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Augusto Heleno usa tática bolsonarista contra Janio: Atacar quando não tem como argumentar

Sem explicar o porquê de contradizer Bolsonaro, Augusto Heleno até agora não disse nada sobre o uso da ABIN por Bolsonaro para salvar Flávio.

Augusto Heleno, jogando para a sua plateia de analfabetos funcionais, dá uma resposta tipo “o samba do general doido”. Ele simplesmente não respondeu uma única frase escrita por Janio de Freitas neste domingo, na Folha, e diz que este é quem usa de desonestidade contra ele.

Como dizia Milton Santos, “a direita sempre buscou transmitir informações confusas para serem confusamente compreendidas”. No caso do principal cão de guarda de Bolsonaro na cúpula governamental, ele só plagiou Olavo de Carvalho com seus palavrórios desconexos, sem ao menos dar a chance do gado premiado de Bolsonaro entender do que se trata.

Segue abaixo o twitter do general de pijama que dorme e acorda em 1964. Confira:

O que disse Janio para ser acusado de mentiroso por um mentiroso? Que Bolsonaro tem uma sanha mortífera? Quem no planeta entre os chefes de Estados civilizados, não diz o mesmo sobre o monstro tropical?

É mentira de Janio de Freitas quando diz que, em troca de ganhos, há uma indecente combinação de “elites” colunistas que lhe concede liberdade homicida? Qual ser nesse país não sabe disso? Ou seria esse trecho de sua fundamental matéria que fez Janio provocar a ira do general?

Pessoas com autoridade formal para o conceito que têm emitido, além de suas respeitabilidades, como o jurista Oscar Vilhena Vieira, o ex-ministro da Justiça e criminalista José Carlos Dias e o médico Celso Ferreira Ramos Filho, presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, entre outros altos quilates, têm qualificado com clareza e destemor a anti-ação de Bolsonaro e seus militares na mortalidade pandêmica. Crime, criminoso(s), organização familiar criminosa, homicidas, desumanidade —são algumas das palavras e expressões aplicadas ao que é feito contra a vida. Contra o próprio país, portanto.

Mas imagina-se que seja esse trecho abaixo que tenha feito Augusto Heleno se melindrar por completo:

O general Augusto Heleno Pereira negou a revelação da revista Época. É um velho mentiroso. Isso está provado desde os anos 90, quando me escreveu uma carta negando sua suspeita ligação com Nicolau dos Santos Neto, o juiz da alta corrupção no TRT paulista. Tive provas documentais para desmenti-lo. Estava então no Planalto de Fernando Henrique. Com Bolsonaro, além de desviar a Abin em comum com Alexandre Ramagem, que a dirige, Augusto Heleno já esteve em reuniões com os advogados de Flávio, que é agora quem o desmente.

Então, fica a pergunta: por que o general não pinça esse trecho e confronta Janio, ao invés de misturar um monte de palavras agressivas para não responder verdadeiramente ao artigo?

Ou será que foi esse outro trecho que fez o cínico dar cambalhotas por uma observação tão precisa do jornalista da Folha?

Fica demonstrado, portanto, pelas figuras de Augusto Heleno e Ramagem no desvio de finalidade da Abin, que Bolsonaro tentou controlar a PF para usá-la na defesa de Flávio, de si mesmo, de Carlos, de Michelle, de Fabrício Queiroz e sua mulher Márcia e demais componentes do grupo. Se nem essa corrupção institucional levar à retirada de toda a corja, será forçoso reconhecer um finalzinho. Não da pandemia, como disse Bolsonaro. Do Brasil, mesmo.

Na verdade, Heleno, com esse berreiro despótico de quem toca o berrante para convocar o gado do patrão para defender a cúpula bolsonarista do Palácio do Planalto, só sublinha cada palavra, cada vírgula, cada ponto do que escreveu Janio de Freitas.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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