Mês: julho 2019

Em mais um vídeo, Bolsonaro mostra seu preconceito contra os nordestinos

Ao perguntar se o ministro Tarcisio Freitas tinha parentes no Nordeste, Bolsonaro falou: “você tem algum parente pau-de-arara?”; diante da resposta afirmativa do ministro, Bolsonaro emendou; “Com esta cabeça aí, tu não nega não”, indo às gargalhadas e deixando o ministro visivelmente constrangido; vídeo viraliza nas redes.

Viraliza nas redes sociais nesta segunda-feira, 22, uma nova demonstração de preconceito do presidente Jair Bolsonaro contra os nordestinos.

Em transmissão ao vivo na última quinta-feira, 18, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, Bolsonaro tenta justificar a agressão que fez aos brasileiros que moram no Nordeste, quando chamou todos os estados de “Paraíba” e atacou o governo do Maranhão, Flávio Dino.

Ao perguntar se o ministro Tarcisio Freitas tinha parentes no Nordeste, Bolsonaro falou: “você tem algum parente pau-de-arara?”. Quando o ministro respondeu que tem família no Piauí e no Rio Grande do Norte, Bolsonaro respondeu:

“Com esta cabeça aí, tu não nega não”, disse Bolsonaro, que foi às gargalhadas ao reforçar o estereótipo de que nordestinos têm cabeça maior do que o restante da população. O ministro Tarcísio Freitas aparece visivelmente constrangido.

O deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, criticou a atitude de Bolsonaro. “PARENTE PAU-DE-ARARA. Esse é outro termo que Bolsonaro usa para se referir aos nordestinos e ainda cai na gargalhada porque acha que isso é algo muito engraçado”, disse Pimenta pela Twitter.

Assista:

 

*Com informações do 247

O cálculo de Moro, um político mais corrupto que Cunha

Para quem não se lembra, Cunha, quando aceitou o pedido de impeachment de Dilma, feito por Janaína, mas patrocinado por Aécio, o fez no mesmo dia em que Dilma não livrou a sua cara, quando pediu para que os deputados do PT votassem na CCJ contra ele.

Esse escândalo institucional em que o presidente da Câmara, corrupto, usa seu cargo para se vingar da Presidenta da República com um golpe de Estado, já mostra a fragilidade desse sistema na relação do legislativo com o executivo.

Com Moro, o caso é ainda pior, pois quando a Lava Jato começa, estabelece uma parceria com Cunha, Aécio e Globo, como não poderia deixar de ser, produzindo falsas delações e vazamentos sempre feitos um dia antes de cada votação protocolar para chegar ao golpe do impeachment.

Ali já estava caracterizado que a Lava Jato era conduzida por um político de toga, alguém que utilizou a magistratura para galgar os mais altos degraus políticos do país. Sim, porque a ambição política de Moro é muito maior que a de Cunha.

As pessoas minimamente esclarecidas sabem que Moro trabalha incessantemente em busca do cargo máximo que se possa ocupar, o de Presidente da República do Brasil.

A forma rasteira e vulgar com que ele se oferece a Bolsonaro, como um capataz que vai entregar a cabeça de Lula em troca do cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, mostra que Moro, em termos de ganância, é mil vezes pior que Eduardo Cunha.

E é exatamente isso que vem revelando, dia após dia, as publicações do Intercept.

 

Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

Moro, o guarda-costas de Queiroz

Foi o próprio Dallagnol quem disse que Moro estava fazendo corpo mole no caso do Flávio Bolsonaro, até porque, certamente, como disse Dallagnol, chegaria em Jair Bolsonaro.

Lógico que Dallagnol sabe que, na verdade, Flávio Bolsonaro é apenas um preposto do próprio pai, fato que a grande mídia faz de conta que não sabe.

Na realidade, originalmente, não é o Flávio o amigo de Queiroz, o miliciano de Rio das Pedras que controlava o laranjal do clã. Queiroz é o grande parceiro de negócios de Bolsonaro muito antes de Flávio ser político. Ou seja, é o braço direito de Bolsonaro, homem de sua inteira confiança.

