Mês: abril 2020

Hospitais dos EUA veem plasma como promissor contra o coronavírus

Americanos analisam eficácia de tratamento com sangue doado por pacientes curados.

Reuters – Os hospitais dos EUA, desesperados para ajudar pacientes muito doentes com a Covid-19, a doença respiratória altamente contagiosa causada pelo novo coronavírus, estão tentando um tratamento usado pela primeira vez na década de 1890 que depende do plasma sanguíneo doado por pacientes recuperados.

As pessoas que sobrevivem a uma doença infecciosa como a Covid-19 geralmente ficam com sangue contendo anticorpos ou proteínas produzidas pelo sistema imunológico do corpo para combater um vírus.

O componente sanguíneo que carrega os anticorpos pode ser coletado e administrado a pacientes recém-infectados –conhecido como “plasma convalescente”.

Mais de um milhão de americanos testaram positivo para Covid-19, e epidemiologistas dizem que centenas de milhares mais provavelmente têm a doença.

Para ajudar a combinar doadores para hospitais, a AABB, antiga Associação Americana de Bancos de Sangue, divulgou nesta semana diretrizes sobre a coleta de plasma. A Cruz Vermelha americana também lançou um registro online para possíveis doadores.

A Food and Drug Administration dos EUA anunciou na sexta-feira (3) um programa de “acesso ampliado” para plasma convalescente, coordenado pela Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, com o objetivo de facilitar para os hospitais de todo o país a coleta e o uso de plasma.

“Historicamente, isso funcionou”, disse o Dr. Jeffrey Henderson, professor associado de medicina e microbiologia molecular da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis. “Antes de tomarmos as vacinas, isso era usado para doenças infecciosas como sarampo e difteria”.

O plasma convalescente também foi usado com sucesso durante a pandemia de gripe de 1918 (a chamada gripe espanhola), disse ele.

Os médicos dizem que protocolos, como dosagem, ainda são incertos para pacientes com Covid-19, mas acreditam que vale a pena tentar o método, pelo menos até que uma vacina ou tratamento eficaz seja desenvolvido.

A Mayo Clinic e outros sites dos EUA estão realizando um estudo clínico. Testes semelhantes estão em andamento em outros países onde o vírus foi atingido e alguns dados começaram a surgir.

Em um estudo na China, os níveis do vírus em cinco pacientes com Covid-19 gravemente doentes eram indetectáveis ​​após transfusões de plasma, de acordo com os resultados do estudo publicado na semana passada no The Journal of the American Medical Association.

O processo envolve a retirada de sangue de um doador –nesse caso, alguém que se recuperou da Covid-19, mas geralmente está em boas condições de saúde e atende a outros critérios para doação de sangue– e executá-lo em uma máquina para extrair o plasma. O sangue restante volta para o doador.

O processo leva até 90 minutos e o plasma de um único doador pode ser usado para tratar três ou quatro pacientes.

Os doadores devem ter sido diagnosticados com Covid-19 e precisam aguardar um período de tempo definido depois de testarem negativo para a doença antes de doar plasma. Também estão sendo desenvolvidos testes para medir o volume de anticorpos.

Centros, incluindo o Houston Methodist Hospital e vários hospitais da cidade de Nova York, inicial o tratamento experimental em caráter emergencial para pacientes gravemente doentes com o Covid-19.

O Dr. Timothy Byun, um hematologista e oncologista do Hospital St. Joseph em Orange, Califórnia, dosou seu primeiro paciente com Covid-19 na quarta-feira (1º). Ele disse que o paciente estava melhor, mas era muito cedo para saber se a terapia era eficaz.

 

*Deena Beasley 

*Da Folha

Alô Cônsul chinês, pergunte a Eduardo Bolsonaro onde está o Queiroz e quem mandou matar Marielle

Carta aberta ao Cônsul chinês no Brasil, Li Yang

Caro Cônsul

Se o senhor perguntar se a CIA fez lavagem cerebral em Eduardo Bolsonaro, a resposta, com toda certeza, será não. Ele nasceu e continua com cocô na cabeça. Pior, vai se sentir todo orgulhoso com a pergunta, porque, antes de aprender a falar papai e mamãe, ele aprendeu a falar EUA.

