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Numa atitude criminosa de Bolsonaro, EBC censurou vacinação em SP nas redes sociais

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) determinou que a Agência Brasil ignorasse em suas redes sociais a vacinação em São Paulo, a primeira do país, iniciada neste domingo e conduzida por João Doria, rival de Jair Bolsonaro.

Quem acessa as redes sociais da agência de notícias da estatal pode pensar que nenhum brasileiro foi imunizado em São Paulo no domingo — foram 112 — ou segunda-feira.

Tampouco verá qualquer menção à enfermeira Mônica Calazans, mulher negra que foi a primeira pessoa a receber a Coronavac, e cuja imagem rodou o país.

Vídeo: EBC censurou imagem de Marielle em programa da TV Brasil

Se no fim de novembro a ordem para que as redes da agência censurassem a morte de Beto Freitas no Carrefour foi dada por escrito, desta vez a estratégia da EBC foi restringir ao máximo a permissão de funcionários para publicar nas redes oficiais.

Neste mês, editores de Redes perderam o acesso para publicação.

As senhas foram modificadas.

O poder de divulgar — e, como neste caso, vetar — todos os posts ficou concentrado apenas no coordenador de cada turno, devidamente afinado com o comando da estatal.

*Guilherme Amado/Época

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Mulher, negra e pobre, tudo o que Bolsonaro odeia, é a primeira brasileira a ser vacinada

Hoje, Bolsonaro não dorme. Ao lado de Dória, seu maior inimigo na guerra das vacinas, o misógino, racista, antipobre e antivacina, teve que engolir a seco a vacinação de uma mulher, negra e pobre sendo a primeira brasileira a ser vacinada, isso ao vivo e a cores.

Foi um castigo que nem o mais pessimista dos terraplanistas poderia esperar.

Ter as vacinas aprovadas já foi um tiro de canhão no genocida Bolsonaro, imagina ver que, de forma instantânea e automática, Dória posar para a foto oficial, tão indesejada, ao lado da enfermeira Mônica Calazans que, diga-se de passagem tem um histórico de dignidade invejável, pois ela faz parte de um grupo de super risco, por ser diabética, hipertensa e obesa, ainda assim, fez questão de se candidatar a ir para a linha de frente do combate à pandemia no hospital Emílio Ribas em São Paulo.

Disse Mônica Calazans:

“Você segura a onda e tem que trabalhar. Você tem que segurar o seu psicológico. Na realidade, você não pode se abalar com tudo o que está acontecendo. Você tem que ser muito forte”, diz ela, que já perdeu quatro amigos para a Covid-19.

“Eu me considero vencedora, porque desde o início eu estou me dando de peito aberto para cuidar das pessoas. Eu só tenho a agradecer”, revelou a enfermeira.

Lógico que o oportunismo político de de Dória fazendo picadeiro desse momento, é o que mais azedou o fígado do maníaco do Planalto. Foi a materialização de um momento que Bolsonaro não queria sequer sonhar, pois sabia que, sendo Dória quem sairia na foto do primeiro brasileiro a ser vacinado, ele se perpetuaria e Bolsonaro boiaria no ar.

Ou seja, o presidente da República foi posto nu no quadro oficial.

*Da redação

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