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Governo Lula planeja exames e cirurgias em rede privada para reduzir fila do SUS

Anúncio em coletiva de imprensa nesta segunda apresenta ciclo integral de cuidados, que amplia a assistência na atenção primária, aprimora o acesso a especialistas e traz novas potencialidades de telessaúde com o SUS Digital.

Governo Federal lança nesta segunda-feira, 8 de abril, o Mais Acesso a Especialistas, política que tem como objetivo reduzir o tempo de espera por cirurgias, exames e tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). O lançamento, em coletiva de imprensa nesta manhã no Palácio do Planalto, também vai enfatizar o SUS Digital, programa que facilita o acesso às informações em saúde, amplia o potencial de atendimentos remotos e já tem a adesão de 99,9% dos municípios. O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Nísia Trindade (saúde).

Atualmente, se uma pessoa procura a Unidade Básica de Saúde com pressão alta e precisa de fazer exames cardiológicos para examinar o coração, por exemplo, a chance de esse paciente cair em uma fila de espera é grande e, com isso, demorar para conseguir o exame. O Mais Acesso a Especialistas pretende mudar essa realidade. O SUS passa a ofertar outras possibilidades de encaminhamento, reduzindo o tempo de espera, buscando o paciente quando for necessário que ele se trate sem demora e, até mesmo, quando possível, garantindo atendimento na Atenção Primária, por telessaúde. O novo programa vai permitir um diagnóstico mais ágil e o tratamento adequado.

O novo modelo concentra a atenção no paciente e em suas necessidades, reduz a quantidade de lugares que ele precisa ir e integra exames, consultas e acompanhamento da saúde durante o processo. As Equipes de Saúde da Família, nas Unidades Básicas de Saúde, perto da casa das pessoas, terão o cadastro de pacientes revisado, para que atendam com qualidade, criando vínculo com os pacientes e fazendo um acompanhamento territorial, focado nas particularidades de cada região do país.

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TELESSAÚDE – A telessaúde é uma ferramenta importante nessa nova visão de cuidado e um dos pilares do Ministério da Saúde: o programa SUS Digital. O Ministério da Saúde abriu chamada pública no início de março e, em apenas um mês, todos os 26 estados, o DF e 5.566 municípios, do total de 5.570, aderiram ao programa. Serão destinados R$ 460 milhões aos entes federados. Os recursos vão apoiar a elaboração e implementação dos Planos de Ação para a transformação digital. Os 10 núcleos de telessaúde encontrados no início da gestão foram ampliados e agora somam 24 , três deles com oferta nacional de telediagnóstico especializado.

Por meio dos núcleos de telessaúde, especialistas, como cardiologistas e oftalmologistas, fazem consultas online e análise de diagnósticos de médicos que atuam na Atenção Primária, mais próxima da população. Em 2023 já foi possível atender a 1,2 mil municípios com teleeletrocardiogramas, realizando em média 6 mil laudos por dia. A iniciativa permite reduzir as barreiras geográficas, diante da dificuldade de levar profissionais especializados às regiões remotas, e assegurar o acesso da população a este atendimento.

APLICATIVO – A meta é permitir que cada cidadão e profissional de saúde possa monitorar o ciclo de cuidado do SUS por meio de tecnologias como o aplicativo ‘Meu SUS Digital’. O app é a interface do SUS Digital com a população, para acesso às informações e serviços de saúde. É o prontuário na palma da mão, com todo seu histórico, permitindo a tomada de decisões voltadas ao autocuidado. As funcionalidades do app estão sendo aprimoradas e hoje o cidadão já consegue emitir a carteira de vacinação completa, o documento para retirada de absorventes pelo Farmácia Popular e acompanhar em tempo real a fila de transplantes. A ferramenta soma mais de 49 milhões de downloads, o primeiro lugar entre aplicativos de governo mais baixados.

RECONSTRUÇÃO – Aprimorar o atendimento primário nas Unidades Básicas de Saúde é uma condição necessária para interferir no volume e na qualidade da demanda, ou seja, encaminhar a um médico especialista o que realmente precisa para então retornar ao Médico de Família para acompanhamento de rotina, após definição do diagnóstico e tratamento adequado. Com o novo ciclo de cuidado, mais equipes chegarão aonde ainda não há assistência e com parâmetros adequados de atendimento, diminuindo a espera por um profissional. Haverá ampliação no horário de atendimento, com mais equipes na mesma UBS até 22 horas. O novo modelo volta a valorizar as visitas domiciliares, na casa da população.

*Agência Gov

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Governo Bolsonaro não informa o que será feito quando faltarem leitos de UTI

Com o crescimento das infecções pelo novo coronavírus no país, o Ministério da Saúde deve enfrentar déficit nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratar pacientes graves já em abril. Uma nota técnica produzida por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) mostrou que, no cenário mais otimista, com 0,1% dos brasileiros contaminados até o fim deste mês, já haverá falta de leitos em UTI para tratamento.

Na projeção mais pessimista, com 1% da população infectada pela covid-19, 53% das microrregiões (agrupamentos de municípios) ficariam sobrecarregadas.

Apesar disso, o governo ainda não informou qual será o plano para contornar essa escassez, nem solicitou leitos particulares — solução prevista em lei —, de acordo com os principais representantes do setor.

“Já tivemos algumas reuniões diretas com o ministério da Saúde, mas não houve nenhuma proposta oficial relacionada à contratação de leitos da rede privada. Estamos disponíveis e fazemos questão de participar, mas não tivemos nenhuma posição do ministério sobre como isso vai ser feito”, diz Adelvânio Francisco Morato, presidente da FBH (Federação Brasileira dos Hospitais).

A Federação representa 15 associações estaduais que respondem por mais de 4 mil hospitais particulares — parte deles conveniado ao SUS (Sistema Único de Saúde). “Não podemos ser hipócritas em um momento tão difícil. Todos os hospitais privados têm um custo fixo. Esse é momento de a gente estar junto, mas precisamos entender o lado do hospital”, afirma Morato.

A Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) também não foi contatada pelo ministério. Em nota, a Anahp afirmou que “os hospitais privados ainda trabalham com boa capacidade de atendimento”, à exceção das instituições no Sudeste, que “certamente têm uma taxa de ocupação maior”. A organização tem como membros hospitais como Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Sírio-Libanês.

Principal representante dos planos de saúde, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) comentou que não houve solicitação do ministério para contratação de leitos privados. Os planos têm interesse direto nessa negociação, pois respondem pela demanda dos hospitais particulares.

“Em uma fase inicial, talvez o sistema público tenha de socorrer a iniciativa privada. Mais adiante, quando mudar o perfil das pessoas que vão estar doentes, é possível que o SUS precise mais dos leitos privados. (…) Isso tudo está sendo analisado, e a gente está criando as propostas possíveis para ser implementadas”, declarou Gabbardo.

Hoje, há uma oferta de 55.101 leitos de terapia intensiva no Brasil, sendo que 27.445 (49,8%) são do SUS. Segundo a pasta do governo federal, outros 3 mil leitos de UTIs volantes de instalação rápida foram alugados. Pelo menos sete em cada dez brasileiros dependem exclusivamente do SUS.

 

 

*Com informações do Uol