Ano: 2020

Para o presidente do BC, Campos Neto, quanto mais mortos pelo coronavírus, melhor, mais lucros para investidores

Presidente do BC diz a investidores que reduzir mortes por coronavírus é pior para a economia.

“Esse é um gráfico que muita gente tem comunicado em palavras, que é a troca entre o tamanho da recessão e o achatamento da curva [de contaminação] que você quer atingir. Mostra que, quando você tem um achatamento maior, você tem uma recessão maior e vice-versa”, teorizou Campos Neto em uma live organizada pela XP Investimentos, uma das maiores corretoras de valores do Brasil.

A fala foi acompanhada ao vivo por mais de 6 mil pessoas no último dia 4, um sábado à noite.

Na ótica do neto de Roberto Campos – ministro do Planejamento da ditadura militar e um dos maiores expoentes do liberalismo econômico no Brasil –, o gráfico serve “para ilustrar que existe essa troca [entre salvar vidas ou combater a recessão] e é uma troca que está sendo considerada.”

Na lógica fria de Campos Neto, quanto mais rápido vierem novos casos e mortes por covid-19, melhor para a economia. Mais importante é que a indústria continue produzindo e vendendo. Ainda que isso cause o colapso de hospitais e do sistema de saúde pública, forçando médicos a escolher quem atender e quem deixar morrer, é um preço razoável a pagar em nome do lucro.

A fala do presidente do BC embute uma desonestidade intelectual. O gráfico usado por ele consta da introdução do livro “Mitigating the covid economic crisis: act fast and do whatever it takes” – “Reduzindo a crise econômica da covid: agir rápido e fazer todo o possível”, em tradução livre.

Trata-se de uma compilação de artigos organizada pelos economistas Richard Baldwin e Beatrice Weder di Mauro, do Centro de Pesquisas de Política Econômica, um think tank baseado em Genebra e que desde 1983 reúne mais de 700 pesquisadores de universidades majoritariamente europeias. Lançado em 18 de março, o livro (em inglês) pode ser baixado de graça na internet.

Na obra, os pesquisadores concluem sem deixar margem para dúvidas que a recessão causada pela quarentena é uma “medida de saúde pública necessária” e que perder vidas para preservar a economia não deve sequer ser uma opção considerada pelos líderes mundiais. Talvez Campos Neto não tenha lido esse trecho da obra – se leu, preferiu se esquecer dele. Em mais de uma hora e meia de fala aos investidores, ele não mencionou a conclusão uma única vez. Não foi a primeira vez que o BC usou o gráfico fora de seu contexto original: ele havia aparecido anteriormente no relatório trimestral de inflação divulgado em março.

 

*Do Intercept Brasil

Governo está paralisado e coronavírus se espalha pelo país

Sem infraestrutura médica e especialistas em infectologia, pequenas e médias cidades começam a mandar seus doentes para as capitais. Brasil já tem 28.320 casos e 1.736 mortes confirmadas. A presença da Covid-19 ultrapassou a casa dos mil municípios brasileiros e chega também às periferias e favelas.

O coronavírus tomou o Brasil de vez. Com 28.320 casos e 1.736 mortes confirmadas no boletim do Ministério da Saúde, a Covid-19 ultrapassou a casa dos mil municípios brasileiros. A doença se espalha pelos 26 estados e Distrito Federal, chegando a cidades de pequeno e médio porte do interior – há registros da doença em 60% dos municípios com 50 mil a 100 mil habitantes. Alguns municípios já registram transmissão comunitária e tornaram-se centros de disseminação regional do vírus.

Entre as 10 regiões de saúde com maior coeficiente de incidência (casos por 1 milhão de habitantes), surgem a área central do Amapá (AP), Rio Negro e Solimões (AM), Laguna (SC) e Foz do Rio Itajaí (SC). Entre as cinco regiões com maior coeficiente de mortalidade (mortes por 1 milhão de habitantes), estão Limoeiro do Norte (CE) e o Extremo Oeste Paulista (SP).

Especialistas ressaltam que a cada dia observamos um retrato de duas ou três semanas atrás e, estatisticamente, o país já pode ter rompido a marca de 86 mil casos. Afirmam ainda que, se o país viveu uma primeira onda de disseminação da doença concentrada nas metrópoles, agora enfrenta a segunda onda, com focos de disseminação no interior.

