Ano: 2021

O teatro grotesco da falsa guerra entre Bolsonaro e Globo

A Globo diz que a presidência é responsável por agressões de seguranças de Bolsonaro a seus repórteres. Só não diz que ela, a Globo, decisivamente ajudou a colocar na presidência o responsável por agressões de seguranças de Bolsonaro a seus repórteres.

Em suma, tudo isso faz parte de um contrato entre Bolsonaro e os Marinho, onde tudo faz parte da ordem natural do mercado.

Nisso não há qualquer surpresa, Bolsonaro finge que é inimigo da Globo e esta finge que é inimiga de Bolsonaro.

Se fosse séria a oposição que a Globo finge fazer ao governo Bolsonaro, ela usaria o horário nobre do Fantástico para denunciar que em três anos de Bolsonaro, o gás de cozinha subiu 21 vezes, enquanto durante os oito anos do governo Lula, o gás não aumentou um único centavo.

Governo Lula que a Globo atacou pesadamente fabricando denúncias completamente vazias, diga-se de passagem, justamente porque os interesses da população mais pobre estavam acima dos interesses da elite da qual os donos da Globo são parte.

Então, a Globo colocar essas turrinhas brejeiras para parecer que há antagonismo entre as práticas nefastas do governo Bolsonaro contra a imprensa, não passa de diversionismo barato.

O dia em virmos o Fantástico denunciar que somente este ano Bolsonaro entregou R$ 31 bilhões para os acionistas da Petrobras na Bolsa de Nova York, começaremos a acreditar que existe alguma rusga entre os Marinho e o genocida.

Qual surpresa dos capangas de Bolsonaro jogando para o gado atacar repórteres da Globo que usa as imagens e uma falsa indignação para fingir que é inimiga do atual presidente?

As questões centrais como a devolução do país ao mapa da fome, por uma política ultraneoliberal de Paulo Guedes no governo Bolsonaro, estavam no contrato entre Globo e o mandatário do país para que ela fizesse uma campanha antipetista para atingir Haddad e colocar na presidência esse animal que serve a todos os interesses concretos da Globo.

Para a emissora, basta Renata Lo Prete que, no seu podcast desta manhã, “consternada” com o natal da fome de milhões de brasileiros, levados a essa condição pelos governos golpistas Temer e Bolsonaro, reproduz a mesma prática burguesa que durante séculos era tida como regra no mundo das classes economicamente dominantes nesse país para arrecadar alimentos para quem tem fome, uma espécie da chá das quatro virtual, como se ela, inclusive, que foi uma das repórteres mais virulentas do batalhão de choque antipetista na Globo, não tivesse também culpa por esse estado de coisas que o país vive.

Por isso, podemos afirmar que é grotesco o teatro da falsa guerra entre Bolsonaro e Globo.

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Parecer autoriza secretário a acessar dados de extradição de Allan dos Santos

Processo contra bolsonarista motivou investigação sobre suspeita de obstrução de Justiça.

A consultoria jurídica do Ministério da Justiça concluiu que o secretário nacional de Justiça pode ter acesso a todos os documentos das pastas que lhe são subordinadas, como o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), por onde passou a extradição de Allan dos Santos, informa a Folha.

Segundo a consultoria, o acesso pode ser feito inclusive a questões que estão sob sigilo.

O influenciador bolsonarista está nos Estados Unidos desde que virou alvo de investigações de fake news e de ataques às instituições.

Em outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou sua prisão, pediu sua extradição e a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol, o canal de foragidos —o que até o momento não ocorreu, como mostrou a Folha.

O DRCI é o órgão do governo brasileiro responsável por cuidar de diversas questões que envolvem acordos de cooperação internacional, como extradições ativas e passivas.

O processo do bolsonarista provocou a demissão da chefe do setor, a delegada federal Silvia Fonseca, e virou alvo de uma investigação da Polícia Federal por suspeita de obstrução de Justiça por parte da cúpula do ministério.

O departamento fica dentro da estrutura da Senajus (Secretaria Nacional de Justiça), chefiada por Vicente Santini, amigo da família Bolsonaro.

