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Quebra de sigilo de diretora da Precisa mostra ligações para telefones de oficial da Defesa e de senador bolsonarista da CPI

A quebra do sigilo telefônico da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, determinada pela CPI da Covid, revelou que ela manteve oito contatos telefônicos com um capitão-de-mar-e-guerra que ocupa um cargo de gerência no Ministério da Defesa e quatro ligações do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), um dos principais defensores de Jair Bolsonaro e do uso de remédios sem comprovação científica contra o coronavírus no colegiado. As ligações foram realizadas antes do escândalo envolvendo a intermediação da compra da vacina indiana Covaxin pela Precisa.

Segundo a Folha, o celular da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, registra oito chamadas de um telefone usado por um capitão-de-mar-e-guerra com cargo de gerência no Ministério da Defesa e quatro ligações do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), um dos mais ferrenhos defensores do presidente Jair Bolsonaro na CPI da Covid no Senado.

Nos dois casos, Medrades foi procurada antes do escândalo envolvendo o contrato de R$ 1,61 bilhão para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin.

As informações dos registros estão no relatório da quebra do sigilo telefônico da diretora da Precisa, determinada pela CPI.

Diante das suspeitas de fraude e corrupção, o contrato é investigado pela CPI e em procedimentos formais instaurados por PF (Polícia Federal), MPF (Ministério Público Federal), CGU (Controladoria-Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União).

A CGU já apontou fraude em documentos usados no processo de contratação. No último dia 29, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o contrato será cancelado –a parceria já está suspensa desde 29 de junho.

Bem antes das discussões e negociações sobre compra de vacinas contra a Covid-19, há registro de uma ligação para Medrades de um celular que é usado pelo capitão da Marinha Leonardo José Trindade de Gusmão. A patente é equivalente à de coronel no Exército e na Aeronáutica.

Gusmão é gerente do Departamento de Promoção Comercial do Ministério da Defesa. O departamento é vinculado à Secretaria de Produtos de Defesa.

As ligações do celular usado pelo militar foram feitas em 22 e 23 de julho de 2020. Fontes ouvidas pela Folha afirmam que a secretaria onde ele atua fez prospecções por insumos como seringas, agulhas e testes.

Os dois primeiros itens não estão entre os produtos que são carro-chefe da Precisa. Antes de se aproximar do Ministério da Saúde para tentar emplacar a vacina Covaxin, a empresa já fornecia preservativos femininos à pasta.

Durante a gestão do então ministro Ricardo Barros, no governo de Michel Temer, o grupo da Precisa recebeu R$ 20 milhões antecipados para fornecer medicamentos para doenças raras que acabaram não sendo entregues. Uma ação civil pública na Justiça Federal em Brasília aponta esse calote e tem Barros, atual líder do governo Bolsonaro na Câmara, entre os réus.

Quando as ligações foram feitas, a Precisa já estava envolvida em outra suspeita, que resultou na Operação Falso Negativo, no Distrito Federal. A operação foi deflagrada a partir de junho de 2020, após indícios de superfaturamento na aquisição de testes para detectar a Covid-19 pelo governo local.

A empresa foi uma das três que forneceram os testes e por isso foi cancelado o pagamento de R$ 24 milhões, referentes a 212 mil testes, para todas as empresas envolvidas.

A Folha procurou o capitão da Marinha por três dias sobre as ligações registradas no celular de Medrades. Ele desligou uma ligação, deixou de atender outras chamadas e não respondeu uma mensagem após visualizá-la.

A reportagem também enviou perguntas à assessoria de imprensa do Ministério da Defesa, no começo da tarde de sexta-feira (30). Em uma breve nota, a pasta informou que não iria comentar o assunto, uma vez que “os assuntos pautados na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, no Senado Federal, serão tratados apenas naquele fórum”.

No caso do celular de Heinze, há registros de quatro chamadas, todas elas feitas em 18 de abril deste ano.

Cinco dias antes, a CPI havia sido formalmente criada. A instalação só ocorreu em 27 de abril, nove dias após as ligações para a diretora da Precisa Medicamentos.

Heinze assumiu uma vaga titular na CPI da Covid, com a nomeação de Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil do governo Jair Bolsonaro.

