Mês: janeiro 2020

“A chance no momento é zero”, gagueja Bolsonaro sobre furar o trato de rachadinha com Moro pela cabeça de Lula

Esse “no momento” de Bolsonaro é um aviso a Moro que ainda não mandou seus arapongas fazerem uma varredura arrumada da vida nada republicana do chefe da milícia de Curitiba.

O fato é que a espada sangrenta do “mito” na hora “H”, brochou.

Moro e Bolsonaro estão se chantageando mutuamente, mas “no momento” Moro ameaça jogar a PF contra a família Bolsonaro no caso das rachadinhas e de Marielle.

Esse é um fato que nem a mídia industrial esconde mais.

Hoje Bolsonaro está nas mãos de Moro. É chantagem ao vivo e a cores em cadeia nacional.

O banner ridículo da Secom é um claro pedido de desculpas de Bolsonaro.

Mas quem sai fortalecido dessa guerra além da guerra? Ninguém.

Bolsonaro e Moro se desgastam mutuamente.

A tática mais patética nem é da Secom, mas do escritório do ódio, o QG Bolsonarista comandado por Allan Santos que quer transferir para a grande mídia a responsabilidade de ter criado um “fake-news” sobre o caso, quando todos viram de boca pronta Bolsonaro avisar que Moro estava na frigideira.

Moro não abriu mão do que foi tratado na rachadinha com Bolsonaro pela cabeça de Lula e a consequente vitória de Bolsonaro.

Quer as duas pastas ou joga na mídia amiga o que sabe sobre os casos Marielle e Queiroz.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Bolsonaro amarela e mostra que Moro é quem manda na birosca porque tem na manga os casos Marielle e Queiroz

As pessoas que puseram os olhos nas críticas feitas pela grande mídia ao procurador que denunciou Glenn Greenwald e a atitude destrambelhada de Fux de suspender o juiz de garantias, mostrando que o Brasil se transformou num pardieiro institucional, não viram qualquer citação a Moro como o mentor das duas trapaças, o  que significa que Moro continua sendo a aposta do baronato midiático para a cadeira presidencial em 2022.

Essa mistura de Aécio, Collor e Bolsonaro, encarnada por Sergio Moro, já tem a bênção dos magos da manipulação midiática. Isso, por si só, já mostra que Moro goza de muito mais prestígio na mídia do que Bolsonaro, mesmo este cumprindo a agenda ultraneoliberal que a mídia tanto queria por ordem dos banqueiros, rentistas e grandes empresários.

Com o recuo de Bolsonaro sobre a retirada de poder de Moro, arrancando dele a pasta da Segurança Pública, ficou evidente que Moro sabe muito mais de Bolsonaro do que o contrário. Não que falte matéria prima para Bolsonaro transformar em bomba atômica contra Moro, para tanto basta o GSI dar uma fuçada no escabroso caso do Banestado nas acusações de Tacla Duran e na tentativa frustrada do clã lavajatista de centrifugar R$ 2,5 bilhões da Petrobrás, na mão grande, com a fajuta desculpa de que usariam o dinheiro do roubo para montar uma fundação de combate à corrupção, o que por si só já é uma piada, que saia muita coisa graúda do fundo dessa lama.

O fato é que tudo indica que Bolsonaro tentou pegar Moro no contrapé e acabou sendo pego nessas condições.

Certamente, o caso Marielle, numa soprada leve de Moro, deve ter feito sombra na decisão de Bolsonaro tirar a pasta da Segurança Pública das mãos de Moro, assim como o já enlameado Flávio Bolsonaro e seu enrosco com Queiroz, deve ter dado muita munição para um dossiê detalhado sobre todo o esquema, incluindo aí, como já se viu, a primeira-dama e a alta bandidagem carioca comandada pelas maiores milícias do país.

Com essa decisão, Bolsonaro, se não passa a faixa presidencial para Moro, transfere para ele o título de mito, ficando para Bolsonaro o de murcho, frouxo, deixando estarrecidos muitos bolsonaristas de raiz com a cara dura do cagão de desdizer hoje o que disse ontem.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

Bolsonaro recua e diz que está descartada a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança

Começa a ficar claro quem, na verdade, manda no governo de Bolsonaro. O que o fez recuar?

