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Opinião

Novo Marco do Saneamento: leia-se, privatização da água. O próximo é o ar, é pagar para existir que chama

A tendência mundial é pela reestatização dos serviços de saneamento. Mas Arthur Lira é o homem dos abutres no Congresso.

Podem preparar o bolso, a conta de água ficará infinitamente mais cara para dar lucros astronômicos aos espertos do mercado.

Os pobres continuarão sem tratamento de esgoto, mas as empresas dessa marmelada encherão os bolsos.

Bolsonaristas comemoram a vitória de Lira contra Lula no Novo Marco do Saneamento. É tomar veneno para o outro morrer…

Mendonça Filho, um dos deputados que têm mais ojeriza a pobre, comemora a entrega da água aos abutres em nome dos pobres.

Você conhece alguma lei ou projeto de lei do Mendoncinha ou do pai dele que beneficiou algum pobre?

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Política

Privatização da água: Governo Bolsonaro quer um novo marco hídrico sem participação popular. Entidades protestam

Ministério do Desenvolvimento Regional quer agir para acabar com comitês e abrir setor para a iniciativa privada.

Segundo reportagem da Rede Brasil de Fato, mais de 100 entidades, ONGs e personalidades estão promovendo um abaixo-assinado em defesa da Lei 9.433/1997 que estabeleceu a Política Nacional de Recursos Hídricos. Apelidada de “Lei do Diálogo”, a legislação regulamenta o uso da água no Brasil como um bem público, mas corre o risco de desmonte, de acordo com o manifesto, diante da nova proposta de marco hídrico que vem sendo defendida pelo governo de Jair Bolsonaro.

Desde outubro, o Ministério do Desenvolvimento Regional vem anunciando mudanças na lei. Nesta terça-feira (30), o ministro da pasta, Rogério Marinho, confirmou que o presidente da República deve encaminhar ao Congresso Nacional a iniciativa nos próximos dias. As centenas de entidades pressionam, no entanto, para que a medida seja discutida de forma democrática pela sociedade civil organizada com transparência e tempo privilegiado antes de ser enviada ao Legislativo. Sem dar maiores detalhes, o governo federal destaca apenas que o novo marco vai permitir uma gestão mais eficiente das outorgas hídricas no país.

Mas a avaliação de especialistas é que a população corre risco. O destaque é para uma mudança que esvazia a possibilidade de diálogo ao retirar dos comitês de bacia hidrográfica a capacidade de intervenção. Pela proposta de Bolsonaro, apenas o Conselho Nacional de Recursos Hídricos será mantido. Este é o único órgão que não tem representação dos estados brasileiro. Ao contrário dos comitês, formados também pela sociedade civil e os municípios que formam a bacia.

O que está em jogo

“Na verdade, nós estamos assistindo uma centralização bastante preocupante em termos de gestão da água no Brasil”, observa o professor de Geografia e do programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Ribeiro. Em entrevista a Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual, o geógrafo também rebateu a fala do ministro de Desenvolvimento Regional de que que o “novo marco hídrico dará segurança jurídica e previsibilidade para atração de dinheiro da iniciativa privada”. De acordo com Ribeiro, o que está em jogo é ainda a possibilidade de quem detém a outorga da água hoje poder oferecer o uso do recurso para quem pagar mais.

“É um pouco do modelo chileno que está sendo muito criticado pela sociedade do país vizinho. Nós tivemos uma reunião da nossa rede de pesquisa, em 2019, justamente no Chile para discutir o modelo do país, que de fato não preconiza o interesse geral e público. Imagine uma situação de escassez, quem puder pagar mais vai garantir o acesso à água e obter o que está na própria lei 9.433, que é a garantia da dessedentação humana e de animais. Então essa reforma que o governo está propondo é muito preocupante”, alerta.

Autoritarismo e a população em risco

O professor da USP também classificou como um “desconhecimento” de Marinho que propôs o “novo marco” como uma forma de “proporcionar segurança hídrica às regiões mais deprimidas do semiárido”. Segundo o ministro, o aporte do capital privado permitirá obras estruturantes para impulsionar a indústria e a agricultura. O que não é verdade, de acordo com Ribeiro. O geógrafo critica o desmonte do programa federal de cisternas na região, que neste ano atingiu o menor patamar de investimento de sua história.

