Ao não se opor ao fim da identificação de lotes de munição, as FFAAs não apenas impedem a elucidação dos crimes, como se fragilizam internamente, facilitando o desvio de armas e munições da própria corporação.
A informação de que a Polícia Federal defende o imposto de importação sobre armas e acusa as Forças Armadas de falhar no controle é a crítica mais contundente que se faz a uma corporação que aparentemente perdeu toda noção de missão. As Forças Armadas perderam o senso.
Os desdobramentos da acusação de gravíssimos:
1. Ao não se opor à liberalização das armas, as FFAAs estão abrindo o campo para as milícias, o tráfico e os bolsonaristas que se escondem atrás de clubes de tiro. Aliás, desde o início do governo, os filhos de Bolsonaro, inspirados por Olavo de Carvalho, diziam que a defesa do regime não está nas mãos das FFAAs, mas dos grupos de seus apoiadores. O que pretendem as FFAAs, fortalecendo esses grupos clandestinos e semi-clandestinos?
2. Ao não se opor ao fim da identificação de lotes de munição, as FFAAs não apenas impedem a elucidação dos crimes, como se fragilizam internamente, facilitando o desvio de armas e munições da própria corporação.
Tem-se, então, a seguinte contribuição ao caos por parte dos militares que ascenderam ao governo.
* O Ministro da Defesa avalizando medidas que enfraquecem as FFAAs e fortalecem as organizações clandestinas.
* o Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional colocando a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) para preparar a defesa do filho do presidente, em processos em que é acusado de crimes.
* o Ministro da Saúde, um general da ativa, sendo tratado pelo presidente como “meu gordinho favorito”, sorrindo de satisfação com os agrados e tornando a política de saúde brasileira um exemplo negativo mundial.
As instituições são mais poderosas, diriam os idiotas da objetividade. A cada dia que passa, Bolsonaro e seus generais vão comendo pelas bordas.
*Luis Nassif/GGN
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