Bolsonaro afirmou que a chance de recriar o ministério da Segurança Pública medida se concretizar é “zero”. “Tá bom ou não? Tá bom, né? Não sei amanhã. Na política, tudo muda, mas não há essa intenção de dividir [o Ministério da Justiça]. Não há essa intenção”, disse nesta sexta, ao chegar a Nova Déli, na Índia.

Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (24) que está descartada a possibilidade de recriar o ministério da Segurança Pública, o que deixaria o ministro Sérgio Moro apenas com a pasta da Justiça. Segundo ele, a chance de a medida se concretizar é “zero”.

“O Brasil está indo muito bem. Segurança pública, os números indicam que está indo no caminho certo, e a minha máxima é: em time que está ganhando não se mexe”, afirmou nesta sexta, ao chegar a Nova Déli, na Índia.

“A chance no momento é zero. Tá bom ou não? Tá bom, né? Não sei amanhã. Na política, tudo muda, mas não há essa intenção de dividir [o Ministério da Justiça]. Não há essa intenção”, acrescentou.

 

 

*Com informações do 247

 

Mídia descabela a touca de Fux fingindo desconhecer que a ordem de suspender o juiz de garantias é de Moro

Editorial do Estadão, assim como a Folha de São Paulo, esculhambou com a “cabeleira” de Fux por sua decisão estapafúrdia de suspender o juiz de garantias.

“Poucas vezes se viu na história recente do País tamanho acinte às instituições, especialmente ao Congresso e ao próprio Poder Judiciário, como o que se viu com a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendendo sine die a eficácia de trechos da Lei 13.964/2019, especificamente, mas não apenas, as normas relativas à implantação do juiz das garantias. É inadmissível, num Estado Democrático de Direito, que idiossincrasias de um magistrado prevaleçam sobre o Poder Legislativo e também sobre o Poder Judiciário, que deveria funcionar como um colegiado. O que se viu na quarta-feira passada foi um desabrido autoritarismo, a merecer cabal reprovação e urgente correção por parte do plenário do Supremo”, diz o Estadão.

O Estadão finge não saber que a decisão de Fux tem as digitais de Moro, mesmo Moro comemorando quase em tempo real em seu twitter a lambança, num claro lembrete revelado pela Lava Jato: “In Fux we trust”

Frase dita por nada menos que Rosângela Moro, no mesmo dia no Instagram, junto com a “ordem de Moro” para dizer quem manda no STF:

“Não se trata simplesmente de ser contra ou a favor do juiz de garantias. Uma mudança estrutural da Justiça brasileira demanda grande estudo e reflexão. Não pode ser feita de inopino” ( Sérgio Moro), in Fux we trust.

Como disse Wadih Damous, advogado e ex-deputado federal pelo PT-RJ, “a decisão de Fux que suspende a lei do juiz de garantias era esperada. Ele não deixaria Moro na mão.

Mas como se vê no editorial do Estadão, a mão “invisível” de Moro na anarquia judicial é escamoteada pelo jornalão.

https://www.instagram.com/p/B7pBmGAFB5-/?utm_source=ig_web_copy_link

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Moro pediu dois ministérios pela cabeça de Lula, Bolsonaro deu dois cheques pré-datados e, agora, quer sustar um

Quem vai emboscar quem nessa guerra de cafajestes?

Moro ou Bolsonaro? Quem vai puxar o gatilho primeiro? Quem está mais visível? E, sobretudo o principal, quem sabe mais podre do outro?

Bolsonaro ameaça tirar a pasta da Segurança Pública de Moro, num claro aviso de que ele precisa comer muito espinafre para enfrentar politicamente Bolsonaro. Uma disputa do candidato dos fascistas na eleição de 2022.

Logicamente, Moro não aceita e ameaça deixar o governo, já que, antes da eleição, o trato dos dois era o de duas pastas pela cabeça de Lula, ou seja, Moro também se acha parte da conquista de Bolsonaro, melhor dizendo, Moro acredita que tem direito a dois lotes nesse latifúndio, como foi acordado. Ele ainda deve achar barato pelo serviço sujo que prestou a Bolsonaro para que Lula fosse condenado e preso, impedido de concorrer e Bolsonaro vencesse a eleição.

Disso, até o mais boca aberta dos seres humanos sabe. Por isso Moro não aceita ser compartimentado ou mutilado. Para ele vale a máxima do balcão, o que é tratado, não é caro. E não pretende engolir a seco se ele pode vencer Bolsonaro desde já na disputa política.

A reação dos bolsonaristas à quebra do acordo dos milicianos caiu mal no ouvido dos mais devotos fascistas no submundo brasileiro.

Há um reconhecimento entre eles de que a vitória de Bolsonaro saiu do punho de Moro assinando a condenação e a prisão do candidato que venceria a eleição. Mas trato de bandidos não se cumpre à luz do sol. Por isso as facções criminosas vivem em guerra, porque um dia formaram uma unidade até que alguém roeu a corda. Este é o caso de Moro e Bolsonaro.

Moro não cabe dentro de sua ambição e Bolsonaro não quer dar esse mole ao concorrente.

Se Bolsonaro amarelar, estará morto em vida, mostrando que quem manda no governo é Moro. Se Moro sair do governo, a princípio, sai muito fortalecido, mas perde a capacidade de operar o canil de seus cachorros adestrados na Polícia Federal e Ministério Público.

Na verdade, o que vai definir o certame é a quantidade de podres que um sabe do outro. É nessa hora que se verá quem tem mais poder de fogo contra o outro, Moro ou Bolsonaro? Esta é a pergunta que não quer calar.

Será uma guerra sangrenta entre dois pesos pesados da cafajestagem nacional.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Fritura: Bolsonaro não chamou Moro para reunião com secretários de Segurança

Moro não foi convidado por Jair Bolsonaro a participar da reunião de ontem com secretários estaduais de Segurança.

Na reunião, foi discutida a divisão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Horas antes do encontro, o ministro foi recebido pelo presidente para despachos no Palácio do Planalto.

Bolsonaro, porém, não tocou no tema. Ele não quer criar tempestade na fritura de Moro. Ao contrário, pretende murchar seu topete com chuva de molhar cachorro.

Moro, por sua vez, busca nas redes ampliar seu canal direto com bolsomoristas.

O “herói” gravou um vídeo patético mostrando um calendário para provar que ele é ele e marcar sua entrada no Instagram.

Na verdade, a disputa eleitoral de 2022 já começou e promete ser fratricida no campo fascista na guerra Moro x Bolsonaro.

A reação dos bolsomoristas com a tática de Bolsonaro de fritar Moro, foi pessimamente recebida.

Diferente de isso significar garantias para Moro, pode acelerar a sua degola para que a cobra não fique grande demais a ponto de engolir Bolsonaro vivo.

É melhor cortar o rabo da sucuri na altura da cabeça.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Quando as ruas falam, a história ouve

Caros amigos,

A carta abaixo, publicada em 15 de maio de 2018, é de assustadora atualidade.

Naquele mês, comemorávamos cinquenta anos de “Maio de 68”, questionando: “o que falta mais para irmos às ruas?”

De lá para cá, frente à tanto retrocesso e destruição, a pergunta continua e ecoa ainda mais vibrante: “O que falta mais para irmos às ruas?”

***

Quando as ruas falam, a história ouve

Uma gigantesca manifestação, com mais de 500 mil pessoas, paralisa a principal capital do país. Em todas as regiões, surgem manifestações e começa uma greve geral que durará semanas. Os protestos, iniciados por estudantes, principalmente universitários, ganham adesão da massa trabalhadora e se transformam em revolta generalizada: dez milhões de trabalhadores e estudantes aderem à greve, a maior do mundo.

A Assembleia Nacional é dissolvida e a esquerda partidária, com receio de perder espaço político, entra nas manifestações. Semanas depois, os trabalhadores obtêm aumento de 35% do salário mínimo e de 10% em média para os restantes níveis salariais. Comissões de fábrica, antes proibidas, foram conquistadas e passam a ser abertas em cada empresa.

O espírito contestatório, impulsionado por manifestações que ocorrem em vários países, agora se espraia e impulsiona tantas outras manifestações na Europa, Estados Unidos e América Latina. A sublevação é global e o desejo de transformação social, econômica, política e cultural ruma na direção de uma sociedade socialista e libertária.

Sonho?

Isso aconteceu, tem nome e endereço:

Paris, Maio de 1968.

“Pensar a grande fecundidade daquele tempo histórico, os atos fundamentais daquela época, pode dar um sentido mais empolgante ao tempo presente”, destaca o economista Enéas de Souza no artigo “É indispensável recuperar o sentido dos gestos de renovação dos anos 60”.