A transação do cheque de Queiroz recebido por Michelle escancara isso. como também escancara a proteção de Moro a Queiroz que aceitou como verdade aquela desculpa fajuta de Bolsonaro de que o valor de R$ 24 mil descrito no cheque tratava-se de pagamento de um empréstimo, coisa que foi imediatamente endossada por Moro.

E por que isso? Porque Moro, mais do que ninguém, sabe que Queiroz é o homem chave do caso, envolvendo milícia, corrupção ativa e passiva, quiçá tráfico de drogas, já que foi encontrada no avião presidencial, na comitiva de Bolsonaro, a quantidade de 39kg de cocaína.

Tudo isso é o que sabemos e, facilmente, montamos um quebra-cabeça, fora o que ainda não veio à luz e, com certeza, é uma sujeira muito maior. Moro pode ser tudo, menos tolo. Ele tem uma personalidade detalhista e, como vem mostrando o Intercept, ele coordena com rédea curta a acusação de seus adversários, como Lula e protege como um cão de guarda seus aliados, como foi com FHC.

Trocando em miúdos, temos que mudar a concepção de que Queiroz está desaparecido, ele está protegido com seus segredos a sete chaves por Moro. E é esse o seu trunfo que por hora, joga a favor de Bolsonaro, mas, dependendo das circunstâncias, Moro pode jogar as cartas na mesa contra o patrão.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

Tio de Dallagnol, Xavier Dallagnol foi flagrado em grampo comprando de sentenças

Xavier Dallagnol aparece envolvido em esquema de compra de sentenças com o objetivo de proteger a grilagem do ruralista José Pupin e do empresário Rovilio Mascarello.

O advogado Xavier Leonidas Dallagnol, tio do procurador do MPF Deltan Dallagnol, recorreu a doleiro para comprar sentenças judiciais no Mato Grosso em favor do “rei do algodão” José Pupin. A família Dallagnol é dona de latifúndios no estado e Xavier é o principal responsável pela expansão territorial familiar.

Em reportagem de Leonardo Fuhrmann e Alceu Luís Castilho, que faz parte de série do De Olho nos Ruralistas sobre os negócios da família Dallagnol, o nome de Xavier aparece envolvido em esquema de compra de sentenças com o objetivo de proteger a grilagem do ruralista José Pupin e do empresário Rovilio Mascarello.

Xavier e Pupin teriam entrado em contato com o doleiro Tiago Vieira de Souza Dorileo para comprar a absolvição do ruralista do caso em que Pupin teria colocado uma fazenda com o registro fraudado como garantia para empréstimo de 100 milhões de dólares. Nessa propriedade, segundo a reportagem, foi constatado também trabalho escravo.

Segundo Antônio Pacheco, do Centro Oeste Popular, que teve acesso a gravações obtidas pela Operação Ararath, da Polícia Federal, há um “estreito relacionamento do empresário José Pupin e seu então advogado, Xavier Leonidas Dallagnol, com o lobista Tiago Vieira de Souza Dorileo, conhecido em Mato Grosso por atuar como ‘corretor de sentença’”. Segundo a Polícia Federal, os “serviços” Dorileo foram usados mais de uma vez.

Na matéria fica evidente uma relação espúria de Xavier com os grileiros locais, incluindo recompensas territoriais para o polêmico advogado. O procurador Deltan Dallagnol se recusou a comentar sobre o caso, enquanto seu tio não respondeu às ligações da reportagem.

 

*Com informações da Forum

*Matéria completa no De Olho nos Ruralistas

Após o mais recente vazamento, Globo e Joice Hasselmann armam fake news no Fantástico

Poucas horas após o novo vazamento, pelo Intercept, de conversas entre procuradores da Força-tarefa em que Deltan Dallagnol, rindo, diz que foi procurado pelo Fantástico para uma entrevista com o objetivo de atacar o Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS).

A entrevista não se concretizou porque Dallagnol e colegas procuradores acharam que poderia ser, segundo eles “bola dividida” por correr o risco de ter que falar de Flávio Bolsonaro, já que o assunto era foro privilegiado.