No meio do imbróglio, no fim de outubro, antes da exoneração de Silvia, Santini fez um despacho pedindo para ter acesso às caixas do sistema interno em que ficam todos os documentos do DRCI, o que foi negado pela delegada.

Na resposta, Silvia citou uma portaria e um decreto. Em seu entendimento, o decreto mencionado define o DRCI como responsável por assuntos de cooperação, e a portaria delimita que apenas os servidores lotados nessa unidade podem ter tal acesso.

Ela dizia ter dúvida sobre atender o secretário, ainda que o departamento esteja subordinado à secretaria.

Santini disse em depoimento à PF que, diante da dúvida apresentada, a delegada sugeriu que a solicitação fosse submetida à consultoria jurídica do ministério, o que foi feito em seguida.

A consultoria é a representação da Advocacia-Geral da União na pasta. O órgão assessora na interpretação de leis, examina legalidade e constitucionalidade de atos e faz revisões técnicas de decretos e portarias.

No fim de novembro, a consultoria respondeu. O parecer se baseou no conceito jurídico do “princípio da hierarquia” para concluir que o secretário de uma pasta pode ter acesso aos sistemas internos de suas diretorias subordinadas.

“O argumento utilizado pela diretora do DRCI de que os processos que ali tramitam são sigilosos e que, logo, só podem ser acessados pelos servidores formalmente lotados naquele órgão –o que não autorizaria acesso ao secretário nacional de Justiça— não merece prosperar, considerando que se pode afirmar que o secretário integra a estrutura de todos os órgãos que lhe são vinculados, em razão do princípio da hierarquia administrativa”, conclui.

Diante da resposta, o secretário terá que decidir se vai dar andamento ao pedido que fez anteriormente.

Além do setor de recuperação de ativos, estão na aba da Senajus os departamentos de Migrações e de Promoção de Políticas de Justiça.

O ministro Anderson Torres, Santini e outros integrantes da cúpula negam que tenham tentado interferir no processo de extradição e argumentam que a demissão de Silvia se deu por quebra de confiança.

Eles ficaram sem informações por parte do DRCI sobre a tramitação e só souberam dias depois que a documentação de Allan havia sido encaminhada aos EUA.

No entendimento de colegas de Silvia, porém, o departamento é técnico e agiu como deveria, sem que houvesse qualquer aviso, protegendo-se de pressões políticas. Além disso, a decisão de Moraes decretava explicitamente sigilo no andamento.

Na interpretação dessas pessoas, a preocupação de governistas com o setor só tomou essa forma por envolver um aliado do Palácio do Planalto.

Na semana passada, Denisse Ribeiro, responsável pelo inquérito de milícias digitais, fez um relatório sobre o que investigou em relação ao suposto envolvimento da cúpula do ministério no caso.

Ela disse em despacho ao ministro Moraes ver ainda risco de interferência do Ministério da Justiça no processo de extradição, como mostrou o Painel.

De acordo com a delegada da PF, o possível crime investigado não foi concretizado porque as investidas de Santini não conseguiram atrapalhar o processo até o momento. Quando ele tentou efetuar mudanças no fluxo, o caso já havia sido enviado para os Estados Unidos.

“Considerando que as investigações estão em curso e que as medidas relativas à extradição ativa de Allan dos Santos abrem o caminho para que novas ações ou omissões, no âmbito da Secretaria Nacional de Justiça, prejudiquem a tramitação da extradição, diante da possibilidade de eventual pedido de complemento de informações, ou por inobservância de prazos, ou por retardo nas comunicações aos órgãos executores”, diz o despacho de Denisse.

Em depoimento à PF, a chefe demitida do DRCI disse que, em conversa, o secretário nacional de Justiça afirmou que “a ausência de informação sobre o caso do Allan dos Santos causou um desconforto para o próprio secretário e para o ministério”. Ela estava de férias no período.

Como mostrou a Folha, o pedido de extradição saiu do DRCI a caminho dos EUA no dia 19 de outubro. A ordem de Moraes só foi divulgada dois dias depois, quando tudo estava resolvido.

No dia 27 de outubro, Torres ainda falava em entrevistas que o caso seria analisado de forma técnica assim que chegasse à pasta. Ele não havia sido informado.

