Ano: 2020

Parlamento do Iraque aprova pedido de retirada de tropas dos EUA

Premiê iraquiano considera que EUA envolvem país em conflito. Ação de Trump desagrada militares e Congresso norte-americano. Rússia e China também condenam.

O parlamento iraquiano aprovou hoje (5) resolução pedindo ao governo que recuse a “assistência militar” dos Estados Unidos ao país. A decisão do legislativo pode significar a retirada das tropas norte-americanas do Iraque – num momento em que o governo de Donald Trump prepara o envio de mais de 3 mil soldados para o Oriente Médio. E um dia depois de Trump ter reagido com ameaças de bombardeios a dezenas de locais do Irã como resposta aos protestos do país pedindo vingança pelo assassinato do líder militar Qassem Soleimani, na sexta (3).

De acordo com o canal de notícias de televisão aberta da Arábia Saudita Al-Arabiya, o primeiro-ministro iraquiano Adil Abdul-Mahdi foi ao parlamento neste domingo para acompanhar a votação, em sessão extraordinária, da resolução que pede a saída dos militares norte-americanos do país, onde mantêm forte presença desde a invasão determinada por George W. Bush, em 2003. O premiê iraquiano considera que os Estados Unidos incluíram o país em seu conflito com o Irã.

Ontem (4), os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da China mantiveram contatos do o chanceler do Irã para se solidarizar e pela morte de Soleimani. As duas potências condenaram a ação dos Estados Unidos, considerando-a ilegítima e com potencial de agravar seriamente a situação na região.

Neste domingo (5), o corpo de Qassem Soleimani chegou ao Irão e milhares de pessoas participam do cortejo de despedida. Carregam imagens do líder militar, cartazes com palavras de ordem contra os Estados Unidos e entoam gritos de revolta contra o governo norte-americano e seus aliados locais, como Israel e Arábia Saudita.

Além de causar forte reação no Irã e entre forças políticas da região, a decisão de Donald Trump de encomendar o assassinato de Qassem Soleimani não é uma unanimidade em seu país. Autoridades militares de alta patente têm revelado descontentamento com a manobra. O Congresso norte-americano foi excluído da decisão, num momento em o processo de de impeachment de Trump tramita na casa legislativa justamente por atropelos relacionados à geopolítica global (interferência em questões da Ucrânia).

Contrariedade nos EUA

De acordo com reportagem do The New York Times deste sábado (4), a morte do comandante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã seria uma das ações militares desenhadas pelo Pentágono desde o início deste século – como forma de retaliação a operações comandadas por Soleimani que teriam causado a morte de centenas de soldados americanos.

A questão é que o Irã não promoveu invasão de espaço aéreo americano com aparatos de guerra nem violou acordos multilaterais que tentavam conter o belicismo que orbita o Oriente Médio. A estrutura militar norte-americana tem assistido a baixas soldados na região desde que o país decidiu fincar o pé no mundo árabe para defender suas ambições políticas, econômicas e militares.

Segundo depoimentos de autoridades do Pentágono ao NYT, embora estivesse na lista de possibilidades foi sempre apontada como operação de risco e consequências incalculáveis – daí o fato de todos os antecessores de Trump jamais terem levado a hipótese adiante.

Com a suposta ousadia, Trump dá mais uma demonstração de, a exemplo de seu colega-capitão brasileiro, não raciocinar como estadista. Pensa com o bolso do capital que representa, e age com o fígado – a despeito de despertar e estimular sentimentos fascistas que põem em xeque qualquer padrão de convivência civilizatória entre as diferenças que compõem a vida no globo.

 

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

2019, o ano em que o bolsonarismo comeu ovo e arrotou picanha

Comecemos pelo começo. Moro resolveu bancar o engraçadinho, fazer piadinhas com a suposta queda dos índices de violência por conta e graça de seu marketing pessoal, achando que todos os brasileiros ficaram sem óculos na semana em que o sujeito, Eduardo Fauzi, com quinze processos, depois de atacar o estúdio do Porta dos Fundos, saiu do país pela porta da frente, pelo aeroporto internacional do Rio sem ser incomodado pela Polícia Federal que fareja até o chulé de quem passa no detector de metal.

