Ano: 2021

BNDES fez empréstimos de R$ 283 milhões para fabricantes de cloroquina em 2020

Seria somente coincidência ou tem alguma coisa por trás da obsessão de Bolsonaro com a cloroquina? A matéria que segue abaixo causa certa estranheza. A conclusão, é claro, fica a critério.

Segundo Matéria publicada pelo Estadão O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou, em 2020, quatro empréstimos de R$ 283 milhões para a Apsen e a EMS, fabricantes de medicamento à base de hidroxicloroquina. Embora sua ineficácia tenha sido comprovada em estudos científicos, desde o ano passado, o remédio é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro como alternativa no tratamento à covid-19, o que impulsionou as vendas do medicamento.

O remédio é tradicionalmente usado para o tratamento de doenças reumáticas e da malária. No total, cinco farmacêuticas fabricam e vendem no País remédios com hidroxicloroquina: Apsen, EMS, Germed, Cristália e a multinacional francesa Sanofi-Aventis.

O BNDES, a Apsen e a EMS informaram que a contração dos empréstimos não tem qualquer relação com a produção de medicamentos a base de hidroxicloroquina. em nota, o banco ressaltou que “todos os pleitos financeiros são sempre submetidos à exame técnico de equipe especializada, que considera a viabilidade técnica, financeira e jurídica dos projetos, com base no seu conhecimento sobre o mercado, bem como da consequente aprovação do colegiado competente, em linha com a governança interna do BNDES”.

As operações contratadas pela Apsen foram reveladas em reportagem da Folha de S.Paulo, publicada na quinta-feira, 4.

Três dos empréstimos – um para a Apsen, de R$ 94,9 milhões, e dois para a EMS, de R$ 81,4 milhões e de R$ 47,8 milhões – foram contratados em fevereiro do ano passado, quando a covid-19 já era uma preocupação mundial, mas ainda não havia chegado ao País. Segundo o BNDES, esses três financiamentos foram pedidos e aprovados em 2019.

No caso da EMS, o empréstimo de R$ 47,8 milhões foi destinado para construção de uma nova fábrica de medicamentos oncológicos. Já o financiamento de R$ 81,4 milhões foi destinado para a ampliação das linhas de produção de medicamentos, de embalagens e para o almoxarifado do complexo industrial da empresa em Hortolândia (SP).

Conforme a EMS, o crédito não teve “relação com a produção de sulfato de hidroxicloroquina”. A empresa produz a versão genérica do medicamento. Questionada, a EMS não informou qual foi a participação do remédio na receita total de 2020.

A Apsen contratou também um empréstimo, de R$ 59 milhões, em junho do ano passado, já em meio à pandemia. Esse financiamento foi pedido em agosto de 2019 e aprovado em abril de 2020, segundo o BNDES. A empresa informou que nem mesmo a operação aprovada em junho foi destinada a investimentos relacionados à produção de medicamentos a base de hidroxicloriquina.

“A Apsen solicitou as novas captações (financiamentos) visando exclusivamente projetos de expansão da área de Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos e da área Industrial, com o objetivo de preparar as áreas produtivas para suportar o plano estratégico de lançamentos dos próximos anos. Reforçamos que nenhuma parte dos empréstimos cedidos à Apsen, seja pelo BNDES ou por qualquer instituição financeira, foi utilizada na produção, pesquisa ou qualquer ação relativa à hidroxicloroquina”, diz a empresa, em nota.

A Apsen fabrica há 18 anos o Reuquinol, o mais vendido dos medicamentos à base de hidroxicloroquina. Segundo a própria empresa, ela respondeu por 80% das vendas dos remédios que usam a substância no País no ano passado. Por outro lado, as vendas do Reuquinol geraram 6,6% da receita da farmacêutica em 2020, quando a empresa faturou R$ 1 bilhão, 18% acima do ano anterior. Em 2019, o Reuquinol garantiu 5% da receita da Apsen. Dessa forma, as vendas do medicamento a base de hidroxicloroquina passaram de R$ 42,4 milhões naquele ano para R$ 66 milhões em 2020.