Silvia Fonseca foi exonerada no dia 10 de novembro. A também delegada federal Priscila Campêlo, que era a substituta, está respondendo de forma interina.

A chefia do DRCI é uma escolha do Senajus e do ministro. Não há critério específico para nomeação. Nos últimos anos, quase todos os escolhidos foram delegados da PF, com exceção de Camila Colares, servidora da Abin, durante o governo Michel Temer.

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A sangrenta guerra entre criador e criatura, Moro x Bolsonaro, virou um vulcão de excrementos em erupção

Rio das Pedras x república de Curitiba. Está declarada a guerra entre as duas milícias mais violentas do país.

E não é mais uma guerra com aquelas características do bolsonarismo em que o gabinete do ódio fazia ataques sincronizados nas redes sociais para assassinar a reputação de um inimigo ou de um potencial inimigo. Dessa vez, o general desse exército virtual não é Carluxo e, muito menos, as ordens partem de um obscuro centro de operações, que muitos dizem, funcionava, de forma obscura, dentro do próprio Palácio do Planalto.

Agora não, pelo menos Bolsonaro fez uma declaração de guerra aberta a Moro com vídeo gravado à luz do dia em frente ao Palácio Alvorada em que Bolsonaro pede para que as pessoas assistam a um vídeo de um youtuber bolsonarista chamado Kim Paim em que o doleiro Alberto Youssef, conhecido como bandido de estimação de Moro, faz revelações absolutamente comprometedoras contra o comando do partido de Moro, o Podemos.

Para que todos tomem conhecimento, Bolsonaro pede que seu vídeo seja muito compartilhado e que o de Kim Paim também ganhe destaque nas redes sociais.

A ideia é perturbar o sossego de Moro que, pelo que tudo indica, começa a incomodar de forma mais efetiva, a campanha de Bolsonaro que pretende fazer de Moro um peru de natal.

É lógico que Moro não vai deixar isso barato, já que, furioso com o Ministério Público por ter arquivado a acusação contra Lula no caso do Triplex e, com isso, esvaziado ainda mais a já puída imagem de herói, Moro não só atacou o STF, como mandou sua principal marionete, Deltan Dallagnol, fazer o mesmo de maneira mais direta dando nomes aos bois e de forma mais agressiva nominar o STF como inimigo da nação.

O fato é que os dois lados estão nutrindo um ódio insaciável numa guerra que promete um final com uma congestão nos dois intestinos miseráveis de duas criaturas que, se cortar a cabeça de um e colocar no corpo do outro, ninguém notará a diferença, já que estão atolados de lama até o pescoço e sempre cantaram triunfo com as chacinas institucionais que produziram.

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Na tese comédia do Estadão para rebocar a estagnada candidatura de Moro, Rubinho Barrichello seria pentacampeão na Fórmula 1

Vivendo e aprendendo. Esse é o lema do Estadão. O jornalão dos Mesquita se inspirando no próprio apaniguado, Sergio Moro.

Numa tese dos desesperados, o Estadão fez uma suposta pesquisa para a corrida presidencial em que Lula e Bolsonaro, 1º e 2º lugares em todas as outras pesquisas, não existem. Assim, Moro ganharia a eleição de 2022.

Seria, com foi em 2018 quando Moro prendeu Lula para Bolsonaro se eleger presidente e o juiz vigarista se tornar ministro. Nesse caso, seriam limados, de boiada, Lula e Bolsonaro. Assim, Moro levaria o troféu com os pés nas costas.

Fico imaginando quantos títulos Rubinho Barrichello poderia ter ganhado se algum jerico tivesse essa mesma ideia nas corridas de Fórmula 1 em que o campeão às avessas participou.

Essa gente não tem limites para o ridículo quando o assunto é desalento, decepção, desesperança num pangaré sem toga.

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Donos de mineradoras financiaram eleição de seis deputados do GT que quer alterar Código

Levantamento mostra que doações feitas por empresários do ramo em 2018 somam R$ 200 mil apenas entre membros do grupo.

É o que revela matéria de Paulo Motoryn, no Brasil de Fato.

Donos de empresas do setor da mineração doaram mais de R$ 200 mil a deputados federais que integram o Grupo de Trabalho que debate alterações no Código de Mineração na Câmara. A informação foi extraída da prestação de contas dos políticos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e cruzada com dados públicos da Receita Federal.

