Ano: 2019

Vídeo: Ainda veremos Bolsonaro e seus filhos saírem algemados do poder, diz Florestan Fernandes Jr.

Em entrevista à TV 247, o jornalista Florestan Fernandes Jr. afirmou que acredita na prisão de Jair Bolsonaro e filhos em 2020 como desfecho da investigação sobre o esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro.

O jornalista Florestan Fernandes Jr. afirmou à TV 247 que acredita na prisão de Jair Bolsonaro e filhos em 2020. Para ele, este será o desfecho da investigação do esquema de rachadinha no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual na Alerj, que envolve seu ex-assessor Fabricio Queiroz e Adriano da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, grupo de miliciano suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco.

“Eu não ficaria surpreso de no ano que vem assistir a uma imagem do senhor presidente da República sendo algemado e levado, junto com os filhos, para o mesmo lugar onde está o Sérgio Cabral, talvez sendo colegas de sala e jogando xadrez”, disse Florestan.

Para o jornalista, a família Bolsonaro já cumpriu seu papel para a elite e, com os recorrentes ataques aos grandes grupos de comunicação do Brasil, ela pode ser descartada rapidamente. “Eu acho que ele cumpriu a função dele. Como com o Eduardo Cunha a missão era o impeachment da Dilma, a missão do Bolsonaro era fechar a reforma da Previdência e privatizar o patrimônio nacional por meio do Guedes. Agora ele não tem muita serventia, mesmo porque ele vive peitando os senhores da comunicação. Acho que a batata dele cozinhou porque o histórico dele é muito complicado”.

Florestan ainda ressaltou as tentativas de Jair Bolsonaro de se esquivar dos questionamentos acerca do esquema envolvendo seu filho Flávio e sua ex-esposa Ana Cristina Valle. “Levaram um ano e dois meses para chegarem no Queiroz. Será que esse tempo não foi suficiente para ele destruir provas e outras coisas importantes para a gente entender o funcionamento desse esquema que foi montado pela família Bolsonaro durante décadas? Só o Bolsonaro tem 28 anos como parlamentar, no Rio de Janeiro e Brasília. O esquema envolve a ex-mulher, mas o Bolsonaro cisma em dizer que não tem nada a ver com isso, que isso é problema dos filhos dele e que perguntem apenas o que diz respeito a ele. O que diz respeito a ele, por exemplo, é que a filha do Queiroz foi funcionária dele e não aparecia para trabalhar”.

Assista à entrevista:

 

 

*Com informações do 247

Leandro Fortes: Bolsonaro, a besta, está babando

Quem, como eu, passou os últimos 30 anos como jornalista militante, em Brasília, sempre soube que Jair Bolsonaro era um desqualificado absoluto. Um sujeito simplório, ignorante, mas esperto o suficiente para ter vislumbrado na comunidade de baixas patentes das Forças Armadas um nicho eleitoral eficiente.

Nessa alcova, elegeu-se repetidamente deputado federal, ora pregando o fechamento do Congresso Nacional, ora dando abrigo a mulheres de praças e oficiais que iam bater panela na Esplanada dos Ministérios em nome das reivindicações salariais dos maridos.

Sua presença era risível, no pior sentido, dentro do Parlamento, onde transitava sem amigos ou aliados, um espectro que provocava somente desprezo e asco, nas poucas vezes que abria a boca para tratar sobre qualquer coisa.

Que Bolsonaro tenha se tornado presidente da República diz muito mais sobre o tipo de sociedade que nos tornamos – individualista, mesquinha e ignorante – do que sobre ele mesmo.

Ao vê-lo vociferando sobre jornalistas, sob aplausos e mugidos da claque de idiotas estacionada no Palácio da Alvorada, digo, sem titubear: Bolsonaro não mudou em absolutamente nada.

Continua o mesmo alucinado que escarrava impropérios contra repórteres, quase sempre mulheres, nos corredores da Câmara. O mesmo parlamentar que desrespeitava colegas – sempre mulheres – com agressões de baixíssimo calão, com modos de psicopata.

