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Governo Lula reforça indústria farmacêutica com investimentos de R$ 42,7 bilhões

Objetivo é fortalecer o complexo industrial da área de saúde.

Na tarde de quarta-feira, 14 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou um significativo aporte financeiro para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), com o objetivo de fortalecer a produção nacional de medicamentos e ampliar o acesso a tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença de importantes figuras do governo e da indústria farmacêutica.

O plano anunciado inclui R$ 42,7 bilhões destinados ao Plano Mais Produção (P+P), coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com esse valor, o total de investimentos chega a R$ 342,7 bilhões, oriundos do BNDES, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Além disso, o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco da Amazônia (Basa) terão reforços de R$ 16,7 bilhões e R$ 14,4 bilhões, respectivamente.

O presidente Lula destacou a importância dos investimentos ao afirmar: “O governo cuida da indústria, do povo, do país, da soberania. Este país tem tudo para ser grande. O SUS vai continuar se aperfeiçoando, e nós, brasileiros, podemos ter orgulho de nossa persistência.”

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, elucidou as metas para o fortalecimento da indústria nacional, destacando a missão do Ceis como parte da Nova Indústria Brasil (NIB). “A missão número dois é o Complexo Industrial da Saúde. Nosso objetivo é elevar a produção nacional de medicamentos para atender 50% das demandas do SUS até 2026 e 70% até 2033,” explicou.

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Bolsonaro reforça ataques ao TSE na reta final e pavimenta ‘3º turno’ em caso de derrota

Presidente usa relatório frágil e fala em recorrer até o fim após Moraes negar ação e citar tentativa de tumultuar eleição.

De acordo com a Folha, a campanha de Jair Bolsonaro (PL) pretende usar um relatório com diversas fragilidades sobre suposta supressão de inserções do presidente em rádios de Norte e Nordeste como uma forma de estender um debate jurídico sobre a legitimidade das eleições em caso de derrota no próximo domingo (30).

Em segundo lugar nas principais pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro reforçou a ofensiva de ataques ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e insistiu na acusação de boicote de algumas emissoras de rádio na veiculação da propaganda eleitoral.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rejeitou nesta quarta-feira (26) a ação apresentada pela campanha, destacou a ausência de provas e disse que ela se baseava em levantamento de empresa “não especializada em auditoria”.

O ministro ainda apontou possível “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana” e mandou o caso para ser avaliado dentro do inquérito das milícias digitais, que é relatado por ele mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal).

À noite, Bolsonaro prometeu recorrer até o fim e disse que seu partido deve contratar uma terceira empresa de consultoria para analisar os casos.

“Com toda a certeza, nosso jurídico deve entrar com recurso, já que foi para o Supremo Tribunal Federal. Da nossa parte, iremos às últimas consequências, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer valer aquilo que as nossas auditorias constataram, que há realmente um enorme desequilíbrio no tocante às inserções. Isso obviamente interfere na quantidade de votos no final da linha”, afirmou Bolsonaro.

Ele mudou sua agenda ao longo do dia e convocou ministros e os três comandantes das Forças Armadas para uma reunião no Palácio da Alvorada antes de se pronunciar. Saiu sem responder a perguntas de jornalistas.

O presidente criticou Moraes dizendo que ele “matou no peito” ao tomar a decisão contrária à ação e afirmou que uma equipe de sua campanha havia virado a noite (incluindo ele, que afirmou ter dado umas “cochiladas”) para levantar os elementos pedidos pelo presidente do TSE.

À noite, Bolsonaro recebeu o chefe da missão de observação da OEA (Organização dos Estados Americanos) junto ao TSE, que também se reunirá com Lula.

A ideia da campanha do presidente é, nos próximos dias, explorar o episódio das inserções em rádios para reforçar a tese de que o presidente foi prejudicado e não enfrentou um pleito equilibrado contra o petista.

A contestação sobre a propaganda eleitoral foi apresentada pela equipe do presidente no começo da noite de segunda-feira (24), 25 horas depois da prisão do aliado Roberto Jefferson, que resistiu, jogou granadas e deu mais de 50 tiros em policiais federais, num episódio de violência que gerou desgaste na campanha de Bolsonaro.

O levantamento feito pela coligação de Bolsonaro sobre as inserções não comprova a alegação de boicote das rádios e tem fragilidades.

As emissoras já começaram a contestar os dados da auditoria. Uma das rádios afirma que o PL deixou de entregar as inserções durante um período —e por isso elas não foram veiculadas.

A campanha de Bolsonaro avalia que o episódio permite que o presidente volte a se apresentar como candidato anti-sistema e perseguido pelo Judiciário.

Moraes encaminhou a decisão de rejeitar a ação da campanha à Procuradoria-Geral Eleitoral e ao corregedor-geral do TSE.

“Para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do fundo partidário dos autores”, disse.

Em comícios em Minas Gerais nesta quarta, Bolsonaro falou em “manipulação dos resultados” com “o dedo” do PT e voltou a insinuar que poderá não aceitar o resultado do próximo domingo.

“Mais uma do TSE. Vocês estão acompanhando. As inserções do nosso partido que não foram passadas em dezenas de milhares de rádios pelo Brasil. Sou vítima, mais uma vez. Onde poderiam chegar as nossas propostas nada chegou”, afirmou durante discurso em Teófilo Otoni, no interior de Minas.

A campanha de Bolsonaro ainda deve apresentar ao TSE uma Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) sobre o caso das rádios. Esse tipo de procedimento pede para a corte abrir uma apuração sobre suposto abuso de poder e tem poder de cassar a chapa adversária.

A tramitação de uma ação desse tipo, porém, é lenta. Para punir a chapa de Lula seria preciso provar que houve uma ação orquestrada da campanha petista para promover a suposta fraude nas rádios.

Ainda assim, apresentar a Aije seria a forma de a campanha de Bolsonaro manter vivo o questionamento sobre o equilíbrio das eleições mesmo depois do segundo turno.

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