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‘Guedes é ministro de um país imaginário’, dizem grandes empresários

Ainda ontem, eu dizia que a grande obra do famoso economista, Roberto Campos, se resumia a frases de efeito para salões burgueses. Disse isso logo depois de assistir a duas entrevistas do economista, uma no Roda Viva e, outra, com Roberto D’Ávila.

Pois bem, em nenhuma das entrevistas, Campos foi ao menos perguntado sobre os seus feitos fora suas teorias de parachoque de caminhão e a repetição de clichês, sobretudo ingleses, de táticas ou dessas que o Chicago-boy tropical, Guedes, se esbalda em seus lero leros econômicos.

Isso mostra que o neoliberalismo brasileiro sempre foi um amontoado de palavras como uma sopa de letrinhas para justificar a concentração de renda e a exploração da mão de obra. Sem dizer que não há notícia de um ciclo virtuoso que vem assinado por um desses animadores de auditório da elite, como Campos e o próprio Guedes que, na verdade, juntando os dois, desemboca nas teorias funestas de um Olavo de Carvalho.

A fala de Guedes naquela famosa reunião ministerial de botequim que estarreceu a todos depois de revelada, mostra um Guedes como de fato é, quando repete conceitos de um punguista e fez todos rirem quando disse que, na conversa com quem ele classifica como inimigo, faz-se de amigo para colocar duas granadas no bolso e tripudia, “só aí foram dois anos sem aumento”.

Ou seja, no Brasil, o pensamento neoliberal é esse, produzir pobreza para aqueles que produzem riqueza, usando artimanhas típicas de um malandro xavequeiro qualquer, quando muito temos um bando de tecnocratas que, com suas bitolas, olham apenas para números, sem entender a dinâmica de uma sociedade, sua cultura, suas demandas, suas desigualdades, como é o caso do próprio Roberto Campos Neto que, como o avô, é também um frasista para explicar sua lógica tecnocrata tão pífia e inútil para o país quanto.

Por isso, esse livro que Guedes mostra na foto em destaque, não das teorias econômicas ou os feitos de Roberto Campos, mas de suas melhores frases, mostrando que liberais do Brasil sobrevivem de slogans, uma espécie de animadores culturais do mundo corporativo em que vendem um país de Alice que só existe na cabeça deles, como já entenderam os grandes empresários e, por isso, fizeram questão de usar seu principal porta-voz, o Valor Econômico, para repudiar a ideia de que Bolsonaro tivesse sido ovacionado por eles, já que nem lá apareceram.

Disseram mais, o antipetismo não cola mais. Fosse o PT nessa pandemia, teria uma atitude completamente diferente e atenuaria os efeitos catastróficos que ela produziu por exclusiva culpa de Bolsonaro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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