As revelações de que o filho mais velho, Flávio Bolsonaro, o 01, comandava o crime organizado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro serviu apenas para jogar sua personalidade caótica no campo da irracionalidade absoluta.

A permanência desse sujeito na Presidência da República deixou, faz tempo, de ser um exotismo político. Trata-se, agora, de um insulto civilizatório que ameaça o próprio conceito de democracia, sob qualquer aspecto, mas sobretudo, o moral.

 

 

*Leandro Fortes/247

Loja da Kopenhagen de Flávio Bolsonaro tinha volume de depósitos em dinheiro muito acima de negócios semelhantes

A porcentagem aumentava nos dias próximos do recebimento de salários dos assessores da Assembleia Legislativa do Rio e MP aponta lavagem de dinheiro.

Desde que o senador Flávio Bolsonaro assumiu a franquia da loja da Kopenhagen do shopping Via Parque, zona oeste do Rio de Janeiro, até 2018, o volume de depósitos em dinheiro vivo foi o equivalente a 37,5% dos recebimentos por cartões de débito e crédito. De 2015 a 2017, atingiu 41,8%, de acordo com reportagem de Ana Luiza Albuquerque, da Folha de S. Paulo.

Para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o volume de depósitos em espécie na conta da franquia do filho do presidente era desproporcional em relação a negócios semelhantes.

Em depoimento ao MP, o antigo proprietário da loja declarou que essa proporção girava em torno de 20%, o que confirma a apuração.

A investigação aponta, ainda, que a entrada dos recursos em dinheiro em favor da empresa coincidia com os dias em que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), arrecadava parte dos salários dos empregados do filho do presidente, quando ele era deputado estadual.

A suspeita principal é de que a loja foi usada para a lavagem de dinheiro no esquema de “rachadinha”.

Os depósitos em espécie nas contas da loja teriam como objetivo “esquentar os recursos obtidos ilegalmente”, conforme avaliação da Promotoria.

De acordo com as apurações, o volume de créditos efetivos nas contas da loja suplantou em 25% o faturamento auferido pelos fiscais do shopping de 2015 a 2018. Em valores absolutos, a diferença chega a R$ 1,6 milhão.

 

 

*Com informações da Forum

Os jornalistas que armaram matérias com a Lava Jato

Ao menos cinco repórteres “de confiança” combinaram matérias com a força-tarefa. Coincidência – ou não – cinco jornalistas celebraram a condenação do ex-presidente Lula com selfie após julgamento do TRF-4.

A nova reportagem da Vaza Jato, publicada nesta sexta-feira (20) pelo The Intercept e a Ilustríssima, da Folha de S.Paulo, revelou o conluio de jornalistas de diferentes veículos com procuradores da Lava Jato para favorecer a narrativa da força-tarefa através de matérias jornalísticas. Ao menos cinco repórteres “de confiança” combinaram matérias com os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, responsáveis pelo trato com a imprensa.

Coincidentemente – ou não -, cinco jornalistas celebraram a condenação do ex-presidente Lula após julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em uma selfie dentro do próprio tribunal.

A imagem foi publicada por Germano Oliveira, editor da revista IstoÉ, responsável por uma série de reportagens fantasiosas contra Lula. A principal delas, no entanto, foi a que deu início ao caso do Triplex do Guarujá, servindo como notícia-crime para abertura do processo e que resultou na prisão política do ex-presidente.

Ao lado de Germano na selfie do dia da condenação de Lula, estão outros jornalistas também reconhecidos como interlocutores da Lava Jato. São eles: Vladimir Netto, da TV Globo, Ricardo Brandt, do Estadão, André Guilherme, do Valor Econômico, e Flávio Ferreira, da Folha de S. Paulo.