Dos 16 membros do GT, seis receberam doações de proprietários de empresa do ramo para financiamento da campanha eleitoral de 2018. Especialistas, movimentos populares e até o Ministério Público de Minas Gerais criticam duramente a tentativa de mudança na legislação.

Os valores das doações variam de R$ 10 mil a R$ 47,7 mil. A deputada Greyce Elias (Avante-MG), relatora da proposta, e o deputado Evandro Roman (Patriota-PR), coordenador do GT, estão entre os congressistas envolvidos no debate que receberam valores de empresários que atuam no setor.

O membro do GT recordista de arrecadação entre mineradores é João Carlos Bacelar (PL-BA). A reportagem identificou que ele recebeu duas doações, uma de R$ 42 mil e outra de R$ 30.000. Também receberam recursos os deputados Caroline de Toni (PSL-SC), Zé Silva (Solidariedade-MG) e Da Vitória (Cidadania-ES).

As doações

Os dados do TSE mostram que a relatora Greyce Elias (Avante-MG) recebeu R$ 10 mil de Tales Pena Machado, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (SindiRocha) e dono da Magban, empresa que está entre as 10 maiores exportadoras de mármore, granito e quartzito do país.

O coordenador do GT, Evandro Roman (Patriota-PR), teve doação de R$ 47,7 mil feita por Valdinei Antonio da Silva, sócio-administrador da Dimbo Mineradora, empresa sediada em Cascavel (PR), cidade natal do deputado. O congressista admitiu acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para acelerar a tramitação do texto.

Da Vitória (Cidadania-ES) ganhou R$ 20 mil de Giulio Malenza, sócio de duas grandes mineradoras do país, em sociedade com outros membros de sua família, a Corcovado Granitos e a Brasigran Granitos. O deputado atua como sub-relator de leilões de áreas no GT.

O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), que é sub-relator de barragens de rejeito, recebeu R$ 40 mil de José Roberto Segura, proprietário da empresa industrial Cerâmica Vila Cruz, sediada em Taiobeiras (MG). Caroline de Toni (PSL-SC) teve doação de R$ 10 mil de José Antonio Tessari, dono e presidente da Rotesma Artefatos de Cimento.

O recordista João Carlos Bacelar (PL-BA) foi agraciado por Itamar Nogueira da Costa, empresário do ramo de derivados de petróleo, com R$ 42 mil, e por Fábio Dias Costa, sócio-administrador da Serra Azul, empresa que presta serviços de apoio à extração de minerais.

Na última eleição em que foi permitido o financiamento privado de campanha, em 2014, dois outros atuais integrantes do GT da Câmara também ganharam dinheiro do setor, conformou apontou reportagem do Observatório da Mineração.

Na ocasião, Evair Vieira de Melo (PP-ES), que atua como sub-relator em rochas ornamentais, recebeu R$ 50 mil em doações da ArcelorMittal. O atual sub-relator de lavra garimpeira, Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), teve R$ 100 mil da Cavalca Mineração naquele pleito.

Votação adiada

A sessão do GT da Câmara que votaria na manhã da última quarta-feira o relatório da deputada Greyce Elias foi cancelada. De acordo com o site da Casa, ainda não há nova data para realização da reunião.

Na semana passada, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Associação dos Observadores do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural de Minas Gerais afirmaram que o teor do relatório, que deve embasar o novo Código, se contrapõe a dispositivos elementares da Constituição de 1988 e cria conceitos jurídicos heterodoxos.

“Por exemplo, [o relatório] torna a mineração uma atividade de “utilidade pública” e “essencial à vida”, portanto, detentora de prerrogativas especiais, quando sua natureza é eminentemente privada, comercial e lucrativa.”

“O texto, todavia, é particularmente preocupante por suas repercussões nos dispositivos recém-criados pela nova Política Nacional de Segurança de Barragens. Soluções repisadas e catastróficas, como a autodeclaração e a fiscalização por amostragem, estão de volta à ordem do dia, como se as tragédias em Mariana e em Brumadinho não tivessem existido”, afirmaram.

