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Segunda onda da Covid-19, desgoverno e vacinação lenta levam economistas a prever recessão

O pico da segunda onda da pandemia está derrubando ainda mais a expectativas para a economia este ano. No momento que a média diária de mortes por Covid-19 ultrapassa 3 mil mortos, mais economistas estão prevendo nova recessão no início do ano, com dois trimestres seguidos de recuo do Produto Interno Bruto (PIB).

A reação econômica este ano e em 2022 não será suficiente para o país se recuperar da recessão da Covid-19. Somente em 2023, o país voltaria aos níveis de antes da crise.

— Dada a evolução da pandemia e o ritmo lento de vacinação, o mais provável é que o país passe por uma recessão técnica no primeiro semestre. Enquanto a crise sanitária não for resolvida, não vai ter retomada robusta — afirma Adriano Laureno, economista sênior da Prospectiva Consultoria.

Carlos Kawall, diretor da ASA Investments, afirma que o recrudescimento da pandemia em março anulou o bom momento de janeiro e fevereiro, mesmo com o fim do auxílio emergencial. Ele estima queda de 0,5% do PIB no primeiro trimestre frente ao fim do ano e mai novo recuo de 2% no segundo trimestre.

Ele prevê que o PIB de 2021 cresça 2,3% e 1,5% em 2022. O resultado combinado dos dois anos não compensará a queda de 4,1% do PIB em 2020:

— Não há cenário claro de controle da pandemia, há atrasos nas vacinas. Mesmo em países que estão vacinando mais rápido, como Chile, Reino Unido e EUA, avalia-se que é preciso ampliar o distanciamento por mais tempo — diz Kawall, lembrando que entre os emergentes mais relevantes, o Brasil é o único a ter a expansão de 2021 revisada para baixo.

A pandemia afeta os negócios e aumenta a incerteza, inibindo o consumo de famílias e empresas. Na pesquisa Focus, feita pelo Banco Central com instituições financeiras, a previsão para o PIB cai há quatro semanas. Hoje está em 3,18%. Sílvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre/ FGV, classifica como “uma catástrofe” a situação do país:

— Se o país não crescesse nada este ano, mas mantivesse o ritmo da atividade de dezembro, teríamos uma alta do PIB de 3,6%, o chamado carregamento estatístico. Mas nossa previsão já está em 3,2%. O país está desacelerando.

Enrico Cozzolino, analista do Banco Daycoval, diz que faltam medidas para solucionar essa parada econômica:

— Seria um bom momento de uma sinalização forte de que as reformas (administrativa e tributária) estariam avançando. Mas não há clima, nem coalizão política para seguir com esta agenda.

Mais riscos

Risco fiscal, com a dívida pública chegando a 90% do PIB, dúvidas sobre a viabilidade do Orçamento aprovado pelo Congresso, inflação subindo, devendo superar 7% em 12 meses, juros em alta, incertezas políticas e ameaças institucionais pioram a situação, lembra Sérgio Vale, da MB Associados, que também espera recessão no primeiro semestre e alta do PIB de 2,6% este ano:

— Temos o risco político de um governo que não tem funcionado há dois anos. Ninguém esperava que chegássemos a 4 mil mortos por dia.

*Com informações de O Globo

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Por Celeste Silveira

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