A Deputada Federal Joice Hasselmann (PSL-SP), com aquela sua característica destrambelhada, solta, em parceria com o Fantástico da Globo, o fake news da clonagem do seu celular e, ridiculamente emenda um mentirão, afirmando que quem clonou o seu telefone foram os mesmos que hackearam o telefone de Sergio Moro.

A moça, que já sofreu vários processos por plagiar jornalistas, resolveu usar a mesma fórmula plagiando o mesmo fake news de Moro.

Está faltando inspiração no bate-cabeça da direita depois que o Intercept deu início às publicações do vazamento das “conversas secretas” dos integrantes da operação Lava Jato, sedo que, desta vez, a Globo está mais implicada, pois as publicações mostram uma parcialidade criminosa dela com os procuradores da Lava Jato, o que, consequentemente atenta contra a democracia.

Logicamente, o episódio se transformou em chacota nas redes sociais.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

Em uma nova greve, caminhoneiros divulgam pontos de bloqueio nas estradas

Em preparação para uma nova greve que pode ser deflagrada nesta segunda-feira (22), caminhoneiros divulgam em grupos de Whatsapp pontos que podem ser bloqueados nas estradas.

A informação é da coluna Painel S.A. da Folha de S.Paulo.

Segundo a coluna, a categoria ainda não tem consenso em torno da paralisação, mas se espalha entre os caminhoneiros a insatisfação com a tabela do frete divulgada na quinta (18) pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Protestos em Campina Grande

Os caminhões estão sendo parados e desviados para o acostamento. Veículos de menor porte e caminhões com cargas vivas e produtos perecíveis são liberados pelo bloqueio.

O presidente do Sindicato dos Condutores e Empregados de Empresas de Transportes de Combustíveis e Produtos Perigosos Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba (Sindconpetro-PB), Emerson Galdino, afirmou que a paralisação não tem, a princípio, o apoio da entidade.

“São os motoristas autônomos que estão puxando a greve, mas estamos prontos para dar um apoio. Não foi tido uma conversa da outra vez, de fazer uma greve organizada. Cada motorista tem seu pleito, nós também. O correto seria sentarmos e fazer. Mas está muito solto. E se for para ser desse jeito, fica complicado. Acho que não terá força. Estamos na expectativa para ajudar, desde que seja feito algo organizado”

Confira os vídeos:

 

*Com informações do 247

O negócio da Lava Jato com a indústria da anticorrupção

Ellen Gracie tentou que a Petrobras cedesse um prédio em Curitiba para abrigar a Lava Jato e levou o pleito para Raquel Dodge, que negou autorização.

Assim que cair a ficha da opinião pública, se constatará que o maior assalto cometido contra a Petrobras – em termos de valores – não foi o das empreiteiras, mas da Lava Jato em cumplicidade com a direção do órgão indicada por Michel Temer.

O jogo já está desvendado.

1 – O Procurador Geral da República Rodrigo Janot vai aos Estados Unidos com a equipe da Lava Jato entregar provas contra a Petrobras ao Departamento de Justiça (DoJ) americano. Com essa manobra, tiraram a Petrobras da condição de vítima, para a de ré. Alertei, na época, que essa jogada ainda irá levar Janot a um tribunal civil, para que responda pelo crime de lesa-pátria.

2 – Na nova condição, a Petrobras ficou exposta não apenas a multas bilionárias, como impedida de atuar em novos mercados, vetados pelos Estados Unidos.

3 – O dinheiro da multa foi dividido com a Lava Jato, que efetivamente recebeu e depositou em uma agência da Caixa Econômica Federal aguardando a criação da tal fundação destinada a bancar campanhas, palestras e cursos sobre compliance.

4 – Os principais integrantes da Lava Jato montaram empresas de evento ou se aposentaram para montar escritórios de advocacia especializados em compliance. Dentre eles, o ex-PGR Rodrigo Janot, a esposa do ex-juiz Sérgio Moro, os procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima, Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon.

5 – Ao mesmo tempo, a parceria com a nova diretoria da Petrobras abriu espaço para a contratação milionária de escritórios de advocacia americano para trabalhos de compliance, não apenas na Petrobras como na Eletrobras, por centenas de milhões de dólares.