Em nota, o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração centrou fogo contra a falta de participação da sociedade civil no Grupo de Trabalho: “Diferentemente da tramitação que houve entre 2013 e 2015, quando ainda houve alguma participação das organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos povos e territórios em conflito com a mineração e de grupos ambientais, a atual não os contemplou nos debates e tampouco aderiu às proposições advindas desse segmento da sociedade.”

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Se Miriam Leitão está dizendo que Moro é um cretino, quem vai discordar?

Ninguém foi mais lavajatista dentro da Globo, que é mais que um antro de lavajatismo, mas a própria central desse embuste de Curitiba, do que a família de Miriam Leitão.

Por isso, ler um artigo de Miriam crítico a Moro, mesmo não fazendo autocrítica por seu apoio incondicional à Lava Jato, se não é uma surpresa, é um sinal de que o ex-meritíssimo não passa de um café com leite na disputa eleitoral, e Miriam fez os cálculos e já jogou a toalha.

Sim, porque Moro é um fiasco. Já em campanha, foi vendido, inclusive pela própria Miriam Leitão, como herói durante 5 anos no horário nobre da Globo.

Lula era o vilão, lógico.

Hoje, vendo o resultado das pesquisas eleitorais, constata-se que Lula tem quatro vezes mais intenção de votos que o pangaré de Curitiba.

Míriam elencou uma série de absurdos de Moro como ministro da Justiça e Segurança pública de Bolsonaro, e esse é o ponto.

Ela não quis dizer o pior, como Bolsonaro chegou à presidência com a ajuda decisiva do juiz Moro da Lava Jato, prendendo Lula sem qualquer prova de crime.

Como está posto no artigo de Miriam, Moro, um ministro trágico, segundo sua avaliação, parece ter saído do nada e caído de paraquedas no ministério de Bolsonaro com uma super pasta da Justiça turbinada com a Segurança Pública.

Justamente porque ninguém é de ferro, Miriam Leitão não teve a grandeza nem de mostrar como se recebe uma pasta dessa importância no governo Bolsonaro, pois aí ela teria que mexer no vespeiro do inferno chamado Lava Jato que, certamente, é a operação policial mais criminosa da nossa história.

Por isso, a mãe de Wladimir Netto, autor de um livro de exaltação piegas à Lava Jato, está berrando e pregando tiros em Moro como ministro de Bolsonaro, não como juiz corrupto e ladrão que colocou Bolsonaro no poder através de uma barganha descarada.

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Congresso quer ampliar emendas e fundão e avalia cortes na Previdência e em ministérios

Governo perde poder na destinação de verba de pastas, que passa a ter fatia maior vinculada a parlamentares.

Para elevar a verba do fundo eleitoral e de emendas parlamentares, o Congresso avalia fazer cortes em outras despesas, como no custeio de ministérios, informa a Folha.

Isso reduz o poder da equipe técnica de cada pasta, pois a escolha de onde aplicar o dinheiro público passa a ter um componente político.

Emenda parlamentar é a forma como deputados e senadores conseguem destinar dinheiro do Orçamento federal para obras e projetos em suas bases políticas.

Apesar de emendas serem contabilizadas como parte da verba dos ministérios, o destino dos recursos é indicado pelos parlamentares.

As promessas na largada da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) pressionam o Orçamento de 2022, que precisa de um rearranjo para haver espaço para mais emendas (de R$ 7 bilhões a R$ 16 bilhões) e o maior fundo eleitoral da história (que pode subir de R$ 2 bilhões para até R$ 5,7 bilhões).

A estratégia traçada por líderes do Congresso é reduzir as despesas de livre uso de diversos ministérios (um corte difuso) e também reduzir parte da verba para gastos obrigatórios, como aposentadorias e demais benefícios da Previdência Social.

As contas da versão final do Orçamento devem ser feitas às pressas na próxima semana.

O Congresso quer aprovar o Orçamento ainda em dezembro para garantir a execução das emendas logo no início de 2022. Em ano de eleição, o prazo para liberação desse dinheiro é mais curto —até julho.

O uso desse dinheiro em ações voltadas para bases de deputados e senadores amplia o capital político dos parlamentares às vésperas do pleito. Por isso, a execução das emendas desperta o interesse dos congressistas já no início de 2022.

