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Jornal inglês chama polícia militar de SP de ‘força policial mais perigosa do mundo’

Apesar da reputação atribuída pelo The Sun, a polícia mais letal do Brasil é a da Bahia, de acordo com dados de 2024.

O jornal britânico The Sun publicou neste domingo (16) uma reportagem em que define a Polícia Militar de São Paulo como a “mais perigosa do mundo”.

A reportagem fala sobre “aumento alarmante de assassinatos nas mãos da polícia”. “Mães encontram seus filhos mortos a tiros nas ruas por policiais e suspeitos são atirados de pontes em vez de serem presos. Esta é a realidade atormentadora da vida sob uma força policial desonesta”, diz a matéria.

O jornal relaciona o início do mandato de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao aumento no número de mortes. “Desde sua chegada, os policiais desencadearam violência descarada nas ruas — que já estavam cheias de problemas sociais”, relaciona a reportagem.

“Tarcísio de Freitas é o ex-soldado populista e linha dura eleito governador de São Paulo em janeiro de 2023 –e amplamente elogiado como candidato presidencial para 2026. Sua campanha eleitoral fervilhava de retórica violenta, e ele assumiu uma posição firme contra o uso de câmeras corporais da polícia”, disse o The Sun.

A reportagem também menciona também Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de Tarcísio. “Derrite tem uma reputação assustadora e costumava fazer parte da ROTA — um batalhão da polícia militar na cidade, famoso por seu rastro de morte”, diz o jornal.

“Ele foi investigado anteriormente por 16 mortes durante operações da ROTA nas quais estava envolvido, de acordo com a revista Piauí. E ele também se gabou uma vez para um podcaster de que foi expulso da força por “matar muitos bandidos”, disse o The Sun.

O veículo lista alguns casos recentes de violência policial. Um deles é o da morte de Gabriel Renan da Silva Soares, sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, ex-integrante do grupo musical Facção Central, que foi morto com onze tiros disparados por um policial militar que estava de folga, na porta de um supermercado Oxxo.

Outro exemplo utilizado pelo jornal foi o do jovem jogado de uma ponte por policiais militares. O momento em que ele foi rendido e arremessado foi gravado por uma testemunha. “O mundo assistiu novamente, boquiaberto”, relembra.

O jornal cita alguns dados para corroborar o título dado à PM de São Paulo. A reportagem cita que, entre janeiro e setembro de 2024, a polícia matou 496 pessoas em São Paulo. “Para efeito de comparação, apenas uma pessoa foi morta pela polícia em Londres durante esse período”, contrapõe a publicação.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) se defendeu das alegações. O órgão disse que “reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a responsabilização de eventuais desvios de conduta por parte das forças de segurança”. (Veja a nota completa abaixo).

Polícia de SP não é a mais letal do Brasil
Apesar da reputação atribuída pelo The Sun, a polícia paulista não é a mais letal do Brasil. O título fica com a polícia da Bahia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em 2023, a Bahia totalizou 1.620 pessoas mortas por policiais militares. Já em São Paulo, foram 353 mortes causadas por militares em serviço e 104 por policiais fora de serviço no mesmo período.
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Eustácio Lopes estimou ao UOL, no início deste mês, um déficit de cerca de 40% no quadro da corporação. “Quando você não tem elucidação, não tem a certeza da punição, é um território para a impunidade”, disse.

A Bahia registra o pior índice de esclarecimento de homicídios dolosos do Brasil, com apenas 15% dos casos esclarecidos. O Instituto Sou da Paz define como esclarecido o homicídio doloso em que pelo menos um autor foi denunciado pelo MP até o ano seguinte à ocorrência.

“A Bahia não está fazendo o dever de casa, não tem atuado no controle democrático da atividade policial. Não há produção de evidências à altura do problema da Bahia. A Polícia Científica deveria ser priorizada”, disse Daniel Hirata, sociólogo.

Procurada pelo UOL, a SSP-BA não comentou diretamente as mortes em decorrência de intervenção policial. Porém, citou números da secretaria que mostram uma queda na criminalidade no estado, como redução de 6% das mortes violentas em 2023 e diminuição de 10% neste ano das ocorrências de homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte.

Pasta diz que atua “dentro da legalidade”. “A SSP reitera o compromisso com a atuação dentro da legalidade, buscando sempre proteger a população”, diz o órgão.

Polícia brasileira é a mais letal do G20
Policiais militares e civis do Brasil matam quase o triplo do que os agentes de segurança de 15 países do G20 somados, segundo levantamento feito pelo UOL. Foram 6.393 mortos por policiais em 2023, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho. Ao todo, 15 países do G20 somam 2.267 vítimas fatais de policiais.

Arábia Saudita, China e Rússia não entraram no levantamento por falta de dados confiáveis. Criado em 1999, o G20 reúne as maiores economias do mundo. O Brasil ocupa a 10ª posição. O grupo reúne 19 países, além de União Europeia e União Africana, que também não foram considerados.

Quando considerados os tamanhos das populações, a diferença é ainda maior. O Brasil tem 7% do número de pessoas da soma dos outros 15 países.

Proporcionalmente, os policiais brasileiros matam 36 vezes mais do que a média dos agentes das outras nações. A taxa é 7,5 vezes a da África do Sul, cuja polícia é a segunda que mais mata por habitantes entre os países analisados.