A mesma guarda pretoriana de Moro, que se mostra uma donzela com milicianos, (sempre um miliciano) que, seguindo as luzes do chefe, impôs ao porteiro do condomínio de Bolsonaro uma versão ridícula para livrar a cara do seu Jair da casa 58 no caso de Marielle.

Provoca gargalhadas essa espécie de portal do Moro no twitter quando diz que está endireitando o país, estourando pontos de venda de drogas e outras xinfrinices mentais típicas de um provinciano, já que essa fera se colocou tão mansa quando o país foi abalado com a notícia que, no avião da FAB da comitiva da Presidência da República foram encontrados pela polícia espanhola quase 40kg de pasta de cocaína. Isso, sem falar no recibo de honestidade que Moro passou para Onix, Michelle e, consequentemente para Queiroz, no caso do cheque depositado pelo miliciano para a primeira-dama.

As mesmas comparações podem ser saboreadas nas outras áreas, economia, educação, saúde, infraestrutura, emprego, renda, cultura e etc., um desastre só de um governo balofo que não deu o ar da graça, não disse a que veio, além de apresentar um portfólio de desmonte do país e perda dos direitos dos trabalhadores, o fim da aposentadoria dos mais pobres e a completa falta de perspectiva de um projeto nacional de desenvolvimento.

Então, o negócio é seguir se comportando carvalhescamente como oposição sendo governo, utilizando a tática do delírio como coleira do bolsonarismo para sustentar a ideia de que, por si só, o fato do PT não estar governando já é o paraíso para a legião cada vez menor de minions emboscados pelo próprio cinismo, cabendo à mídia apenas o plágio dos próprios bolsonaristas para justificar o extenso fracasso de um governo que derrete e se esfarela, de forma natural, sem apresentar um único fruto que não seja podre.

Daí essa exibição de um halterofilista esquelético de alguém que come ovo e arrota alcatra.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Trump ameaça atacar 52 alvos iranianos e Comandante do exército do Irã diz, “não têm coragem para concretizar ameaças”

No sábado (5), o comandante em chefe do Exército do Irã declarou que aos EUA falta coragem para desencadear um conflito com o Irã.

“Duvido que eles [norte-americanos] tenham a coragem para iniciar” um conflito no qual os americanos ameaçaram atacar 52 alvos, disse o major-general Abdolrahim Mousavi, citado pelo canal de televisão IRIB.

Após ameaças do presidente Trump de atacar 52 locais iranianos, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse que ter como alvo objetos culturais iranianos é “um crime de guerra”.

O ministro de Tecnologia de Informação do Irã, Azari Jahromi, também comentou o tweet de Trump sobre o ataque contra 52 objetivos iranianos, chamando o presidente norte-americano de “terrorista de terno”:

Como o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países], como Hitler, como Gengis Khan!

Eles todos odeiam culturas. Trump é um “terrorista de terno”. Ele vai aprender a história muito em breve que NINGUÉM pode derrotar “a grande nação e cultura iraniana”.

#VingançaDura

#QassemSoleimani

As declarações do general Mousavi e do ministro Zarif surgem algumas horas após o presidente norte-americano ter ameaçado atacar 52 sítios no Irã, que “representam 52 reféns feitos pelo Irã há muitos anos”, caso o país ataque algum americano ou ativos americanos. As ameaças de Trump apareceram após o Irã prometer vingança pela morte do general da Guarda Revolucionária Iraniana Qassem Soleimani.

 

 

*Com informações do Sputinik

 

Maior genocídio da Humanidade foi feito por europeus nas Américas: 70 milhões morreram

No Brasil, genocídio iniciado em 1500 se estendeu até os anos 1900, quando começam a surgir políticas com intenção de impedir ou diminuiu a mortandade.

“O Maior Genocídio da História da Humanidade — mais de 70 milhões de vítimas entre os povos originários das Américas – Resistência e Sobrevivência”. Tudo isso é o título da capa do livro de Marcelo Grondin e Moema Viezzer, editado por Princeps, em Toledo, Estado do Paraná, em 2018.