No estado de São Paulo, onde havia 9.371 casos e 695 mortes confirmadas até terça-feira (14), os efeitos da baixa aplicação de medidas de isolamento social não tardaram a surgir nas cidades do interior. Segundo análise da Universidade Estadual Paulista (UNESP), a Covid-19 chega a centros regionais fora da capital a partir dos principais eixos rodoviários, e tem potencial para atingir localidades nos arredores em “efeito cascata”.

Um exemplo de como o vírus se espalha facilmente por cidades vizinhas se dá no entorno da capital paulista. A segunda cidade com mais casos registrados é São Bernardo do Campo. Lá foram confirmados 201 casos e 11 mortes até esta terça, segundo dados da plataforma colaborativa Brasil.IO (brasil.io/home), única fonte disponível de informações por município, lista não divulgada pelo Ministério da Saúde.

A região de Ribeirão Preto (SP), no Extremo Oeste Paulista, tem 313 casos confirmados até esta quarta-feira, 15. A parcial, que não necessariamente foi contabilizada pela Secretaria Estadual de Saúde e pelo Ministério da Saúde, se refere a pacientes que testaram positivo em 23 cidades, entre elas Ribeirão Preto, município que concentra a maior parte dos registros (53).
Avanço para interior e periferias

Para o médico infectologista Evaldo Stanislau, diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, a tendência natural é que o coronavírus avance para as periferias das grandes cidades e municípios do interior. Até porque esses locais não dispõem nem de infraestrutura hospitalar e muito menos de especialistas em infectologia.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é organizado em 451 regiões de saúde. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que 14,9% da população que depende exclusivamente do SUS não contam com nenhum leito de UTI na região em que moram, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

As cidades pequenas também têm encontrado dificuldade de acesso aos dados de seus pacientes, pois dependem de hospitais e laboratórios de referência nas cidades maiores. Na Paraíba, os gestores locais precisam aguardar o resultado de exames encaminhados para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, o que leva em média duas semanas.
Faltam testes

“Os municípios estão fazendo o trabalho de base, mas a falta de testes e resultados dificulta a ação. Muitas vezes um paciente pode ter Covid, mas não foi diagnosticado, então a família não é alvo das medidas de isolamento, por exemplo. Sem o resultado, não há toda a precaução que poderia haver no caso de ocorrências confirmadas”, explica Soraya Galdino, presidente da representação do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) na Paraíba e secretária municipal de Itabaiana, a 80 quilômetros da capital.

A falta desses dados dificulta inclusive a adoção de medidas de isolamento social para retardar a explosão do problema. “Lidamos com uma cultura populacional na qual as pessoas só se previnem quando têm um resultado confirmado”, lamenta Verônica Savatin, secretária de Saúde de Chapadão do Céu (GO), cidade com 10 mil habitantes.

Para ela os recursos, principalmente os testes, também devem ir para os municípios menores. “Tivemos uma guerra para dividir os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Claro que não dá para abandonar os grandes centros, mas o ministério poderia atentar um pouco mais para os municípios pequenos”, pondera.

Embora a ordem continue sendo a de enviar pacientes que necessitem de cuidados intensivos aos hospitais de referência das chamadas cidades polo, as redes regionais de saúde precisam ser reorganizadas tanto para atender a alta demanda quanto para realizar de forma segura as transferências. Em muitos municípios faltam UTIs móveis para transportar pacientes mais graves e também profissionais especializados para operá-las.

 

 

*Com informações do PT

 

Vídeo: Gilmar Mendes chama Bolsonaro de genocida e é passível de cassação

A chapa está esquentando cada vez mais para Bolsonaro.

Se Trump está sendo acusado pela revista Médica The Lancet de cometer um crime contra a humanidade por sua decisão de suspender o apoio financeiro à Organização Mundial de Saúde (OMS), em plena luta contra o Covid-19, Bolsonaro, seu sósia tropical, é detonado pelo Washington Post: “Líderes arriscam vidas ao minimizar o coronavírus. Bolsonaro é o pior. O novo vírus do coronavírus, que já infectou pelo menos 1,8 milhão de pessoas em 185 países, tornou-se um teste global da qualidade da governança. De longe, o caso mais grave de improbidade é o do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.”

Aqui no Brasil, hoje, no STF Gilmar Mendes foi mais longe, chamou Bolsonaro de genocida e disse que, se um governador tomasse medidas contra a população, como faz Bolsonaro, o estado sofreria intervenção pelo governo federal.

