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Contra vacina e afetada por Covid grave, caso da atriz Elizângela vira novo marco do negacionismo

Segundo especialistas, personalidades públicas negacionistas são influência negativa para a sociedade.

Post da atriz Elizangela sobre aplicação de injeção e estupro — Foto: Reprodução/Instagram

A atriz Elizângela, de 67 anos, ficou internada por quatro dias por sequelas da Covid-19. Nesta quinta-feira, ela fez uma transmissão na internet e confirmou que não tomou a vacina contra o coronavírus.

Ela já havia sido criticada no final de 2020 depois de comparar a vacinação obrigatória com estupro: postou a imagem de um braço prestes a receber a injeção com a frase “penetração sem consentimento é estupro”. Na legenda, incluiu a frase “meu corpo, minhas regras”.

Antes, também tinha postado um vídeo cantando música na qual dizia que a “pandemia é farsa” e criticava o governador de São Paulo, João Doria.

A partir do caso da atriz, o g1 ouviu especialistas para entender qual é o impacto da decisão de uma pessoa pública em temas de saúde. Negar o que diz a ciência é, de fato, uma decisão que só interessa à pessoa que decide não se imunizar?

As consequências

Para o epidemiologista Pedro Hallal, professor da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, o negacionismo dos famosos é “um duplo prejuízo: é um prejuízo para a própria pessoa e é um prejuízo para a sociedade”.

“O primeiro motivo é um caso concreto, a pessoa não vacinada tem um risco de ter um caso grave maior, que é o que está acontecendo no caso dela [Elizangela]. A pessoa não vacinada tem mais risco de pegar, tem mais risco de precisar de hospitalização e tem mais risco, se pegar o vírus, de morrer”, explica o especialista.

“O segundo é o malefício coletivo que ela causa, a pessoa não vacinada faz o vírus circular mais, quanto mais o vírus circula, mais a chance de seguir tendo novas variantes”, complementa Hallal.

A epidemiologista Ethel Maciel lembra que o impacto de pessoas famosas nas condutas durante a pandemia é gigante.

“São pessoas que são formadoras de opinião, elas acabam tendo uma confiança dos seus seguidores, do público que as acompanham. (…) O que está acontecendo é que pessoas que nunca fizeram ciência estão falando coisas absurdas”, alerta Ethel, que é professora da Universidade Federal do Espírito Santo e pós-doutora em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins.

Responsabilidade do estado

Por enquanto, os dados relacionados à vacinação e mortalidade da Covid-19 estão de difícil acesso — ao mesmo tempo que perfis negacionistas insistem em negar a eficiência da vacinação. O próprio Ministério da Saúde não realizou nenhum estudo e é criticado por não facilitar o acesso aos dados que mostram o impacto positivo da vacinação.

Ethel Maciel explica que, mesmo sendo pesquisadora, não está conseguindo acessar as taxas de mortalidade relacionadas ao coronavírus em vacinados e não vacinados.

Apesar disso, estudos regionais mostram que a eficácia da vacina é grande e responsável por evitar a explosão das mortes durante a escalada da ômicron pelo mundo.

Nesta sexta-feira (4), o Secretário de Estado da Saúde do Espírito Santo e vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, apresentou os dados do estado – um dos únicos a divulgar as informações.

“A #omicron possui um escape vacinal importante para casos leves. No entanto, a taxa de mortalidade entre vacinados com esquema completo de 2/3 doses é 130 vezes menor do que entre não vacinados”, informou Nésio Fernandes.

Para Hallal, é papel das personalidades públicas – sejam celebridades e, ainda mais, gestores públicos – informar corretamente o que de fato está acontecendo na pandemia.

“No Brasil, as pessoas perderam a noção de seu papel de responsabilidade por ser uma figura pública. A pessoa é uma figura pública e ela influencia o comportamento de outras. No momento em que uma figura pública não se vacina, ou estimula a não vacinação, ela não está só desestimulando ou desinformando uma rede pequena de conhecidos e familiares, ela está desinformando uma rede de pessoas que ouvem e que apreciam o trabalho dela”, argumenta.

*G1

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Epidemiologista revela que governo tentou obrigar cientistas a aprovar plano de vacinação só com AstraZeneca

Em entrevista à TV 247 na noite deste domingo (13), a epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo, revelou que o governo Bolsonaro tentou impor ao comitê de cientistas que assessorava o Ministério da Saúde em relação à pandemia da Covid-19, em 2020, um Plano Nacional de Imunização apenas com a vacina da AstraZeneca, sem cobertura universal.

Maciel participou do comitê como indicada da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). Ela relatou que o comitê, que deveria ter sido instalado logo nos primeiros sinais da pandemia, em fevereiro-março de 2020, “demorou muito” e começou seus trabalhos apenas em fins de setembro. “Muitos técnicos experientes não estavam mais no PNI, o que atrasou demais os trabalhos”, relatou.

As reuniões foram marcadas por grande tensão no grupo responsável por definir os grupos prioritários à vacinação, segundo a infectologista, “porque até dezembro o governo não tinha plano algum e só tinha o acordo com a AstraZeneca-Oxford; nem o acordo com o Butantan estava feito”. Isso era, segundo Maciel, motivo de enorme constrangimento nas reuniões, porque os técnicos do Butantan participavam das reuniões e “começou uma série de desentendimentos entre os consultores e os técnicos do governo”.

Em 1 de dezembro, na primeira reunião com a participação do general Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde, os cientistas foram informados que não havia seringas para vacinação: “esse era o tamanho do buraco, e foi um choque; corríamos o risco de ter vacinas e não ter seringas”.

O impasse naquele momento tornou-se uma queda de braço: o governo queria um Plano Nacional de Imunização restrito à AstraZeneca, insuficiente para vacinar a população e os cientistas argumentando que eles deveriam dizer como o plano deveria ser feito para ser universalizante e caberia ao governo buscar as vacinas.

“A seguir, começou outro impasse, sobre os grupos prioritários para vacinação”, contou a infectologista. Ela disse que o governo, por motivos ideológicos, tirou a população carcerária dos grupos prioritários, contrariando todo o conhecimento científico acumulado em epidemias. “Não tem como vacinar as forças de segurança e não vacinar as pessoas privadas de liberdade” afirmou a cientista – mas assim foi feito.

O auge do confronto entre os cientistas e o governo aconteceu em 11 de dezembro, quando o governo Bolsonaro enviou ao STF, por exigência da Corte, o Plano Nacional de Imunização e informou que os cientistas do comitê de assessoramento haviam aprovado o plano de imunização: “Foi um choque, ficamos sabendo do plano pela imprensa de um plano com nossos nomes como elaboradores e que nunca tínhamos visto e sobre o qual tínhamos discordâncias importantes”. Os 36 cientistas soltaram imediatamente uma nota denunciando a farsa. Segundo Maciel, “trabalho com pesquisa desde 1994 e nunca vivenciei uma situação de desrespeito como essa”.A epidemiologista Ethel Maciel é pós-doutora em Epidemiologia (Johns Hopkins University) e professora titular da Ufes. Em março de 2020, foi eleita reitora da Ufes, com o voto da comunidade e do Conselho Universitário, mas não foi nomeada por Bolsonaro.

Participaram do Boa Noite deste domingo, além de Ethel Maciel, o virologista Eurico Arruda, coordenador do Laboratório de Patogênese Viral da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (FMRP-USP), e a matemática Elenira Vilela, professora do Instituto Federal de Santa Catarina.

*Com informações do 247

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O que não falta é crime comum de Bolsonaro para obrigá-lo a renunciar

Ou arrancam Bolsonaro do Palácio do Planalto imediatamente, ou esse país se tornará o flagelo do mundo em dois meses.

Janio de Freitas tem toda razão no que escreveu na Folha neste domingo. Janio diz que “a conduta na balbúrdia da vacina basta para justificar o impeachment de Bolsonaro”.

Mas isso não é suficiente para frear a ação criminosa do governo Bolsonaro na pandemia, como acusou a Academia Nacional de Medicina.

Neste sábado, soubemos pela denúncia de infectologistas, que o governo Bolsonaro adulterou documento do Plano Nacional de Imunização que enviou ao STF, como escreveu em seu twitter a infectologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo:

@EthelMaciel: Nós, pesquisadores que estamos assessorando o governo no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, acabamos de saber pela imprensa que o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes e nós não vimos o documento. Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido!

Isso é mais do que improbidade administrativa, é crime comum, praticado contra os pesquisadores, mas também contra o Supremo Tribunal Federal, pois Bolsonaro entregou ao ministro Ricardo Lewandowski um documento fake news, adulterado no mesmo dia em que era anunciado o uso da Abin para interesses exclusivamente pessoais de Bolsonaro. Segundo os infectologistas que são listados no plano de vacinação do governo, eles não tiveram acesso ao documento que foi entregue ao STF.

Que Bolsonaro já bateu todos os recordes de um presidente lixo, não há qualquer dúvida, mas a urgência de sua saída por conduta criminosa exige uma ação para ontem, porque são vidas que estão em jogo, uma média de 800 mortes diárias, são vidas que foram criminosamente ceifadas por Bolsonaro e Pazuello.

No atual estágio, Bolsonaro age como Eduardo Cunha, quando presidiu a Câmara dos Deputados, usando o cargo de forma espúria para encobrir seus crimes e os dos seus filhos.

O uso da AGU para anular provas do esquema do miliciano Queiroz, gerente dos negócios da família Bolsonaro, bastaria para que Bolsonaro fosse pressionado a se afastar do poder, enquanto corresse o processo de impeachment. Com isso, milhares de vidas brasileiras seriam salvas, porque Bolsonaro não é simplesmente relapso, o verme se uniu ao vírus  para produzir uma espécie de praga do Egito no Brasil para se sustentar no poder, tendo apoio de parte da elite, tão assassina quanto ele, e de políticos tão escroques quanto ele.

As perguntas são: os brasileiros ficarão encolhidos esperando que Bolsonaro use a Covid para serem devorados em nome da impunidade dos crimes cometidos por ele e seus filhos laranjas? Quantas vidas ainda vão custa a manutenção de Bolsonaro no poder se nada for feito para obrigá-lo a renunciar até que o impeachment seja formalizado?

O número de mortes pela Covid no Brasil cresce de forma geométrica.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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