Viezzer e Grondin, na apresentação do livro, citam documento que assegura que a invasão européia nas Américas, desde 1492, provocou um extermínio entre 90 e 95% da população total. Assustados com esses dados foram, pesquisar e chegaram à conclusão de que a conquista e ocupação territorial pelos europeus provocou ao longo dos séculos, cerca de 70 milhões de mortos. Sem dúvida, o maior genocídio da história da humanidade.

No México, foram assassinados 20 milhões, nos Estados Unidos, 18 milhões, nos países andinos foram mais de dez milhões, no território brasileiros mais de quatro milhões. Todas essas mortes foram por massacre provocado por tropas militares, enfermidades, fome, trabalho forçado, castigos corporais em regime de escravidão, deslocamentos para lugares inóspitos.

Extermínio nas ilhas caribenhas

A conquista teve início com os espanhóis nas ilhas do Caribe, a partir da ilha que batizaram como La Hispaniola, hoje República Dominicana e Haiti, habitada na época por pelo menos um milhão de pessoas. É Bartolomé de las Casas, padre espanhol que acompanhava a expedição, quem descreve o que presenciou:

“…saiu com seu séquito preparado para a guerra, levando com ele Bartolomeu Cólon, seu irmão, e entrou em La Vega (aldeia) onde havia muita gente reunida, dizem alguns que eram 100 mil homens. Ali avançaram com suas espadas e lanças seus cães bravíssimos e o impetuoso poder dos cavalos, cortando os índios como se fossem manadas de aves ou ovelhas encurraladas, deixando uma grande multidão de gente feita em pedaços para os cães, patas de cavalo e espadas. Àqueles que ainda se mantinham vivos, que ainda era uma multidão, condenados a ser escravos” (LAS CASAS, 1951, I, p 414 – citado por Viezzer e Grondin).

Ali onde havia uma cultura florescente, harmonizada com a natureza, os espanhóis roubaram as terras, impuseram métodos de governo e de trabalho, este como melhor meio para explorar as pessoas, como foi o método da encomienda, divisão, em todo o mundo hispânico, conhecido como a meia, terça ou cambão no mundo lusitano.

Morria muita gente no duro trabalho nas minas ou nas plantações. Não estavam acostumados ao trabalho de quebrar pedra para retirar o minério. Paralelamente, as enfermidades europeias que se transformavam em epidemias dizimaram povos inteiros.

Em La Hispaniola, em 1492, havia um milhão de habitantes. Em 1514, só 14 mil. E essa hecatombe se repetiu nas demais ilhas… Jamaica, Porto Rico, Cuba. Os tainos, habitantes dessas ilhas desapareceram do mapa.

México maior que qualquer cidade da Europa

No México, os espanhóis chegam em 1519 e encontram uma civilização mais avançada do que a dos conquistadores. Nos 30 primeiros anos da conquista (1519-1548) foram mortos 20 milhões de habitantes. De 25 milhões de pessoas em 1519, foram reduzidos a 1,7 mil em 1605. Hoje o México ainda tem uma população indígena majoritária que continua na luta por sua libertação.

Nas guerras de independência dos povos sob o jugo da coroa espanhola também foram os povos originários os que deram suas vidas com esperança de que teriam uma situação melhor. Sem chance.

O saqueio das riquezas minerais é incalculável

A conquista dos povos andinos, que estavam sob o domínio do império Inca, com organização própria de Estado e de produção, teve início em 1532. Ouro e prata abundantes enlouqueceram os europeus. Todos queriam ficar ricos rapidamente e isso a custo da vida dos povos nativos.

“Entre 1503 e 1650 desembarcaram no porto de Sevilha 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata. A prata levada de Potosi para Espanha em pouco mais de um século excedia três vezes o total das reservas europeias. E essas cifras não incluem o contrabando”. (GALEANO, 2014, p. 43 – citado por Viezzer e Grondin).

Quando os espanhóis chegaram, em 1500, o Tawantinsuyo tinha 15 milhões de habitantes, e em 1620, um milhão. Só nas minas de Potosi, foram oito milhões de mortes. Nos anos 1700, com a criação dos vice-reinos, os incas, cansados de exploração, se sublevaram, o que provocou aumento da mortandade.

O papa Paolo III, preocupado com tanto morticínio, editou uma bula em que considerava os índios como seres humanos e que, por isso, deviam ser batizados. Isso em nada mudou a relação com os conquistadores. Ao contrário, colocou igreja e religião como armas da conquista e consolidação da colônia.

No Brasil o genocídio ainda não terminou

No Brasil de 1500, com a chegada dos conquistadores portugueses, havia uma população nativa de 4 a 5 milhões de habitantes. A coroa portuguesa distribuía terras sem limites à nobreza e membros da corte, criando desde os primeiros assentamentos, o latifúndio e a cultura de terra arrasada.

Os bandeirantes organizavam expedições armadas para capturar indígenas para o trabalho escravo e no avanço da ocupação os confinam em reduções e aldeias sob controle do poder colonial.

Esse genocídio sem controle iniciado em 1500 se estendeu até os anos 1900, quando começam a surgir políticas com intenção de impedir ou diminuiu a mortandade. A partir da República surgem novas ameaças com as extensões das ferrovias e rodovias e a expansão predatória da fronteira agrícola, seguida dos processos de ruralização e urbanização, com adensamento da população branca resultado da promoção da imigração de europeus. População branca adversa, que raramente aceitavam conviver com a população indígena e negra. Em muitos centros urbanos a população de negros escravos ou libertos era maior do que a dos colonos brancos.

Houve guerra, diz a história, mas na verdade foi resistência e massacre pela incomparável disparidade de força e do armamento utilizado pelos invasores das terras.

Em 1910, o governo, por iniciativa do marechal Cândido da Silva Rondon, descendente de índios, em tarefa de demarcação das fronteiras, criou o Serviço de Proteção do Índio (SPI) e reservas florestais protegidas para sobrevivência das aldeias. Em 1967, em plena ditadura militar, o SPI foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A trajetória dessas duas organizações oscilava entre proteger os indígenas e favorecer os proprietários fundiários na expansão dos latifúndios.

Nos primeiros anos dos 1900, na pequena e provinciana capital de São Paulo ainda se falava nhenhen catu, a língua geral tupi-guarani. Nesse início do século 20, os livros de geografia indicavam que a partir de Bauru, no centro-oeste paulista, eram terras desconhecidas habitadas pelos indígenas. De fato, eram botocudos, tupi-guarani majoritariamente. Esse território ia até as barrancas do Rio Paraná e, do outro lado do rio, ao Sul, tribos da etnia guarani e, ao Norte, xavantes.

Foi Vargas quem abriu as terras de Mato Grosso, colindante com São Paulo, para colonização por latifundiários paulistas ou seus descendentes. Eram terras habitadas pelos guarani ao Sul e xavante ao Norte. Os indígenas foram obrigados a se deslocar para terras virgens e florestas inóspitas do Centro-Oeste e do Norte.

Nos anos 1950 essa fronteira agrícola se estendeu pelo Norte e Oeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina. Na década seguinte, continuou a expansão da fronteira agrícola em direção Oeste e começou a ocupação da Amazônia, projeto da ditadura militar, com abertura de estradas (transamazônica), assentamentos e matança dos povos originários. Em outra década mais e a fronteira se estendeu pelo Sul do Pará e do Maranhão, Oeste e Norte de Goiás, Norte de Mato Grosso.

Tudo isso se faz ao custo da vida dos povo originários e ribeirinhos, dos quilombolas, posseiros, e também ao custo do desmatamento, contaminação de rios, perda de mananciais. Há um dramático documentário feito pela Televisão italiana, Rai, que mostra brancos metralhando aldeias e jogando roupas contaminadas para envenenar os índios.

Essa é a história da invasão europeia (chamada civilização ocidental e cristã) que continua perpetuada pelos descendentes dos primeiros colonizadores e pelos imigrantes que lhes seguiram os passos no transcorrer desses cinco séculos. Massacre contínuo das populações e destruição predatória da natureza, praticada também até mesmo pela população não tão branca por força da mestiçagem. Essa é a história da expansão das fronteiras agrícolas no século 21, sem que se tenha visto vontade de mudar. Entra governo sai governo, continua tudo na mesma.