“O presidente pode exonerar ministros, mas a Constituição não permite que ele adote políticas genocidas’, diz Gilmar Mendes

O Ministro voltou a dizer que, se Bolsonaro decidir revogar os decretos dos governadores que determinam o isolamento social, a medida deve ser derrubada pelo STF.

A fala foi proferida durante o julgamento da ADI 6.341, que questiona a MP 926/20, que redistribui poderes de polícia sanitária.

Neste julgamento, os ministros decidiram que Governadores e prefeitos podem estabelecer medidas contra pandemia.

E Trump?

Bom, agora Trump segue a linha bolsonarista, culpando o governo do Obama pelo colapso nos EUA devido ao COVID19.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Apoio a impeachment de Bolsonaro chega a 46%

Avaliação do governo Bolsonaro atinge pior marca e apoio a impeachment chega a 46%, diz Atlas Político.

Pesquisa do Atlas Político aponta ainda que 72% apoiam quarentena e que 76% são contra queda de Mandetta.

Pesquisa revelada pelo Atlas Político nesta quarta-feira (15) mostrou que o governo do presidente Jair Bolsonaro segue patinando em meio ao surto do novo coronavírus. O levantamento mostra uma piora nos índices de aprovação do governo e uma população dividida quanto a um possível impeachment do ex-capitão.

Entre fevereiro e abril, o percentual de pessoas que avaliam o governo como Ruim/Péssimo saltou de 38% para 43% – o maior desde o início do mandato de Bolsonaro. A avaliação positiva baixou 6 pontos: eram 29% que avaliavam o governo como Ótimo/Bom e agora são 23%.

Apenas 37,6% a aprovam o desempenho individual do presidente, enquanto 58,2% desaprovam. Além disso, a pesquisa mostra que 46,5% dos brasileiros já apoia o impeachment de Bolsonaro enquanto 43,7% rejeitam.

O Atlas Político perguntou ainda sobre uma possível demissão do ministro da Saúde Henrique Mandetta. 76,2% se posicionaram contra e apenas 13,7% disseram concordar. Além disso, 72,2% dos entrevistados disseram concordar com o isolamento social e 19,6% foram contra

 

 

*Lucas Rocha – Revista Forum

Derrota de Bolsonaro: STF decide que estados e municípios podem decretar isolamento social

Com isso, a tomada de decisões relativas ao coronavírus não pode ser exclusiva do Executivo. Decisão foi unânime.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (15/04), por unanimidade, que cabe também aos estados e municípios a determinação de medidas de prevenção contra a pandemia de coronavírus. Com isso, a centralização das prerrogativas de isolamento não pode ser exclusiva do Executivo. Os ministros Celso de Mello e Luís Roberto Barroso não votaram.

A ação foi ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) contra vários dispositivos da Medida Provisória (MP) nº 926, de 2020, que atribuiu ao presidente da República, Jair Bolsonaro, as decisões relacionadas a quarentena, interdição de locomoção e de serviços públicos e atividades essenciais.

No processo, o PDT alegou que a medida “esvazia a competência e a responsabilidade constitucional de estados e municípios para executar medidas sanitárias, epidemiológicas e administrativas relacionadas ao combate ao novo coronavírus”. O relator da ação, ministro Marco Aurélio, já havia deferido em parte a liminar.

Para o ministro, a redistribuição de atribuições feita pela MP não afasta a competência concorrente dos entes federativos, nem a tomada de providências normativas e administrativas pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.

 

 

*Com informações do Metrópoles

Vídeo: Mandetta tomou a faixa presidencial de Bolsonaro e devolverá quando quiser

“Mandetta vai ou não devolver a faixa presidencial do Bolsonaro até o fim da noite? Façam suas apostas”. (Guga Noblat).

Bolsonaro preparou a bola na marca do pênalti, sem goleiro e, na hora de chutar, amarelou.

Mandetta fica e revoga a demissão do  seu Secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira. Não só isso, diz que, enquanto estiver no Ministério da Saúde, ninguém toca na sua equipe, ou seja, desautorizou Bolsonaro,

Dizendo-se defensor das posições da ciência, do SUS e da vida, Mandetta peitou publicamente Bolsonaro.