“Se houver por exemplo uma empresa de bebidas, qualquer que seja. Ela tem uma necessidade fundamental de água e pode eventualmente pagar mais para uma pequena prefeitura que não tenha capacidade de arrecadação e uma concessão de água. Ela (prefeitura) não vai conseguir concorrer com uma empresa dessa ordem. E vai haver essa grande empresa captando esta água para manter sua produção. De outro lado, haverá uma população desassistida para o uso fundamental da água”, contesta o geógrafo.

Ribeiro resume que, por conta desses riscos, “não é por acaso que essa proposta não teve diálogo ou não foi debatida por fórum algum, sem instituições ou qualquer tipo de organização da sociedade civil e com pesquisadores que se dedicam ao tema”. “É mais uma demonstração desse caráter autoritário e centralizador desse governo”, conclui. No geral, o governo federal pretende repetir o que também foi feito no marco do saneamento básico do país.

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Enquanto o Sistema Guandu, sabotado, vira um bloco de espuma de detergente, Witzel trama privatização da água

Fica cada dia mais evidente que os cariocas foram sabotados para apoiarem a privatização da Cedae.

Cedae interrompe funcionamento do Guandu por excesso de detergente.

Mas quem é responsável pela presença elevada de produto químico na água captada que obrigou o fechamento das comportas do canal principal da estação, responsável pelo abastecimento de mais de oito milhões e meio de pessoas no Estado do Rio?

Isso é que precisa ser investigado e esclarecido, pois tudo leva a crer que é uma grande sabotagem para privatização da água.

A forte concentração de detergente cobriu de espuma boa parte das instalações da ETA do Guandu e obrigou o fechamento das comportas, com a interrupção do tratamento da água.

Aonde está Witzel?

Não, ele não está no Guandú para saber o que está ocorrendo. Ele está reunido com prefeitos para pedir apoio para a privatização da Cedae.

Desde o início do ano, moradores de bairros correspondentes a 30% da população, principalmente na Zona Norte e na Zona Oeste, vem relatando cor, odor e sabor estranhos na água que sai das torneiras. A companhia atribuiu o problema a geosmina, substância produzida por algas, que por sua vez se nutrem de material orgânico em decomposição, como esgoto doméstico.

Pra piorar a situação, a A CEDAE identificou no fim da tarde desta segunda-feira (03/02), por meio de análise laboratorial, a presença de surfactantes (detergentes) na água bruta que chega à Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu.

Para garantir a segurança hídrica das regiões atendidas pelo sistema Guandu, a diretoria de Saneamento e Grande Produção da CEDAE decidiu fechar as comportas da entrada do canal principal da estação.

A interrupção do funcionamento da ETA do Guandu acontece na véspera de um ato público nas escadarias da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em favor da CPI da Água e contra a privatização da companhia, prevista para o segundo semestre deste ano.

As ações da Cedae foram oferecidas em garantia ao banco francês BNP Paribas, em uma operação de refinanciamento da dívida do Estado com a União, em 2018, ainda na gestão de Luiz Fernando Pezão (MDB).

O Sintsama-RJ está convocando os trabalhadores da Cedae para fazer um grande movimento hoje dia 04/02, já na abertura dos trabalhos na Alerj, para pressionar os deputados estaduais a criarem uma CPI que investigue o desmonte da Cedae, que vem provocando a queda na qualidade da água oferecida para a população do Rio de Janeiro.

Para o Sindicato, é preciso apurar o que está por trás desse interesse em tirar do povo a mais importante empresa do estado (Cedae) e responsabilizar os dirigentes que promovem esse desmonte.

A Cedae vem passando por um desmonte intenso. “No ano passado foram demitido 54 técnicos experientes com nível superior, sem nenhuma reposição e realizado três Programas de Demissão Voluntária (PDV) com a saída de 1.000 técnicos com vasta experiência. Falta investimento na empresa e a realização de um concurso público para realizar um melhor atendimento para a população do Rio,” argumenta o presidente do Sintsama, Humberto Lemos.

É só juntar os fios para saber quem está por trás da sabotagem na CEDAE.

 

*Da redação