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Depoimento do ministro Queiroga na CPI do genocídio aprofunda mais dois metros a cova do governo Bolsonaro

Para ter uma ideia exata do que foi o depoimento do ministro da Saúde Marcelo Queiroga, vamos usar o tuíte de Átila Iamarino: “A CPI da pandemia tem feito mais para sumirem vídeos negacionistas pró-kit covid do youtube do que o próprio youtube tem removido vídeos. Quem removeu os vídeos sabe que estão errados. A realidade vai se impondo aos custos de meio milhão de brasileiros”.

Foi mais um dia trágico para o governo na CPI, o que parecia ser rápido teve uma duração de praticamente um dia em que Marcelo Queiroga mais se explicava do que esclarecia os absurdos cometidos pelo governo Bolsonaro durante a pandemia.

Isso acabou adiando o depoimento de Barra Torres, da Anvisa, para a próxima semana.

Queiroga estava sob forte pressão e quanto mais ele insistia nas evasivas, mais os senadores esticavam a corda.

Na verdade, Queiroga começou defendendo a ciência e a vacinação, falando em uso de máscaras, testagens, isolamento de contaminados pelo coronavírus e fortalecimento do SUS, tudo o que Bolsonaro é contra.

Mas quando a pergunta chegou no calcanhar de aquiles de Bolsonaro, Queiroga saiu pela tangente.

Perguntado por que o governo não conseguiu evitar o colapso, Queiroga disse que não queria analisar a atuação de seus antecessores no ministério, mesmo tendo plena ciência que as perguntas estavam sendo direcionadas a quem de fato manda no ministério da Saúde, Bolsonaro.

A essa altura, a bancada do vírus estava infrene, em franco desespero. Os senadores bolsonaristas tentaram interromper as perguntas de Renan Calheiros porque perceberam que o relator não daria espaço para o ministro responder perguntas extremamente sérias na base da platitude.

Queiroga não teve coragem sequer de responder se era contra ou a favor do uso da cloroquina, mesmo sendo médico e sabendo que a ciência já esclareceu que o medicamento não só é ineficaz, como em muitos casos torna-se uma arma letal a quem faz uso para combater a covid.

Na realidade, os senadores da cloroquina queriam tirar essa batata quente das mãos de Queiroga, porque sabiam que as mãos que queimadas seriam as do próprio Bolsonaro.

O depoimento foi ganhando ares de ópera bufa em que Queiroga cada vez mais escolhia palavras para aliviar a barra de Bolsonaro, subsidiando assim quem acha que o presidente merece a punição máxima pela condução criminosa do seu governo no que refere ao combate à pandemia.

O ministro da Saúde não quis sequer saber de responder sobre a ameaça tosca de Bolsonaro de editar um decreto ilegal que proíbe o fechamento do comércio, fugindo até mesmo de responder sobre a declaração absurda feita pelo presidente, de que a população corria risco de se transformar em jacaré se tomasse a vacina.

No final das contas, Queiroga deixou o principal abacaxi para Pazuello descascar. Nem a declaração dada por Bolsonaro de que a China promoveu uma guerra bacteriológica para ganhar nas costas da desgraça alheia, ele quis comentar.

O fato é que, independente das declarações evasivas ou em defesa de Bolsonaro, o que não falta na mídia é registro do sujeito fazendo defesa da cloroquina.

Para piorar ainda mais, em pleno interrogatório na CPI, chega a notícia de que o hospital Santa Paula, fundado em João Pessoa pela família da esposa de Marcelo Queiroga, fechou as portas em 2012 e foi reativado em 2020 para atender vítimas da covid, após uma reforma com verba pública no valor de R$ 2,5 milhões. Depois de reformado foi posto à venda por R$ 47 milhões e um dos beneficiados dessa venda será a própria esposa de Queiroga.

Este foi o dia de Queiroga na CPI do genocídio. Tirem vocês próprios as conclusões se foi bom ou péssimo para Bolsonaro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Por Celeste Silveira

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