Se o senhor quer prestar um grande serviço ao Brasil, pergunte coisas que ele não só não responde, como emudece. Por exemplo, as perguntas que o Brasil todo faz à família de milicianos, cadê o Queiroz? Quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar a Marielle? Como é possível Ronnie Lessa, miliciano, maior traficante de armas do Rio, ser vizinho quase de porta do clã Bolsonaro e a família buraco diz não saber de quem se trata?

Quando Eduardo falar de vírus chinês, pergunte a ele se a queima de arquivo de Adriano da Nóbrega foi feita através desse vírus. Pergunte também sobre os milicianos cariocas de Rio das Pedras. Como Flávio Bolsonaro quadruplicou seu patrimônio vendendo chocolate e crescendo mais do que a China em um ano? Pergunte também a Eduardo por onde anda o porteiro que disse que seu Jair, da casa 58 do Vivendas da Barra, deu a ordem para liberar a entrada do miliciano Élcio de Queiroz, comparsa de Ronnie Lessa no dia do assassinato de Marielle.

Mas não se esqueça, em hipótese nenhuma, de perguntar a Eduardo se confere a declaração de Gustavo Bebianno no Roda Viva, sobre a armação da facada.

No meio da pandemia de coronavírus no Brasil, quem está se beneficiando enormemente desse caos, são aqueles que têm que responder a essas perguntas para a sociedade brasileira e aproveitam a tragédia nacional para desaparecer com esse assunto da mídia e das redes sociais.

Senhor Cônsul, elabore um questionário com perguntas bastante objetivas direcionadas a Eduardo Bolsonaro, mas não aceite respostas do capanga da milícia, Sergio Moro, que também cumpre o papel de babá dos três filhos delinquentes do presidente. Ele costuma apontar seu bacamarte para quem ousa investigar ou delatar a milícia.

Assim, o senhor não só prestaria um grande serviço ao Brasil como tiraria a calça do imbecil pela cabeça, arrancando-lhe as orelhas de burro e cumprindo o papel extraordinário enfeitando a cabeça do idiota com um chapéu de tolo.

 

Atenciosamente.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Alento: Em quarentena, Espanha registra diminuição de mortos, infectados e hospitalizados por coronavírus

O primeiro-ministro Pedro Sánchez ainda anunciou a extensão do Estado de Emergência no país, ampliando isolamento social.

País europeu com a curva de contágio mais íngreme para o novo coronavírus, a Espanha parece estar começando a controlar a pandemia. O país, que ultrapassou a Itália e é o segundo com maior infectados no mundo, apresentou números animadores neste sábado (4).

O escritor Henry Bugalho, que está vivendo na Espanha fez um relato nas redes com as “boas notícias”. “A quarentena tem surtido efeito. Os contágios estão diminuindo e as mortes também. Alguns hospitais já estão com leitos vagos e com mais recuperados que novas internações”, escreveu.

Segundo dados do Ministério da Saúde, nas últimas 24h o país registrou o menor número de mortos, infectados e hospitalizados desde o início da semana. Especialista avaliam que as medidas de confinamento surtiram efeito no país e a tendência de queda se aproxima.

No total, 124.736 infectados, 11.744 mortos e 34.219 recuperados segundo dados oficiais.

María José Sierra, do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias, disse ao El Pais que as autoridades seguem vigilantes. “Sim, há um raio de esperança, mas você precisa estar vigilante. Sabíamos que o efeito das medidas levaria semanas para chegar, e estamos vendo isso agora. Profissionais estão dando tudo de si, comprometidos e fazendo um esforço enorme que nos permitiu controlar o acúmulo de casos “, declarou.

Apesar dos número animadores, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, prorrogou por mais 15 dias (26 de abril) um decreto de “estado de alarme”, que determina o isolamento social.

“Acreditamos que é o momento que nosso sistema de saúde precisa se recuperar. Tomamos medidas muito duras, mas indispensáveis. Precisamos mantê-los”, afirmou.

No entanto, após consultar pesquisadores, Sánchez decidiu não ampliar drástica medida da “hibernação” da economia, prevista até 9 de abril.

 

 

*Com informações da Forum

De olho na cadeira de Mandetta, Osmar Terra usa fake news macabro contra a quarentena para agradar Bolsonaro

O sujeito quando é canalha, é canalha 24 horas por dia nos 365 dias do ano, estando no poder ou querendo estar nele.

