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Sem base social, construída com gambiarras, direita brasileira entra em curto circuito

O que unia a direita brasileira? O sucesso do PT.

Isso parece um nonsense, mas não é. O sucesso provoca visibilidade e esta, mais ampla, torna o alvo ainda maior e, assim, até quem é ruim de mira, atinge de alguma forma seu objetivo de caminhar nas costas do sucesso alheio.

A direita nunca soube fazer críticas ao PT, até porque nunca soube governar. E aqui não se fala somente de quem Lula sucedeu, Fernando Henrique Cardoso. Dos governos militares a FHC, passando por Sarney, Collor, o café com leite, Itamar, a direita se mostrou incapaz de governar o país, todos terminaram seus mandatos de forma melancólica por produzirem verdadeiras hecatombes econômicas, desemprego em massa, desvalorização da mão de obra, perda da capacidade produtiva, perda massa salarial e, consequentemente ampliaram enormemente o fosso entre ricos e pobres.

A partir logo do primeiro ano do governo Lula, o eixo era buscar o que marcou definitivamente os 12 anos de administração do PT, o equilíbrio social do país, e este produziu uma dinâmica interna que fez com que a economia ganhasse base, tônus, num círculo virtuoso, dando suporte a cada degrau para a retomada do desenvolvimento do país.

Lula e Dilma fizeram o correto, arrumar a casa não a partir dos móveis, mas das pessoas que nela moravam e, na medida em que suas vidas fossem se organizando, a casa ganharia o formato organizacional das pessoas que nela habitavam.

Com isso arrumado, o Brasil pôde fazer uma política internacional extremamente sólida e o país promoveu avanços extraordinários.

Isso feito, o Brasil se transformou em um alvo vistoso para ser atacado não precisando, portanto, opor-se à forma de governar do PT, até porque, além de extremamente exitosa, era uma política que deixava pouco espaço para críticas e este não interessava ser explorado pela direita, porque seria a necessidade de se avançar ainda mais pela esquerda.

Entendido isso, a direita foi para o tudo ou nada na base do insulto, da mentira, da condenação pública, do linchamento para facilitar a vida de um judiciário fraco, medroso, despreparado, pior, com um pacto secular com as camadas economicamente dominantes.

Mas o vento muda, ninguém hoje pode usar o PT como ponto de fusão da direita, pois ele não está mais em evidência, não é governo desde 2015. E o resultado é este que se vê, um barata voa maravilhoso de uma direita que só se une no balcão, tendo com questão apenas o valor do negócio a ser fechado. Só que hoje não há um produto visível para ser derrubado e, nele, colocar o que interessa à direita brasileira.

Assim, o que se vê, além do governo trágico de Bolsonaro, que ampliou a tragédia provocada pelo golpista Temer e, como baratas no bueiro, um dia de calor basta para que elas saiam tontas e completamente sem rumo.

É exatamente a isso que se assiste. Por outro lado, o PT, que tem base social sólida, segue avançando sob a liderança de Lula, mas também de Dilma e de uma juventude que começa a florescer trazendo com ela a própria estrela de um partido que nasceu com vocação para brilhar.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas