Ano: 2020

Saul Leblon: A pandemia e os pulmões da história

Prefaciado pelo ex-Presidente Lula, o livro ‘Senza Respiro’ (‘Sem Fôlego’, edição em italiano, Altreconomia, em papel e ebook), do médico italiano Vittorio Agnoletto, tornou-se um catalisador do debate sobre a pandemia em seu país e na Europa, tendo rapidamente esgotada a primeira edição para levar o autor * ex-deputado europeu pelo Partito della Rifondazione Comunista e membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial –, a uma maratona de entrevistas, palestras e lives no circuito de rádios, jornais, universidades e redes sociais europeias.

Desde outubro quando a obra foi lançada, Agnoletto participou de mais de 60 apresentações; outras 70 estão programadas deixando sua agenda sem nenhuma noite vaga até o final de janeiro.

O sucesso tem lastro.

Agnoletto, 62 anos, foi membro da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu e é uma referência na saúde pública europeia como um dos fundadores e primeiro presidente da famosa LILA, a Liga Italiana de Luta contra a AIDS – engajamento que tem correspondência na atividade acadêmica: ele ensina “Globalização e Saúde Pública” na Universidade de Milão e foi diretor de cursos de formação em AIDS no Instituto Superior de Saúde em Roma.

Consagrado em sua profissão – foi eleito Médico do Ano na Itália nos anos 90 – ele também trabalhou em alguns projetos para a prevenção de drogas e doenças sexualmente transmissíveis junto à Organização Internacional para as Migrações, além de ser um membro ativo do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial.

O FSM, por sinal, comemora vinte anos em janeiro de 2021 com uma edição planetária virtual (de 23 a 31 de janeiro https://wsf2021.net ), pautada pelos desafios de uma desordem neoliberal, da qual seu livro é um mirante engajado e arguto. Uma mesa com Lula e Agnoletto, entre outros, está sendo articulada pelos organizadores do evento.

(Lula e Agnoletto deverão debater sobre a pandemia no Fórum Social Mundial Virtual)

O convite de Agnoletto ao amigo Lula, como prefaciador de ‘Senza Respiro’, expressa a percepção fundadora do Fórum Social Mundial de que um ponto de mutação da história humana foi atingido. Ele convoca novas fronteiras de ação política para enfrentar as gigantescas massas de forças adversas que conectam o local ao global, o fastígio à penúria, a abundância à privação, enfim, fazem da beleza da vida e das promessas libertadoras da civilização um longo, incerto e exasperante amanhecer, que hoje responde pelo nome de pós-pandemia.

O livro se debruça sobre essas intersecções paradoxais ajustando a lente do microscópio no espaço para o qual convergem neste momento a intensidade avassaladora dos apelos da vida e as correntezas impetuosas das forças da morte, ou seja, os sistemas públicos de saúde postos em evidência na pandemia.

Subfinanciados em todo o planeta pela religião fiscal do Estado mínimo e, complementarmente, acossados pelo matrimônio da medicina com o lucro, simbolizam a rota de colisão mais ampla entre direitos universais requisitados pela sociedade e a captura da abundância gerada pelo capitalismo para as mãos longas da ganancia rentista.

Com entrevistas, relatos e depoimentos, Agnoletto investiga a tragédia que essa lógica instaurou na mais improvável, rica, mais povoada e mais influente região italiana, a Lombardia e, nela, na derrota mortífera de Bérgamo para um vírus.

Impossível não enxergar paralelos.

A Lombardia, que tem em Milão seu coração capitalista, é uma espécie de Estado de São Paulo do norte italiano, um centro fabril musculoso, com suas correspondentes casamatas do dinheiro organizado que se defende ali comme il faut: há 25 anos a região é governada pela direita italiana com seus poderosos escudos ideológicos, entre os quais as entidades das classes ‘produtoras’ e a influente mídia conservadora local e nacional.

Agnoletto usou seu prestígio e conhecimento para investigar como o sistema público de saúde desse fortim do establishment italiano permitiu que se instalasse em Bérgamo, a cerca de 100 kms de Milão, o cemitério mais dramático da pandemia na Europa.