Todos sabem a posição de Bolsonaro, sobretudo que ele coloca o mercado acima das pessoas sem a menor cerimônia, atropelando toda a comunidade científica para agradar aos abutres do grande capital.

O que ficou claro, no entanto, é que quem foi comido com sobremesa e tudo pelo banquete preparado pelo Planalto não foi Mandetta, mas o próprio Bolsonaro. Mandetta, em sua fala, não economizou na hora de mostrar os músculos, aprofundando a encrenca entre ele e um presidente que, hoje, não tem força sequer para mandar embora um subalterno.

Mandetta é político e tem um faro de quem sabe quando o terreno está mais para ele do que para o adversário. Então, aproveita a credencial para, de forma pouco cordial, pisar na cabeça do inimigo.

Esse foi o tom da coletiva de um ministro que estava com a cabeça a prêmio, mas que no cadafalso transformou-se em algoz de seu carrasco que, certamente, foi desautorizado pela mão invisível da oligarquia.

na verdade, os comentários nas redes sociais, blogs e jornalões já antecipavam a goleada. As críticas a Bolsonaro com a demissão de Mandetta explodiram no mundo digital, deu a escrita, mais uma vez, Mandetta fica, assim como Moro ficou e Bolsonaro sai de mais uma com cara de bundão.

Para quem, ainda hoje, roncou grosso, deu tapa na mesa e gritou que quem manda é ele, Bolsonaro sai mais desmoralizado do que entrou nesse furdunço.

Confira o vídeo:

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

The Washington Post: ‘Bolsonaro é o pior dos líderes no combate ao coronavírus’

The Washington Post decidiu listar “os líderes que ameaçam vidas minimizando o coronavírus”. “Bolsonaro é o pior deles”, respondeu logo na própria manchete o jornal estadunidense em editorial publicado nesta terça (14).

A publicação aponta que o novo coronavírus está sendo “um teste global de qualidade de governança”, uma vez que as milhares de mortes e afetados são resultados das respostas e políticas adotadas pelos mesmos em seus respectivos países.

E “os que estão no fundo do poço” são “bastante visíveis”. “Governantes da Bielorrússia, Turquemenistão, Nicarágua e Brasil rejeitaram a seriedade do vírus e estimularam seus cidadãos a voltar mais ou menos à normalidade”. E ao comparar lideranças autoritárias e até mesmo o ditador nicaraguense Daniel Ortega, “de longe, o caso mais grave de improbidade é o do presidente brasileiro Jair Bolsonaro”.

“Quando as infecções começaram a se espalhar em um país de mais de 200 milhões de habitantes, o populista de direita descartou o coronavírus como “uma gripezinha” e instou os brasileiros a “enfrentar o vírus como um homem, caramba, não um menino”. Pior, o presidente tentou repetidamente minar as medidas tomadas pelos 27 governadores estaduais do país para conter o surto”, continuou o jornal.

As consequências “previsíveis”, concluiu o The Washington Post, tem sido um aumento no número de doentes e mortos pelo Covid-19, fazendo o país alavancar imediatamente para a 14ª posição no mundo em contágios e 11ª em mortes nesta segunda (13).

Apesar de os Estados Unidos ser o líder no número de contágios do mundo, o editorial destacou que o país só apresentou melhoras quando o presidente Donald Trump decidiu deixar de minimizar o coronavírus e enfrentar os esforços de contenção recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Trump poderia fazer um grande favor ao Brasil, telefonando a Bolsonaro, que tem sido seu aliado político, e estimulando-o a fazer o mesmo”, recomendou o diário norte-americano.

 

 

*Com informações do GGN

Primeira pessoa do mundo a ser vacinada contra coronavírus conta o que sentiu

Mãe de família norte-americana, com dois filhos, foi a primeira pessoa do mundo a receber uma vacina experimental contra o SARS-CoV-2.

Jennifer Haller, 44 anos, diretora operacional de uma start-up de tecnologia de Seattle (EUA), contou ao jornal britânico The Telegraph que tudo se passou como se estivesse tomando uma vacina contra a gripe.

Ao ter conhecimento pelo Facebook de um pedido de voluntários para o ensaio experimental de uma vacina, não hesitou em se candidatar.

“Não havia nada que eu pudesse fazer para deter esta pandemia pelo que decidi desta forma dar o meu contributo”, confessou Jennifer.