Netto é filho da jornalista Miriam Leitão e autor da biografia do ex-juiz Sergio Moro, intitulada “Lava Jato – O juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil”. A esposa do jornalista, Giselly Siqueira, foi uma das nomeadas por Moro para trabalhar em seu gabinete, assim que assumiu o ministério da Justiça. Ela, no entanto, pediu demissão em julho.

Ricardo Brandt é outro jornalista que também aparece na selfie e que atuou na articulação de matérias jornalísticas com procuradores da força-tarefa. Repórter do Estadão especializado na Lava Jato juntamente com Fausto Macedo, ele chega a ser citado por Santos Lima, no grupo “Filhos do Januário”, em uma das mensagens divulgadas pela Vaza Jato. Nas mensagens, o jornalista aconselha o procurador sobre como deve ser o tom de seu depoimento para uma das matérias sobre a Lava Jato.

A matéria da Vaza Jato desta sexta-feira confirma a ligação íntima dos procuradores com jornalistas, que submeteram ao coordenador da força-tarefa os textos de suas reportagens antes da publicação, para que apontasse erros ou imprecisões. Outros concordaram em publicar entrevistas que Deltan Dallagnol respondeu por escrito, inclusive com o acréscimo de questões que não tinham sido feitas.

A reportagem da Vaza Jato não revela quem são os jornalistas. Pelo histórico, no entanto, é possível identificar alguns daqueles que ajudaram a construir a narrativa da Lava Jato sobre o processo histórico que levou o Brasil ao triste quadro atual. Não necessariamente são os cinco da foto, mas certamente alguns desses não teriam coragem de dizer que não estão entre os que a reportagem da Vaza Jato citou como parte do conluio com o MP.

 

 

*Com informações da Forum

Freixo: Bolsonaro despachava no gabinete de Flávio e Queiroz às sextas

“Jair Bolsonaro, às sextas-feiras, quando deputado federal, era assíduo frequentador do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa. Trabalhava de lá. Ele sempre controlou os mandatos dos filhos com pulso muito forte. Inclusive havia um rodízio de pessoas e parentes entre os gabinetes. Há indícios de que esse vínculo criminoso com ex-policial Fabrício Queiroz não começa, nem termina com Flávio, mas envolve toda família.”

A declaração é do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que foi colega de legislatura de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio e presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias, na mesma casa, em 2008. Ele afirma que a instalação de uma CPI das Milícias no Congresso Nacional ganhou força após a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro envolvendo o primogênito do presidente da República e, hoje, senador, além do “faz-tudo” da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e ex-assessores do gabinete de Flávio – entre eles, parentes da ex-esposa de Jair.

De acordo com o MP, há indícios de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, organização criminosa.

“Bolsonaro ataca exatamente as instituições que investigam os crimes em que sua família estaria envolvida. O presidente trata o caso como “pequeno”. Mas não é o presidente que determina o tamanho da denúncia contra seus filhos, mas os órgãos que o investigam – órgãos, esses que ele ataca para que não investiguem seus filhos”, diz Freixo.

Para ele, que ainda tem que andar escoltado por ter presidido essa CPI, se dinheiro público foi parar nas mãos de um chefe de um grupo de extermínio como o “Escritório do Crime”, acusado de envolvimento na execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o caso é de cadeia. “Daí, torna-se necessário perguntar: onde realmente ficava o Escritório do Crime?”

Como você avalia as acusações do presidente Jair Bolsonaro ao Ministério Público do Rio de Janeiro, de servir aos interesses do governador Wilson Witzel, em resposta às investigações envolvendo seu filho, Flávio?

A família Bolsonaro está envolvida com o que há de pior no Rio de Janeiro, que são as milícias. O nome Bolsonaro, hoje, mais do que um laço familiar, é um laço criminoso. Isso precisa ser muito bem investigado. O descontrole do presidente com os jornalistas, na frente do Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta, combina com a gravidade da denúncia contra a sua família.

Bolsonaro se elege dizendo que não fazia parte da política. Por isso, sempre atacou o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público, todas as instituições, para criar uma ilusão de que estava fora da política. Mas nunca esteve, pelo contrário, fazia parte da pior política possível – que é a política do toma-lá-dá-cá, da corrupção, do desvio de dinheiro público, do vínculo com o crime.

Ele ataca exatamente as instituições que investigam os crimes que sua família estaria envolvida. O presidente trata o caso como “pequeno”. Mas não é o presidente que determina o tamanho da denúncia contra seus filhos, mas os órgãos que o investigam – órgãos, esses, que ele ataca para que não investiguem seus filhos.

Esse vínculo com crimes do qual você fala incluem vínculos com milícias?

O Ministério Público diz que Flávio Bolsonaro é chefe de quadrilha. E um comandante dessa quadrilha é Queiroz, já tão conhecido da sociedade brasileira. Alguém que mexeu com milhões de reais em dinheiro ilícito vindo dos gabinetes da família Bolsonaro e tem ligação direta com milícia – e não sou eu quem está dizendo isso, mas o MP.

Uma das pessoas homenageadas por Flávio Bolsonaro, que contava com relações com o Queiroz, que tinha parentes empregados, inclusive como “laranjas”, dentro do gabinete do então deputado estadual, é Adriano Nóbrega, hoje, um foragido da Justiça por chefiar um grupo de extermínio. Jair Bolsonaro sempre defendeu as milícias. Mas, ao que parece, as relações são mais profundas do que isso.

Quem colocou Queiroz no cargo para comandar a quadrilha? Foi o Flávio, que tinha poucos anos de idade quando Jair conheceu o ex-policial ou foi o próprio presidente? Jair Bolsonaro, às sextas-feiras, quando deputado federal, era assíduo frequentador do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa. Trabalhava de lá. Ele sempre controlou os mandatos dos filhos com pulso muito forte. Inclusive havia um rodízio de pessoas e parentes entre os gabinetes. Há indícios de que esse vínculo criminoso com ex-policial Fabrício Queiroz não começa, nem termina com Flávio, mas envolve toda família.

Falar disso não é politizar o caso. Quem está politizando o caso é Jair Bolsonaro, tentando diminuir e impedir investigações e acusar os órgãos competentes para isso.

Você que já investigou milícias no Rio, o que significa a proximidade do gabinete de Flávio com o líder do Escritório do Crime?

Se as investigações comprovarem que dinheiro público – e é bom sempre lembrar que o dinheiro era público – foi parar nas mãos de Adriano Nóbrega através de gabinete de Flávio, daí torna-se necessário perguntar: onde realmente ficava o Escritório do Crime? Quem comandava o verdadeiro Escritório do Crime? Seria Adriano ou Bolsonaro. Pode ser que o verdadeiro Escritório do Crime não tenha Adriano como líder, mas o líder seja outro. Se dinheiro público foi parar nas mãos de um chefe de grupo de extermínio através da família Bolsonaro, isso é um caso de cadeia.

A gente está diante de uma crise muito grave na República brasileira. Não é admissível que uma família de políticos esteja envolvida com a milícia neste grau. É importante dizer que milícias comandam vasto território no Rio, fazem extorsão contra pessoas, é responsável por milhares de homicídios.

Quem colocou Queiroz lá? O Queiroz obedecia a quem de verdade? O Queiroz operou esses milhões em nome de quem? Por que esse cheque de R$ 24 mil, que Bolsonaro diz ser retorno de empréstimo de Queiroz, parou na conta da primeira-dama? Qual a relação que esse grupo tinha com a milícia em termos de domínio territorial? Se dinheiro foi mesmo para o Adriano Nóbrega, pagou quais serviços? Qual serviço que o Adriano poderia devolver à Família Bolsonaro?

O que o Congresso Nacional deve fazer diante dessas novas informações?

Já havia um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as milícias. Após o recesso parlamentar, isso vai ganhar força. Flávio Bolsonaro pedir no Supremo para não ser investigado é uma vergonha, uma confissão de culpa, praticamente. Não basta os elementos que mostram que a loja de chocolate do então deputado e, hoje, senador era usada para lavagem de dinheiro. Não dá para reduzir chamando de “rachadinha” apenas. É crime, é quadrilha, é grupo mafioso.

Fui presidente da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio de janeiro. Em uma Comissão Estadual, você investiga a questão territorial. No Congresso Nacional, o principal é investigar relações políticas. Que redes políticas se elegem com essas milícias? A milícia é o único grupo criminoso que transforma domínio territorial em eleitoral, que tem projeto de poder político. Quando um grupo familiar alimenta e é alimentado por milícias, isso é uma ameaça democracia.

 

 

*Leonardo Sakamoto/Uol

Vídeo: Mídia perfilada, suprime o fato mais grave da denúncia da PF e MP sobre os assassinos de Marielle lotados no gabinete de Flávio

Não se viu, até o presente momento, ninguém da mídia industrial sublinhar e colocar em debate o fato de Adriano Magalhães da Nóbrega, sócio de Ronnie Lessa no Escritório do Crime, ambos acusados de assassinar Marielle, aparecerem nessa denúncia muito mais próximos do clã Bolsonaro do que foi revelado até então.

Ora, nesse caso nem é preciso juntar os fios, porque eles nem estão soltos, ao contrário, estão plugados tanto no gabinete de Flávio Bolsonaro quanto agora no Palácio do Planalto com Bolsonaro.

O fio condutor que faz esse elo é o Queiroz, já que Adriano da Nóbrega recebeu do cartel Bolsonaro parte dos salários do esquema de rachadinha.

Convenhamos, fala-se aqui de um dos acusados de participar do assassinato de Marielle e sócio do Escritório do Crime de, nada mais, nada menos que Ronnie Lessa, o vizinho de Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra que, junto com outros integrantes do mesmo escritório e Élcio de Queiroz, participou da execução da vereadora do Psol, o que gerou também o depoimento do porteiro sobre a casa 58 e a voz do seu Jair que Moro, através de intimidação, conseguiu neutralizar.

Ao contrário de focar nesse ponto, que é o mais grave do que foi revelado até agora, do caso Queiroz e Flávio Bolsonaro, a mídia, rapidamente, conseguiu focar a denúncia apenas em fatos ligados à lavagem de dinheiro envolvendo essa organização criminosa.

Com isso, o caso Marielle foi abafado, pois em hora nenhuma a Globo em seus telejornais, citou sequer o nome de Marielle como vítima fatal desse cartel. Isso sem falar do fumacê que o próprio Bolsonaro e Flávio estão produzindo para que essa questão não seja colocada no centro do debate. Basta observar o vídeo de Flávio para concluir que ele fala de tudo, menos desse que é o fato mais grave, a execução de Marielle por milicianos ligados ao seu gabinete, sócios do vizinho de seu pai na Barra da Tijuca.

Cabe à mídia independente focar nessa questão que, por motivos óbvios, a mídia industrial, historicamente tucana, blinda a família Bolsonaro naquilo que, se confirmado, derruba Bolsonaro instantaneamente.

*Carlos Henrique Machado Freitas

Vídeo – Grave denúncia de Bebbiano: Pessoa próxima de Bolsonaro tentou sequestrar colunista Lauro Jardim, do Globo

Revelação foi feita em entrevista ao programa Três em Um da Rádio Jovem Pan.

Após o presidente Jair Bolsonaro declarar suspeitar que uma pessoa próxima estaria envolvida no episódio da facada de Adélio Bispo, o ex-ministro Gustavo Bebianno – apontado pelo O Antagonista como o “suspeito” – soltou o verbo no programa 3 em 1 da Rádio Jovem Pan. O ex-bolsonarista, que pregou a interdição de Bolsonaro, afirmou que um aliado do presidente tentou sequestrar o jornalista Lauro Jardim, do O Globo, e fez ameaças a outros profissionais do grupo.