Embora não tenham tido a eficácia contra a covid-19 comprovada cientificamente, remédios com hidroxicloroquina venderam mais no ano passado, conforme compilação do Conselho Federal de Farmácia (CFF). As vendas de sulfato de hidroxicloroquina mais que dobraram, para 2 milhões de unidades, alta de 113% ante 2019. Ainda assim, ficaram abaixo do salto de 557% nas vendas do vermífugo ivermectina, que atingiram 53,8 milhões de unidades. Para o CFF, as vendas foram puxadas pela “crença de que esses medicamentos sejam fórmulas milagrosas que previnam ou curem a doença que praticamente parou o planeta”.

Segundo o Sindusfarma, entidade que representa a indústria farmacêutica, as vendas de medicamentos a base de hidroxicloroquina atingiram R$ 91,7 milhões de faturamento para os fabricantes em 2020, alta de 66,7% ante os R$ 55 milhões de 2019.

A Apsen e a EMS não endossam o uso dos medicamentos com contra covid-19. “Com base nas evidências científicas atuais”, a Apsen informou, ainda na nota, que “recomenda a utilização da hidroxicloroquina apenas nas indicações previstas em bula, as quais são aprovadas pela Anvisa” e que “não há aprovação de nenhum órgão regulador da saúde, e nem da OMS, para utilização no tratamento da covid-19”. A EMS frisou que o sulfato de hidroxicloroquina tem “indicação em bula para tratamento de malária, artrite reumatoide e lúpus” e que “orienta que o produto seja utilizado conforme as indicações da bula, sob prescrição médica”.

Há um ano, em março de 2020, quando Bolsonaro exibiu uma caixa de Reuquinol num encontro virtual com líderes do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, o dono da Apsen, Renato Spallicci, divulgou nas redes sociais as imagens do presidente exibindo seu remédio. Embora o empresário já tenha compartilhado na internet assuntos positivos a Bolsonaro, a Apsen informou que Spallicci não tem relações pessoais com o presidente da República.

Em julho, após ser diagnosticado com covid-19, Bolsonaro voltou a exibir uma caixa de sulfato de hidroxicloroquina, naquela vez da versão genérica fabricada pela EMS, durante a live presidencial semanal. Carlos Sanchez, controlador do laboratório, participou de duas reuniões com Bolsonaro no início da pandemia, em março e maio do ano passado. Em reportagem do Estadão de julho, a EMS informou que a empresa “já passou por muitos governos e busca sempre estabelecer diálogo com todos eles” e os encontros de Sanchez com Bolsonaro foram promovidos pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para discutir “questões econômicas e o novo cenário brasileiro diante da pandemia de coronavírus”.

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Chico Buarque, Boff, Lancellotti e outros denunciam Bolsonaro ao mundo: “monstruoso governo genocida”

Em um manifesto em tom dramático e que está colhendo adesões, Chico Buarque, Leonardo Boff, Zélia Duncan, dom Mauro Morelli, Padre Júlio Lancellotti, Carol Proner, Zélia Ducan, entre outros, lançaram neste sábado (6) uma “carta aberta à humanidade” na qual denunciam que “o monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global”.

No manifesto, há um apelo para que STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB e Nações Unidas entrem em ação: “Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização”.

Leia a íntegra do texto:

O Brasil grita por socorro.

Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.

Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.

O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco os países vizinhos e toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.

O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.

Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.

Vida acima de tudo.

*Com informações do 247

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Agora é oficial, Bolsonaro é a maior ameaça para o planeta

Se antes Bolsonaro era considerado pelo mundo o monstro amazônico por comandar do Palácio do Planalto o dia do fogo, o Brasil, hoje, por culpa do insano, é considerado por vários cientistas do mundo uma fábrica de variantes do coronavírus com potencial para matar milhões de pessoas no planeta.

A nota emitida pela OMS segue a mesma linha do Whashington Post, culpando Bolsonaro pela negligência e por incentivo da proliferação do vírus e a sabotagem à vacinação.

O Brasil, com a maior média móvel de mortes do mundo, superando os EUA, faz o planeta inteiro voltar os olhos para uma nação que está sendo presidida por um louco que tem na perversidade de suas ações seu principal instrumento de entretenimento.

Alguns, mundo afora, chamam Bolsonaro de imbecil ou coisa que o valha, outros de imprudente, incapaz, inepto, lesado, e por aí vai.

Aqui no Brasil, sabemos que Bolsonaro é tudo isso junto e misturado, porque seu governo não funciona somente no combate à pandemia, nada no governo funciona.