Governistas argumentam que emendas são investimentos realizados “na ponta” —obras com impacto direto na vida da população de municípios. No entanto, a engenharia montada para distribuição desses recursos historicamente privilegia aliados de quem está no governo.

No caso de Bolsonaro, esses tipos de acordos ganharam mais corpo a partir de 2020, dando, portanto, mais espaço ao Congresso dentro do Orçamento. Em troca, o presidente ganhou uma base governista mais fiel.

Um exemplo que mostra a perda de controle do governo sobre recursos do Orçamento é a verba do Ministério do Desenvolvimento Regional voltada para obras de infraestrutura locais, logística e compra de equipamentos e máquinas.

Em 2019, foram reservados R$ 3,5 bilhões para esses projetos. Desse total, o ministério tinha controle integral sobre R$ 2,7 bilhões e o restante era de emendas.

Em 2021, são R$ 4,6 bilhões previstos, mas apenas R$ 500 milhões estão totalmente na mão da pasta. A maior parcela passou a ser de emendas.

Hoje existem quatro tipos de emendas: as individuais (que todo deputado e senador têm direito), as de bancada (parlamentares de cada estado definem prioridades para a região), as de comissão (definida por integrantes dos colegiados do Congresso) e as do relator (criadas por congressistas influentes a partir de 2020 para beneficiar redutos eleitorais).

Já estão garantidos R$ 16,2 bilhões para emendas individuais e de bancada no Orçamento de 2022 —não há previsão ainda para as de comissão. O governo tem pouca margem de negociação política com esses recursos.

Por ser obrigado a liberar essas emendas ao longo do ano, o jogo político nesses casos fica limitado a dar preferência a aliados nos primeiros pagamentos.

Aliados de Bolsonaro querem, portanto, turbinar as emendas de relator, instrumento incluído no Orçamento de 2020 pelo Congresso, que passou a ter controle de quase o dobro da verba de anos anteriores.

Esse tipo de emenda é atualmente a principal moeda de troca em votações importantes e ampliou a base de apoio de Bolsonaro no Congresso. A cifra para 2022 ainda não está acertada entre líderes partidários.

O valor máximo é de R$ 16,2 bilhões, equivalente ao patamar dos outros tipos de emendas. Mas membros do Ministério da Economia e técnicos que elaboram o Orçamento tentam emplacar o valor de R$ 7 bilhões.

Quanto maior o tamanho dessa verba para essas emendas, maior terá de ser o corte nas despesas que, na versão atual do Orçamento, estão programadas para os ministérios.

Além disso, já está na conta do governo que o aumento do fundo de financiamento da campanha eleitoral exigirá a retirada de recursos de outras áreas.

O Congresso quer um valor de R$ 5 bilhões a R$ 5,7 bilhões para o próximo ano, mas o Orçamento foi elaborado com uma reserva de R$ 2,1 bilhões —mesmo nível dos anos anteriores. O fundão foi criado em 2017.

Essa articulação une partidos de diferentes espectros políticos, que querem mais dinheiro para a disputa eleitoral.

Articuladores do governo têm deixado as negociações no Congresso fluírem e não se opuseram, até o momento, à intenção dos líderes de elevar o valor do fundo na votação final do Orçamento.

Mesmo integrantes do time do ministro Paulo Guedes (Economia), que prezam pelo controle de despesas, já admitem que o Congresso fará trocas de verba no projeto orçamentário para viabilizar as emendas de relator e a expansão do fundo eleitoral.

O trabalho nos últimos dias tem sido para evitar que o corte deixe o governo sem dinheiro para pagar despesas obrigatórias, como aposentadorias e pensões. Por isso, tentam limitar a tesourada aos gastos não obrigatórios, como custeio e investimento dos ministérios.

O corte deverá também atingir os outros Poderes (Judiciário e Legislativo), porém em menor grau. Os ajustes feitos até agora na versão preliminar do Orçamento só atingiram o Executivo.

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Barroso determina passaporte da vacina obrigatório para viajantes

Estrangeiros sem comprovante vacinal não poderão entrar no país. Brasileiros que não puderem comprovar vacinação em razão de ataque a sistemas do SUS poderão apresentar um teste PCR negativo, informa o G1.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou neste sábado (11) a obrigatoriedade de comprovante de vacinação para viajantes que chegarem ao país.