Uma matéria do Yahoo, que segue abaixo, mostra como um sujeito patife como Osmar Terra pode usar um gráfico para manipular a opinião pública e promover uma consciência enviesada que supõe que a quarentena faz países atingirem os mais altos números de contágios e óbitos. Osmar Terra faz isso para agradar Bolsonaro, colocando-se como substituto perfeito de Mandetta, já que o atual Ministro da Saúde tem enfrentado, de forma cada vez mais hostil, a fúria de Bolsonaro por se opor a privilegiar os interesses do mercado em detrimento da saúde da população.

Yahoo

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania do governo Bolsonaro, voltou a distorcer informações para defender o fim do isolamento social, recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), para impedir a proliferação do novo coronavírus.

Em seu Twitter, o parlamentar compartilhou gráficos publicados pelo jornal norte-americano The New York Times com a evolução dos casos de coronavírus em cada país. O ex-ministro citou Estados Unidos e Itália como exemplos de países “que tiveram toda sua população em quarentena radical” e não reduziram o número de infectados e mortos, porém omitiu que nestes países o isolamento social foi adotado tardiamente, após seus chefes de Estado terem subestimado a pandemia.

Entre quinta e sexta-feira, os Estados Unidos registraram recorde de mortes por Covid-19 em 24 horas: 1480 vítimas. O agravamento da epidemia obrigou o presidente Donald Trump mudar o tom do discurso despreocupado com a doença. O líder norte-americano anunciou a extensão a quarenta para até 30 de abril.

Nesta semana, Osmar Terra publicou em sua rede social outra informação falsa para defender o fim do isolamento social. O ex-ministro afirmou que os Países Baixos não adotaram medidas de distanciamento e “já passaram pelo pico da epidemia”. O governo holandês determinou fechamento de estabelecimentos comerciais e elaborou regras para impedir a disseminação da Covid-19, como a distância de 1,5 metro por pessoa, sob pena de multa.

Internautas denunciaram os tweets de Osmar Terra e reportaram os erros para a rede social, que nesta semana apagou vídeos do presidente Jair Bolsonaro circulando pelas ruas de Ceilândia, cidade-satélite do Distrito Federal, desobedecendo as recomendações da OMS.

Os tweets de Osmar Terra incomodaram o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que o chamou de “Osmar Trevas” em conversa privada no grupo de WhatsApp do DEM.

 

 

Governo Bolsonaro não informa o que será feito quando faltarem leitos de UTI

Com o crescimento das infecções pelo novo coronavírus no país, o Ministério da Saúde deve enfrentar déficit nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratar pacientes graves já em abril. Uma nota técnica produzida por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) mostrou que, no cenário mais otimista, com 0,1% dos brasileiros contaminados até o fim deste mês, já haverá falta de leitos em UTI para tratamento.

Na projeção mais pessimista, com 1% da população infectada pela covid-19, 53% das microrregiões (agrupamentos de municípios) ficariam sobrecarregadas.

Apesar disso, o governo ainda não informou qual será o plano para contornar essa escassez, nem solicitou leitos particulares — solução prevista em lei —, de acordo com os principais representantes do setor.

“Já tivemos algumas reuniões diretas com o ministério da Saúde, mas não houve nenhuma proposta oficial relacionada à contratação de leitos da rede privada. Estamos disponíveis e fazemos questão de participar, mas não tivemos nenhuma posição do ministério sobre como isso vai ser feito”, diz Adelvânio Francisco Morato, presidente da FBH (Federação Brasileira dos Hospitais).

A Federação representa 15 associações estaduais que respondem por mais de 4 mil hospitais particulares — parte deles conveniado ao SUS (Sistema Único de Saúde). “Não podemos ser hipócritas em um momento tão difícil. Todos os hospitais privados têm um custo fixo. Esse é momento de a gente estar junto, mas precisamos entender o lado do hospital”, afirma Morato.

A Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) também não foi contatada pelo ministério. Em nota, a Anahp afirmou que “os hospitais privados ainda trabalham com boa capacidade de atendimento”, à exceção das instituições no Sudeste, que “certamente têm uma taxa de ocupação maior”. A organização tem como membros hospitais como Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Sírio-Libanês.

Principal representante dos planos de saúde, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) comentou que não houve solicitação do ministério para contratação de leitos privados. Os planos têm interesse direto nessa negociação, pois respondem pela demanda dos hospitais particulares.