Com mais de 64 mil mortos, a Itália é o epicentro europeu do novo coronavírus e a Lombardia seu pontão mais avançado. Como e por quê?

A universalidade dessa indagação encontra acolhimento no prefácio escrito pelo Presidente Lula que dá dimensão global aos relatos e questionamentos perfurantes de Agnoletto.

A dupla nos escolta por estruturas historicamente construídas, não ‘una cosa mentale’, como dizem os italianos, mas uma realidade reproduzida nas engrenagens que o dinheiro comanda em escalada insaciável que quanto mais acelera o motor da produção da riqueza mais vidas mastiga e menos direitos tolera.

A fila solene de setenta caminhões militares que percorreram a noite fria e chuvosa de Bérgamo, em 18 de março de 2020, ficará na memória como um dos testemunhos mais desoladores desse maquinismo desnudado e agigantado pela primeira pandemia do século XXI.

Enquanto o cortejo levava cadáveres infestados pelo vírus para sepultamento fora da cidade colapsada em sua estrutura de cemitérios e necrotérios, o capitalismo lombardo recusava-se a acionar a bandeira vermelha que desliga as máquinas, cerra as fábricas, decreta o lockdown, e enfim, liberta os braços e o resto dos corpos para descansar protegidos da catástrofe que gritava no ronco sepulcral dos caminhões em marcha contida.

O que se deu foi o oposto resultando na matança que os cemitérios locais não puderam dar conta.

(Cofindustria tentou minimizar a irradiação da morte a partir de Bérgamo)

Como mostra o livro e descreve o autor em entrevista exclusiva a Carlos Tibúrcio, da Carta Maior (leia abaixo), todo esforço da poderosa Cofindustria (a Fiesp local), associada a políticos herdeiros de Berlusconi, à máquina de desinformação conservadora e a algumas clínicas privadas que se recusavam a receber infectados em seus hospitais, foi no sentido de minimizar a irradiação da morte a partir de Bérgamo.

Uma campanha poderosa da associação empresarial lombarda reberverava urbi et orbi a ilusão do moto perpétuo capitalista indiferente à lida da morte a sua volta: ‘Bérgamo trabalha’; Bérgamo não para’, Bérgamo não fecha…’

Mas Bérgamo mata!

Impossível não remeter a versões desconcertantes da mesma cepa — a ‘gripezinha’ do Presidente brasileiro e o negacionismo de Trump — que resultaram nas duas maiores usinas de mortes da pandemia do planeta: EUA, com mais de 300 mil vítimas e o Brasil, com mais de 181 mil óbitos, juntos, a caminho de meio milhão de vidas perdidas.

A sôfrega insistência no retorno a uma ‘normalidade’ que, como se vê, a rigor nunca existiu, desdobra-se agora no turbulento ciclo de vacinação. A sofreguidão das expectativas ‘normalizadoras’ que a cercam obrigam a perguntar: ‘Em que medida um imunizante pode se transformar em passaporte para um passado abstraído de todas as arguições que lhe fazem o presente marcado pelo cheiro da morte que asfixia e turva o futuro ?

É disso que trata o prefácio escrito pelo ex-Presidente Lula em diálogo com o texto de Agnoletto.

‘A superposição de crises que se retroalimentam – do capitalismo neoliberal, do desequilíbrio ambiental e do descontrole sanitário –anuncia o esgotamento de uma época’, esquadreja o ex-presidente para advertir em seguida: ‘Não há precedente de uma volta ao ‘normal’ depois de uma ruptura dessa intensidade… (só) voltaremos a respirar plenamente (se) abrirmos a democracia às novas formas de participação e ação política que o século XXI nos cobra e propicia’.

(O passo seguinte da história está em aberto, avisa o ex-Presidente Lula)

No pós-guerra, nos anos 50, as forças progressistas souberam dar um nome à paz: ‘socialismo’, ‘bem-estar social’, ‘serviços públicos universais’, ‘cooperação’, ‘emprego’, ‘direitos’ etc.

Qual nome e que forças vão batizar o pós-pandemia? Vittorio Agnoletto e Luiz Inácio Lula da Silva alinhavaram os antecedentes da tormenta que escancara e agiganta as iniquidades intoleráveis de um epílogo inconcluso.