O general colocado por Bolsonaro como testa de ferro no ministério da Saúde foi apresentado como craque da logística, na verdade, o que se revelou foi alguém que não consegue fazer uma única ação primária no comando da pasta.

O resultado é que Pazuello não para de mentir, pior, mente de improviso e, depois, nem repetir a mentira consegue mais, é obrigado a criar outras mentiras para o mesmo fato.

Bolsonaro não tem a menor condição de continuar governando o Brasil. Quando esse caldo todo se juntar, o país de epicentro da covid e, se Bolsonaro não cair, o Brasil se transformará no flagelo do mundo e arrastará com ele um continente inteiro. Não resta a menor dúvida, o mundo inteiro sentirá os reflexos da tragédia tropical.

Isso é o que está apavorando o planeta.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Marcelo Auler: Lava Jato/PR no Telegram: “Que p… é essa?”

As trocas de mensagens pelo Telegram que os procuradores da Lava Jato curitibana faziam entre si demonstram claramente a contrariedade deles quando souberam que, a pedido do editor deste BLOG, o procurador regional da República em São Paulo, Osório Silva Barbosa Sobrinho, em 30 de maio de 2016, ouviu o depoimento de Meire Bonfim da Silva Poza. Ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, ela se denominava “informante infiltrada” na Força Tarefa do Paraná e como tal revelou no depoimento ilegalidades das quais participou e/ou presenciou (leia o depoimento ao final).

Em 1 de junho, quando noticiamos o depoimento oficial da ex-contadora que desde abril de 2014 repassava informações a policiais federais e membros do Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba – Enfim, a contadora e informante infiltrada da Lava Jato foi ouvida oficialmente – o procurador identificado no Telegram como Paulo (provavelmente Paulo Galvão, do MPF do Distrito Federal) mostrou-se surpreso:

“Meire ouvida por Osório??? Que p… é essa?“.

De “testemunha infiltrada” a ré condenada

A surpresa pode estar relacionada ao fato de que a Força Tarefa curitibana – através do Delegado de Polícia Federal (DPF) Marcio Anselmo Adriano e do Agente de Polícia Federal (APF) Rodrigo Prado -, depois de explorar a ex-contadora, extraindo dela informações e documentos relacionados às atividades dos doleiros, em especial Youssef, não lhe ofereceu qualquer garantia ou benefícios por conta de seu envolvimento nos casos que relatava.

Inicialmente ela aparecia nos processos como mera testemunha, inclusive do juízo, a pedido do então juiz Sérgio Moro, apesar de reconhecidamente ter ajudado a maquiar a contabilidade das empresas dos já na época réus da Lava Jato. Depois surgiu como ré. Em 2018 foi condenada, pelo mesmo Moro, a dois anos e três meses de prestação de serviços à comunidade pelo crime de lavagem de dinheiro.

Após merecer, durante 2014 e o início de 2015, um tratamento quase vip dos policiais federais – a esperavam no aeroporto em Curitiba, franqueavam o estacionamento da Superintendência quando ela viajava de carro e a acompanhavam pela cidade – Meire foi relegada e sentiu-se abandonada quando, aparentemente, já não tinha mais informações a repassar. Em meados de 2015, sentiu-se escanteada ao perceber que o WhatsApp pelo qual se comunicava com o delegado e o agente fora bloqueado pelos dois. Foi quando passou a dar entrevistas e até concedeu um depoimento ao ex-secretário nacional de justiça, Romeu Tuma Júnior, que o utilizou no livro “Assassinato de Reputações 2: muito além da Lava Jato.“

Em 30 de março de 2015 o pavor cresceu ao ver arder em fogo seu escritório na Avenida Santo Amaro, no bairro do Itaim-Bibi, zona Sul da capital paulista. Um incêndio com fortes suspeitas de ter sido criminoso. Em abril, quando pela primeira vez falou ao BLOG, Meire reclamava de ter sido usada e abandonada. Dizia-se amedrontada e entendia estar correndo risco de vida, assim como sua filha. Já intimada para depor como suspeita, ameaçou, junto com seu advogado à época, Haroldo Nater, pedir proteção policial e propor uma delação premiada, tal como noticiamos, em 30 de abril, em Quem com ferro fere… Força Tarefa da Lava Jato pode tornar-se alvo de delação premiada. Na mesma época a revista CartaCapital publicou a reportagem “Os segredos de Meire“, revelando a relação nada ortodoxa dela com a Força Tarefa de Curitiba.