Em 16 de março, Haller soube que seria a primeira pessoa a receber a vacina experimental, chamada de ARNm-1273, que tinha dado resultados prometedores ao ser testada em animais.

O ensaio, conduzido por cientistas do Instituto de Pesquisas de Saúde em Seattle, previa que os participantes recebessem duas doses da vacina experimental com 28 dias de intervalo.

“No primeiro dia, tive um pouco de febre. No segundo dia, meu braço estava muito dolorido. Mas foi só isso. Passei bem a seguir. Foi tão simples quanto uma vacina contra a gripe”, garantiu Jennifer.

Jennifer Haller, à qual se juntaram outros 44 adultos no estudo, receberá em breve sua segunda dose e será alvo de vigilância até março-abril de 2021, informou o Telegraph.

Segundo os últimos dados de 15 de abril da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos são atualmente o país mais afetado pela pandemia, com 609.422 infectados e 24.429 óbitos. Segue-se a Itália com 21.067 mortes e a Espanha, com 18.255.

Em todo o mundo a pandemia já causou 126.753 mortes e infectou quase dois milhões de pessoas em 193 países. No Brasil, já foram registrados 25.864 casos de infecção e 1.552 óbitos.

 

 

*Do Sputnik

Mandetta e equipe, aguardando demissão, já esvaziam as gavetas

Secretário de vigilância diz que gestão do ministro acabou e que chegou a hora da despedida.

A equipe do ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, acredita que o presidente Jair Bolsonaro pode demiti-lo até pelo Twitter nas próximas horas e já limpa as gavetas para sair da pasta junto com o chefe.

Um dos principais auxiliares de Mandetta, o secretário de vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, enviou carta aos funcionários de sua área nesta quarta (15) afirmando que “a gestão de Mandetta acabou e preciso me preparar para sair junto”. Oliveira afirmou ainda que “só Deus para entender o que querem fazer”.

Nesta quarta pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro disse que resolverá “a questão da Saúde” para que seja possível “tocar o barco”. “Pessoal, estou fazendo a minha parte”, disse a apoiadores na frente do Palácio do Alvorada.

“Finalmente chegou o momento da despedida”, diz Kleber de Oliveira na carta enviada aos colegas. “Ontem tive reunião com o ministro e sua saída está programada para as próximas horas ou dias. Infelizmente não temos como precisar o momento exato. Pode ser um anúncio respeitoso diretamente para ele ou pode ser um Twitter. Só Deus para entender o que o querem fazer”.

“De qualquer forma, a gestão do Mandetta acabou e preciso me preparar para sair junto, pois esse é um cargo eletivo e só estou nele por decisão do Mandetta”, afirma ainda o secretário.

Outros integrantes do primeiro escalão da Saúde já comunicaram que saem junto com o ministro.

Como revelou a coluna Painel nesta quarta (15), o próprio Mandetta já se despediu dos subordinados e disse que aguarda apenas que Bolsonaro encontre um nome para substituí-lo.

O secretário de vigilância diz ainda na mensagem enviada que, “por conhecer tão profundamente a SVS, tenho certeza que parte do que fizemos na SVS vai continuar, pois é uma secretaria técnica e sempre nos pautamos pela transparência, ética e preceitos constitucionais”.

Leia a íntegra da mensagem:

“Bom dia!

Finalmente chegou o momento da despedida. Ontem tive reunião com o Ministro e sua saída está programada para as próximas horas ou dias. Infelizmente não temos como precisar o momento exato. Pode ser um anúncio respeitoso diretamente para ele ou pode ser um Twitter. Só Deus para entender o que o querem fazer.

De qualquer forma, a gestão do Mandetta acabou e preciso me preparar para sair junto, pois esse é um cargo eletivo e só estou nele por decisão do Mandetta. No entanto, por conhecer tão profundamente a SVS, tenho certeza que parte do que fizemos na SVS vai continuar, pois é uma secretaria técnica e sempre nos pautamos pela transparência, ética e preceitos constitucionais.

A maioria da equipe vai permanecer e darão continuidade ao trabalho de excelência que sempre fizeram e para isso não precisam mais de mim.

Foi uma honra enorme trabalhar mais uma vez com você. Para que não tenhamos solução de continuidade, indiquei o meu amigo querido Gerson Pereira para ficar de Secretário interino. Ele é um Profissional excelente e vai dar seguimento a tudo que estamos fazendo.