6 – A principal beneficiária da indústria do compliance é Ellen Gracie, ex-Ministra da Supremo Tribunal Federal (STF). Coube a ela ser a interface da Petrobras com a Lava Jato. Nessa condição, procurou pessoalmente a PGR Raquel Dodge, tentando incluir no acordo um edifício da Petrobras em Curitiba – o escritório da Liquigás – para abrigar a Lava Jato. Dodge negou peremptoriamente autorização para a jogada.

No momento, Dodge se empenha em lutar, junto à Justiça americana, para que a Petrobras seja reconhecida como vítima, não como autora.

Provavelmente no dossiê Intercept haverá menções a autoridades na ativa que impulsionaram os escritórios dos quais se licenciaram na indústria do compliance ou das grandes causas.

Aliás, pelo bem da transparência pública, os Ministros Luiz Edson Fachin e Luis Roberto Barroso deveriam abrir informações sobre a carteira de clientes de seus escritórios que ficaram em nome de familiares.

Antes de ser nomeado para o STF e se tornado um juiz vingador, Fachin tinha um escritório acanhado que rapidamente cresceu a ponto de se tornar um dos maiores do Paraná.

Barroso e Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato do Rio, chegaram a ir aos Estados Unidos, em uma turnê sobre compliance, visitando grandes escritórios de advocacia interessados em entrar no mercado brasileiro.

 

*Por Luis Nassif/GGN

Glen Greenwald comenta o pus que jorra do vazamento das conversas de integrantes da Lava Jato

Glenn Greenwald, em uma sequência de tuítes, fala sobre a sujeira, o esgoto que trazem as conversas entre os integrantes da Lava Jato, procuradores da Força-tarefa e o ex-juiz Sergio Moro. Estômago forte é o mínimo que se exige para acompanhar tudo isso de perto.

As perguntas são, até quando essa sujeira toda vai cair na cabeça do povo brasileiro sem haja reação? Como o Brasil continuará de pé depois de tudo isso? Por que a apatia? O povo está anestesiado?

 

Bacanal jurídico: tá tudo dominado

Não é preciso fazer muito esforço para entender o que está acontecendo jurídica e politicamente no Brasil, muitas vezes as próprias imagens falam por si. Mas como não são só elas, as notícias, os vazamentos de conversas entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e demais procuradores da força-tarefa, que chegam a causar asco, estão aí revelando o bacanal jurídico e político em que se transformou o Brasil. Uma vergonha!

O Ministro do STF, Dias Toffoli, livra a cara de Flávio Bolsonaro, mandando interromper as investigações contra o senador no mesmo dia do pedido da defesa.

Raquel Dodge, de olho na continuidade no assento da Procuradoria Geral da União,  em quase uma súplica, promove, no Palácio do Planalto, um beija-mão de Bolsonaro e da primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de proteger Deltan Dallagnol.

Moro prevarica criminosamente como Ministro da Justiça e Segurança Pública. Os vazamentos da promiscuidade praticada na Lava Jato são publicados semanalmente, como o deste domingo (21) em que os procuradores da força-tarefa Dallagnol, Roberson Pozzobon, Jerusa Viecilli, Athayde Ribeiro, Antonio Carlos Welter, Januario Paludo e Julio Noronha, em troca de mensagens em que mostram, em palavras e desenhos, que sabiam da proteção de Sergio Moro a Flavio Bolsonaro, nada fizeram além de rir e se omitirem.

Tanto isso é verdade que Dallagnol disse que o hoje senador pelo PSL Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, “certamente” seria implicado no esquema. O procurador, no entanto, demonstrou uma preocupação: ele temia que Moro não perseguisse a investigação por pressões políticas do então recém eleito presidente Jair Bolsonaro e pelo desejo do juiz de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal, o STF.

A procuradora Jerusa Viecilli, crítica da aproximação de Moro com o governo Bolsonaro, responde aos comentários dos colegas sobre a proteção de Moro a Flavio Bolsonaro e, consequentemente, ao Presidente da República, “Falo nada … Só observo”.

Pois é, enquanto o ex-presidente Lula segue preso sem qualquer prova, o Brasil segue dominado por uma corja jurídica e política.