A travessia, porém, como demonstram as iniquidades escancaradas pela pandemia não se dará em águas de placidez suíça.

Não há marcha-à-ré na história, mas tampouco garantia de avanço: não existe vacina contra o passado. O passo seguinte da história está em aberto, avisa o ex-Presidente Lula.

Nesse lusco-fusco asfixiante que dá o título ao livro ‘Senza Respiro’ (‘Sem Fôlego’), o ex-presidente brasileiro capta ondas de um clamor que sua intuição política detecta em todos os quadrantes e contatos que cultiva no cenário global.

Ainda não é um nome para o pós-pandemia, mas é um sentimento forte, subjetivo e metabólico como se funde na pandemia; um sentimento de privação vertido das diferentes dimensões da existência submetidas a um esgotamento sistêmico que mostrou sua face mórbida e feia na doença ubíqua. Um sentimento que ecoa das esquinas e ruas do mundo sempre que elas se transformam, como tem acontecido com frequência cada vez mais estreita, em pulmões da história.

O que se ouve aí, anuncia Lula, é o som inconfundível de um mundo novo que pede para nascer: ‘Queremos respirar, queremos respirar, queremos respirar…’

*Saul Leblon/Carta Maior

*Leia a entrevista de Vittorio Agnoletto a Carlos Tibúrcio e o prefácio do ex-Presidente Lula ao livro ‘Senza Respiro’, inéditos no Brasil

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Rodrigo Maia é tão ou mais culpado que Paulo Guedes pelo caos econômico no país

A essência do mercado é enxergar o país, as pessoas que nele habitam, pelo lado de dentro de um balcão. Por isso, jamais espere de um partido de direita um projeto de país. Não há sequer um projeto de mercado, no máximo, essa gente trabalha para regulamentar o Estado para que este desregule toda e qualquer atividade comercial e transforme o país num grande camelódromo em que a lei do mais forte se instale e o caos social seja a consequência primeira.

Não foi por acaso que Zé Dirceu entrou na mira da milícia midiática que sempre entendeu que a notícia é uma mercadoria, assim como um sabonete, uma pasta de dente, um sapato ou uma bicicleta e, consequentemente, por ter a mesma linha de pensamento de um dono de birosca de sapê ou de um proprietário de shopping que pensam exatamente igual, assim como um grande industrial.

Zé Dirceu, logo no começo do governo Lula, em uma entrevista no Canal Livre na Band, fez um esboço rápido de um projeto de país a partir do próprio país, de seus cidadãos, com propostas que foram depois cumpridas com a geração de mais 20 milhões de empregos nos governos Lula e Dilma e a recuperação gradual dos salários.

O resultado foi o salário com o maior poder de compra da história, com o Brasil chegando aonde chegou, em 2014, no governo Dilma, junto a esse patamar, com pleno emprego.

O resultado de tudo isso foi uma melhora substancial na vida de todos os brasileiros e o país figurando entre as seis maiores economias do planeta, tendo um protagonismo global jamais visto.

Não se pode atribuir apenas a Aécio, o menino mimado que ficou furioso porque perdeu a primeira eleição para Dilma. Aécio foi moldado dentro do pensamento tucano, o partido moldado como se molda um armarinho ou uma loja de bugigangas, com vitrines atraentes, saldão e mercadorias com todo tipo de preço e gosto.

Quando Zé Dirceu falou em zerar o déficit habitacional, manter uma base econômica com reservas cambiais, entre outras propostas, os jornais no dia seguinte explodiram em ataques a ele, mas principalmente ao PT. E, ao invés de dizer que o PT tinha um projeto de país, a mídia mercadológica sapecou de maneira uniforme e unânime, que o PT tinha um projeto de poder e que sonhava se perpetuar no comando do país a partir do projeto.

Na verdade, esta foi uma conclusão lógica de quem sabia que, com tal objetivo, o PT conseguiria dar rumo ao país, organizar as instituições do Estado e promover oportunidades a todo e qualquer cidadão brasileiro.

