Tem algo de gênio em Lula sublinhando a cultura brasileira na sua dança do Jongo do Quilombo de Campinho em Paraty.
No momento em que um dos principais propósitos dos fascistas é massacrar a cultura brasileira, sobretudo aquelas que imprimem uniformemente a herança africana no Brasil, Lula empunha a bandeira dessas matrizes que são as matriarcas da arte brasileira.
Esse quadro de Lula dançando Jongo merece uma moldura para ser guardado para a história, pela representatividade da obra.
A dança ingênua de Lula tem um dos maiores significados políticos de sua trajetória. Lula se mistura com os artistas anônimos, o artista legião, aquele que estabelece o próprio estado de alma da arte brasileira. A arte que nasce pela exigência do meio, não a arte que é forjada dentro de um quadrado, porque nesse ambiente, a arte brasileira não se cria.
É uma coisa de difícil entendimento para os “cultos” endinheirados desse país.
Lula, na verdade, mostra qual é o seu lado nessa guerra de narrativas que o Brasil vive em que, de um lado estão as camadas mais pobres da população e seus tambores e, do outro, o poderio econômico da indústria de cultura de massa representada pela Globo, que é a principal porta-voz dos interesses da casa grande.
Lula, mais do que ninguém, sabe disso e, de maneira cirúrgica, somou-se à base da sociedade aonde está verdadeiramente a forma superior da nossa arte, a arte preponderante na vida da sociedade brasileira, não essa arte de meia cultura, da estética paranoica guiada por um padrão elitista, carregada de técnicas vendidas a peso de ouro para as classes dominantes.
Lula está aonde Villa Lobos foi buscar suas harmonias mais sofisticadas e explicou o motivo: as pessoas pobres têm uma relação muito mais próxima com sua própria natureza e, por isso, consegue buscar o que há de mais profundo em suas almas. E é exatamente essa mensagem que Lula carrega quando participa da roda de Jongo no Quilombo de Campinho, no momento em que Bolsonaro usa um negro na Fundação Palmares para vomitar todo o seu racismo. Assim como Moro evocou, com seu excludente de ilicitude, a sua licença para matar negros e pobres, ontem, felizmente, derrotada no Congresso.
Por isso, Lula, participando da roda de Jongo, cultura tão valorizada em seu governo com os Pontos de Cultura, não só dança, mas marca o território em que é um aliado de todas as horas.
Nos vídeos abaixo, Lula aparece dançando no Quilombo de Campinho em Paraty e, no outro, Martinho da Vila canta um Jongo do compositor Antonio Candeia e ainda, no terceiro vídeo, Canto dos Quilombos, de minha autoria, do álbum duplo Vale dos Tambores que só possível ser realizado durante o governo Lula em 2005.
A alegria, o amor, a liberdade e a dança do nosso querido Luiz Inácio LULA da Silva e a namorada Janja durante uma roda de jongo, hoje, na Comunidade Quilombola Campinho da Independência em Paraty (RJ). Lula Inspira! #lulainspira #amor #paz #liberdade pic.twitter.com/Xph6WqWTBk
— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) December 5, 2019
https://youtu.be/DERR-QBNN-w?t=8
*Carlos Henrique Machado Freitas
2 respostas em “Vídeos: A força simbólica de Lula dançando Jongo no Quilombo de Campinho – Paraty”
Um país (Brasil) que ex-juiz descumpridor da Constituição/88 comprovado e mentiroso é “Ministro” de segurança do Brasil só podemos esperar milagres das alturas? Porque num país com “justiça” este cidadão já estaria deposto e na cadeia. provas inquestionáveis apontadas pela “INTERCEPT” e continuar no cargo de “Ministro” é lamentável. Oxalá Deus de entendimento ao “Congresso Nacional-empresarial” ou ao (CNJ e ao STF) dando um basta ao criminoso comprovado colocando-o na cadeia para no Brasil voltar a ter normalidade democrática.
[…] Celeste Silveira, compartilhado de Antropofagista […]