Como ocorre a expansão da fronteira agrícola

Como regra, o governo libera áreas de terras da União para uma empresa de colonização. É quem processa a divisão em lotes, que serão vendidos para agricultores e pecuaristas, prevê caminhos e centros urbanos para oferta de serviços. Os primeiros que entram na área são as madeireiras. Derrubam a floresta, vendem as toras para a indústria madeireira e também para os fazedores de carvão. No Brasil do século 21 ainda há fundições que utilizam carvão vegetal.

Os assentamentos e o movimento nessas áreas logo atraem os grileiros para ocupar as terras ao redor. Também é muito comum o tipo que compra uma fazendo os alqueires rapidamente dobrar ou triplicar o tamanho ocupando terras públicas ou de posseiros.

Nas décadas de 1940/50, no Norte do Paraná, derrubaram a Mata Atlântica, mataram os povos nativos e plantaram café. Hoje essa região está transformada em um mar de soja a perder-se no horizonte.

Hoje a expansão predatória se faz principalmente fazendo pasto ou semeando grãos (soja, milho, algodão, amendoim, sorgo). O Brasil tem hoje o maior rebanho bovino do mundo com 220 milhões de cabeças; e já ultrapassou os Estados Unidos em produção de soja.

A modernização da agricultura extensiva de grão para exportação em nada melhorou a vida das populações em geral. Ao contrário, aumentou as desigualdades sociais, ampliou enormemente o abismo entre a pobreza e a riqueza e obriga os brasileiros a conviverem com as mudanças climáticas por conta da derrubada das florestas, contaminação dos rios e mananciais e dos defensivos agrícolas venenosos. E, como se não bastasse, o desprezo absoluto por qualquer ser vivente.

 

*Paulo Cannabrava Filho/Diálogos do Sul

Vídeo: Bolsonaro deixa Flávio em situação difícil, “se errou, é pau”

Apesar das evidências robustas de que o gabinete do filho foi usado para desviar salários de funcionários para a rachadinha, Jair Bolsonaro criticou, em live no Facebook, a operação que atinge sua família e ‘pessoas inocentes’. “Se errou, pau. Mas não precisar quebrar sigilo de um monte de gente”, completou.

Jair Bolsonaro criticou os processos que envolveu seu nome e o de seu filho Flávio Bolsonaro – no caso da rachadinha, que tem como alvo o ex-assessor Fabrício Queiroz – e afirmou, como se não devesse nada sobre os casos: “se errou, é pau”. “Mas não precisa quebrar sigilo de um monte de gente inocente”, completou.

Ele live no Facebook, ele voltou a acusar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de direcionar a investigação do Ministério Público do Estado para lhe atingir, uma vez Witzel “quer ser presidente”. “Isso é uma armação que vem lá do governo do Rio de Janeiro. Ele quer ser presidente da República, então quer me destruir, tudo faz para derrubar a gente”. “O Flávio é um instrumento para chegar a mim”, disse ainda.

Sobre críticas de que teria articulado para “trancar o processo” durante as eleições, respondeu: “Se eu pudesse armar, eu teria cancelado, anulado”. “Se o Flávio for absolvido hoje, vão falar que eu interferi”, afirmou. Para ele, o processo “está todo contaminado” na primeira instância.

Bolsonaro comentou ainda sobre o caso que envolve seu nome na investigação da morte da vereadora Marielle Franco. “Eu duvido que essa história seja verdadeira”, declarou, sobre o depoimento do porteiro, que contou ter ligado para sua casa a fim de liberar a entrada de um carro de um dos suspeitos de envolvimento no assassinato. “Ele não falou por livre e espontânea vontade dele”. “Qual interesse eu teria com a Marielle? Interesse zero. Nunca me viram conversando com ela”, afirmou ainda.

https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/videos/812854049160017/

 

 

 

*Com informações do 247

Quando alguém mata um americano, quem matou foi o terrorista. Quando o americano mata alguém, o terrorista é o que morreu

Cada país tem direito de adotar uma estratégia para sobreviver como nação, a dos americanos é fazer guerra. Por isso, desde que entraram, jamais saíram da guerra. Se não existe a guerra, eles a inventam e participam, direta ou indiretamente, porque guerras e golpes dão lucro aos EUA mais do que a qualquer outro país.