Ilegalidades escondidas

Estas reportagens – do BLOG e da CartaCapital – começaram a despertar preocupação na chamada República de Curitiba, como se depreende de um comentário feito no Telegram, em 4 de maio, pelo procurador Paulo, que levou ao grupo o link da reportagem por nós publicada:

“pessoal, para reflexão… não estamos deixando correr solta demais essa história da Meire?” (sic)

Em seguida, ele acrescenta;

“Claro que ela não tem nada… praticamente nada, pq tem a historia da busca, que é meio esquisita mesmo… como não está repercutindo, talvez nem se manifestar mesmo… mas salvo engano foram três edições seguidas da carta capital já” (sic)

“A história da busca, que é meio esquisita”, na verdade foi mais uma ilegalidade que a Força Tarefa de Curitiba cometeu e que os próprios procuradores da República – os chamados fiscais da lei e também encarregados do controle externo da Polícia Federal – esconderam, certamente para não colocarem em risco o “sucesso” da Lava Jato.

No encontro do BLOG com Meire. em abril de 2016, ficou claro sua decepção, tal como descrevemos na matéria publicada em junho:

“Quando, na semana passada, nos encontramos pessoalmente com Meire, ela lamentou que todos que lhe procuraram ‘tiraram uma casquinha de mim e nada fizeram para me ajudar’. Falou dos seus receios e medos e da vontade de ter algum tipo de proteção.”

Diante disto é que, com a concordância dela, recorremos ao procurador Barbosa. A ideia era registrar oficialmente seu depoimento relatando a uma autoridade as histórias – e ilegalidades – que narrava à imprensa. Foi o que aconteceu e Barbosa, dentro dos seus limites de atuação, diante dos relatos feitos, encaminhou o depoimento àqueles que poderiam tomar alguma providência. O que desagradou seus colegas de Curitiba, tal como aparece nas conversas deles do Telegram.

“Fdp! Tem que tomar uma porrada da corregedoria”

Em 2 de junho, dia seguinte à nossa reportagem anunciando o depoimento oficial da ex-contadora, o mesmo procurador Paulo repassou uma mensagem do procurador Vladimir Aras, de Brasília, relatando as informações que Osório o tinha dado sobre o depoimento. Incluía ao menos uma ilegalidade por ela denunciada, tal como aparece na ilustração ao lado:

“Que Youssef emprestou dois milhões de dólares para Antonio Vieira, executivo do Banco Carregosa, de origem portuguesa, que desse valor ainda resta para Youssef receber 1,5 milhão de dólares. Que mesmo a depoente tendo alertado a polícia federal tais valores não foram objeto de busca para recuperação, estando a esperar Youssef após a sua soltura”.

É a transcrição de trecho do que ela disse no depoimento. Por si só isso demonstra que as conversas do Telegram não podem ser colocadas em dúvida. Refletem uma realidade, ainda que seus autores hoje tentem carimba-las como suspeitas.

Diante desta mensagem, o procurador Athayde (possivelmente Athayde Ribeiro Costa) não se conteve referindo-se a Barbosa: “Fdp“. Em seguida, acrescentou: “Tem que tomar uma porrada da corregedoria“.

A preocupação da Força Tarefa curitibana com as denúncias que a ex-contadora veiculava pela imprensa e depois relatou oficialmente a Barbosa fica aparente nas conversas do Telegram. Isto porque o procurador regional de São Paulo entendeu que deveria remeter o depoimento para diversos órgãos correcionais não apenas do MPF, como também da Polícia Federal. Foi o que levou os procuradores da chamada República de Curitiba a monitorarem onde cópia do depoimento chegava.

No dia 3 de junho, no mesmo Chat de conversas onde foram postadas as mensagens acima, a procuradora Jerusa Burmann Viecili anunciou aos colegas:

“Falei com Bla e não chegou nada do osorio no cnmp. Ficou de avisar quando acontecer” (sic). Em seguida, corrigiu “*Blal”.

Trata-se do procurador regional da República Blal Dallou, àquela época membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ainda que nada tenha de ilegal nessa comunicação da chegada do ofício, o fato em si mostra o “monitoramento” que a República de Curitiba fazia, provavelmente em busca de uma blindagem. Pelo jeito foram vitoriosos, pois jamais o que Meire falou chegou a ser investigado profundamente. Houve tentativas, mas tanto o MPF do Paraná como o próprio judiciário federal daquele estado impediram.