A ordem foi dada em uma ação da Rede Sustentabilidade que tenta obrigar o governo a adotar medidas sanitárias recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como o “passaporte da vacina” ou quarentena obrigatória para quem chega ao Brasil e uma maior fiscalização dos voos que desembarcam no país.

Segundo a decisão, estrangeiros sem comprovante vacinal não poderão entrar no Brasil. O ministro argumenta que monitorar a quarentena de milhares de viajantes tornaria a situação fora do controle e traria mais risco à população brasileira.

O ministro determinou que o comprovante de vacina para viajante que chega do exterior no Brasil só pode ser dispensado por motivos médicos, caso ele venha de país em que comprovadamente não haja vacina disponível ou por razão humanitária excepcional.

A portaria editada pelo governo exigia, para o estrangeiro que chegar ao Brasil, o comprovante de vacina ou, alternativamente, quarentena de cinco dias seguida de teste negativo para o vírus antes de ser permitida a circulação em território nacional.

Após ataque hacker ao ConecteSUS – plataforma de vacinação contra a Covid-19 – e outras páginas do Ministério da Saúde, o governo federal suspendeu, nesta sexta, a entrada em vigor da portaria.

Ainda segundo a decisão, os brasileiros que não puderem comprovar vacinação em razão de ataque a sistemas do SUS poderão apresentar um teste PCR negativo.

“O ingresso diário de milhares de viajantes no país, a aproximação das festas de fim de ano, de eventos pré-carnaval e do próprio carnaval, aptos a atrair grande quantitativo de turistas, e a ameaça de se promover um turismo antivacina, dada a imprecisão das normas que exigem sua comprovação, configuram inequívoco risco iminente”, diz Barroso na decisão.

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Com Lula censurado há mais de uma década pela mídia hegemônica, qualquer pesquisa estará muito aquém da realidade de 2022

Às vezes vem-me o ímpeto de reagir a determinadas práticas devido à falta de disciplina ou por total descaso com a informação e, no afã de entregar um produto pronto, os institutos de pesquisa não se dão ao dever de grifar certas questões vivas.

Isso dá nos nervos de qualquer um. Bastaria esses institutos fazerem uma observação e não viver na deliciosa paz do silêncio para não melindrar a fragilidade da direita brasileira.

Ora, se na média, os institutos de pesquisa mostram que Lula, que recebe marcação cerrada pelos censores da mídia, tem o dobro de votos de Bolsonaro, que está em segundo lugar nas pesquisas e um possível concorrente seu num suposto segundo turno, certamente, Lula, rompendo essa muralha midiática na propaganda do horário eleitoral, falando diretamente ao povo e indo aos debates como sempre foi, suas chances de voltar à cadeira da presidência aumentarão enormemente, porque lá estarão o candidato Lula e, junto, somando forças, o ex-presidente Lula, considerado pela maior parte da população o melhor presidente da história do Brasil. O presidente que bateu todos os recordes de aprovação exibindo uma invejável aprovação de 87%, com apenas 3% de desaprovação, diante de um Bolsonaro que tem mais de 60% de desaprovação e 20% de aprovação.

Lógico que ainda tem muita água para rolar, pois Bolsonaro tem a caneta e o cofre do Estado nas mãos, além do Auxílio Brasil, com certeza, mexerá com o tabuleiro político e não se sabe quanto isso pode beneficiar Bolsonaro e prejudicar Lula, já que a chegada de Moro à disputa fez um strike na camada de baixo na chamada terceira via, mas não provocou qualquer arranhão em Lula e algo significativo em Bolsonaro.

Lula tem muito o que mostrar em seus oito anos de governo, ao contrário de Bolsonaro que tem muito o que esconder. Diante dessas linhas cruzadas e com a capacidade de oratória, que é um outro fenômeno de Lula como líder de massa, suas possibilidades se ampliam muito.