Então, o show não pode parar, nem que seja para alugar um bacamarte, a guerra é o alimento fundamental da economia americana. É difícil distinguir aonde termina a indústria americana e aonde começa a indústria bélica, uma alavanca a outra, seja para o expansionismo comercial, seja para impedir que outros países se desenvolvam industrialmente para que os EUA, o berço do capitalismo moderno, imprima sua lógica comercial na base da bala sobre forças limitadas, multiplicando seu poderio geopolítico e, consequentemente comercial. Isso, sem falar do próprio comércio da guerra com vendas pesadas de armamentos americanos.

O embate com a China é um exemplo disso. Mais do que perder cada fração do território comercial, antes dominado pelos EUA, inclusive dentro de seu próprio campo, os americanos estão diante de um impasse porque não têm resposta para enfrentar quem hoje manda no mundo dos manufaturados e, muito menos, como enfrentar a força bélica da China.

É um royal Straight flush. Por isso assistimos a essa briga de bêbado de Trump com a China, enquanto esta joga um xadrez muito bem calculado com os americanos. Qualquer passo em falso de Trump, os americanos perdem. Daí essa guerra declarada comercialmente dos EUA à China e os acordos comerciais feitos na surdina para marcar posições na política caseira de Trump.

Assim, a China não pode ser exatamente o inimigo perfeito para sustentar a imagem de um impostor como Trump, então, repete-se a velha forma que valia para seus interesses apontando para que, quem não fosse aliado, era inimigo. E se na guerra fria esses inimigos eram os comunistas, com o fim da União Soviética, o “terrorista” passou a ser a oliveira magnífica para todas as preocupações caseiras dos cidadãos norte-americanos.

O terrorista é uma espécie de bombril para os interesses dos EUA. Primeiro, um presidente contrário aos seus interesses é taxado como ditador para, em seguida, ser classificado como produtor de terroristas. Tanto faz ser o líder iraniano, sírio ou venezuelano. Basta assumir uma posição de independência em relação aos EUA, pronto, este cria uma única fórmula para tratar do “inimigo” com preconceito, com um discurso oficial à espera de que a evolução normal das paranoias americanas se espalhem e abalem a opinião pública dentro do país.

Resumindo, o único país no mundo que usou bomba atômica contra humanos, sobretudo civis, no maior ato terrorista da história, foram os EUA contra o Japão e são eles os xerifes que dão ou não alvará de licença para que outros países tenham armamentos nucleares.

Essa é a grande virtude do capitalismo americano, trabalhar com o brilhantismo, interna ou externamente, a ideia de que todo cidadão estrangeiro que não se curvar ao seu apetite é, em última análise, um terrorista. Se for um americano que não aderir ao discurso, é considerado traidor da pátria. Publicidade para isso, não falta.

Antes do ataque ao Iraque, passavam de mil o termo terrorista martelado diariamente nas TVs americanas para se referir ao Iraque, a mesma fórmula está sendo usada agora para justificar o ataque americano ao Irã, numa tentativa desesperada de Trump de tirar o país da beira da recessão, seu mandato de um impeachment ou sua reeleição de uma fragorosa derrota.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

À beira da recessão: economia dos EUA deve desacelerar em 2020, dizem analistas

Mais de metade dos diretores de grandes bancos de investimentos ouvidos pela Universidade de Duke apostaram que a economia norte-americana deve desacelerar em 2020.

Pesquisa da Universidade de Duke (EUA) sobre o ambiente de negócios mundial em 2020 aponta que a maioria dos líderes de bancos de investimentos globais estão pessimistas acerca do crescimento da economia dos EUA.

“Diretores financeiros dos EUA estão preparando suas empresas para a recessão. Eles estão cortado gastos, acumulando dinheiro em espécie, reforçando a situação financeira e tomando outras medidas para se preparar para a queda”, disse o coordenador da pesquisa, John Grem.

