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Dez anos da saída da presidência e a mídia não consegue deixar de expressar o ódio a Lula e a aversão aos pobres

Podem fazer as contas de cima para baixo, de baixo para cima, de lado a lado, que não encontrarão na história do Brasil um presidente que tenha feito mais e melhor por esse país do que Lula.

Podem se contorcer em retóricas moralistóides, em éticas enviesadas que jamais apagarão a memória viva dos tempos de crescimento e vigor da economia brasileira da era Lula, sobretudo se somado ao primeiro mandato de Dilma, o que ela pôde governar. Aí é covardia.

O Brasil saiu da humilhante 14ª posição no ranking das economias globais, ultrapassou o Reino Unido e se transformou na 6ª maior economia do mundo.

Dá até para imaginar as redações da mídia industrial brasileira se rasgando de ódio desses resultados. O mundo se rendia a Lula, à sua genialidade que, diante de uma crise mundial das mais agudas da história, provocada pela quebra dos EUA, Lula apresentou um crescimento de 7,5% do PIB. Mas para a mídia isso não importa, o que importa é que Lula teve a audácia de tirar o Brasil do mapa da fome, de erradicar a mortalidade infantil em decorrência da miséria.

Isso foi imperdoável para uma mídia que está aí há séculos vomitando ódio contra escravos, enaltecendo o chicote dos barões, ditaduras e esquadrões da morte. Tudo contra as camadas mais pobres da população.

É desse filão de aspectos nefastos que a mídia se nutriu durante séculos nesse país. Nasceu, manteve-se e se sustenta para isso, ser a principal porta-voz dos interesses de uma elite econômica que não tem classificação, uma elite que não tem interesse somente em lucrar. O Brasil, para eles, tem que segregar, humilhar, perseguir sem parar negros e pobres.

Nesse país, não pode haver qualquer política minimamente civilizada que dê às pessoas ao menos condição de sobrevivência. Isso, para a elite e, consequentemente, para a mídia, é um insulto que jamais pode ser esquecido por aquele que cometer esse desatino de dar um sopro de dignidade aos deserdados.

Podem dar volta no que for, usar manchetes com duplo sentido, como as de hoje sobre Marcelo Odebrecht falando de Lula, numa edição grosseira para atacar Lula que não esconderão a intenção de fundo que é atacar os pobres e produzir o máximo possível de pobreza num mundo miserável. Aliás, essa mesma mídia adora sair na foto carregando alça de caixão de pobres atacados pela PM, como se não fosse ela a principal incitadora de ódio contra os favelados para agradar a sua clientela burguesa, além de ser a que mais oculta as chacinas que o Estado promove contra a população de baixa renda nas periferias e favelas.

Dez anos é muito pouco para uma mídia que não consegue sair do Brasil colonial, escravocrata, inquisidor e deixar de atacar Lula por um dia.

Desde que Lula surgiu, ainda como sindicalista, esse nordestino que chegou de pau de arara a São Paulo e se atreveu a liderar o maior movimento sindical da história do Brasil, que seu rosto foi estampado nas redações com os dizeres “procura-se”, “paga-se uma boa recompensa para quem entregar a sua cabeça na bandeja”.

É esse cartaz amarelado que ainda está em destaque nas redações da mídia brasileira até hoje.

Na verdade, eles usam a foto de Lula porque seria feio utilizar a foto de um pobre, de um negro, é melhor usar a de Lula que os representa. Assim, ele pode ser atacado de todas as formas e unir no mesmo balaio contra ele toda a escória da vida nacional, que vai de juízes a milicianos, de procuradores a traficantes, de empresários a contrabandistas, de grandes sonegadores a agiotas da esquina. Todos são bem vindos na casa dos barões da mídia se o alvo do ódio for Lula, melhor dizendo, se o alvo for o pobre, o miserável, o desvalido.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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