“Em uma fase inicial, talvez o sistema público tenha de socorrer a iniciativa privada. Mais adiante, quando mudar o perfil das pessoas que vão estar doentes, é possível que o SUS precise mais dos leitos privados. (…) Isso tudo está sendo analisado, e a gente está criando as propostas possíveis para ser implementadas”, declarou Gabbardo.

Hoje, há uma oferta de 55.101 leitos de terapia intensiva no Brasil, sendo que 27.445 (49,8%) são do SUS. Segundo a pasta do governo federal, outros 3 mil leitos de UTIs volantes de instalação rápida foram alugados. Pelo menos sete em cada dez brasileiros dependem exclusivamente do SUS.

 

 

*Com informações do Uol

 

Mídia segue criticando Bolsonaro e blindando Moro que o elegeu

É interessante como se movem as peças de um tabuleiro político dentro das redações.

Moro, o herói criado pela mídia, cumpriu seu papel determinado, principalmente pelos Marinho, tirar Lula do páreo para que a direita voltasse ao poder pelas urnas depois do golpe em Dilma orquestrado pela mesma mídia.

Aécio deveria ser o nome, mas acabou, por osmose, virando a bola da vez da Lava Jato, transformando-se numa mula manca.

Alckmin, naturalmente, virou um picolé derretido de chuchu. Sobrou o chorume mais tóxico do lixo da escória nacional, Bolsonaro, que nem vale a pena listar sua ficha corrida para não causar náuseas até no capeta. O cara vai da contravenção mais violenta à exaltação dos maiores monstros ditadores do Brasil e da América Latina.

Moro, por sua vez, é o Ministro da Justiça desse sujeito que, agora, a mídia, principalmente a Globo, trata como leproso, fazendo de conta que Moro não é o seu ministro mais importante, quando foi ele que barganhou o cargo com Bolsonaro pela cabeça de Lula, leia-se, pela cabeça dos pobres e pelo lucro dos ricos.

É patético ver a mídia reproduzir o apoio da insignificante Rosângela Moro a Mandetta contra Bolsonaro, este que governa o país em que o marido dela segue sendo Ministro da Justiça.

Mas essa parte a mídia pula como se brincasse de amarelinha, jamais ela dirá que Bolsonaro é consequência de Moro, porque a prisão de Lula sem crime e, consequentemente sem provas, só foi possível porque o Brasil tem uma justiça e Ministério Público a serviço das corporações e, portanto, ninguém olha os autos e sim o cálculo econômico para sustentar uma situação estrutural e cumulativa que revela a formação socioeconômica brasileira em que a carência dos pobres se amplia na medida em que também se amplia a riqueza dos mais ricos.

Como a grande mídia no Brasil não está a serviço da informação, mas da deformação em prol dos seus principais clientes, os milionários que nada produzem e vivem de especulação financeira e, sobretudo do patrimonialismo secular, o resultado é essa mula sem cabeça, chamada Bolsonaro, apresentada pela mídia, sem mostrar que a semente da degeneração política do país que levou um contraventor ao cargo máximo da República, é fruto de um mesmo saco da Lava Jato em que um juiz vigarista age, dentro do Estado, como uma milícia, pago a peso de ouro pelo contribuinte para que bandidos maquiados de mocinhos pelas telas da Globo se transformassem na própria lei do faroeste tropical.

Todos vigaristas, corruptos, pilantras, sendo comandados por um capanga de milicianos. Mas isso não é assunto que interessa à mídia. E o que ela faz? Produz um reagente químico que separa, na sua crítica, Moro de Bolsonaro na base da omissão da informação ou da retórica.

Assim, Bolsonaro caindo, não leva Moro com ele e o vigarista de Curitiba ainda pode se transformar na peça de reposição da direita em meio à pandemia de coronavírus.

Na verdade, nada do que estamos vivendo aconteceria se Moro não tivesse sequestrado Lula, assim como nada disso teria acontecido se a Globo não tivesse inventado Moro para prender Lula para que Bolsonaro e seus filhos delinquentes chegassem ao poder.

Que não percamos o fio da meada da tragédia brasileira que é a própria mídia, comandada pelas Organizações Globo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Mandetta, mais popular que Bolsonaro, sofre ataques de militância digital bolsonarista

Militância digital bolsonarista começa a atacar Mandetta; veja prints.