“O presidente parece que escolhe a dedo pessoas muito perigosas. Há um pessoa muito próxima a ele que recentemente tentou sequestrar um jornalista do Sistema Globo. Pegou o jornalista Lauro Jardim na saída de um restaurante em São Paulo e tentou enfiar o Lauro Jardim dentro de um automóvel. O Lauro ficou muito nervoso, muito preocupado, o assunto foi levado à direção da TV Globo, foi parar no departamento jurídico e essa pessoa foi notificada pelo Sistema Globo para que não se aproximasse mais do Lauro Jardim”, declarou o ex-ministro.

“Essa mesma pessoa já ameaçou uma outra jornalista da Revista Época e já fez ameaças veladas a uma outra jornalista do Jornal O Globo. São essas as pessoas que estão ao redor do presidente. É muito preocupante”, completou.

O ex-aliado ainda reafirmou que está se reunindo com juristas para tentar pedir a interdição de Bolsonaro. “É um quadro grave de loucura. Me preocupa muito o Brasil estar entregue nas mãos de uma pessoa tão desequilibrada, porque se ele é capaz desse tipo de atitude em relação a assuntos menores, se é capaz desse tipo de loucura, de devaneio, ele poderá colocar o Brasil em situações muito complicadas. Acho que o Brasil não pode estar sob o comando de uma pessoa tão desequilibrada”, afirmou. “Vou processá-lo na esfera cível, criminal, e vamos promover um processo de interdição”, completou.

A revelação gerou uma grande repercussão nas redes. O jornalista Fabio Pannunzio foi um dos que condenou o episódio. “É gravíssima a denúncia do Gustavo Bebianno à Jovem Pan de que alguém muito próximo de Bolsonaro tentou sequestrar o jornalista Lauro Jardim. Não tenho dúvida de que jornalistas são alvo da ira desse grupo de fanáticos, mas uma ação como essa pode botar abaixo a República”, disse.

Confira o vídeo:

 

 

*Com informações da Forum

Bolsonaro, desesperado com o escândalo Queiroz, pensa em tirar a PF do controle de Moro

O avanço das investigações sobre o esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro levou o governo de Jair Bolsonaro a cogitar uma ideia que pode levar à demissão de Sérgio Moro; trata-se do plano para retirar a Polícia Federal da alçada do Ministério da Justiça, esvaziando ainda mais o papel do ex-juiz, segundo informa a jornalista Vera Magalhães.

O fechamento do cerco em torno das relações financeiras entre Fabrício Queiroz, o ex-assessor que gerenciava os gabinetes da família Bolsonaro, o senador Flávio e familiares da segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina, fez com que ganhasse corpo a ideia de tirar a Polícia Federal da alçada do ministro Sérgio Moro.

É isso que explica a discussão, extemporânea aparentemente, de se recriar o Ministério de Segurança Pública, que existia sob Michel Temer e foi extinto justamente para concentrar atribuições e poderes em torno de Moro”, informa a jornalista Vera Magalhães, do site BR Político, do grupo Estado de S. Paulo.

“A possibilidade de que o caso Queiroz atinja Bolsonaro e a família, o que levaria a PF a ser acionada, explica a pressa em tirá-la da alçada de Moro e colocá-la sob o comando de alguém mais próximo de Bolsonaro, além de político“, informa ainda Vera Magalhães.

 

 

*Com informações do 247

Vídeo: Como fazem os ratos quando se sentem cercados, perguntado sobre o cheque de Queiroz a Michelle, Bolsonaro ataca jornalista

Um Bolsonaro mais sobressaltado do que o normal hoje em entrevista, mostrou que a água está batendo na bunda.

Prevendo desastres futuros, pelo andar da carruagem, Bolsonaro faz uso da lógica dos desesperados de que a melhor defesa é o ataque. Ou seja, além de não suprimir atritos, o Presidente da República os cria e tenta usar sua gritaria como ópio para seu gado que já começa a mugir menos em sua defesa.

