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Governo Bolsonaro atuou 84 vezes no exterior por produção de cloroquina, apontam telegramas do Itamaraty

Maior parte das comunicações diplomáticas foi feita à Índia, mas também houve atuação junto aos Estados Unidos.

O Globo – O governo federal atuou pela aquisição de insumos para a produção de hidroxicloroquina no exterior em pelo menos 84 ocasiões durante a pandemia, conforme levantamento de telegramas do Itamaraty enviados à CPI da Covid e obtidos pelo GLOBO. A maior parte das comunicações foi feita à Índia, com intuito de garantir a matéria-prima necessária para a produção do medicamento comprovadamente ineficaz contra o novo coronavírus por empresas brasileiras, mas também houve atuação diplomática junto aos Estados Unidos.

O esforço ficou concentrado até junho do ano passado, quando o Brasil conseguiu restabelecer a produção e recebeu uma doação de 2 milhões de comprimidos dos Estados Unidos. Houve empenho mesmo após estudos científicos descartarem o uso do medicamento. A atuação do governo foi simultânea a um aumento exponencial da produção de cloroquina pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFex), suficiente para atender à demanda daquela época e que gerou um estoque que ainda não foi utilizado.

No início da pandemia, em março de 2020, a Índia restringiu as regras de exportação de medicamentos como a hidroxicloroquina, o que gerou uma movimentação na diplomacia brasileira para tentar liberar novos insumos. Diante das dificuldades, o presidente Jair Bolsonaro chegou a falar diretamente com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em abril do ano passado. No telefonema, o presidente intercedeu em nome de empresas brasileiras, pedindo que a Índia liberasse a exportação dos produtos. O contato de Bolsonaro é relatado em um telegrama diplomático, obtido pelo GLOBO.

Um dia antes da ligação de Bolsonaro, o então chanceler Ernesto Araújo também tentou superar as limitações de exportação da Índia e disse ao governo indiano que era importante manter a oferta dos medicamentos necessários para o tratamento de diversas doenças no Brasil. Ernesto pediu a intervenção do ministro de Relações Exteriores indiano por “razões humanitárias” e destacou a “amizade mútua e a parceria estratégica” entre os países.

Meses depois, no entanto, o governo rejeitou proposta que vinha sendo negociada com a Índia para a compra do medicamento. Em outubro do ano passado, o Assessor Especial do Ministério da Saúde para Assuntos Internacionais, Flavio Werneck, afirmou que não era necessário proceder com a aquisição do fármaco. A Índia tentava concretizar uma venda de 5 milhões de tabletes de hidroxicloroquina ao Brasil, mas não teve sucesso.

*Julia Lindner e Natália Portinari/O Globo

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Por Celeste Silveira

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