“Busca meio esquisita”: uma falsa operação

Ao longo das quatro horas em que esteve com o procurador regional Osório, assistida naquele ato pelo advogado Humberto Barrionuevo Fabretti, doutor em Direito, criminalista, professor de Direito Penal da Faculdade Mackenzie, em São Paulo, e membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), Meire relatou algumas ilegalidades cometidas pelos policiais federais da Operação Lava Jato do Paraná na relação que mantiveram com ela. Como o caso da “busca meio esquisita”.

Na realidade, antes mesmo de saber da Operação Lava Jato curitibana, iniciada em março de 2014, a então contadora do doleiro Youssef procurou a Polícia Federal em São Paulo. Já amedrontada por ameaças – “Youssef disse à depoente que se ela desejasse ver a filha crescer deveria ficar quieta” – quis denunciar possíveis irregularidades, levando documentos, mas não encontrou interesse no delegado Otávio, da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros – Delefin. Ele a recebeu e ficou com a documentação, sem fazer qualquer registro. Ainda a aconselhou a destruir documentos que a incriminavam. Meire voltou a procurá-lo em abril. Foi quando soube da existência da operação então chefiada pelo Delegado de Polícia Federal (DPF) do Paraná Marcio Adriano Anselmo.

Lava Jato deixou para Youssef USD 1,5 milhão

O encontro com Adriano Anselmo e o APF Prado ocorreu em 29 de abril de 2014, na sede da PF de SP, ocasião em que “a depoente entregou as caixas que Valdomiro [N.R. Valdomiro de Oliveira, sócio de Youssef] havia deixado em seu escritório, sendo que eles as colocaram no interior de um veículo modelo Evoque de propriedade de Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras, àquela época preso pela Lava Jato], sem, contudo, fazerem qualquer relação ou auto de entrega do material“.

Um mês depois desse encontro informal, tal como consta do seu depoimento, “em 1º de julho de 2014, foi procedida uma busca e apreensão no escritório da depoente para ‘esquentar’ aquela documentação que ela havia entregue para o DPF Márcio e Rodrigo Prado no estacionamento da Polícia Federal, além de outros documentos que ela enviou ao longo do tempo para os policiais. Que nessa busca e apreensão o DPF Otávio estava presente acompanhado do agente Rodrigo Prado”.

Ou seja, forjaram uma apreensão. Praticaram uma fraude/falsificação. Com o conhecimento do Ministério Público Federal – aquele que deve ser o “fiscal da lei” e fazer o “controle externo da polícia” – sem qualquer providência. Apenas consideraram uma “busca meio esquisita”.

Não foi a única ilegalidade relatada pela ex-contadora no depoimento. Como se lê na ilustração acima reproduzindo parte da terceira pagina do depoimento, ela denunciou que a Lava Jato, apesar dos seus alertas, sequer tentou recuperar 1,5 milhão de dólares que Youssef tinha emprestado a Antônio Vieira, do banco português Caregosa. Algo a ser verificado, mas que novamente – segundo o relato dela – a Força Tarefa de Curitiba deixou de lado. O que lhe interessava era não comprometer a deleção premiada que o doleiro fez no final de 2014.

Uma espécie de repeteco do que ocorreu com o próprio Youssef, em 2003, quando ele prestou sua primeira delação premiada para o juiz Sérgio Moro, ainda no caso das remessas ilegais de divisas para o exterior através das contas CC5 do Banestado. Conforme já relatamos diversas vezes, inclusive em novembro de 2017 na postagem Enciclopédia do Golpe: PF e o viés político na Lava Jato e também no documentário “Sérgio Moro: a construção de um juiz acima da lei“, o doleiro, ao fazer a sua primeira delação premiada perante Moro tinha o compromisso de devolver à Justiça as verbas recebidas nas suas atividades no câmbio negro. Mas não o fez. Ficou com mais de 20 milhões de dólares.

