o risco de serem infectados pelo coronavírus, mas eles mesmos trabalham em casa, protegidos, isolados, escrevendo seus artigos criminosos, blindados pelo isolamento.

Na verdade, é este o modelo vampirista que a elite quer. Por isso fez carreata e não passeata contra a quarentena, porque sabe que o contato humano, hoje, é um ato suicida.

Então, com seus carrões de mais de R$ 100 mil, que para o bom funcionamento, dependem dos mecânicos, borracheiros, frentistas e lavadores, foram para as ruas pedir para que os trabalhadores se exponham ao vírus, enquanto eles estão protegidos pelos vidros do carro.

Por que não vão eles e seus familiares trabalharem em suas próprias empresas? Assim podem mostrar como a meritocracia, que tanto martelam, é fabulosa. Assim, aproveitam para colocar a mão de obra dos trabalhadores em segundo plano.

Agora, os mais ricos da democracia do mercado estão dependendo dos mais pobres, porque não há como reinar o consumo se o trabalhador não produzir e o próprio não consumir. Falamos de uma dupla dependência escancarada com a quarentena, porque se o trabalhador voltar a produzir, mas se negar a consumir, o problema será maior, uma produção sem demanda. E sabe-se perfeitamente bem como foi a quebradeira de 1929 com o excesso de produção e a falta de consumo.

Em outras palavras, a elite vai ficar de joelhos rezando no milho para que a pandemia passe o mais rápido possível para que ela volte a explorar o trabalhador, tanto na produção quanto no consumo, porque é na exploração da mão de obra que ela tanto desvaloriza e hoje implora a sua volta, que ela enriquece, concentrando todo o resultado da riqueza em suas mãos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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A repercussão da posse de Regina Duarte x Olavão foi muito mais por ela ser da Globo do que da cultura

A polêmica em torno de Regina Duarte envolvendo o vigarista Olavo de Carvalho, elevado a ideólogo da carochinha, por conta de seis aspones indicados por ele e demitidos por ela, mostra o lado perverso e as mazelas em torno da cultura institucional no Brasil. Mas a coisa se limita aí, porque cultura brasileira é uma coisa tão séria e tão ampla que não pode estar associada a qualquer visão institucional, ainda mais a nossa que, mesmo progressista, ainda é muito colonialista.

Mas como no Brasil, atualmente, um sujeito tapado como Olavo de Carvalho, se autoclassifica filósofo e gente ainda mais tapada que ele o classifica de guru, por si só mostra que Dilma tinha razão quando disse que o Brasil vive uma crise cultural, uma crise de valores, fundada na democracia de mercado.

Somente esse ponto já seria assunto para mais de cem artigos, dada a complexidade do tema.

Por hora, ficaremos na guerra entre Olavo e Regina que nada tem a ver com cultura. É uma guerra de imagem entre dois representantes da Globo, Regina Duarte, a namoradinha do Brasil e Olavo de Carvalho, uma criação miliciana da Globo. Sim, porque Olavo nada mais é do que um contraventor daqueles bem chinfrins, do tipo “essa ganha, essa perde na voltinha que eu dou”.

Para entender o engodo que esse sujeito é, basta ver o que ele tem como argumento para se vingar de Regina por ter tirado seus laranjas da Secretaria de Cultura, dizer o mesmo que ele diz de qualquer pessoa que, de alguma forma o desagrade, ou seja, comunista, esquerdista, socialista.

E quais os argumentos desse idiota para atacar a esquerda? É porque são todos regimes genocidas, segundo o “profundo”, daí o idiota não passa, pois se passasse, os débeis que o seguem não teriam condição cognitiva de entender rigorosamente nada, porque, na verdade, essa gente que segue Olavo de Carvalho é fruto da imbecilização que a Globo produziu na classe média brasileira durante cinquenta anos de doutrinação da estupidez.

Regina Duarte é uma estrela desse ambiente global, sempre cumpriu o papel de produzir um personagem raso que jamais, nem nas entrelinhas, trouxe qualquer crítica com um mínimo de profundidade. E não só ela, mas o padrão Globo de televisão produziu o gado que depende hoje do berrante de um imbecil como Olavo de Carvalho para sobreviver.

Na realidade, Olavo e Regina são somente um lado da mesma moeda, daí o choque. Pior é ver o pais gastar energia para debater politicamente a posse de Regina Duarte quando nem se interessou em tocar no assunto cultura quando Bolsonaro acabou com o ministério.

Isso dá a dimensão de que, primeiro, o debate cultural no Brasil, que é algo exclusivo das classes economicamente dominantes, é por si só esquizofrênico, e é assim porque é muito mais contaminado pela lógica do mercado do que o manancial de cultura espontânea que o Brasil ostenta, que é o maior do mundo e  que revela de fato o Brasil profundo, a sua identidade e os seus sentimentos concretos.

Por isso, presenciamos nesta quarta-feira, duas violências contra a cultura paridas do mesmo núcleo, a indústria de cultura de massa, que tem na Globo sua principal matriz. Regina Duarte, produtora de imbecilidade e Olavo de Carvalho, guru desses imbecis.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas