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No dia seguinte da golpista Ana Priscila dizer que atendeu ao chamado dos militares, general que figura entre os líderes dos terroristas do 8/1 é alvo de buscas pela PF

General da reserva Ridauto Lúcio Fernandes é suspeito de ser um dos idealizadores dos atos golpistas. Investigação busca identificar envolvimento de outros integrantes desse grupo.

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira (29), um mandado de busca e apreensão em Brasília contra o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, acusado de participação nos atos golpistas de 8 de Janeiro. A ação ocorre no âmbito da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, segundo o G1.

O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou o bloqueio de ativos e valores do investigado. Para a investigação, o general é considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos golpistas.

Em certa medida, isso dá consistência ao malabarismo da golpista profissional, Ana Priscila, na CPI desta quinta-feira (29), que disse textualmente que foi apenas uma soldada disciplinada de um sistema golpista, convocada pelo ambiente militar. Lógico que ela foi vaga ao contar quem eram esses militares que fizeram convocação e cadastro dos terroristas do 8 de janeiro.

Ou seja, o contorcionismo intenso de Ana Priscila, que deu conta de que as setas do cupido militar é que fizeram a liga para produzir uma horda que pudesse cometer os crimes, em bando, contra as sedes dos três poderes, foi de gente graúda do universo militar, tendo o ódio sob a mais alta pressão contra os valores e instituições da República.

O general Ridauto Lúcio Fernandes é ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Ligado ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Foi nomeado para o cargo em julho de 2021 e exonerado no dia 31 de dezembro, último dia do governo Bolsonaro.

Ainda de acordo com a apuração da reportagem, durante os ataques, as suspeitas apontam para que ocorreu uma atuação profissional, por pessoas que conheciam previamente o local e possuíam treinamento.

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Bolsonaro virou pavão: Braga Netto é o novo “presidente operacional do Brasil”

Um dos mais influentes jornalistas argentinos, Horácio Verbitsky anunciou hoje que um militar brasileiro “de altíssimo nível” revelou a um amigo argentino, também general, que as Forças Armadas brasileiras decidiram manter Bolsonaro na presidência, “mas sem poder efetivo”. Segundo ele, a função passa a ser exercida de fato pelo chefe da Casa Civil, general Braga Netto.

Um dos fundadores do jornal Página12 e autor do livro-reportagem “O voo”, que denunciou a ditadura argentina por atirar em alto-mar seus adversários políticos, o veterano e premiado jornalista argentino Horácio Verbitsky foi também quem pela primeira vez trouxe a público as relações do então cardeal Jorge Bergoglio, hoje papa Francisco, com os militares argentinos. A revelação de Verbitsky viria a ser confirmada no filme “Dois papas”, do brasileiro Fernando Meirelles.

Leia, a seguir, os principais trechos da revelação de Verbitsky sobre a crise política brasileira, feita durante o programa de rádio “El Destape”.

“O comportamento do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, já vinha recebendo o repúdio tanto dos brasileiros como do mundo em geral. Diante da pandemia de coronavírus, Bolsonaro agiu com total despreparo e ignorância da situação, o que levou as Forças Armadas do Brasil a deixá-lo sem poder efetivo, e colocar no seu lugar, como ‘presidente operacional’, o general da reserva Walter Braga Netto.

Em uma comunicação telefônica, um oficial do alto escalão do Exército brasileiro revelou a um seu colega argentino que as Forças Armadas haviam tomado a decisão de ignorar o presidente Bolsonaro em todas as decisões importantes. O escolhido para exercer as funções foi o general Walter Braga Netto, que Bolsonaro nomeou há poucas semanas para a chefia da Casa Civil da Presidência. Braga Netto aposentou-se como general-de-exército, mas ainda tem papel relevante dentro das Forças Armadas.

Em sua conversa com o homólogo argentino, o general brasileiro ressaltou que Bolsonaro continuará em seu papel de presidente constitucional, embora não venha a ter o mesmo peso de antes. Não se trata de algo equivalente à deposição do presidente, mas de sua redução a uma figura de monarca constitucional, sem poder efetivo.

Esta informação não veio para a Argentina sob a forma de um relatório oficial. Foi uma comunicação telefônica entre dois amigos que representam posições muito altas nas respectivas hierarquias. Com isto, Bolsonaro começa a perder o poder no país que o elegeu presidente em 2018”.

 

 

*Do Nocaute