Categorias
Uncategorized

A mesma elite que produziu a miséria secular no país, agora está “preocupada com os miseráveis”

Quem quiser entender como Bolsonaro chegou ao poder, é só ver o comportamento da elite brasileira nesse exato momento, digo nesse exato momento, porque ela não faz outra coisa que não seja defender seus lucros a ferro e fogo.

A pandemia do coronavírus, no Brasil, segundo autoridades sanitárias, ainda não chegou no pico, o que está previsto para duas semanas. Quando isso ocorrer e a tragédia mostrar sua face mais cruel, com a desgraça se abatendo sobre o país, atingindo, inclusive, muitos da elite, veremos a elite fazer o que sempre fez.

Foi assim quando os que hoje fazem carreata pela volta ao trabalho elegeram Collor e, mais recentemente, quando votaram no corrupto Aécio que, derrotado, convocou a manada para derrubar Dilma em nome do combate à corrupção.

Hoje, não se encontra um sujeito que bata no peito e diga que votou em Aécio depois que foi escancarada, pela própria mídia que o apoiou, a propina que recebeu da JBS, com gravação em áudio e vídeo, com mala de dinheiro, revelando de forma inapelável quem é o vigarista.

O que provavelmente ocorrerá dentro de quinze dias será o silêncio dos que  defendem que os trabalhadores voltem a produzir, que os brasileiros voltem a consumir e que os empresários voltem a ter seus super lucros. Assim, os banqueiros voltam à atividade da agiotagem e os rentistas seguem especulando, como é da natureza dessa gente.

O problema é que a elite não combinou isso com o coronavírus, que tem arrastado não só pobres e cidadãos médios para o epicentro da tragédia, mas também ricos, milionários, políticos de peso e banqueiros, mesmo que em menor escala, mas ninguém está seguro em lugar nenhum, mesmo com todo o dinheiro do mundo.

O capitalismo é isso, uma máquina de ilusão. Não é à toa que cada vez mais especuladores se transformam em milionários da noite para o dia, por saberem como ninguém construir bolhas especulativas e delas se servirem como em um banquete.

Por hora, quem é minimamente responsável tem que parar de polemizar com esses abutres, cobrando do Estado uma posição imediata de salvação dos milhões de brasileiros que se encontram impossibilitados de trabalhar.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas