Um dos maiores erros da história política do Brasil foi o PSDB recorrer à grande mídia para substitui-lo na hora em que teve que virar oposição, já no primeiro governo Lula, criando um Frankenstein político.
E Vera Magalhães simboliza bem isso, até porque, segundo consta na súmula, tem familiares muito próximos que trabalharam em campanhas tucanas, o que, convenhamos, está longe de dar a ela qualquer isenção mínima para fugir das paixões.
Mas ao contrário, Vera, assim como tantos outros, sem saber como fazer oposição ao PT, passou a fazer terror midiático dando início ao fim de um partido que governou o país e que, mesmo sendo extremamente elitista, tinha capilaridade administrativa em todo o país com vários governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores e que, hoje, vinte anos após terceirizar para a mídia a própria alma, o partido, em absoluta decadência, encontra-se na bacia das almas. E Dória, seu candidato à presidência da República, ostenta uma ínfima tração residual de 1,7% de intenção de voto, como revelou ontem a pesquisa da Atlas.
Já Lula, não para de crescer, como revela a mesma pesquisa, e hoje ostenta um confortável isolamento dos demais candidatos com praticamente 43% de intenção de voto.
O mesmo Lula foi caçado pela grande mídia diuturnamente em 20 anos, que Vera Magalhães, do alto de sua pimpolha sabedoria e conhecimento profundo da política nacional, disse que ele não era player para ser entrevistado no Roda Viva, programa comandado por ela na TV Cultura.
O fato é que, assim como Josias de Souza, Vera assiste ao moribundo PSDB indo de vez para as cucuias. E como eles dois e tantos outros da grande mídia se transformaram em sinônimo tucano, o fim de linha para o velho partido de salão, a ala mais perfumada da aristocracia paulistana, a reação é mesmo de quem se vê numa situação desesperadora.
O fim do PSDB significa para a mídia o fim do oxigênio político, então, qualquer possibilidade de um praticamente ex-tucano como Alckmin se aproximar de Lula, via PSB, causa calafrios nos mais histéricos tucanos da mídia nativa.
Normal, Vera Magalhães é a protagonista do famoso artigo que serviu de panfleto editorial em que o Estadão sorrateiramente apoiou Bolsonaro em oposição a Haddad, com um título bem a cara da mídia paratatá, “Uma escolha difícil”.
Fim.
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