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Ética: de ameaça a agressão, denúncias contra deputados explodem

Em três anos, houve mais representações do que em três legislaturas somadas. Na atual legislatura, já são 34 processos.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vive uma explosão de denúncias contra os parlamentares. Na atual legislatura, que engloba todo o ano de 2023 e o primeiro semestre de 2024, já são 34 representações com instauração de procedimento disciplinar para apurar descumprimento de decoro parlamentar. O número é maior do que em três legislaturas completas, entre 2007 e 2019. Na última, houve aumento de 200% das denúncias em relação ao período entre 2011 e 2015.

As representações no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar são denúncias variadas: há agressões físicas dentro do Congresso, ameaças, ofensas e até acusação de ordem para assassinato, caso do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), atualmente preso. Os dados sobre os processos abertos no Conselho apontam um cenário singular a partir de 2019.

A legislatura entre 2019 e 2023 alcançou 60 representações contra a ética de deputados, sendo que não houve denúncia em 2020, início da pandemia de Covid-19. O número é maior do que a soma das três legislaturas anteriores: 2015 – 2019 (28 representações), 2011 – 2015 (20 representações), 2007 – 2011 (10 representações).

Entre 2023 e 2024, até o momento, contando somente processos instaurados, também há mais apurações no Conselho do que em cada uma dessas legislaturas. O número vai subir após a abertura de investigação de casos já adiantados por deputados nas últimas semanas, como o pedido de Erika Kokay (PT) para punir o sargento Fahur (PSD-PR) por ter dado dedo para manifestantes contra o PL do Aborto.

Para Rubens Beçak, doutor em Direito Constitucional e professor da Universidade de São Paulo (USP), o aumento do uso das redes sociais na política é um dos fatores que pode explicar a recorrência de casos contra o decoro parlamentar.

“Muitas vezes, o parlamentar fala para a câmera. Então, as agressões e os xingamentos estão sendo filmados ali. Não é o repórter que está filmando, é o próprio parlamentar, um colega ou alguém da equipe que está filmando. E ele coloca isso na rede, ou em detração ao outro ou até mostrando como ele é valente. Não podemos desconsiderar esse fator das mídias sociais no incremento desse comportamento não desejável”, avalia.

“Veado”, “bandido”, soco e mais
A maior parte das acusações contra a ética de deputados acaba sendo filmada e compartilhada nas redes sociais. Uma confusão na Comissão de Trabalho entre Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Dionilso Marcon (PT-RS) em 2023, por exemplo, viralizou.

O petista disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia levado uma facada “fake”, fazendo referência ao crime de Adélio Bispo. Eduardo partiu para cima de Marcon, o chamou de “veado” e “filho da put*”, e precisou ser contido. A representação do PT contra o deputado do PL acabou arquivada naquele mesmo ano.

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Vídeo: Dallagnol toma vaia homérica em evento em Porto Alegre e não consegue fazer a palestra

Dallagnol é escrachado em palestra em Porto Alegre hoje. Ele foi falar sobre ética a empresários, imagina isso!

Em um evento sobre ética para empresários em Porto Alegre, o procurador Deltan Dallagnol foi escrachado longamente neste sábado 19, em uma reação aos vazamentos do Intercept, que revelaram sua manipulação para condenar e prender Lula, além de seu projeto de enriquecimento à custa da operação.

As ilegalidades cometidas por Deltan Dallagnol e reveladas pelo site The Intercept começam a mostrar seus efeitos nas palestras do procurador, um dos principais personagens da chamada ‘Vaza Jato’.

Neste sábado 19, em Porto Alegre (RS), ele tentou falar sobre ética para empresários na AMRIGS (Associação Médica do Rio Grande do Sul), mas foi interrompido por uma longa vaia da plateia, que o impossibilitou de terminar a fala.

A Vaza Jato revelou que Deltan tinha um plano para enriquecer dando palestras sobre o combate à corrupção e ética nas empresas à custa de sua atuação como procurador, além de agenciar outros agentes públicos a fazer o mesmo, como colegas do MP, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Diálogos mostraram ainda sua manipulação para denunciar o ex-presidente Lula com claras intenções de tirá-lo das eleições de 2018 e ainda os planos políticos que tinha, como de se candidatar a senador.

E para completar o que já não é pouco, Dallagnol decidiu se transformar no rei do fake news no Twitter, como este que postou:

“Segundo a imprensa tem noticiado, até 190 mil presos poderão ser soltos caso o STF exija um julgamento de terceira ou quarta instância para a prisão. Na Lava Jato, 38 pessoas serão afetadas – o que representa mais de 20% dos condenados”.

Depois de ser defenestrado por contar mentira, ele mudou a versão:

Uma correção: “o CNJ retificou a informação divulgada pela imprensa, indicando que a decisão alcançaria 4,8 mil presos. De todo modo, a discussão é que o aumento de 2 para 4 instâncias pode significar mais de 10 anos extras de impunidade e até a prescrição (total impunidade)”.

Confira o vídeo do escracho, que está circulando nas redes sociais:

 

 

*Com informações do 247