Em 2019 se revelaram os primeiros sinais de desaceleração, decorrentes da guerra comercial com a China iniciada por Washington. De acordo com o especialista do Centro Internacional de Finanças Vladimir Rozhankovsky, a agricultura e as empresas norte-americanas foram quem saiu mais prejudicado do embate:

“Uma ampla gama de empresas norte-americanas emblemáticas estão sofrendo prejuízo em função da guerra fiscal. Elas são, por exemplo, a FedEx, Cisco, Caterpillar ou General Motors. Além disso, os fazendeiros norte-americanos estão sempre entre a cruz e a espada”, disse.

A China reduziu drasticamente a compra de soja norte-americana, preferindo fornecedores sul-americanos como o Brasil e a Argentina.

Economista chefe do Saxo Bank, Stin Jacobsen, em entrevista à RT, declarou que a economia dos EUA deve não somente desacelerar, como entrar em recessão:

“Uma recessão nos EUA é bastante provável. No quarto trimestre de 2019, o crescimento do PIB dos EUA ficou entre 0,2 e 0,3%, e podia mesmo ser negativo. No início de 2020 o país deve ficar muito próximo disso. Um sinal claro do início de uma queda econômica foi a situação com a variação da taxa de juros, que prevê recessão com uma probabilidade de sete em oito”, observou Jacobsen.

Os analistas não descartam a hipótese de uma eventual recessão nos EUA afetar as eleições presidenciais de 2020.

Segundo previsão do Saxo Bank, Donald Trump e o Partido Republicano correm o risco de entregar o Senado aos Democratas, que já detêm o controle da câmara baixa do Congresso.

 

 

*Com informações do Sputinik

‘EUA já começaram uma guerra’, diz embaixador iraniano na ONU

O embaixador iraniano na ONU, Majid Takht Ravanchi, comentou a tensão que se instaurou entre o Irã e os EUA após o assassinato do general Qasem Soleimani.

Ao falar sobre as declarações do secretário de Estado, Mike Pompeo, sobre o suposto ataque iminente planejado por Soleimani contra os norte-americanos, em entrevista ao canal CNN, o diplomata considerou as alegações infundadas.

“Definitivamente rechaçada [a acusação]. Se eles têm alguma evidência, devem mostrá-la. Eles devem fornecer a evidência”, disse Ravanchi.

O embaixador também comentou as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que os EUA não buscam mudar o sistema político do Irã.

“O que importa são as ações de Washington, não suas palavras. Mas o que elas estão realmente fazendo é pressionar bastante o povo iraniano”, disse.

Ao ser questionado sobre as ações de resposta prometidas pelo governo iraniano após a morte de Soleimani,o embaixador afirmou que os EUA já “começaram uma guerra”.

“EUA já começaram uma guerra, não apenas em termos econômicos, mas em algo a mais matando um de nossos generais mais importantes, cuja perda é lamentada não apenas pelos iranianos, mas também por outros povos da região. Portanto, não podemos simplesmente fechar os olhos para o que aconteceu ontem à noite: definitivamente haverá uma vingança dura”, disse Ravanchi.

 

 

*Com informações do Sputinik

Comandante iraniano: Tel Aviv e 35 alvos dos EUA no Oriente Médio estão ao alcance do Irã

Assim como Tel Aviv, 35 alvos vitais americanos no Oriente Médio estão “ao alcance do Irã”, disse o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Gholamali Abuhamzeh, citado pela agência de notícias Tasnim.

“O estreito de Ormuz é um ponto vital para o Ocidente e um grande número de destróieres e navios de guerra americanos cruzam lá […] Alvos vitais americanos na região foram identificados pelo Irã há muito tempo […] cerca de 35 alvos americanos na região, bem como Tel Aviv, estão ao nosso alcance”, disse ele à mídia.

O comandante iraniano acrescentou que Teerã se reserva o direito de retaliar contra os EUA pelo assassinato do chefe da Força Quds, levantando a perspectiva de possíveis ataques a navios no Golfo.