 

*Da redação

Novo vazamento: em chats secretos, Dallagnol sugeriu que Moro protegia Flávio Bolsonaro

Em chats secretos, Deltan Dallagnol, coordenador da operação Lava Jato, concordou com a avaliação de procuradores do Ministério Público Federal de que Flávio Bolsonaro mantinha um esquema de corrupção em seu gabinete quando foi deputado estadual no Rio de Janeiro. Segundo os procuradores, o esquema, operado pelo assessor Fabrício Queiroz, seria similar a outros escândalos em que deputados estaduais foram acusados de empregar funcionários fantasmas e recolher parte do salário como contrapartida.

Dallagnol disse que o hoje senador pelo PSL Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, “certamente” seria implicado no esquema. O procurador, no entanto, demonstrou uma preocupação: ele temia que Moro não perseguisse a investigação por pressões políticas do então recém eleito presidente Jair Bolsonaro e pelo desejo do juiz de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal, o STF. Até hoje, como presumia Dallagnol, não há indícios de que Moro, que na época das conversas já havia deixado a 13ª Vara Federal de Curitiba e aceitado o convite de Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, tenha tomado qualquer medida para investigar o esquema de funcionários fantasmas que Flávio é acusado de manter e suas ligações com poderosas milícias do Rio de Janeiro.

No dia 8 de dezembro de 2018, Dallagnol postou num grupo de chat no Telegram chamado Filhos do Januario 3, composto de procuradores da Lava Jato, o link para um reportagem no UOL sobre um depósito de R$ 24 mil feito por Queiroz numa conta em nome da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Segundo o texto, a “transação foi apontada como “atípica” pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e anexado a uma investigação do Ministério Público Federal, na Lava Jato”. “Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. A comunicação do Coaf não comprova irregularidades, mas indica que os valores movimentados são incompatíveis com o patrimônio e atividade econômica do ex-assessor”, escreve o UOL.

A notícia levou Dallagnol a pedir a opinião dos colegas sobre os desdobramentos do caso, e sobre como seria a reação de Moro. A procuradora Jerusa Viecilli, crítica da aproximação de Moro com o governo Bolsonaro, respondeu “Falo nada … Só observo ”. Dallagnol manifestou sérias preocupações com a forma que o ministro da Justiça conduziria o caso, sugerindo que o ex-juiz poderia ser leniente com Flávio, seja por limites impostos pelo presidente ou pela intenção de Moro de não pôr em risco sua indicação ao Supremo: “É óbvio o q aconteceu… E agora, José?”, digitou o procurador. “Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, escreveu. Dallagnol completou, sobre o presidente: “Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?”

