Com o segundo dia consecutivo em que o Banco Central interveio com as reservas deixadas por Lula e Dilma para conter a disparada do dólar, em uma operação de 1 bilhão de dólares, que já acumula alta de 7,23% no ano de 2020 que só tem 45 dias, o tijolo chega na testa do consumidor das classes média e alta.
Certamente, afeta muito mais o bolso do remediado que se acha um Orleans e Bragança do que da elite econômica, propriamente dia. E estamos falando somente do consumo de bebidas e alimentos importados, mas a gênese da crise atinge todas as atividades econômicas do país e, consequentemente, chegou ao andar de cima, seja para quem importa para comercializar, máquinas e equipamentos, por exemplo, que vê seu negócio despencar, seja para quem sonhava em importar esses produtos para sua produção.
É uma meleca generalizada, não há quem escape de uma desvalorização da nossa moeda de forma tão pesada frente ao dólar impunemente, todos vão pagar a conta.
A farinha de trigo é outra que sente o repuxo do avanço da moeda americana no país, ao passo que a bolsa de valores recua, mostrando que o problema da volatilidade, no Brasil, com a subida do dólar e com a queda da bolsa, passou a ser de fato a fotografia da economia brasileira.
Mas muita gente aposta que o dólar subirá ainda mais, passando da casa dos R$ 5 reais, depois do PIBeco e do índice de desenvolvimento econômico comédia de 0,89%.
Assim, não demora para aqueles, que, na era Lula se incomodavam em encontrar com pobres nos espaços, antes dominados pelos ricos, terão, na era Bolsonaro, de se encontrar com os pobres nos espaços frequentados pelos pobres, cada dia mais pobres.
*Carlos Henrique Machado Freitas