Segundo ministério, servidora do Hospital da Força Aérea Brasileira adotou nome que ‘lhe ocorreu naquele momento’.
Um dos codinomes usados pelo presidente Jair Bolsonaro ao fazer exames para o novo coronavírus pertence ao filho da oficial médica das Forças Armadas que coletou as amostras do presidente, no dia 17 de março.
A informação foi revelada pelo jornal Correio Braziliense.
De acordo com o Ministério da Defesa, a tenente-coronel da Aeronáutica Maria Amélia Alves da Costa Ferraz é servidora do Hospital da Força Aérea Brasileira, mas está cedida para o HFA (Hospital das Forças Armadas), onde o presidente Jair Bolsonaro realizou um dos exames.
A pasta acrescenta que a tenente-coronel coordenava naquele dia a coleta de amostras do presidente e de seus auxiliares, além do envio ao laboratório credenciado.
Ao colher a amostra do presidente, a militar registrou números de RG e CPF que pertencem realmente a Bolsonaro, mas usou um codinome para não identificá-lo. A militar então usou o nome de seu próprio filho, o adolescente Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, de 16 anos. Foi o nome que “lhe ocorreu naquele momento”, segundo o ministério.
A pasta afirmou que a decisão de atribuir um codinome foi tomada em consonância com a equipe médica da Presidência, para garantir a confidencialidade dos exames de Jair Bolsonaro.
A Defesa diz ainda que não houve ilegalidade na prática de atribuir um codinome, especialmente o nome verdadeiro de uma terceira pessoa.
“Cabe destacar, ainda, que, de acordo com a própria Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial, o uso de pseudônimos em exames de saúde de pessoas públicas, visando proteger a privacidade, é comum e não representa irregularidade”, informou a pasta, por meio de nota.
A Folha tentou contato por telefone com a tenente-coronel Maria Amélia e também com o pai do adolescente. Nenhum dos dois atendeu a reportagem.
Bolsonaro apresentou nesta semana três exames para o novo coronavírus ao Supremo Tribunal Federal, com resultados negativos para a Covid-19.
O presidente usou os codinomes Airton Guedes, Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz e Paciente 05. Em um dos exames, não aparecem os números de documentos de Bolsonaro.
*Com informações da Folha