Algo que, por si só, seria motivo de anularem a colaboração por ele feita. Mas Moro e o procurador Deltan Dallagnol, informados do caso pelo delegado Gérson Machado, como este mesmo relatou no documentário, nada fizeram. Deixaram-no livre, leve e solto, com dinheiro no bolso e sem concorrentes no mercado, pois ele mesmo havia denunciado um grande número de parceiros no mercado do dólar. Com isso, cresceu no negócio.

Mas não foi tudo. Meire também revelou métodos nada ortodoxos defendidos pelos membros da Força Tarefa curitibana. Como a proposta que recebeu do procurador da República Andrey Borges, durante um “café na sede do MPF na Rua Frei Caneca”, em São Paulo.

O procurador estava interessado em informações sobre o deputado Eduardo Cunha. Ela admitiu que sabia como Cunha operava no mercado e por intermédio de quem o fazia. Mas não tinha como provar, portanto, não poderia prestar o depoimento que Borges propunha pois, “se o fizesse o deputado teria razões para persegui-la“. Foi quando ouviu a sugestão dela prestar o depoimento e ele, procurador, “arranjaria as provas”. Meire então inverteu a proposta: “que ele arranjasse as provas primeiro e depois ela deporia“.

Portanto, já em 2016, as “instituições” receberam os relatos feitos pela antiga “informante infiltrada” na Força Tarefa do Paraná. Eram relatos de atos criminosos que, no mínimo deveriam ser averiguados. Demonstravam que em nome do combate à corrupção, o devido processo legal estava sendo atropelado. Logo, o próprio estado democrático de direito.

Apesar da iniciativa do procurado regional Barbosa, nada foi investigado. Não podiam colocar em risco a Operação Lava Jato que, na verdade, como sempre se disse, tinham um objetivo político a cumprir: evitar que o PT permanecesse no poder, onde chegou pelo voto direto e democrático. Conseguiram. Foram bem sucedidos. Hoje, em consequência direta disso, mais de 250 mil famílias choram a perda de seus entes e os demais brasileiros são vistos como párias do mundo. Uma ameaça sanitária para os demais países.

Depoimento de Meire Poza ao procurador regional Osório Barbosa

*Do blog do Marcelo Auler

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“Como o PT destruiu a vida de vocês?”: internautas ironizam narrativa que demoniza o partido

Neste sábado (6), internautas utilizaram o Twitter para ironizar a narrativa de que todos os males que atingem o Brasil atualmente são frutos dos governos do PT.

Em posts repletos de sarcasmo, usuários da rede relatam que, graças ao partido, conseguiram financiar carros, moradias, conquistaram seus diplomas e conseguiram se manter financeiramente por meio do benefício do Bolsa Família.

“Como o PT destruiu a vida de vocês? A minha vida ele destruiu expandindo o ensino superior, de modo que hoje dou aula em um Instituto Federal. Sem o PT eu não estaria onde estou”, escreveu uma internauta. “O PT destruiu a minha vida disponibilizando bolsas de mestrado e de doutorado, importantíssimas para a minha formação profissional como pesquisador. Hoje eu sou professor da Rede Pública e posso compartilhar esses conhecimentos e crescer com meus alunos”, contou outro.

https://twitter.com/quejobrie/status/1368199231228567558?s=20

https://twitter.com/patrikthames/status/1368198310029369350?s=20

https://twitter.com/Power_Pavao/status/1368191886998044672?s=20

*Com informações do 247

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O louco não vai parar se não for parado à força

No Brasil, 5.470 pessoas morreram de covid nos últimos três dias e Bolsonaro segue com a campanha de proliferação do coronavírus.

Bolsonaro não parou um minuto sequer de estimular uma convulsão bélica na sua guerra biológica e associação à covid.

Só que o grave problema brasileiro já atravessou as fronteiras e o mundo já entendeu que, muito mais que um negacionista, Bolsonaro é um militante alucinado que trabalha pela contaminação em massa no Brasil e, consequentemente, no mundo, já que as variantes criadas aqui já partiram para diversos países.

Mais que isso, Bolsonaro patrocina programas na Jovem Pan, Record e outros de meios de comunicação para espalhar mentiras ou fake news, como queiram chamar. Ou seja, usa o dinheiro da população para promover uma guerra biológica contra o próprio povo.

E o que não falta são mercenários na mídia contratada por ele para cumprir esse papel criminoso sem sequer ser incomodada pela justiça.