Para essa pequena, média e grande burguesia do Brasil, isso é o insulto dos insultos. Um país para essa gente começa a partir da banca promocional, mas sobretudo que a sonegação seja a maior fonte de lucro, exigindo que o Estado promova o mercado e não o contrário e abandone toda e qualquer linha de pensamento em que o país seja visto a partir de seus cidadãos.

Por isso, Rodrigo Maia, o maior propagandista e que mais trabalhou pelas reformas tanto de Temer quanto de Bolsonaro, aparecia na mídia como quem tinha na manga todo o cálculo econômico do arrocho e da desregulamentação que as leis trabalhistas gerariam de benefícios, sem jamais dizer que modelo econômico seria implantado e como tais benefícios chegariam aos brasileiros.

Para ele, agora, é muito cômodo dizer o que qualquer pessoa minimamente sensata ou atenta sempre soube, que Paulo Guedes, assim como qualquer neoliberal, que já assumiu o comando da economia brasileira, é uma fraude, é uma mentira grosseira que sempre esteve a serviço do modelo econômico herdado da escravidão em que o futuro e as perspectivas de melhora da população ficariam por conta de cada um, como é regra primeira do pensamento mercadológico, seja ele de um monetarista, seja ele do lápis que se tira de trás da orelha e se rabisca o cálculo do lucro num papel de embrulho.

A fala entre esses dois universos, pode se diferenciar, mas o objetivo e a maneira de operar essa forma rude de economia, é a mesmíssima.

Então, quando Maia diz agora que está esperando Guedes cumprir 10% do que prometeu, como se a economia de um país dependesse de um condão mágico do ministro da economia e não de um pensamento de nação, dá a nós o direito de perguntar ao mesmo Maia, que sempre se comportou como um escapulário dos banqueiros, aonde está o 1% daquilo que ele prometeu quando comandou, na Câmara dos Deputados, as reformas que prometiam transformar o Brasil no céu a partir de supostas técnicas de mercado, que nunca existiram e jamais existirão, porque mercado é, por si só, selvageria. E, por instinto, fora da jaula, devora o primeiro que aparecer à sua frente.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Butantan desenvolve soro contra o Coronavírus

O Instituto Butantan concluiu o desenvolvimento do processo de produção de um soro contra o Sars-CoV-2, o vírus causador da Covid-19. Mais de 2 mil frascos estão prontos para o início dos testes de segurança e eficácia em pessoas, informou a bioquímica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora de Inovação do instituto.

Se apresentar a eficácia esperada na próxima etapa de testes, o soro poderia ser usado para tratar pessoas que apresentem os primeiros sintomas da doença, para bloquear o avanço da infecção, segundo a pesquisadora. “O soro poderia ajudar bastante, já que ainda não temos antivirais eficazes contra a Covid-19”, disse Chudzinski-Tavassi.

Resultado de cinco meses de trabalho, o soro é feito a partir de vírus inativado por radiação, por meio de uma técnica desenvolvida com o Instituto Nacional de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), aplicado em cavalos. Em resposta ao vírus, os animais produzem anticorpos do tipo imunoglobulina G (IgG), extraídos do sangue e purificados de acordo com uma técnica usada no instituto há décadas para produção de outros soros.

Segundo Chudzinski-Tavassi, o soro mostrou resultados satisfatórios em testes de neutralização em células e segurança em camundongos e coelhos. O estudo está sendo discutido com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obter autorização para os testes de segurança e eficácia em pessoas, mesmo sem testes similares em modelos experimentais animais.

“Não há nenhum modelo animal que reproduza a Covid-19 do mesmo modo que nos humanos”, comentou. “Por causa dessa impossibilidade, a Argentina, o México e a Costa Rica não realizaram essa etapa, alguns soros já conseguiram a autorização oficial e a Argentina já começou os testes clínicos com seu próprio soro.”

*Publicado originalmente na Revista Pesquisa FAPESP

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Bolsonaro incita polícia contra a imprensa após novas revelações do uso da Abin na defesa de seu filho Flávio

“Essa imprensa jamais estará do lado da verdade, da honra e da lei. Sempre estará contra vocês”, afirmou Jair Bolsonaro durante cerimônia de formatura de novos policiais militares no Rio de Janeiro.