Neste sábado (4), o líder da coalizão política parlamentar do Hezbollah no Líbano, Mohamed Raad, declarou que a resposta do eixo de resistência apoiado pelo Irã ao assassinato do general seria decisiva, citou o Al-Mayadeen.

O Departamento de Estado sublinhou que Washington vai continuar a sua dura política de sanções contra o Irã e já tomou as medidas necessárias para proteger os seus bens no Oriente Médio, acrescentou a emissora Al-Arabiya.

Assassinato de Soleimani

As tensões entre Washington e Teerã aumentaram após a morte do general iraniano Qassem Soleimani, que foi assassinado em Bagdá na sexta-feira (3) durante um ataque aéreo autorizado pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Os EUA descreveram a sua ação como uma medida preventiva para evitar um conflito militar e proteger os militares americanos que estão na região.

Manifestantes iranianos durante protesto contra o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, 3 de janeiro de 2020

Manifestantes iranianos durante protesto contra o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, 3 de janeiro de 2020.

Após o assassinato de Soleimani, as autoridades iranianas ameaçaram retaliar para vingar a morte do general. Ele foi sucedido pelo brigadeiro-general Esmail Ghaani, que anteriormente ocupava o cargo de comandante-adjunto da unidade.

 

 

*Com informações do Sputinik

 

 

 

Celso Amorim: Momento é o mais perigoso entre países desde a crise dos mísseis.

Diante do ataque americano em Bagdá contra um general iraniano, o mundo nunca esteve tão perto de conflito armado direto entre dois estados desde a crise dos mísseis, em Cuba nos anos 60.

O alerta é de Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e que chegou a ser indicado pela ONU para acompanhar um processo de desarmamento no Iraque no final dos anos 90.

A crise entre Irã e Estados Unidos foi elevada a enésima potência com o assassinato do general Qasem Soleimani, apontado por muitos como a figura mais importante depois do Líder Supremo”, disse o embaixador ao UOL.

Ele ainda chefiou o Ministério da Defesa no governo de Dilma Rousseff e foi quem orquestrou a tentativa de um acordo nuclear com os iranianos, sob o governo Lula.

“Difícil imaginar que não haja reação”, destacou, numa referência ao potencial de uma resposta por parte do governo iraniano.

“Desde a crise dos mísseis [Cuba] nunca estivemos tão próximos de um conflito armado direto entre dois Estados”, alertou o ex-chanceler dos governos de Itamar Franco e de Lula.

Nos anos 60, americanos e soviéticos estiveram muito perto de uma guerra diante do deslocamento de mísseis de Moscou para Havana.

Para analistas, o conflito que já era travado nas sombras agora ganha uma exposição completa. Nas diferentes capitais europeias, governos deixaram claro que querem manter os canais de diálogo, enquanto a UE admite que os ataques podem precipitar o fim definitivo do acordo nuclear entre o Ocidente e o Irã.

Para o governo francês, o mundo acordou mais perigoso nesta sexta-feira. O porta-voz do secretário-geral da ONU, Antonio Guterrez, apelou aos líderes para que demonstrem moderação. “O mundo não se pode dar ao luxo de ter mais uma guerra no Golfo”, disse.

Quanto ao Brasil e a eventual postura do governo de Jair Bolsonaro, Amorim acredita que, “por tudo o que foi dito e feito até hoje, seria difícil imaginar que a submissão a Washington deixará de prevalecer”

Aliado do governo de Donald Trump desde o início de seu mandato, Bolsonaro vive hoje uma saia justa. De um lado, será cobrado pela Casa Branca para sair ao apoio das decisões de Washington.

De outro, ameaça perder o mercado que mais cresce para as exportações brasileiras na região, apoiar uma operação que pode desestabilizar o mundo e ainda enterrar uma tradição e mais de um século de uma diplomacia que privilegiou o diálogo.

“A questão é saber até onde irá e se, além das perdas comerciais, o governo está disposto a colocar em risco a segurança do Brasil e dos brasileiros”, alertou o ex-chanceler. “A questão deixa de ser só política. É moral e, até certo ponto, existencial”, afirmou.

 

 

*Jamil Chade/Uol