8 de dezembro de 2018 – grupo Filhos do Januario 3

Deltan Dallagnol – 00:56:50 – https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2018/12/07/bolsonaro-diz-que-ex-assessor-tinha-divida-com-ele-e-pagou-a-primeira-dama.htm
Dallagnol – 00:58:15 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 00:58:15 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 00:58:38 – COAF com Moro
Dallagnol – 00:58:40 – Aiaiai
Julio Noronha – 00:59:34 – macaquinho tampando os olhos
Dallagnol – 01:04:40 – [imagem não encontrada]
Januário Paludo – 07:01:20 – Isso lembr
Paludo – 07:01:48 – Lembra algo Deltan?
Paludo – 07:03:08 – Aiaiai
Jerusa Viecilli – 07:05:24 – Falo nada … Só observo
Dallagnol – 08:47:52 – Kkk
Dallagnol – 08:52:01 – É óbvio o q aconteceu… E agora, José?
Dallagnol – 08:53:37 – Moro deve aguardar a apuração e ver quem será implicado. Filho certamente. O problema é: o pai vai deixar? Ou pior, e se o pai estiver implicado, o que pode indicar o rolo dos empréstimos?
Dallagnol – 08:54:21 – Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?
Dallagnol – 08:58:11 – Agora, Bolso terá algum interesse em aparelhar a PGR, embora o Flávio tenha foro no TJRJ. Última saída seria dar um ministério e blindar ele na PGR. Pra isso, teria que achar um colega bem trampa
Athayde Ribeiro Costa – 08:59:41 – É so copiar e colar a ultima denuncia do Geddel
Roberson Pozzobon – 09:02:52 – Acho que Moro já devia contar com a possibilidade de que algo do gênero acontecesse
Pozzobon – 09:03:19 – A questão é quanto ele estará disposto a ficar no cargo com isso ou se mais disso vir
Dallagnol – 09:04:38 – Em entrevistas, certamente vão me perguntar sobre isso. Não vejo como desviar da pergunta, mas posso ir até diferentes graus de profundidade. 1) é algo que precisa ser investigado; 2) tem toda a cara de esquema de devolução de parte dos salários como o da Aline Correa que denunciamos ou, pior até, de fantasmas.
Dallagnol – 09:05:54 – Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?
Andrey Borges de Mendonça – 09:21:16 – Uma vez pedi no caso da custo brasil e o pt alegou q era impenhorável segundo a lei eleitoral. O juiz acabou desbloqueando sem ouvir a gente. Mas confesso q nao sei se procede.
Paludo – 09:37:52 – Tem que investigar. E isso que ele sempre diz. Na pior das hipóteses, Podem ir os anéis (filho e mulher), mas ficam os dedos. Seria muito traumático o general assumir no lugar dele.
Viecilli – 10:06:32 – [imagem não encontrada]
Viecilli – 10:06:51 – emoji rindo
Dallagnol – 10:22:31 – Rsrsrs
Dallagnol – 10:39:47 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 10:41:04 – [imagem não encontrada]
Antonio Carlos Welter – 10:52:11 – O $$ termina na conta da esposa. Vao argumentar que alimentou a campanha. Periga terminar em AIME

A força-tarefa da Lava Jato e os procuradores citados no texto foram procurados para comentários, mas não responderam até a publicação da reportagem. Se o fizerem, atualizaremos o texto.

A situação de Moro – como investigar um caso de corrupção envolvendo o filho do presidente que o indicou ao cargo, ou, ainda corrupção envolvendo o próprio presidente e seus familiares? – levou Deltan a considerar evitar entrevistas sobre foro privilegiado por temer perguntas sobre o caso envolvendo Flávio.

‘Se deve ser investigado? É certo que sim’

No mesmo dia que o grupo conversou sobre o caso Queiroz, Dallagnol conversou com Roberson Pozzobon, também procurador na operação Lava Jato, em um chat privado. Eles aprofundaram a preocupação com entrevistas nas quais a situação de Flávio Bolsonaro poderia ser abordada.

Ao contrário de sua usual ânsia em falar publicamente sobre outros casos de corrupção, Deltan deu a entender que estava relutante em fazer uma condenação mais severa de Flávio por temer as consequências políticas de desagradar o presidente – exatamente como sugeriu que Moro pudesse agir.

8 de dezembro de 2018 – chat privado

Roberson Pozzobon – 09:12:41 – Em entrevistas, certamente vão me perguntar sobre isso. Não vejo como desviar da pergunta, mas posso ir até diferentes graus de profundidade. 1) é algo que precisa ser investigado; 2) tem toda a cara de esquema de devolução de parte dos salários como o da Aline Correa que denunciamos ou, pior até, de fantasmas.
Pozzobon – 09:13:05 – Tava escrevendo esse tuíte agora mesmo
Pozzobon – 09:13:11 – “Informação de que um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo PSL, Flávio Bolsonaro, movimentou 1,2 milhão de reais entre 2016 e 2017”. Se deve ser investigado? É certo que sim. É para isso que servem os relatórios de inteligência financeira do COAF. Pontuar as suspeitas no meio de bilhões de transações diárias https://www.terra.com.br/noticias/brasil/movimentacao-atipica-de-ex-assessor-de-flavio-bolsonaro-pode-levar-a-investigacao,8bb3ff45edd7744a4cad8dab9d014e87963u9zqu.html
Dallagnol – 10:04:00 – Não sei se convém o nível 2. Não podemos ficar quietos, mas é neste momento um pouco como com RD. Vamos depender dele pra reformas… Não sei se vale bater mais forte
Pozzobon –10:07:15 – Pois é
Pozzobon – 10:07:26 – To na msm dúvida

 

*Matéria completa no The Intercept Brasil