O que diz a SSP de São Paulo
“A SSP reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a responsabilização de eventuais desvios de conduta por parte das forças de segurança. Desde 2023, 465 policiais foram presos e outros 335 demitidos ou expulsos, refletindo o rigor das investigações e a postura intransigente do Governo contra irregularidades. Para reduzir a letalidade, a atual gestão investe em formação contínua dos agentes, capacitações práticas e teóricas, e na adoção de equipamentos de menor potencial ofensivo, como armas de incapacitação neuromuscular, segundo o ICL.

Além disso, comissões especializadas analisam as ocorrências para promover ajustes nos procedimentos operacionais e aprimorar a atuação da tropa. Todas as mortes decorrentes de intervenção policial são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Vale destacar que o confronto armado é uma reação ao criminoso. Ao atacar com armas pesadas, como fuzis e pistolas de alto calibre, esses indivíduos colocam em risco a vida de policiais e da população. A polícia, por sua vez, age dentro da lei e das estratégias de segurança pública, com o objetivo de proteger a sociedade e neutralizar a ameaça.

Assim, a atuação das forças de segurança é uma resposta direta ao comportamento dos criminosos que optam pelo confronto para evitar a captura. Em relação ao primeiro caso mencionado, as investigações estão em andamento sob segredo de Justiça, conduzidas pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos. Pela Polícia Militar, as mortes foram apuradas por meio de Inquérito Policial Militar (IPM), já relatado à Justiça Militar, e os agentes envolvidos seguem afastados das atividades operacionais.

Sobre o caso do estudante, o inquérito conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi relatado à Justiça, com pedido de prisão preventiva do autor por homicídio doloso eventual. No âmbito militar, o policial foi indiciado em IPM pelo mesmo crime e também permanece afastado de suas funções.”

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The Guardian diz que Governo Bolsonaro é formado por “desqualificados, lunáticos ou perigosos”

Reportagem do jornal inglês foca principalmente nos perfis de Filipe Martins, Roberto Alvim, Sérgio Camargo e Dante Mantovani. “Eles parecem ter sido escolhidos pelo seu QI: isto é, seu quociente de imbecilidade, incapacidade, idiotice, incompetência ou impiedade”.

Uma longa reportagem do jornal britânico The Guardian, publicada nesta quinta-feira (2), traz uma elaborada lista de figuras do seu governo consideradas inaptas para o cargo que ocupam e inclusive perigosas. “Diga o que quiser sobre Bolsonaro, mas é preciso reconhecer seu raro talento em escolher as pessoas mais desqualificadas, lunáticas e/ou perigosas para os empregos”, comentou um dos entrevistados, o jornalista Mauro Ventura.

A matéria é assinada pelos jornalistas Tom Phillips e Dom Phillips, e se foca principalmente em quatro nomeados por Bolsonaro: Filipe Martins (consultor de política externa), Roberto Alvim, (secretário especial de cultura), Sérgio Camargo (Fundação Palmares) e Dante Mantovani (Funarte).

O primeiro a ser analisado é Filipe Martins, um dos principais assessores de Bolsonaro para política externa e descrito pela matéria como um “discípulo do escritor e teórico da conspiração Olavo de Carvalho, assim como os filhos do presidente, que são seus amigos pessoais”. A matéria conta que Martins “se diverte nas redes sociais atacando esquerdistas, feministas e globalistas, e também é fã de Steve Bannon, razão pela qual ganhou o apelido de `Sorocabannon´, graças às suas origens na cidade brasileira de Sorocaba”. Também lembra que o consultor acusou meios estadunidenses como o canal de notícia CNN e o diário The New York Times de cumplicidade com uma campanha de engenharia social para promover a pedofilia.

No caso de Roberto Alvim, um dos principais responsáveis pela política cultural do governo de Bolsonaro, o The Guardian afirma que “apesar de já ter recebido um prêmio por uma produção de “O Quarto”, antes de ser nomeado secretário de cultura, ele era mais conhecido por insultar a grande dama do teatro brasileiro, a atriz indicada ao Oscar Fernanda Montenegro, como `esquerdista sórdida´”. Também fala sobre como a conversão de Alvim à religião evangélica o transformou em um bolsonarista incondicional. “Em postagens recentes no Facebook, ele critica os oponentes de seu líder, chamando-os de `baratas ordinárias´, ataca o `bastardos do Greenpeace´ e acusa o mundo artístico `podre e demoníaco´ do Brasil por `repudiar Bolsonaro injustamente´”.

No caso de Sérgio Camargo, nomeado para a administração da Fundação Palmares, a reportagem lembra que seu cargo tem como missão promover a cultura negra no Brasil, para mostrar que tal tarefa é incompatível com “uma figura que afirma que o Dia da Consciência Negra deve ser descartado, e considera que muitas das celebridades e artistas negras mais conhecidas do país são `parasitas da raça negra´”. Também mostra como, em suas redes sociais, Camargo se descreve como um “negro de direita” que se opõe à “vitimização e ao politicamente correto”, e considera que “a escravidão era terrível, mas terminou sendo benéfica para os descendentes”.

Finalmente, no caso de Dante Mantovani, nomeado para presidir a Funarte (Fundação Nacional das Artes), a reportagem conta que “o novo encarregado das políticas de artes visuais, música e dança alega que a União Soviética se infiltrou na CIA para distribuir LSD em Woodstock”, e lembra de suas declarações dizendo que “o rock promove as drogas que ativam o sexo, e assim alimenta a indústria do aborto”, e que “John Lennon havia dito que fez um pacto com o diabo”.

 

 

*Com informações da Forum