O Maio de 68 tem muito a dizer aos jovens de hoje.

Qual foi sua mensagem e seus principais ensinamentos é o cerne do Especial Maio de 68, com análises e entrevistas, de especialistas e/ou protagonistas daquele momento, por exemplo, o artigo do historiador Rui Tavares “Duas memórias sobre hoje e não o Maio de 68”, as entrevistas com Jacques Sauvageot, então vice-presidente da UNEF (União nacional dos estudantes de França) e com Edgar Morin, “Maio de 68 é algo como um momento simbólico de crise da civilização”, entre outros.

Onde foram parar os ideais de Maio de 68?

No Brasil, influenciados pela revolta de Paris, os estudantes promoveram a Marcha dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, em junho daquele mesmo ano, com forte participação das mulheres (leia mais). Nós também gritávamos a plenos pulmões “é proibido proibir” e tantas outras frases grafadas nos muros franceses.

Ao contrário da França, vivíamos a restrição das liberdades coletivas em pleno avanço da ditadura militar. A cultura explodia e reagia por todos os poros: teatro, cinema, música popular, artes plásticas, literatura…

A cultura se insurgia contra o fascismo e o autoritarismo, expressão primeira da revolução comportamental. A crítica incidia contra o sistema capitalista, a desigualdade social, a família patriarcal, a tradição e a moral que cerceavam nossas liberdades com proibições de diversas ordens. Em dezembro daquele ano, porém, o AI-5 cairia pesado sobre toda essa efervescência.

“Cinquenta anos nos contemplam”.

Vivemos uma “paisagem sinistra”, como tão bem sintetiza a filósofa Suely Rolnik, em artigo imperdível – “Um novo tipo de golpe de estado, um seriado em três temporadas” – sobre “a tomada de poder mundial pelo regime capitalista em sua nova dobra – financeirizada e neoliberal –, poder que leva seu projeto colonial às últimas consequências, sua realização globalitária”.

Ao domínio desse capitalismo financeiro e neoliberal soma-se a “ascensão ao poder de forças conservadoras por toda parte, cujo teor de violência e barbárie nos lembra os anos 1930”, aponta Rolnik.

Em sua avaliação, o neoliberalismo e o neoconservadorismo vêm atuando, no atual contexto do capitalismo financeirizado, como “capangas que se incumbirão do trabalho sujo: destruir todas as conquistas democráticas e republicanas, dissolver seu imaginário e erradicar da cena seus protagonistas – o que inclui as esquerdas em todos seus matizes, mas não só elas”.

Daí a importância de nos voltarmos às lições de Maio de 68.

Em 1968, a França era um país sólido, com um presidente herói de guerra, uma sociedade estruturada, grandes e excelentes Universidades, um parque industrial de dar inveja, muita ciência e tecnologia e uma economia funcionando a pleno vapor. Apesar de tudo isso, AS RUAS FORAM CAPAZES de fazer o grande líder recuar e pensar em renunciar.

Não nos enganemos: as ruas precisam ser ocupadas novamente.

É preciso salientar que, em 2013, o que aconteceu no Brasil foi muito diferente do que aconteceu no Maio francês.

Em meio à enorme crise social, cultural, econômica e política, a fragilidade do governo Dilma e a inabilidade dos quadros de esquerda em fazer política foram explorados, com máxima eficiência, pela Rede Globo que ali derrubou os governos petistas, conferindo poder a um bando de fascistas, despolitizados e totalmente desconhecidos, sem histórico político.

Resultado: Dilma Rousseff que obtinha 79% de aprovação popular em março de 2013, índice superior a Lula e a FHC, após as manifestações de junho, despencou para 30% no final daquele mês, conforme revelam pesquisas daquela época. E isso tudo em ano pré-eleitoral.

Aliás, as manifestações bombadas pela Globo, somadas à ação da Lava Jato, iniciada em março de 2014, foram decisivas para comprometer o projeto eleitoral dos governos petistas. Tanto que Dilma quase perde nas urnas para um playboy, arroz de festa das noitadas cariocas e hoje, comprovadamente, um criminoso.

Vejam como refletir sobre 1968 é importante.

A Revolta de Paris teve início a partir de uma discussão banal entre Daniel Cohen-Bendit, que viria a se transformar no grande líder dos estudantes, e o ministro da Juventude e Desportos, François Missoffe sobre a inauguração da piscina da universidade.

