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‘Obviamente não são neutras’: se a economia cresce, por que as previsões do mercado são pessimistas?

Economistas afirmam que o mercado tem interesse em fazer a inflação subir para que haja aumento de juros, e usa a divulgação de previsões pessimistas sobre a economia em semanas críticas para influenciar o governo e impor sua agenda.

A economia brasileira vem apresentando um bom desempenho, tendo crescido 2,9% em 2023, com previsão de alta de 3,5% em 2024.

Apesar disso, algumas instituições financeiras têm alertado para um risco de recessão técnica no segundo semestre deste ano. Em relatório recente, Bradesco, Banco BV, Ativa Investimentos, Monte Bravo, Nova Futura e Tendências afirmaram que a combinação de juros altos, retração do consumo e incertezas fiscais são fatores que podem pressionar a atividade econômica.

Somado a isso, no final de janeiro o Comitê de Política Monetária (Copom) fixou a taxa básica de juros, a Selic, em 13,25% ao ano, o que encarece o crédito, reduzindo o poder de compra das famílias.

Fábio Sobral, professor de economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que recessão técnica ocorre quando há dois trimestres consecutivos, ou seja, seis meses, de queda da atividade econômica, do PIB.

Segundo ele, o mercado tem dois interesses. O primeiro é que a inflação suba para que se justifiquem aumentos de juros do Banco Central.

“No ano passado, foram pagos mais de R$ 750 bilhões de juros a esses especuladores. Então cada 1% aumenta cerca de R$ 50 bilhões nos ganhos deles. O segundo interesse é que a economia realmente entre em recessão, esteja em má situação, porque politicamente esse mercado financeiro se alinha ao projeto bolsonarista e quer derrubar o atual governo de qualquer forma”, afirma.

*Sputnik

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Economia

Mercado errou 95% das previsões desde 2021, mostra levantamento

Um levantamento feito pelo UOL mostra que o mercado financeiro errou cerca de 95% de suas previsões sobre a economia brasileira nos últimos quatro anos. Todos os anos, economistas e especialistas de mercado fazem previsões sobre indicadores econômicos fundamentais, como a taxa de juros, o câmbio, o PIB e o comportamento da Bolsa de Valores.

No entanto, ao longo dos últimos anos, as previsões apresentadas no início do ano têm mostrado um elevado índice de erro. O levantamento analisou as estimativas feitas para os anos de 2021, 2022, 2023 e 2024, revelando que, em muitos casos, as expectativas não se concretizaram, mesmo com base em pesquisas detalhadas como o Boletim Focus, do Banco Central, e a pesquisa “LatAm Fund Manager Survey”, do Bank of America.

Para 2025, o cenário é um tanto cauteloso, com previsões de crescimento moderado. O Ibovespa deve se manter entre 110 mil e 140 mil pontos, enquanto a Selic deve alcançar 15%. O PIB deve crescer 2,02%, e a inflação, medida pelo IPCA, ficará em 4,99%. O dólar deve ser cotado a R$6,00. Contudo, como mostra o histórico, os especialistas costumam errar o rumo da economia.

Erros e acertos nas previsões anteriores:

2024

  • Ibovespa: A principal previsão era que o índice superaria os 140 mil pontos, mas ele caiu 10,36%, fechando a 120.283,40 pontos. (Errou)
  • Selic: A expectativa era que a taxa de juros ficasse em 9%, mas ela subiu para 12,25% ao ano. (Errou)
  • PIB: A previsão era de um crescimento de 1,59%, mas a alta acumulada até setembro de 2024 foi de 3,1%. (Provavelmente errou)
  • Dólar: A estimativa era que o dólar terminasse o ano em R$5,00, mas ele subiu para R$6,18, uma alta de 27,3%. (Errou)
  • Inflação/IPCA: A previsão era de uma inflação de 3,90%, mas o índice foi de 4,83%. (Errou)

2023

  • Ibovespa: Esperava-se que o índice ficasse entre 110 mil e 120 mil pontos, mas ele fechou em 134.185 pontos, com uma alta de 22,28%. (Errou)
  • Selic: A estimativa era que a Selic ficasse em 11,75%, mas ela terminou o ano em 12,25%. (Errou)
  • PIB: A previsão era de crescimento de 0,78%, mas o PIB cresceu 2,9%. (Errou)
  • Dólar: Esperava-se que o dólar ficasse em R$ 5,28, mas ele terminou o ano em R$4,85, uma queda de 8,06%. (Errou)
  • Inflação/IPCA: A previsão era de 5,36%, mas a inflação de 2023 ficou em 4,62%. (Errou)