Ora, seu prestígio internacional diante de povos e chefes de Estado mundo afora. Já Bolsonaro é considerado em qualquer lugar do planeta como a figura mais tóxica da política mundial. Sem falar na economia que vive um momento trágico com caixa para piorar muito até as eleições. E nesse caso, até o Auxílio Brasil vai conspirar contra Bolsonaro, porque naturalmente aumentará a demanda e acionará um gatilho a mais da já descontrolada inflação e, consequentemente, a valorização do dólar frente ao real e o aumento dos juros.

Grosso modo, esse é um panorama mais realista para se fazer uma avaliação próxima à realidade de 2022, o que está longe de achar que devemos nos acomodar, ao contrário, com tanto vento a favor, Lula enfrentará uma tempestade de ódio vinda dessa mídia fascista que operou como tal para levar um dos seus ao poder, elegendo Bolsonaro, assim como foi parceira de farsa do neofascista que serviu ao governo fascista de Bolsonaro, Sergio Moro, também candidato que também contará com o apoio dessa mesma mídia.

Por isso, a mobilização em torno da campanha de Lula, como bem disse a atriz Camila Pitanga, tem que começar já por todos nós, seja nos blogs, nas redes sociais, nas ruas, na família e, no caso dos artistas, como é meu caso, também nos palcos físicos ou digitais.

Essa é uma forma de furar a censura que a mídia impõe a Lula.

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Cirurgiões cardíacos acusam Queiroga de beneficiar sua área em portaria

Segundo entidade, procedimentos para casos mais graves de infarto ficaram de fora do texto.

Uma portaria do Ministério da Saúde que reajusta valores no tratamento do infarto agudo do miocárdio apenas para a hemodinâmica, área de atuação do ministro Marcelo Queiroga, está provocando polêmica entre os cirurgiões cardiovasculares, informa O Globo.

Em nota divulgada no seu site e nas redes sociais, a SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular), manifesta preocupação que procedimentos como a cirurgia de revascularização (pontes de safena), indicada para os casos mais graves de infarto, tenham ficado de fora da portaria.

Em entrevista à Folha, o presidente da SBCCV, o cirurgião Eduardo Rocha, afirma que, ao aprovar uma portaria que só privilegia a hemodinâmica, Queiroga incorre em um evidente conflito de interesses.

“O ministro está misturando interesse público com interesse pessoal. Nós, cirurgiões, estamos indignados. Não temos aumento desde 2009”, afirma.

Segundo ele, uma equipe de cinco cirurgiões cardiovasculares recebe R$ 2.800 para fazer uma ponte de safena. “São 500 pratas, 600 pratas para cada um para cuidar de um doente por 12 dias, em média. Aí vem o ministro e cria benefícios só para o grupo dele?”, diz.

A portaria 3.438, publicada em 7 de dezembro, prevê uma série de ações na linha de cuidados do atendimento do infarto, como atualização e reajustes na tabela de procedimentos, medicamentos, órteses, próteses e materiais especiais, da área da hemodinâmica.

Existem três tipos de infarto: o mais leve e sem obstrução na coronária, que, em geral só requer tratamento clínico; outros com alteração no eletrocardiograma que vão precisar de uma angioplastia (stent) ou trombólise (medicamento que dissolve o coágulo e deixar a coronária aberta); e os que requerem cirurgia de revascularização.

“São os pacientes mais graves, os que mais morrem e que vão ficar de fora da portaria. São doentes com mais de duas ou três lesões nas coronárias, rompem o ventrículo e sangram, que têm a válvula rasgada pelo infarto. É preciso olhar para a linha do cuidado ao infarto do começo ao fim.”

Rocha diz que a cirurgia cardiovascular vive uma crise sem precedentes no SUS (Sistema Único de Saúde), sem insumos básicos, e que piorou com o cenário de desassistência provocando pela pandemia de Covid-19.

Pelo menos 60 mil procedimentos deixaram de ser feitos neste ano. Antes da crise sanitária, eram realizados cerca de 100 mil por ano, de 60% a 70% deles no SUS.

“A gente não está conseguindo material no SUS. Vários hospitais só operam emergências. O ministro está informado sobre isso tudo e mal nos recebeu. E agora ele só dá aumento para uma das partes da linha de cuidado do infarto? Para os seus pares? O que ele fez não tem sentido, se o sentido for a ética do tratamento.”

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