As manifestações em 2013, da mesma forma, tiveram início a partir da reivindicação legítima da juventude contra o aumento de 0,20 centavos nas passagens de ônibus da cidade. Em pouco tempo, porém, a inabilidade política e a esperteza da mídia transformaram o protesto em manifestação com mais de 500 mil pessoas levando, notadamente, à derrocada do governo Dilma.

A pergunta se impõe:

Em meio à destruição do país, ao assassinato de lideranças sociais e populares, venda do patrimônio nacional, invasão de universidades, retirada de direitos trabalhistas e sociais: o que mais é necessário para que a massa saia às ruas?

O Brasil de 2020 precisa da sua juventude, dos movimentos sociais e populares, de todas as centrais sindicais e organizações de trabalhadores, de todos os cidadãos e cidadãs que se sentem lesados pelo golpe NAS RUAS.

Não há outra saída.

Somente a luta popular promove as transformações que o mundo precisa. Essa é a principal mensagem do Especial Maio de 68 e, também, do Especial 200 anos de Karl Marx. O que está em jogo é o país. É o nosso futuro como pessoas e como brasileiros.

Carta Maior, na trincheira da esquerda, desde a primeira hora de seu surgimento, continuará produzindo novos especiais sobre a resistência na América Latina que, hoje na página, conta com três especiais: Crise na Bolívia, com mais de cinquenta artigos sobre o golpe contra Evo; A Revolta no Chile, sobre a luta do povo chileno contra a brutalidade neoliberal; e, por fim, A Nova Argentina, sobre o governo de Alberto Fernández, iniciado neste 2020, após verdadeira surra eleitoral que Macri e os defensores da austeridade levaram dos argentinos.

Aliás, pouco tempo atrás, os colunistas da grande mídia, Miriam Leitão, Sardenberg, Merval e os “especialistas” enalteciam a política econômica nestes dois países, apontando tanto o governo Macri quanto o modelo chileno, a “Suíça” latino-americana, como exemplos a serem copiados pelo Brasil.

Em meio à realidade dissimulada pela grande mídia, estamos cercados pela desinformação. É por isso que precisamos fazer o contraponto a ela. Há 19 anos, Carta Maior vem mostrando que é possível fazê-lo e com muita qualidade. A editoria Poder e ContraPoder, com análises de primeira linha sobre Estados Unidos, Rússia e China, segue de vento em popa.

Desenvolvemos um projeto editorial, já pronto para ser produzido, com a participação de jornalistas e intelectuais brasileiros e de vários países. O projeto Cartas do Mundo é só o início, já contamos com colaboradores de 34 capitais do mundo que trazem, semanalmente, informações exclusivas sobre a situação de seus países, apresentando aos nossos leitores a realidade que acontece no mundo da “realização globalitária” neoliberal.

Manter essa qualidade custa dinheiro, tempo e dedicação exclusiva. Nós precisamos dos nossos leitores e pedimos: DOEM R$1,00 por dia (R$30,00/mês), quem puder DOE MAIS (clique aqui a confira opções de doação).

Sigamos juntos, disseminando o contraponto à ideologia neoliberal e combatendo esse aparato político-midiático que sequestrou a Comunicação brasileira.

Antes de terminar, mais uma dica: assistam no Canal Curta! ao especial Maio de 68, em particular, o documentário de William Klein ˜Quartier Latin – Maio de 68”. Certamente, os que viveram a efervescência daqueles anos, lembrarão com saudades. Os que não viveram aprenderão muito.

Mas também não deixem de ler o nosso Especial Maio de 68, segundo o grande intelectual Eduardo Galeano, tempos de “busca da utopia”.

 

 

*Joaquim Ernesto Palhares/Carta Maior

Se perder o poder, Moro deve se demitir

Ministro está absolutamente insatisfeito com a proposta de Jair Bolsonaro de dividir as duas pastas que estão hoje sob seu comando, retirando poderes de seu cargo. Se a divisão se efetivar, Sergio Moro pode se demitir do governo, afirma a colunista Bela Megale.

Insatisfeito com a proposta de Jair Bolsonaro de dividir as pastas que estão atualmente sob seu comando, Justiça e Segurança Pública, o ministro Sergio Moro pode se demitir do governo, aponta a colunista do Globo Bela Megale.