Vou entregar o cargo assim que a decisão sobre o Mandetta for resolvida. Todos estão livres para fazer o que desejarem.

Tenho certeza que a SVS continuará grande e será maior, pois vocês é que fazem ela acontecer. Minhas contribuições foram pontuais e insignificantes, perto do que essa Secretaria é como uma só equipe. A SVS é minha escola e minha gratidão por ter trabalhado com você será eterna. Muito obrigado por me permitir estar Secretário Nacional de Vigilância em Saúde. Jamais imaginei que seria o primeiro enfermeiro a ocupar tão elevado e importante cargo e o primeiro de muitos que virão.

Muito obrigado!​”

 

 

*Monica Bergamo/Folha

Venezuela tem as menores taxas de contágio da Covid-19 do continente

Nicolás Maduro prorrogou estado de Alerta Nacional, mantendo fronteiras fechadas e funcionamento de serviços essenciais.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou, no último sábado (11), que prorrogará o estado de Alerta Nacional em todo o território por mais 30 dias. A decisão inclui quarentena para todo o país, com exceção dos serviços considerados essenciais, como: saúde, segurança, supermercados e telecomunicações. Também estende o período em que as fronteiras do país permanecerão fechadas.

Foram registrados 181 infectados pelo novo coronavírus, nove falecidos e 93 recuperados da doença, totalizando uma taxa de 53% de cura. Para conter o avanço da doença, o governo bolivariano recebeu aviões com toneladas de equipamentos médicos, testes de diagnósticos e ajuda humanitária da China, Rússia, Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde. Além de contar com equipes de especialistas chineses e cubanos, apoiando os profissionais de saúde venezuelanos.

::Venezuela enfrenta o bloqueio e busca solidariedade para encarar pandemia::

O presidente Nicolás Maduro afirmou durante transmissão em cadeia nacional, no último sábado (11), que não há contradição entre produtividade e saúde. “Estou atento à questão econômica. Para a economia pós pandemia será fundamental um mercado petroleiro estável, com um preço do barril justo e estável para que o mundo financeiro tenha como encontrar recursos para a recuperação econômica”, afirmou o chefe de Estado.

::Pandemia da covid-19 gera maior crise do mercado mundial de petróleo em 30 anos::

Prevendo o estancamento da economia e os riscos para a classe trabalhadora, o governo bolivariano se comprometeu a pagar os salários tanto do serviço público, como das médias e pequenas empresas do setor privado durante seis meses.

Apesar de ser um país bloqueado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, a Venezuela conseguiu aplanar a curva de contágio em todo o território nacional.

Até 11 de abril, a Venezuela havia realizado 181.335 testes de diagnósticos da covid-19, posicionando o país em primeiro lugar no ranking de aplicação de provas rápidas nas nações latino-americanas, com uma média de 6.045 testes para cada milhão de habitantes. Seguido do Peru com 2.116, Equador com 1.284, Colômbia com 783, enquanto o Brasil aplicou 305 provas para cada milhão de habitantes.

A diferença da densidade demográfica de cada país é grande. A Venezuela tem uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, no entanto, é o único país da lista onde todos os diagnósticos são feitos pela rede pública de saúde, de maneira totalmente gratuita. Além disso, enquanto o Brasil possui uma média de 104 infectados por cada milhão de habitantes, os venezuelanos possuem apenas seis contaminados.

Hospital é instalado na autopista “Troncal do Caribe”, que corta Colômbia e a Venezuela, na região norte de ambos países. / Panorama Venezuela.

A OMS também elogiou o uso da tecnologia como aliada no combate à pandemia na Venezuela. Através do Sistema Pátria – uma plataforma online pela qual os cidadãos têm acesso a programas sociais – foi ativada, ainda no dia 14 de março, uma pesquisa com perguntas e respostas sobre a doença. Com mais de 17 milhões de respostas, por meio do sistema de big data, o Estado descartou 111 mil casos suspeitos e direcionou visitas de equipes de saúde primária a 92 mil casas.

Ainda no fim de semana, a vice-presidenta executiva, Delcy Rodríguez divulgou que a Venezuela iria compartilhar parte das doações recebidas de testes rápidos de diagnóstico para outras nações caribenhas, como: São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda, Dominica e Granada.

 

 

*Michele de Mello/Brasil de Fato