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CPI da Covid vai votar quebra de sigilo bancário e fiscal dos sócios de empresas suspeitas de favorecimento pelo governo federal

A CPI da Covid deve apreciar, nesta quarta-feira, requerimentos de quebra de sigilo bancário e fiscal dos sócios de empresas suspeitas de favorecimento pelo governo federal durante a pandemia. Uma delas é a Precisa, firma que intermediou a venda da vacina indiana Covaxin.

Segundo o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), serão votadas as quebras do sigilo telefônico, telemático, fiscal e bancário dos sócios da Vitamedic (suspeita de ter financiado remédios sem eficácia contra Covid-19), da Apsen (citada por Jair Bolsonaro em conversa com o premiê indiano) e da Precisa (suspeita de favorecimento no contrato para a venda da Covaxin).

Estão na pauta as quebras de sigilo de Francisco Emerson Maximiano, da Precisa; Renata Farias Spallicci e Renato Spallicci, da Apsen Farmacêutica e José Alves Filho, sócio da Vitamedic.

A CPI também deve apreciar as quebras de sigilo fiscal e bancário de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos e da Global Saúde, além de sua convocação para um depoimento.

— A Anvisa desqualifica a empresa e chega a dizer que o laboratório não tem condições higiênicas. Perceba que a desqualificação que a Anvisa faz sobre esta vacina é mais grave do que a reação em relação à Sputnik — diz Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A Global deve R$ 40 milhões à União, em parte por um contrato em que houve uma denúncia de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros.

A comissão deve apreciar também as quebras de sigilo bancário, fiscal e de comunicações de Carlos Wizard, empresário que deve faltar à sua convocação, prevista para a quinta-feira. Segundo Rodrigues, essa é uma forma de obter informações sobre a participação de Wizard no chamado “gabinete paralelo”. O empresário está nos Estados Unidos e a CPI não é favorável a um depoimento virtual.

*Natália Portinari e Julia Lindner/O Globo

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Empresário de farmacêutica beneficiada por Bolsonaro já apoiava presidente antes de 2018

Spallicci herdou a Apsen da família; empresa viveu maior crescimento em 2000.

O Globo – Presidente do laboratório farmacêutico Apsen, ajudado pela atuação de Jair Bolsonaro para liberação de insumos da Índia usados na produção de hidroxicloroquina, Renato Spallicci é um apoiador convicto do presidente nas redes sociais desde antes da eleição de 2018. Executivo principal da empresa desde os anos 1990, ele ainda dá as cartas na empresa e nomeou a filha como vice-presidente.

Como mostrou o GLOBO nesta quinta-feira, Bolsonaro intercedeu a favor dos laboratórios farmacêuticos Apsen e EMS em abril do ano passado, quando solicitou ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que acelerasse a exportação de insumos para a fabricação de hidroxicloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a Covid-19.

Spallicci herdou os negócios da família. Seus pais, o imigrante italiano Mario Spallicci e sua esposa, Irene, fundaram um laboratório de pequena escala em junho de 1969 em Santo Amaro, bairro da zona sul de São Paulo. Irene foi a executiva responsável pela expansão dos negócios nas décadas de 1970 e 1980.

A empresa viveu seu período de maior crescimento nos anos 2000, já com Spallicci no comando, a partir da associação do laboratório com parceiros nacionais e o lançamento de remédios com patente própria. Boa parte da receita da companhia, no entanto, vem da produção de genéricos e medicamentos biossimilares.

Hidroxicloroquina

A Apsen é considerada a líder de mercado na produção de hidroxicloroquina, e foi beneficiada pela alta na procura do remédio quando o presidente da República virou uma espécie de garoto-propaganda da droga.

A empresa afirma que apenas cerca de 5% de sua receita atual advém da cloroquina, mas admite que houve uma alta na venda do produto.

A receita líquida da Apsen no ano passado chegou a R$ 816,31 milhões, ante R$ 691,34 milhões no ano anterior, o que representa uma alta de 18% em meio à pandemia. O lucro líquido da companhia no ano passado bateu a marca de R$ 65,06 milhões, 31,9% a mais do que o registrado em 2019.

Em fevereiro de 2020, a companhia contraiu um financiamento de R$ 94,88 milhões junto ao BNDES. O banco estatal concedeu carência de três anos para o início do pagamento e deu mais cinco anos para que o laboratório quite o financiamento, que tem como garantia imóveis da empresa.

Spallicci é tido no mercado como uma pessoa alegre e expansiva. Em seu perfil no Linkedin, afirma ironicamente ser “doutor honoris causa da Escola da Vida” e ter estudado nas “Escolas da Traição da Amizade do Amor da Paz da Saudade da Sacanagem da Rua da Piada da Vagabundagem (sic)”.

Outra empresa citada por Bolsonaro no telefonema para Modi no ano passado foi a EMS. O presidente da empresa, Carlos Eduardo Sanchez já esteve em reuniões com o presidente e, em abril deste ano, participou de um jantar com Bolsonaro, ao lado de outros empresários, como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, o presidente do conselho do Albert Einstein, Cláudio Lottemberg, e o CEO do BTG, André Esteves.

Fundador e presidente do Grupo NC, Sanchez não tem nenhum alinhamento público com o governo Bolsonaro. Em 2012, ele integrou o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, ligado à Presidência da República, durante o governo Dilma Rousseff.

A EMS é hoje a maior farmacêutica nacional do país, com faturamento superior a R$ 4 bilhões no ano passado, e líder na produção de medicamentos genéricos no país. A empresa também produz hidroxicloroquina.

*Foto destaque: reprodução do perfil do empresário no Twitter

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