Segundo ela, a quem pergunta sobre o assunto, “o ex-juiz evita comentários”. “Sua insatisfação com a proposta, no entanto, é absoluta e pode selar seu destino no governo”, diz a jornalista.

Ela lembra que uma das condições para que Moro aceitasse fazer parte do governo era estar à frente da pasta da Segurança Pública, mantendo a agenda de combate à corrupção e ao crime organizado.

 

 

*Com informações do 247

Bolsonaro usa o corrupto da Secom Fabio Wajngarten, para atacar New York Times

Bolsonaro resolveu exportar estupidez através da Secom, a mesma Secretaria envolvida num grande esquema de corrupção comandado por Fabio Wajngarten atacando o editorial do New York Times que criticou a lambança promovida pelo ministro da justiça Sergio Moro contra Glenn.

No editorial publicado nesta terça-feira (21), o jornal diz que a denúncia contra Glenn Greenwald pelo Ministério Público Federal (MPF) é um grave ataque à liberdade de imprensa e ao Estado democrático de Direito no Brasil. Para o jornal, acusações contra o editor do Intercept é um “sério desserviço” e uma “ameaça perigosa.

O texto diz ainda que o jornalista cumpriu com seu papel ao revelar “uma verdade dolorosa sobre os que estão no poder”, especialmente através das reportagens da Vaza Jato, que revelaram o conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato.

“Furar a imagem heroica de Moro foi obviamente um choque para os brasileiros e prejudicial para Bolsonaro, mas exigir que os defensores da lei sejam escrupulosos em sua adesão a ela é algo essencial para a democracia. Atacar os portadores dessa mensagem é um desserviço sério e uma ameaça perigosa ao Estado de Direito”, afirma o editorial.

A forra do corrupto.

Fabio Wajngarten, testa de ferro de Bolsonaro, resolveu rebater o New York Times, e usando o perfil da Secom no Twitter foi até à publicação do editorial do jornal The New York Times dizer: “É uma grande mentira atribuir ao Governo Federal qualquer influência nos procedimentos do Ministério Público Federal. Também mostra desrespeito às instituições públicas brasileiras. Fonte: Presidência do Brasil”, tuitou a Secom em inglês na publicação do NYT.

O perfil da secretaria ainda fez questão de explicar ao jornal estadunidense que a acusação contra “o jornalista americano Glenn Greenwald se deve ao seu envolvimento com hackers que atacaram celulares de autoridades brasileiras”.

Corrupto por corrupto, Bolsonaro prefere Fraga a Moro, além de condenado por corrupção, não concorre com o capitão

Fazer uma leitura do Brasil atual é para os fortes e não há intervalo de absurdos e escândalos num país em transe a partir do golpe, mas principalmente da eleição de Bolsonaro.

Uma coisa é certa, o bolsonarista, aquele gado premiado, tem tara por corruptos com pedigree, e este é o caso do ex-deputado da bancada da bala, Alberto Fraga, condenado em primeira instância a mais de quatro anos por corrupção.

Assim, Bolsonaro mata a cobra (Moro) e mostra o pau, (Alberto Fraga, um velho pau mandado de Bolsonaro).

Com isso, Bolsonaro comemora a miserável posição do Brasil no ranking contra corrupção aonde o país figura entre os mais corruptos do planeta, em pleno governo Moro e Bolsonaro que, de maneira zombeteira, se colocavam para a população como heróis do combate à corrupção.

Só de cogitar colocar um sujeito como esse na pasta da Segurança Pública, mesmo sendo precedida por um corrupto como Moro, é um tapa na cara dos brasileiros.

Mas Bolsonaro, camarada das milícias, tem uma rica e longa experiência ao lado de Alberto Fraga desde a época em que fizeram educação física juntos no exército, aliás, uma história bem parecida com a relação de Bolsonaro com Queiroz, o calcanhar de Aquiles do clã.

Bolsonaro fecha a porta da Segurança Pública na cara de Moro e coloca em seu lugar um corrupto que representa com fidelidade a farsa que é o próprio governo de combate à corrupção. Jogada de mestre da picaretagem nacional que escanteia um vigarista, traidor e coloca outro da pior espécie como cão de guarda, fazendo bundalelê na cara da sociedade e do aparelho judiciário do Estado brasileiro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas