Fora os deputados bolsonaristas que andaram de beijocas com Moro na CCJ da Câmara dos Deputados, o ex-juiz e atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, simplesmente não respondeu nada do que lhe foi perguntado, ou seja, confessou seus crimes, vestiu a carapuça.
Mesmo com toda paciência e didática com que o deputado Molon formulou suas perguntas, de maneira objetiva e direta, Moro respondeu como um besouro, zunindo.
Na verdade, aquilo não é um ex-juiz ou um Ministro da Justiça, mas a caricatura ruguenta de um menino de calças curtas que não responde a nenhuma pergunta dos pais, depois de ter feito uma lambança, para não ficar de castigo.
Moro, em seu interminável lero-lero, tratou os deputados como tolos para, imagino eu, tentar satisfazer a opinião pública sobre a sua indecente manobra jurídica amplamente publicada pelo Intercept para condenar, prender e tirar Lula da disputa política, como fez, tornando Bolsonaro presidente e, ele, seu ministro. Ou seja, congregou a fome com a vontade de comer; o ódio com o lucro político, numa cena inédita implantada no judiciário brasileiro.
O país, aos poucos, vai compreendendo que Moro foi um entalhador que trabalhou junto ao Ministério Público uma imagem e não provas de uma grosseira condenação do ex-presidente Lula.
Ainda que a burguesia bufa fale entusiasmada da maravilhosa “Lava Jato”, o mal tamanho que Moro produziu na própria operação denuncia que ele, na verdade, deu apenas moldes indeterminados sobre combate à corrupção, já que ele próprio corrompe a constituição, falsifica as leis, mente nas palavras e na feição, mostrando a verdadeira face de um réu confesso passado aos bocós como herói nacional.
*Por Carlos Henrique Machado Freitas