Jair Bolsonaro voltou a criticar a imprensa nesta sexta-feira (18) ao afirmar que a mídia sempre estará “contra” os policiais militares, “a verdade, a honra e a lei”. A afirmação foi feita durante cerimônia de formatura novos policiais militares no Rio de Janeiro.

“Simule as operações que podem aparecer pela frente. Por que em uma fração de segundo estará em risco a sua vida, a de um cidadão de bem ou a de um canalha defendido pela imprensa brasileira. Não se esqueçam disso. Essa imprensa jamais estará do lado da verdade, da honra e da lei. Sempre estará contra vocês”, disse Bolsonaro segundo reportagem do UOL.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), também participaram da cerimônia.

A declaração foi feita no mesmo dia em que a revista Época publicou uma entrevista com a advogada Luciana Pires, que atua na defesa do senador no escândalo das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Na entrevista, ela relata que o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, elaborou uma série de recomendações para anular o inquérito envolvendo o parlamentar.

 

*Com informações do 247

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Quando prendia petistas na farsa da Lava Jato, a PF deixava o preso discursar como fez o bolsonarista Oswaldo Eustáquio?

Quando se vê o vídeo do bolsonarista Oswaldo Eustáquio discursando, pateticamente enrolado na bandeira do Brasil, pensa-se, o picareta deve estar esquentando a voz e já já vai cantar ópera.

É a primeira vez na vida que vejo preso fazer discurso político na hora de entrar no camburão.

Ninguém veria uma cena como essa em que o preso pode discursar sendo ele um petista na hora da prisão da operação Lava Jato, que era uma farsa em que o juiz era o corrupto e o ladrão e, como se sabe, o japonês da Federal era o rei da contravenção.

Preso ali não tinha vez, quem usava os holofotes em cada prisão efetuada eram os atores da Força-tarefa de Moro, incluindo delegado da PF, gente da Receita Federal e as estrelas do Ministério Público Federal do Paraná quando faziam coletiva parecendo os Holling Stones antes do show no Rock and Rio.

Para quem não sabe, Oswaldo Eustáquio, que é uma mistura de Augusto Nunes com Roberto Jefferson, é aquele entrevistador bolsonarista do gabinete do ódio que aparece na tela enquanto entrevistava o Jefferson, numa das fotos que mais rodaram na internet. Ou seja, o homem de confiança de Bolsonaro, foi preso por desobediência ao STF, já que estava em prisão domiciliar e foi parar no gabinete de Damares Alves.

Esse mesmo sujeito, dia desses, após sua prisão domiciliar, mereceu uma entrevista com a turma do Pingo nos Is, comandada por Augusto Nunes, em que ele disse textualmente que montaria uma super estrutura em casa, com estúdio profissional para, mais uma vez, em desobediência ao STF, que o proibiu de acessar as redes sociais, seguir com o seu programa.

O que se lembra com bastante clareza é a diferença da Polícia Federal do governo Dilma, durante a Lava Jato, que tinha total liberdade, e a de agora, com Bolsonaro, que é uma parte bolsonarista e a outra, morista. Uma segue Ramagem, outra segue Valeixo.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Para se vacinar contra o PT, elite brasileira elegeu um placebo

O resultado está aí, um não governo. O Brasil vivendo um caos sanitário, econômico e social e, como se não bastasse, o jumento do Planalto diz que não vai se vacinar. Só que ele esquece que, agindo assim, não poderá entrar em nenhum pais. Vai pagar pra ver?

Assista:

*Da redação

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A importância dos governos Lula e Dilma para as pautas sociais e raciais

As cotas respondem às demandas dos negros brasileiros por reparações desde o conturbado e injusto processo abolicionista.

Após alcançar os mais altos índices de aprovação popular de uma presidenta ou de um presidente da república em exercício, os governos de Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores conseguiram sancionar a Lei de Cotas nas Universidades (Lei nº 12.711/ 2012) e a PEC das Domésticas (Emenda Constitucional 73/ 2013), em resposta às demandas históricas e fundamentais do movimento negro.

A duras penas, depois de décadas de lutas das diversas organizações do movimento negro, como a dos cursos pré-vestibulares populares que se espalharam pelo país a partir dos anos 90 (ver o excelente texto do professor, pesquisador e militante Alexandre do Nascimento), a Lei de Cotas foi sancionada pela presidenta Dilma em 29 de agosto de 2012. Num longo e difícil processo político, a Lei foi discutida nas universidades, nos órgãos de imprensa e no Supremo Tribunal Federal. Antes de ter a sanção da presidenta, ela precisou ser aprovada na Câmara e no Senado. Com muitas abstenções, o único voto contrário à lei foi do senador Aloysio Nunes Ferreira, um contumaz adversário dos governos petistas. As cotas respondem às demandas dos negros brasileiros por reparações desde o conturbado e injusto processo abolicionista.

Alguns meses após a sanção da Lei de Cotas, em 3 de Abril de 2013, o governo de Dilma e o Partido dos Trabalhadores conseguem a promulgação da PEC das Domésticas, emenda Constitucional que garantia uma série de direitos trabalhistas às empregadas e empregados domésticos. A bem da verdade e da dignidade, além do trabalho e do empenho pessoal da presidenta Dilma, das suas principais ministras e ministros, em especial, da ministra de Políticas para a Mulheres, Eleonora Menicucci, e da bancada das mulheres no Congresso, entre elas, a Deputada Benedita da Silva, histórica defensora dessa e de outras demandas do movimento negro e do movimento feminista, cabe destacar a importância das organizações sociais, como a FENATRAD (Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas), representada por sua presidenta Creuza Maria Oliveira, e do judiciário, representado pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Delaíde Miranda Arantes.

A demanda pelos direitos trabalhistas das empregadas domésticas está presente no movimento negro desde o TEN (Teatro Experimental do Negro). No I Congresso do Negro Brasileiro, organizado em 1949, por Abdias do Nascimento e Guerreiro Ramos, fundadores do TEN, a advogada e militante Guiomar de Mattos já defendia os direitos das trabalhadoras domésticas. Esses direitos só seriam conquistados 60 anos depois. Antes de ter a sanção da presidenta Dilma, com muitas abstenções, a PEC foi aprovada na Câmara e no Congresso. O único parlamentar a expressar seu voto contrário à PEC foi o deputado Jair Bolsonaro.

No artigo acadêmico “E a corrupção coube em vinte centavos”, a pesquisadora Cristina de Melo e o pesquisador Paulo Vaz destacam as aprovações da Lei de Cotas e da PEC das Domésticas como razões fundamentais do descontentamento de grande parte da classe média com os governos de Dilma e com o Partido dos Trabalhadores. Esse descontentamento ganha corpo nas Jornadas de Junho de 2013, prenúncio do Golpe Parlamentar de 2015 e da ascensão de Jair Bolsonaro.

Nesses tempos em que voltamos a discutir as ações afirmativas, a cidadania e a justiça social, não podemos deixar de reconhecer as mulheres corajosas que defenderam as causas mais fundamentais, em especial, a presidenta Dilma Rousseff, que valeu-se da sua enorme popularidade obtida nos primeiros anos do seu governo para contribuir com a aprovação da Lei de Cotas e da PEC das Domésticas. Parabéns Presidenta!

 

*Paulo Fernandes Silveira (FE-USP e IEA-USP)/GGN

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Maia pauta MP do auxílio emergencial e coloca arreio no jumento do Planalto

Nada melhor do que ver um boquirroto levar uma calça arriada num bate e volta instantâneo.

Bolsonaro acusou Maia de deixar caducar o 13º salário do Bolsa Família e Maia, imediatamente, pautou para esta sexta-feira (18) a medida provisória que prorrogou o Auxílio Emergencial até dezembro, incluindo nela o pagamento do 13º do Bolsa Família em 2020.

Segundo o deputado Marcelo Freixo (Psol):

*Da redação

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Cama de gato em Bolsonaro: Após acusação de Bolsonaro, Maia pauta MP prevendo 13º do Bolsa Família

Após acusação do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, incluiu a previsão de pagamento do 13º para beneficiários do Bolsa Família na Medida Provisória 1000/20, que prorrogou o auxílio emergencial até dezembro. A informação foi confirmada à coluna por auxiliares do presidente da Câmara e pelo governo.