Então, sentindo que o entusiasmo da pastagem anda muxoxo depois das revelações de transferências de Queiroz para Flávio Bolsonaro de uma grana maciça, qualquer abordagem de um jornalista sobre o tema, melindra a realeza, porque Bolsonaro quer fazer barulho para se transformar numa caricatura de si mesmo e, com isso, mudar a direção indicada pelo próprio Queiroz de quem é o chefe geral da organização criminosa que hoje comanda o país.

Bolsonaro se comporta como um peixe pego pelo anzol, não tem como se livrar dele e, daqui por diante, fará o que faz todo peixe quando está nessa condição, debate-se, nada pra lá e pra cá numa velocidade frenética, mas encontra o drama pessoal como resposta ao que já está sacramentado.

A grande dificuldade de Bolsonaro é justamente transferir para seu filho Flávio a responsabilidade dos rolos do Queiroz. Bolsonaro já sabe que ele não engana mais ninguém. E a tendência é se tornar mais agressivo e, ficando mais agressivo, mostra-se mais nu e, estando mais nu, dobrará a aposta na agressividade até lhe sobrar apenas osso.

Essa reação que o vídeo mostra serve como termômetro de um sujeito que está entre a cruz e a caldeirinha e resolve bancar o animal selvagem para tentar alguns segundos de adiamento de “uma pica do tamanho de um cometa”, que vai lhe varar de fora a fora.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Ibope: Rejeição a Bolsonaro dispara e já chega a 53% os que o reprovam

Feita antes mesmo da descoberta do megaesquema de corrupção em torno do caso Queiroz, a nova pesquisa Ibope aponta que 53% dos brasileiros desaprovam a maneira com que Jair Bolsonaro governa o Brasil; isso indica que os resultados devem piorar ainda mais, depois das denúncias sobre a rachadinha e a ligação de Bolsonaro com milicianos.

O Brasil rejeita Jair Bolsonaro. É o que aponta a nova pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, segundo informa o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna. “A popularidade do governo, a confiança e a aprovação da população na maneira de Jair Bolsonaro governar estão em queda, de acordo com uma nova pesquisa feita pelo Ibope. A maioria dos entrevistados, 53%, não aprovam o modo de Jair Bolsonaro governar o Brasil. É o seu pior resultado entre as quatro pesquisas feitas pelo Ibope neste ano. A pesquisa, que será divulgada ainda hoje pela CNI, que encomendou o levantamento, foi feita entre os dias 5 e 8 de dezembro, antes, portanto, de o caso Flavio/Queiroz voltar ao noticiário”, diz o colunista.

*53% não aprovam a maneira de Bolsonaro governar (eram 40% em abril e 48% em junho e 50% em setembro). Aqueles que aprovam somam 41% (eram 51%, 46% e 44% nas pesquisas anteriores). Um total de 6% não quiseram responder.

*A confiança em Bolsonaro também decresceu, mas marginalmente, dentro da margem de erro. Os que disseram “confiar” no presidente foram 41% dos entrevistados. Em abril, esse percentual era de 51% (caiu para 46% em junho e para 42% em setembro). Por outro lado, 56% disseram “não confiar” em Bolsonaro (eram 45% em abril e 51% em junho e 55% em setembro).

*A avaliação positiva (ótimo e bom) do governo era de 35% em abril, caiu para 32% e 31% em junho e em setembro, respectivamente, e agora está em 29%.

* A avaliação negativa (ruim e péssimo), por sua vez, subiu de 27% em abril para 32% em junho, em setembro chegou a 34% e agora alcançou 38%.

*Os que consideram o governo “regular” são 31% (eram 31% em abril e os mesmos 32% em junho e em setembro). Os que não sabem ou não quiseram responder somaram 3%.

 

 

*Com informações do 247