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Virada em Michigan desenha a vitória de Biden em eleição nos EUA

Com a virada na reta final da apuração em Michigan e a liderança em Wisconsin nas eleições nos EUA, o democrata Joe Biden está mais perto de derrotar o presidente republicano Donald Trump e vencer o pleito norte-americano.

Biden também lidera (e as projeções na imprensa americana apontam vitória) no Arizona e Nevada. Mesmo na Geórgia, estado liderado por Trump, a análise aponta que o democrata tem chance de virar, o que decretaria a vitória dele, mesmo perdendo na Pensilvânia, o estado com mais delegados ainda em jogo.

Essa análise do cenário considera tipo de votos que ainda não foram contabilizados nesses estados. Em resumo, a maior parte dos votos ainda não contabilizados são grandes centros urbanos, assim como os votos antecipados enviados por correio, mais favoráveis a Biden.

No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral — ou 538 “delegados” — determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles. Ganha quem alcançar 270 delegados.

O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral — com exceção do Maine e de Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais.

Previsão de vitória democrata

Até as 13h de hoje, Biden tem 238 delegados garantidos no Colégio Eleitoral, segundo o placar de apuração agência de notícias AFP — ele precisa de 270, no total, para ser eleito. Trump tem 213.

Biden está apenas 0,2 ponto percentual à frente em Michigan (16 delegados no Colégio Eleitoral) com 90% da apuração terminada. Mas essa vantagem tende a aumentar, segundo a CNN e outros veículos da imprensa americana, tendo em vista que boa parte desses votos virá do condado de Wayne, na região de Detroit, onde Biden está com 67% contra 31% de Trump.

Wisconsin (10 delegados), por sua vez, já registra 97% dos votos apurados, com uma vantagem de 0,6 ponto percentual para Biden sobre Trump – cerca de 20 mil votos de diferença. A disputa é apertada, mas a tendência, segundo o jornal Washington Post, é que o democrata continue na frente.

Outro estado que ainda pode registrar uma onda a favor de Biden, segundo a imprensa americana, é a Geórgia (16 delegados). Com 92% dos votos apurados, Trump tem 2,2 pontos percentuais de vantagem, mas os votos que restam na região de Atlanta, favorável aos democratas, podem virar o jogo a favor de Biden.

Por último, a Pensilvânia (20 delegados) se mostra mais indefinida. O republicano está dez pontoa à frente com 77% dos votos contabilizados. Mas há uma grande quantidade de votos antecipados enviados por correio- em tese, mais favorável aos democratas – que ainda não foram contabilizados.

Para ser eleito somente com dois desses estados, Biden precisa garantir também o Nevada (6 delegados). Com 86% dos votos apurados, o democrata está na frente por uma margem de 0,6 ponto, mas a CNN alerta que boa parte dos votos restantes virão do condado de Clark, em Las Vegas, uma região consideravelmente democrata.

Outro caminho para a vitória de Biden pode ser na Carolina do Norte (15 delegados), onde Trump está com uma vantagem de 1,4 ponto com 95% dos votos apurados. Novamente, o democrata pode virar, considerando que ainda restam votos a serem apurados nas regiões das cidades de Raleigh e Charlotte, favoráveis a Biden. O resultado, no entanto, ainda é considerado indefinido.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as projeções da imprensa são relevantes na divulgação da conquista dos delegados.

O resultado só poderá ser confirmado quando os estados forem, logicamente, confirmados para cada candidato. E se a margem for apertada, as campanhas podem pedir recontagem, o que alongaria o cenário de indefinição.

 

*Com informações do Uol

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Em Davos, Paulo Guedes defendeu a privatização do ensino público no Brasil

Em Davos, Paulo Guedes, respondendo uma pergunta sobre sua agenda para a juventude e combate à desigualdade, voltou a defender seu programa privatista de vouchers, neste caso para o ensino na primeira infância.

O ministro da economia segue a mesma cartilha neoliberal que a secretária da educação de Trump, Betsy DeVos, sua principal inspiração para a agenda de ataques contra a educação básica pública.

A secretária possui um histórico que se destaca pelo avanço na privatização de inúmeras escolas nos EUA, destinando bilhões da receita pública para o pagamento destes vouchers e para escolas com gestões privatizadas, representando os interesses do mercado na destruição da educação pública americana.

Até o jornal New York Times apresenta DeVos como uma das pessoas “mais apaixonadas pela ideia de afastar os dólares públicos das escolas públicas tradicionais”, atuando tanto em defesa dos cheques educação quanto da privatização da gestão das escolas.

O programa pró-mercado de vouchers defendido por Guedes, como colocado outro artigo do mesmo jornal, não produziram o tipo de grandes melhorias na realização acadêmica que os reformadores orientados para o mercado originalmente prometeram.”

Pelo contrário, nos Estados onde as medidas privatizantes foram tomadas, como em Michigan, o desempenho dos alunos piorou, e diversas pesquisas indicaram a falácia de que uma maior competição no sistema de ensino significa um aumento da qualidade e muito menos um combate à desigualdade, pelo contrário.

Paulo Guedes, disse que “nos Estados Unidos tudo é permitido, exceto o que é proibido. No Brasil, tudo é proibido, exceto o que é permitido“.

A frase pronta serviu para defender uma maior descentralização de recursos – logo seu desvio para o mercado – ao dizer que esse controle estatal dos recursos é a fonte da corrupção. Por isso defendeu disse que “(…) vamos apoiar um gigantesco [programa de] vouchers para a educação nos primeiros estágios.

Experiências recentes em São Paulo, que aprovou na Câmara um projeto de vouchers para creches, provam o contrário. O programa Mais Creche envolverá gastos à prefeitura de quase 300 milhões de reais, que irão diretamente para o bolso do setor privado. Não há combate algum contra a corrupção, já que muitas das entidades com fins lucrativos ou ONGs que participam destas associações público-privadas são denunciadas por simples fachada para o desvio de milhões da educação infantil.

O mais irônico é que esta proposta de Guedes foi apresentada como parte de um suposto combate à desigualdade, ao ser questionado pela plateia sobre a agenda dos países para os jovens e o combate à desigualdade social. Não só na economia como na educação, recorre à velha e submissa defesa dos modelos americanos, da mesma forma que sempre faz Bolsonaro.

 

 

*Com informações do Esquerda Diário