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“Com o fortalecimento da agricultura familiar, preços dos alimentos começam a cair”, diz Edegar Pretto

Com medidas estruturais e incentivo à agricultura familiar, governo aposta na queda dos preços e segurança alimentar

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, destacou as mudanças estruturais promovidas pelo governo federal para garantir maior segurança alimentar à população brasileira. Segundo ele, a retomada do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o fortalecimento da agricultura familiar são fundamentais para reduzir os preços dos alimentos e impulsionar a economia. 247.

“A gente aumenta a oferta e isso não é uma mágica que você faz. Não é algo trivial mudar toda uma política agrícola”, afirmou Pretto. Ele explicou que a produção de alimentos básicos, como arroz e feijão, só cresce quando há incentivos e políticas públicas que garantam crédito acessível e segurança de comercialização aos pequenos produtores. “O agricultor familiar agora tem um Plano Safra específico, com mais de R$ 80 bilhões em crédito e juros reduzidos. Para quem produz feijão e arroz, a taxa caiu para 3% ao ano e, se for produção orgânica, é 2% ao ano”, detalhou.

Com esse cenário mais favorável, segundo Pretto, os agricultores voltaram a investir em alimentos essenciais ao mercado interno, equilibrando os preços. “Já aparece baixando o preço do arroz, do feijão, do milho, dos óleos e do leite. Isso é fruto de uma oferta maior, porque agora é economicamente vantajoso para o agricultor produzir esses itens”, ressaltou.

Exportação e impacto na carne

Apesar dos avanços no setor agrícola, Pretto apontou desafios que ainda afetam os preços da carne no Brasil. “O dólar se potencializou e nossa carne, que foi produzida em grande escala, teve recorde de exportação. O boi vivo está indo embora, e a carne está cara no mercado interno”, lamentou. Para ele, o fortalecimento do poder de compra do trabalhador tem um papel importante nesse contexto. “O salário mínimo agora aumenta todo ano acima da inflação, e o trabalhador com mais dinheiro no bolso não vai fazer viagem para a Europa. Ele vai no supermercado, na farmácia, na loja. Ele compra mais, gasta mais”, explicou, destacando o ciclo virtuoso da economia.

Combate ao desperdício e sustentabilidade

Outro ponto abordado pelo presidente da Conab foi o desperdício de alimentos nos entrepostos comerciais. Pretto revelou que o governo federal contratou a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) para estruturar um projeto de reaproveitamento de alimentos descartados nas Centrais de Abastecimento (Ceasas). “Milhares de toneladas de comida boa acabam indo para o lixo porque têm uma pinta a mais ou uma casca machucada. Isso não pode acontecer”, disse.

O projeto prevê a instalação de biodigestores para transformar resíduos orgânicos em energia e insumos para a agricultura sustentável. “Já falei sobre isso com a presidenta Dilma, que nos garantiu que não faltará recurso para estruturar esse projeto”, afirmou Pretto, acrescentando que a iniciativa deve ser implementada ainda em 2025.

Fortalecimento da Conab e estoques estratégicos

Pretto também denunciou o sucateamento da Conab durante o governo Bolsonaro, que zerou os estoques estratégicos de alimentos e fechou 30% da capacidade de armazenamento da companhia. Para reverter esse quadro, o governo Lula ampliou investimentos no setor, incluindo uma parceria com a Itaipu Binacional, que destinou R$ 55 milhões para a recuperação de armazéns no Paraná e no Mato Grosso do Sul. Além disso, um acordo com o BNDES prevê a modernização da estrutura da Conab, permitindo um aumento na capacidade de armazenagem para 1,2 milhão de toneladas.

Com os investimentos, a Conab já iniciou a recomposição dos estoques de grãos. “Compramos 361 mil toneladas de milho e já começamos a estocar arroz e trigo. Depois de 11 anos, o governo federal volta a ter estoque de trigo”, comemorou Pretto. Ele enfatizou que o objetivo é garantir maior segurança alimentar para a população e estabilizar os preços em momentos de crise. “Se o preço baixa para o agricultor, a gente compra, paga um preço melhor e deixa estocado. Quando o preço sobe nas prateleiras, conseguimos colocar o produto no mercado e equilibrar o valor para os consumidores.”

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Novo salário mínimo tem o menor poder de compra para cesta básica em 15 anos

Além do fim da política de valorização do mínimo, preços dos alimentos dispararam.

“Arredondado” para R$ 1.100, o novo salário mínimo não deverá ter aumento real ou terá ganho ínfimo acima da inflação. Isso só se saberá na semana que vem, quando sai o resultado do INPC (e do IPCA) de dezembro e de todo o ano de 2020. O que já se sabe, segundo estimativa do Dieese, é que o salário mínimo terá novamente o menor poder de compra em relação aos produtos da cesta básica desde 2005. A diferença é que, ao contrário de agora, naquele período havia uma política de valorização do salário mínimo em curso.

O instituto estima em R$ 696,71 o valor da cesta básica em São Paulo neste mês. Assim, o salário mínimo reajustado equivale a 1,58 cesta básica, mesma proporção de 2020 e a menor desde 2005 (1,60). De 2006 a 2019, essa proporção sempre esteve próxima ou acima de duas cestas, chegando a 2,16 em 2017.

Marchas a Brasília

A política de valorização do salário mínimo surgiu a partir de iniciativa das centrais sindicais, que realizaram uma série de “marchas” para Brasília. Tornou-se lei nos governos Lula e Dilma. O critério de reajuste considerava o INPC do ano anterior. A título de aumento real, o PIB de dois anos antes. Prevista na Lei 13.152, de 2015, a regra era válida até 2019, quando houve ganho real de 1,14 ponto percentual.

No ano passado e neste, praticamente um “empate” em relação à inflação. O INPC de dezembro será divulgado no próximo dia 12. De janeiro a novembro de 2020, ficou acumulado em 3,93%. Ao mesmo tempo, os preços dos alimentos não pararam de aumentar ao longo do ano, pressionando a cesta básica. Consequentemente, a população mais pobre.

Impacto na economia

Em setembro, durante audiência no Congresso, o ministro Paulo Guedes se manifestou contra o aumento do salário mínimo. Afirmou que, em tempos de crise, isso seria “condenar as pessoas ao desemprego”. Desconsiderou a inflação.

O Dieese estima que 50 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo. E, com o reajuste, calcula em aproximadamente R$ 30 bilhões o incremento de renda na economia brasileira.

*Com informações da Rede Brasil Atual

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