Ofensiva vem após Bolsonaro tornar públicas suas desavenças com o ministro da Saúde

Militantes bolsonaristas voltaram suas armas a Luiz Henrique Mandetta, desde que Jair Bolsonaro tornou públicas suas desavenças com o ministro da Saúde.

O argumento central nos grupos de WhatsApp e outras redes sociais é que Mandetta é integrante do mesmo DEM de outros alvos costumeiros da turma: Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.

O partido é acusado de estar “tentando desestabilizar o Bolsonaro” desde o começo do governo.

https://twitter.com/isentoes2/status/1245885633815629827?s=20

 

 

*Guilherme Amado/Época

 

Roberto Irineu Marinho, que foi a favor do corte de verba da saúde, revela que fez transplante pelo SUS

É certo que, da noite para o dia, o SUS passou de patinho feio a grife, sobretudo porque está estampado no colete do ministro Mandetta.

O SUS, que há décadas, vem sofrendo uma perseguição implacável da grande mídia, mas principalmente da Globo, que apoiou e apoiará sempre cortes de verbas da saúde pública do país, obriga seus detratores a baixarem o tom da crítica e muitas vezes, como é o caso aqui, ter que elogiar um sistema que tem sim problemas e, por isso mesmo precisa de investimento e apoio, mas que é extremamente exitoso naquilo a que se propõe como ferramenta de cidadania que permite que milhões de brasileiros sejam assistidos como cidadãos.

Isso é muito num país que tem a escravidão como herança civilizatória. Portanto, qualquer homenagem ao SUS nesse momento de pandemia, ainda é muito pouco, porque o SUS nada contra a corrente de uma democracia de mercado em que o fundamentalismo é o consumo e, consequentemente o lucro. E a saúde é uma dessas fontes que a ganância tem como uma das joias da coroa a ser conquistada.

Certamente, depois da pandemia, a discussão sobre saúde pública no Brasil vai ganhar a exata dimensão que ela merece. E o SUS será o grande alvo de investimentos públicos, já que sofreu pesados cortes tanto de Temer quanto de Bolsonaro, e com apoio da Globo e congêneres, para atender aos interesses dos mercenários da saúde que tratam as pessoas como clientes e não como pacientes.

Que esta nota de Roberto Irineu Marinho seja devidamente arquivada e apresentada à população todas as vezes em que a Globo fizer seus ataques baixos ao Sistema Único de Saúde do Brasil.

Leia a nota publicada por Roberto Irineu Marinho:

“Dia 23 de março passei por um transplante de fígado realizado pela equipe do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e que opera também no Hospital Sírio Libanês de SP. Eu tinha uma cirrose hepática não alcoólica devido à gordura depositada no fígado e também ao estresse acumulado durante alguns anos.

Decidi fazer o transplante com os médicos brasileiros inscritos no Sistema Nacional de Transplantes e na Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que administra a doação e a alocação de órgãos neste estado.

Fiquei na fila por quatro semanas esperando que meu índice MELD (no Brasil se transplanta usando-se o critério de gravidade) subisse para me tornar o próximo candidato. Na segunda-feira dia 23 de março, recebi um telefonema me informando que tinham achado um fígado compatível e que eu era o próximo por ter cumprido todas as exigências da gravidade.

A operação foi um sucesso apesar das dificuldades que uma operação desse porte traz. Já tive alta hospitalar, estou em plena recuperação e só posso agradecer a todos da espetacular equipe de transplantes de fígado do Hospital das Clínicas de SP liderada pelo Prof. Dr. Luiz Carneiro de Albuquerque.

Roberto Irineu Marinho”

 

 

*Com informações do 247

Bolsonaro virou pavão: Braga Netto é o novo “presidente operacional do Brasil”

Um dos mais influentes jornalistas argentinos, Horácio Verbitsky anunciou hoje que um militar brasileiro “de altíssimo nível” revelou a um amigo argentino, também general, que as Forças Armadas brasileiras decidiram manter Bolsonaro na presidência, “mas sem poder efetivo”. Segundo ele, a função passa a ser exercida de fato pelo chefe da Casa Civil, general Braga Netto.

Um dos fundadores do jornal Página12 e autor do livro-reportagem “O voo”, que denunciou a ditadura argentina por atirar em alto-mar seus adversários políticos, o veterano e premiado jornalista argentino Horácio Verbitsky foi também quem pela primeira vez trouxe a público as relações do então cardeal Jorge Bergoglio, hoje papa Francisco, com os militares argentinos. A revelação de Verbitsky viria a ser confirmada no filme “Dois papas”, do brasileiro Fernando Meirelles.

