Um dos mais influentes jornalistas argentinos, Horácio Verbitsky anunciou hoje que um militar brasileiro “de altíssimo nível” revelou a um amigo argentino, também general, que as Forças Armadas brasileiras decidiram manter Bolsonaro na presidência, “mas sem poder efetivo”. Segundo ele, a função passa a ser exercida de fato pelo chefe da Casa Civil, general Braga Netto.
Um dos fundadores do jornal Página12 e autor do livro-reportagem “O voo”, que denunciou a ditadura argentina por atirar em alto-mar seus adversários políticos, o veterano e premiado jornalista argentino Horácio Verbitsky foi também quem pela primeira vez trouxe a público as relações do então cardeal Jorge Bergoglio, hoje papa Francisco, com os militares argentinos. A revelação de Verbitsky viria a ser confirmada no filme “Dois papas”, do brasileiro Fernando Meirelles.
Leia, a seguir, os principais trechos da revelação de Verbitsky sobre a crise política brasileira, feita durante o programa de rádio “El Destape”.
“O comportamento do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, já vinha recebendo o repúdio tanto dos brasileiros como do mundo em geral. Diante da pandemia de coronavírus, Bolsonaro agiu com total despreparo e ignorância da situação, o que levou as Forças Armadas do Brasil a deixá-lo sem poder efetivo, e colocar no seu lugar, como ‘presidente operacional’, o general da reserva Walter Braga Netto.
Em uma comunicação telefônica, um oficial do alto escalão do Exército brasileiro revelou a um seu colega argentino que as Forças Armadas haviam tomado a decisão de ignorar o presidente Bolsonaro em todas as decisões importantes. O escolhido para exercer as funções foi o general Walter Braga Netto, que Bolsonaro nomeou há poucas semanas para a chefia da Casa Civil da Presidência. Braga Netto aposentou-se como general-de-exército, mas ainda tem papel relevante dentro das Forças Armadas.
Em sua conversa com o homólogo argentino, o general brasileiro ressaltou que Bolsonaro continuará em seu papel de presidente constitucional, embora não venha a ter o mesmo peso de antes. Não se trata de algo equivalente à deposição do presidente, mas de sua redução a uma figura de monarca constitucional, sem poder efetivo.
Esta informação não veio para a Argentina sob a forma de um relatório oficial. Foi uma comunicação telefônica entre dois amigos que representam posições muito altas nas respectivas hierarquias. Com isto, Bolsonaro começa a perder o poder no país que o elegeu presidente em 2018”.
*Do Nocaute
2 respostas em “Bolsonaro virou pavão: Braga Netto é o novo “presidente operacional do Brasil””
Parabéns, queridos/as Amigos/as do Nocaute, pela revelação, digna de Politzer, o Nobel de Jornalismo (com letra maiúscula), e o mesmo para a querida Amiga Jornalista Celeste Silveira, incansável guerreira do Estado Democrático de Direito e da Soberania Popular!
Quanto ao conteúdo da revelação impactante: que vergonha, BoçalNato e seu rebanho canalha! O tal “mi(n)to” não aguentou sequer um ano de (sic) “poder” e se derreteu, ou melhor, virou diarreia fétida… Mas não pensem que a Cidadania (com letra maiúscula) brasileira permitirá “golpe branco” ou “golpe brando” pelos canalhas de farda, não!
Bozo, VTNC! (MIL VEZES…)
Faltou visão do jornalista em declarar que foram os militares que escolheram a dedo Bolsonaro para fazer o papel de bobo da corte na presidência do Brasil e assim, darem oportunidade para que eles (os militares) com o vicee o General maçon Mourão, ocupem definitivamente o poder. No entanto, os militares brasileiros que são fiéis aos angloamericanos e estão entragando o Brasil a eles, nessa intervenção sob total apoio dos angloamericanos na tomada do poder, passarão a ser os bobos da corte dos angloamericanos. Observem, Pesquisem.