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Exército de Israel ‘conclui operação’ no hospital Al-Shifa em Gaza, com saldo de centenas de mortos

Operação deslocou centenas de refugiados e vitimou diversos pacientes e civis que estavam no maior hospital da Faixa de Gaza.

O exército israelense anunciou na segunda-feira (01/04), ter “concluído” as operações no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. Os soldados retiraram seus tanques e outros veículos do hospital, encerrando uma operação que durou duas semanas.

Em 18 de março, o exército israelense, que acusa os combatentes do Hamas de se esconderem em hospitais, lançou o que descreveu como uma “operação precisa” contra o Al-Shifa, no norte do território palestino.

O governo de Israel afirmou ter “eliminado cerca de 200 terroristas” na área desde então. A operação começou no momento em que centenas de pessoas deslocadas se refugiaram no complexo do hospital.

Um comunicado do exército diz que a investida “matou terroristas em confrontos”. De acordo com o Tzahal, acrônimo hebraico das Forças de Defesa de Israel, combatentes foram mortos e armas e documentos foram apreendidos.

Já o movimento islâmico palestino Hamas, pediu desculpas pela primeira vez ao povo de Gaza pelo sofrimento causado pela guerra que já dura quase seis meses, em uma longa declaração publicada em seu canal Telegram na noite de domingo (31/03).

O Hamas também reiterou seu desejo de continuar a guerra, que, segundo a declaração, deve levar à “vitória e à liberdade” dos palestinos.

Corpos em decomposição
Um jornalista da agência de notícias AFP e testemunhas no local viram tanques e veículos deixando o complexo hospitalar, cobertos por fogo de artilharia e ataques aéreos. Até o momento, o exército israelense não confirmou a retirada.

O exército israelense “se retirou do complexo médico de Al-Shifa depois de incendiar os prédios do complexo e desativá-lo completamente”, detalhou um comunicado do Ministério da Saúde do Hamas.

“Dezenas de corpos de mártires, alguns em estado de decomposição, foram encontrados dentro e ao redor do hospital Al-Shifa”, continuou. “A extensão da destruição dentro do complexo e dos prédios que o cercam é muito significativa”, acrescentou o comunicado.

Um médico disse à agência que mais de 20 corpos foram recuperados. Segundo ele, alguns deles foram atropelados pelos veículos militares durante a saída das tropas.

“Uma garrafa de água para cada 15 pessoas”
No domingo, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, disse que 21 pacientes do hospital Al-Shifa haviam morrido desde o início da operação israelense.

De acordo com ele, 107 pacientes permanecem no hospital, incluindo quatro crianças e 28 pacientes em estado crítico. “Muitos têm feridas infectadas e estão desidratados”, disse o diretor da OMS, acrescentando que, desde sábado (30/03), “há apenas uma garrafa de água para cada 15 pessoas”.

“Os alimentos são extremamente limitados, o que pode representar risco de vida para os pacientes diabéticos, cuja condição está piorando. Pedimos a Israel que facilite urgentemente o acesso e um corredor humanitário para que a OMS e seus parceiros possam realizar a transferência de pacientes que salvam vidas”, insistiu ele na rede X.

Uma fonte israelense informou que está prevista uma reunião virtual, nesta segunda-feira, entre autoridades israelenses e americanas sobre uma trégua na ofensiva em Rafah.

Ainda no domingo, Ghebreyesus disse que “um campo no complexo hospitalar de Al-Aqsa foi atingido por um ataque aéreo israelense”, matando quatro pessoas. O exército israelense alegou ter atingido “um centro de comando operacional terrorista” no pátio desse hospital em Deir al-Balah (centro).

Irmã de comandante do Hamas é presa em Israel
O exército israelense anunciou na segunda-feira que 600 de seus soldados foram mortos desde 7 de outubro, 256 deles na ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

A polícia israelense informou ter prendido Sabah Abdel Salam Haniyeh, irmã de 57 anos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que mora no Catar. A mulher é cidadã israelense e estava em sua casa em Tel-Sheva, no sul de Israel. Ela é “suspeita de incitar a prática de atos de terrorismo em Israel”.

Foi no Catar e no Egito que, nos últimos meses, ocorreram conversas indiretas entre Israel e o Hamas por meio de mediadores internacionais – Egito, Catar e Estados Unidos – com o objetivo de concluir um acordo de trégua associado à libertação dos reféns.

Mas esse acordo está longe de ser alcançado, e os dois protagonistas se acusam mutuamente de intransigência.

*Opera Mundi

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Túneis do Hamas: ‘não acredite no Exército de Israel’, afirma general israelense

Em artigo assinado pelo general da reserva Yitzhak Brik, publicado no Haaretz, uso dos túneis surpreendeu forças de Tel Aviv; ‘destruir esses túneis levará muitos anos e custará muitas baixas’, acrescentou o analista militar.

A ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza estaria encontrando grandes dificuldades em lidar com a estratégia do Hamas de utilizar túneis como guarida dos seus combatentes e base para ataques surpresa contra as tropas que realizam ataque por terra.

Esse cenário descrito no parágrafo acima pode parecer irreal, se comparado com os comunicados publicados por Tel Aviv nas últimas semanas, mas quem o apresentou foi o general da reserva Yitzhak Brik, ex-comandante das Forças Armadas de Israel, em seu artigo publicado nesta quinta-feira (28/12) pelo diário Haaretz.

Conhecido como um dos mais importantes analistas militares da imprensa local, Brik questiona os avanços militares em Gaza que o governo do país vem anunciando recentemente. Já o título do artigo, ele pede ao leitor que “não acredite do Exército de Israel”.

O articulista explica que “com base nas informações que recebi de soldados e oficiais que lutam na Faixa de Gaza desde o início da guerra, cheguei à seguinte conclusão: o porta-voz do governo e os analistas militares dos canais de televisão estão apresentando uma imagem falsa dos milhares de mortos do Hamas e da luta corpo a corpo nas batalhas por terra. O número de membros do Hamas mortos por nossas forças em campo é muito menor”.

“Os terroristas do Hamas saem das aberturas dos túneis para plantar bombas, colocar armadilhas e lançar mísseis antitanque em nossos veículos blindados, e depois desaparecem de volta para os túneis. Atualmente, a forças de Israel não têm mostrado a capacidade de encontrar soluções eficiente para essa luta corpo a corpo contra os combatentes do Hamas que estão escondidos nos túneis”, analisou Brik.

O artigo do general israelense também critica “a criação de imagens de vitória (por parte dos canais de televisão) antes mesmo de chegarmos perto de atingir nossos objetivos”. Segundo ele, “isso pode ser muito prejudicial, se a meta de destruir as capacidades do Hamas e libertar os reféns não forem atingidos em sua totalidade”.

Em outro trecho, Brik prevê que “destruir os túneis do Hamas levará muitos anos e custará a Israel muitas baixas”.

“O próprio governo admite agora que há centenas de quilômetros de túneis, localizados nas profundezas do subsolo, com várias ramificações. Alguns deles têm até mesmo vários andares, com muitos pontos usados pelos terroristas para se preparar para um combate. O Hamas os construiu ao longo de décadas, com a orientação de especialistas renomados. Eles ligam toda a extensão de Gaza e também a Península do Sinai, sob a cidade de Rafah”, analisa o general da reserva.

Brik conclui o texto dizendo que “a ideia de que o Hamas foi dissuadido persistiu por muitos anos e levou as Forças de Israel a descartar planos de combate em Gaza e em seus túneis”. Também afirmou que “muitos oficiais que estão lutando agora em Gaza me disseram que será muito difícil, se não impossível, impedir que o Hamas se reconstrua, mesmo depois de toda a destruição que Israel tem causado em suas bases”.

“Será que os políticos e os altos funcionários da defesa são capazes de lidar com esse cenário? Ou eles são capazes de pensar em outras soluções criativas, nas quais não sairíamos como os grandes vencedores com tudo o que queríamos, mas também não seríamos os grandes perdedores?”, diz o último parágrafo do artigo.

*Opera Mundi

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Exército terrorista de Israel assassinou a sangue frio nove funcionários da ONU

Ou não há distinção nos ataques do exército terrorista de Israel a Gaza, ou os sionistas ampliaram seus alvos cirúrgicos e incluíram funcionários da ONU na sua lista de seres humanos desprezíveis a serem exterminados.

É uma resposta difícil porque os valores dos sionistas são uma forma particular de enxergar o mundo através de uma análise fria, calculista, mas sobretudo, macabra.

Fato é que a brutal estupidez do terrorismo sionista contra funcionários da ONU, assim como o bombardeio em 18 escolas em Gaza, ocorreu no mesmo dia em que uma nota oficial da ONU considerou o cerco a Gaza crime de guerra, que cortou energia, água, gás, alimentos e outras monstruosidades contra uma população de 2,3 milhões de civis palestinos, fundamentada em relatos de observadores da ONU, em que seus funcionários foram massacrados no ataque higienista, na limpeza étnica, que o exército sionista de Israel impõe ininterrupta e indiscriminadamente em Gaza.