A MP está na pauta do Plenário da Câmara desta sexta-feira (18), mas possivelmente a medida só será votada na semana que vem. O presidente da Câmara articulou com o relator da MP, deputado Marcelo Aro (PHS-MG), a inclusão do tema do 13º do Bolsa Família no texto, que possivelmente será feito por meio de um parecer.

Ontem (17), na live semanal nas redes sociais, o presidente Bolsonaro disse que Maia era o culpado pelo fato de os beneficiários do Bolsa Família não receberem uma 13ª parcela do programa neste ano. À Folha de S. Paulo, o deputado respondeu chamando o chefe do Executivo de mentiroso.

Apesar da afirmação de Bolsonaro, a MP não foi votada por causa de uma articulação do próprio governo, que previa um impacto de R$ 8 bilhões aos cofres públicos.

À coluna, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, disse que há uma regra não regimental que impede que a votação aconteça hoje. “O relatório da MP precisa ser publicado com 24 horas dê antecedência”, afirmou. O governo articula com parlamentares para minimizar o impacto de uma eventual aprovação e avalia as possíveis consequências da votação.

Apesar disso, Maia articula com líderes e com a oposição para que a medida avance no máximo da semana que vem.

Eleição no Congresso

A queda de braço entre Maia e o Palácio do Planalto tem como pano de fundo a disputa pelo comando da Câmara. Maia, que deixa o cargo em fevereiro, tenta fazer o seu sucessor, e formar um bloco amplo com apoio da oposição. Já o governo tenta emplacar o deputado Artur Lira (PP-AL).

No Planalto, a medida de Maia está sendo vista como retaliação. Segundo auxiliares do presidente, Maia estaria agindo de forma “irresponsável”. Nas palavras de um interlocutor, não se pode fazer bondades com o chapéu alheio e é preciso estudar a viabilidade econômica das medidas.

Há o receio ainda que durante uma eventual votação da MP o auxílio emergencial possa ser ampliado e elevado de R$ 300 para R$ 600.

 

*Com informações do Uol

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Bolsonaro diz que não vai se vacinar, o que o impedirá de entrar em qualquer país

Se o governo de Bolsonaro vai mal das pernas, seu governo paralelo vai muito bem, obrigado.

Um sujeito acostumado a trabalhar para exaltar os porões da ditadura, homenagear milicianos com medalhas oficiais, não funcionaria bem sob o sol do meio-dia. Por isso, seu governo é trágico sob todos os aspectos.

Mas, como vários blogs e a grande mídia, hoje, revelam, a Abin paralela do clã Bolsonaro segue tão próspero quanto a imobiliária da família e o mundo mágico da loja de chocolate.

Tudo isso funciona em um país em que tudo vale a pena se a grana da elite não for pequena.

Ocorre que, como presidente, Bolsonaro não tem como se esquivar de protocolos internacionais, e ainda vai pagar muito caro por isso, inclui-se aí a possibilidade de enfrentar tribunais internacionais.

É uma gigantesca falácia em seu terrorismo contra a vacina, afirmar que não vai se vacinar, porque simplesmente estará automaticamente impedido de entrar em qualquer país do mundo.

Isso dá a dimensão da irresponsabilidade retórica do genocida que prefere o país vivendo uma convulsão sanitária do que a volta da normalidade, porque facilita suas manobras montadas dentro do Palácio do Planalto de um governo paralelo exclusivamente para atender as necessidades do clã.

Então, essa bobajada de um sujeito dizer que não vai tomar a vacina, e que a cada dia se mostra mais perto da cadeia do que da presidência, só o isola mais da comunidade internacional, o que facilita ainda mais a sua queda e a sua inapelável prisão, como bem pontuou o presidente do Psol, Juliano Medeiros:

“Anotem: ao liderar uma campanha contra a vacinação, Bolsonaro está enterrando de vez sua reeleição. E quando nossa democracia for plenamente restabelecida, acabará atrás das grades, como merecem os genocidas”.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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