A Folha questionou Heinze sobre as razões das ligações à diretora da Precisa. “Quem é a pessoa?”, perguntou. Depois de ouvir o nome, o senador disse que não se lembra das chamadas.

“Eu ligo pra tanta gente. São 200 ligações por dia. Não me lembro. Cada dia, passam 300 pessoas pelo meu telefone. Deixa eu olhar e lhe retornar”, disse o parlamentar, mas não voltou a ligar.

Medrades e a assessoria da Precisa não responderam.

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A internação e a cirurgia a que Bolsonaro poderá ser submetido têm cheiro de armação

O que quase ninguém comenta sobre aquela ópera bufa da facada, além da falta de sangue, de cicatriz e do furo na camisa, sem falar no carinho com que os seguranças de Bolsonaro trataram Adélio Bispo, além da faca ter sido encontrada a 15 metros do local da suposta agressão, foi que, avisado por um jornalista que seu pai havia sofrido um atentado à faca em Juiz de Fora, Eduardo Bolsonaro, que se encontrava no Rio, não demonstrou qualquer sentimento de aflição ou pânico, o que seria natural e coerente com a gravidade do fato, ao contrário, o deputado falou de forma absolutamente serena e fria que seu pai “estava eleito”.

Hoje, esse comportamento pouco cuidadoso com o estado de saúde do pai, foi percebido pelos que assistiam à CPI com a fala tranquila de Flávio Bolsonaro, ou seja, fala e semblante de quem não estava nem um pouco preocupado com o pai.

O fato é que a fala da diretora da Precisa Medicamentos na CPI, sem a possibilidade de trancar a boca um dia depois de se negar a fazer até o juramento no depoimento e hoje estar disposta a responder a todas as perguntas, certamente, criou um clima de tensão no Palácio no Planalto.

Todos sabem que, quando a CPI recebe a ilustre presença de Flávio Bolsonaro, é porque a coisa vai azedar para o seu pai.

Junte isso à informação de O Globo de que a cúpula militar voltou a ameaçar a democracia dizendo que não aceitará qualquer pergunta mais apimentada a Braga Neto na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, ao fato de que Bolsonaro teria, há meses, agendado uma cirurgia para correção de uma hérnia abdominal para o mês de agosto, somado ao bilhetinho que ele escreveu em pleno hospital, sem demonstrar qualquer stresse, o que seria normal numa situação como essa que, no final das contas, dá para ler, “a farsa da facada 2, o retorno”.

Confira a íntegra da mensagem e tire as conclusões:

“Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia.

Por Deus foi nos dada uma nova oportunidade. Uma oportunidade para enfim colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade. E mesmo com todas as adversidades, inclusive uma pandemia que levou muito de nossos irmãos no Brasil e no mundo, continuamos seguindo por este caminho.

Agradeço a todos pelo apoio e pelas orações. É isso que nos motiva a seguir em frente e enfrentar tudo que for preciso para tirar o país de vez das garras da corrupção, da inversão de valores, do crime organizado, e para garantir e proteger a liberdade do nosso povo.

Peço a cada um que está lendo essa mensagem que jamais desista das nossas cores, dos nossos valores! Temos riquezas e um povo maravilhoso que nenhum país no mundo tem. Com honestidade, com honra e com Deus no coração é possível mudar a realidade do nosso Brasil. Assim seguirei!

Que Deus nos abençoe e continue ilumando a nossa nação. Um forte abraço!

Brasil acima de tudo; Deus acima de todos!”

*Carlos Henrique machado Freitas

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Vídeo: Diretora da Precisa na CPI e Bolsonaro no chiqueirinho ficam em silêncio sobre corrupção na saúde

O cerco se fecha cada dia mais para Bolsonaro. Agora, ficar mudo é o método ou a falta dele. Hoje, tanto Bolsonaro em seu chiqueirinho quanto a diretora da Precisa na CPI ficaram mudos. Ou seja, se falar, a coisa piora ainda mais. Se mexer, já que está com merda até o pescoço, acaba de afundar. A primeira-dama agora volta à tona com suposto envolvimento na compra da vacina pelo ministério da Saúde, segundo mensagens capturadas do celular de Dominguetti. Aguardemos os acontecimentos.

Assista:

*Da redação

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