Leia, a seguir, os principais trechos da revelação de Verbitsky sobre a crise política brasileira, feita durante o programa de rádio “El Destape”.

“O comportamento do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, já vinha recebendo o repúdio tanto dos brasileiros como do mundo em geral. Diante da pandemia de coronavírus, Bolsonaro agiu com total despreparo e ignorância da situação, o que levou as Forças Armadas do Brasil a deixá-lo sem poder efetivo, e colocar no seu lugar, como ‘presidente operacional’, o general da reserva Walter Braga Netto.

Em uma comunicação telefônica, um oficial do alto escalão do Exército brasileiro revelou a um seu colega argentino que as Forças Armadas haviam tomado a decisão de ignorar o presidente Bolsonaro em todas as decisões importantes. O escolhido para exercer as funções foi o general Walter Braga Netto, que Bolsonaro nomeou há poucas semanas para a chefia da Casa Civil da Presidência. Braga Netto aposentou-se como general-de-exército, mas ainda tem papel relevante dentro das Forças Armadas.

Em sua conversa com o homólogo argentino, o general brasileiro ressaltou que Bolsonaro continuará em seu papel de presidente constitucional, embora não venha a ter o mesmo peso de antes. Não se trata de algo equivalente à deposição do presidente, mas de sua redução a uma figura de monarca constitucional, sem poder efetivo.

Esta informação não veio para a Argentina sob a forma de um relatório oficial. Foi uma comunicação telefônica entre dois amigos que representam posições muito altas nas respectivas hierarquias. Com isto, Bolsonaro começa a perder o poder no país que o elegeu presidente em 2018”.

 

 

*Do Nocaute

Por telefone, a briga de Bolsonaro e Mandetta: ‘O senhor que me demita’

Durante a ligação, o presidente teria dito ao ministro da Saúde que ele deveria pedir demissão e deixar o governo. Mandetta rebateu de pronto: “O senhor que me demita, presidente”. Carolina Antunes/PR

No jantar que teve com Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia na noite desta quinta — como o Radar revelou mais cedo –, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, narrou aos chefes do Legislativo o tenso diálogo que travou com o presidente Jair Bolsonaro, por telefone.

Durante a ligação, o presidente teria dito ao ministro da Saúde que ele deveria pedir demissão e deixar o governo. Mandetta rebateu de pronto: “O senhor que me demita, presidente”.

A partir desse momento, a conversa teria esquentado ainda mais, ao ponto de o ministro da Saúde recomendar ao presidente que ele se responsabilizasse sozinho pelas mortes causadas pelo coronavírus, que já infectou 8.230 brasileiros e matou 343 pessoas.

Apesar da tensa discussão, Mandetta trabalha normalmente nesta sexta e já participou de uma série de reuniões.

Como o Radar mostrou mais cedo, depois de ser atacado publicamente pelo presidente nesta quinta, o ministro da Saúde foi jantar com os presidentes do Senado e da Câmara na residência oficial do Senado.

Na conversa, o ministro estava inconsolável. Disse aos chefes do Congresso que a situação com o presidente era “insustentável”.

Seguidamente boicotado nos bastidores pelo Palácio do Planalto, atacado nas redes sociais por aliados de Bolsonaro e agora publicamente pelo próprio chefe da República, Mandetta revelou estar no seu limite.

Na conversa, que entrou a madrugada, Mandetta disse a Maia e Alcolumbre que, por ele, está fora do governo. Bolsonaro não mereceria o empenho dele e de seus técnicos. Os chefes do Legislativo apelaram para que ele resistisse o máximo possível no cargo.

Em uma videoconferência do Valor, Maia disse que Bolsonaro “não tem coragem de tirar o ministro e mudar oficialmente a política de enfrentamento à pandemia”.

Bolsonaro deixou claro nesta quinta que teme ficar com a conta das mortes da pandemia no Brasil, se realizar mudanças no plano de combate do ministério e dos governadores. Mesmo assim, bateu duro em Mandetta.

“Mandetta já sabe que estamos nos bicando. Ele está extrapolando. Mas não posso demitir ministro em meio ao combate. Nenhum ministro meu é indemissível”, disse Bolsonaro nesta quinta.

 

 

*Do Radar -Veja