2022

  • Ibovespa: A maioria previu que o índice ficaria abaixo dos 120 mil pontos, mas ele terminou o ano com uma alta de 4,69%, a 109.735 pontos. (Acertou)
  • Selic: Esperava-se que a Selic ficasse em 11,75%, mas a taxa subiu para 13,75%. (Errou)
  • PIB: A previsão era de 0,28% de crescimento, mas o PIB cresceu 2,9%. (Errou)
  • Dólar: A estimativa era que o dólar ficasse em R$ 5,60, mas a moeda terminou o ano em R$ 5,27, com uma queda de 5,32%. (Errou)
  • Inflação/IPCA: A previsão era de 5,03%, mas a inflação foi de 5,79%. (Errou)

2021

  • Ibovespa: A maioria previu que o índice ficaria acima de 120 mil pontos, mas ele teve uma queda de 11,93%, fechando a 104.822,44 pontos. (Errou)
  • Selic: Esperava-se uma Selic de 3,25%, mas ela terminou o ano em 9,25%. (Errou)
  • PIB: A previsão era de 3,41% de crescimento, mas o PIB cresceu 4,8%. (Errou)
  • Dólar: A previsão era que o dólar ficasse em R$ 5,00, mas ele subiu para R$ 5,57, uma alta de 7,47%. (Errou)
  • Inflação/IPCA: Esperava-se uma inflação de 3,34%, mas ela ficou em 10,06%. (Errou)

Taxa de acerto – Em um levantamento geral, a taxa de acerto foi de apenas 5%, o que significa que, de cada 20 previsões feitas, apenas uma se confirmou. A única projeção bem-sucedida foi a previsão do desempenho da Bolsa em 2022, quando a alta do Ibovespa foi de 4,69%.

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As previsões em Brasília sobre as acusações de rachadinha no gabinete de Carlos Bolsonaro

O avanço das investigações de um suposto esquema de rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) já faz ministros e integrantes do Ministério Público Federal (MPF) traçarem paralelos entre a situação do filho “zero dois” de Jair Bolsonaro com a do irmão mais velho, o senador Flávio (PL-RJ), que enfrentou problemas similares na Justiça, diz Malu Gaspar, O Globo.

No entanto, para ministros e integrantes de tribunais superiores ouvidos pela equipe da coluna, a situação de Carlos Bolsonaro é mais complicada do que a de Flávio, que foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa — e teve as investigações anuladas por uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que invalidaram as provas do processo em 2021.

No entanto, para ministros e integrantes de tribunais superiores ouvidos pela equipe da coluna, a situação de Carlos Bolsonaro é mais complicada do que a de Flávio, que foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa — e teve as investigações anuladas por uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que invalidaram as provas do processo em 2021.

As acusações são semelhantes, e alguns dos fatos investigados inclusive se deram na mesma época. Flávio foi denunciado em 2020 por conta de um esquema de apropriação de parte do salário de servidores que atuavam no seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quando era deputado estadual. O caso foi revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Já Carlos entrou na mira do Ministério Público do Rio depois que um laudo constatou que seu chefe de gabinete na Câmara de Vereadores, Jorge Luiz Fernandes, recebeu R$ 2,014 milhões em créditos de seis servidores. O que a investigação vai apurar agora é se o filho de Bolsonaro foi diretamente beneficiado por esses desvios.

A principal diferença é que as investigações sobre Carlos serão aprofundadas e examinadas pela Justiça em um momento em que Bolsonaro já não é mais presidente e não tem mais poder para intervir em órgãos de investigação, como a Polícia Federal e a Receita.

“Os fatos são similares, mas a situação é completamente diferente. Ao contrário do irmão, Carlos não contará com rede de proteção, porque o pai já não é mais presidente”, avalia um experiente ministro de tribunal superior.

No caso de Flávio, havia relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e quebras de sigilo bancário indicando que ele havia se beneficiado dos desvios de salário. Mas o STJ anulou essas evidências e concluiu que o juiz de primeira instância não tinha competência para cuidar do caso devido ao foro privilegiado do parlamentar.

Outra desvantagem de Carlos é que ele não tem a mesma rede de conexões políticas e jurídicas do irmão senador em Brasília e no Rio de Janeiro – Flávio inclusive atuava como como “consultor” do pai na definição de escolhas de magistrados para tribunais durante seu mandato.

Enquanto Flávio tentou apaziguar a relação de Bolsonaro com o Judiciário, Carlos fez justamente o contrário: incentivou o conflito com os outros poderes e ajudou a alimentar as redes sociais com ataques ao Supremo.

“Ele tem muito menos amigos que o Flávio e ainda se enrolou fake news e atos antidemocráticos, o que deve complicar a sua situação”, afirma outro integrante do Judiciário.

Essas são as duas investigações que mais atormentam o clã Bolsonaro, e ambas correm no Supremo sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

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