Nos últimos três dias, os registros dão conta da morte de 5.470 pessoas por covid. O próprio ministério da Saúde, ou pelo menos o que resta dele, já que se encontra em total desmonte, já admite que o Brasil passará de 3 mil mortes diárias ainda em março.

Cientistas como Miguel Nicolelis e Natalia Pasternak dizem que, se não tiver lockdown e vacinação em massa, a tragédia tomará dimensões incalculáveis.

Por outro lado, Bolsonaro dobra a aposta na carnificina pagando a peso de ouro gente da grande mídia para convocar brasileiros a protestarem contra qualquer medida de restrição, no mesmo momento em que cria factoides sobre compra de vacinas sem comprovar nada do que diz.

Na verdade, parece que Bolsonaro se nutre de energia com cada feição de pavor e de tristeza que a covid está provocando no Brasil, porque ele é um louco, um alucinado que a vida inteira se nutriu de sangue alheio. Ele não vai parar se não for parado à força.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Por que vacinação sem lockdown pode tornar Brasil ‘fábrica’ de variantes superpotentes

Pesquisadores britânicos apontam que contato em larga escala entre vacinados e variante de Manaus pode gerar mutações capazes de driblar totalmente a eficácia das vacinas.

O cenário atual no Brasil, que combina início da vacinação com transmissão descontrolada da covid-19, pode tornar o país uma “fábrica” de variantes potencialmente capazes de escapar por completo da eficácia das vacinas. Esta é a avaliação de cientistas britânicos diretamente envolvidos em algumas das principais pesquisas sobre mutações do coronavírus.

Pesquisadores da universidade Imperial College London e da Universidade de Leicester ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que lockdowns e outras medidas de contenção são particularmente necessários durante a vacinação de uma população.

Eles explicam que é justamente o contato entre vacinados e variantes que propicia o aparecimento de mutações “superpotentes”, capazes de driblar totalmente a ação do imunizante.

E, no Brasil, há uma combinação explosiva para que isso ocorra: vacinação ainda em ritmo lento, variante com a mutação E484k (que dribla anticorpos) e altas taxas de infecção.

Variante de Manaus pode favorecer mutação antivacina

O maior perigo está no contato da variante de Manaus, apelidada de P.1, com pessoas recém-vacinadas, explica o virologista Julian Tang, da Universidade de Leicester, no Reino Unido.

Segundo ele, ao entrar na célula humana e se deparar com uma quantidade ainda pequena de anticorpos da vacina, a variante, ao se replicar, pode promover mutações mas resistentes a esses anticorpos.

“Se você é vacinado numa segunda-feira, você não está imediatamente protegido. Leva algumas semanas para os anticorpos da vacina aparecerem e você ainda pode se infectar pelo vírus original ou pela variante P.1”, explica Tang.

Hospitais em Porto Alegre alcançam 100% da ocupação em UTIs.

“Se esses anticorpos da vacina surgem enquanto a infecção está ocorrendo e replicando no seu corpo, o vírus pode se replicar de maneira a evadir o anticorpo que está sendo produzido. As mutações mais benéficas ao vírus sobrevivem e se replicam, num movimento de seleção natural.”

Esse movimento é parte do processo de evolução do vírus, que tenta se adaptar a “adversidades”. A pessoa vacinada, porém infectada, pode passar o vírus mutante adiante se não houver medidas de controle em vigor, como quarentenas, fechamento de comércio e locais de lazer.

O risco de isso acontecer seria menor se a variante de Manaus não estivesse se espalhando pelo país e se as infecções estivessem sob controle. Isso porque a chance de o vírus original conseguir se fixar em grandes quantidades nas células de uma pessoa vacinada é pequena, já que os imunizantes foram produzidos exatamente para impedir a eficácia dessa ligação.

Mas a mutação E484k, presente na variante de Manaus, afeta exatamente o principal ponto de ligação entre o vírus e as células, tornando o “encaixe” mais eficaz e reduzindo a eficácia dos chamados anticorpos neutralizantes.

Pesquisas preliminares apontam redução da eficácia da vacina Oxford-AstraZeneca contra a variante da África do Sul com a mutação E484K e o Instituto Butantan está pesquisando o impacto delas no percentual de proteção da CoronaVac.

“Se há uma replicação descontrolada do vírus, ou seja, transmissão num ambiente sem regras de distanciamento social, lockdown e uso de máscaras, as pessoas suscetíveis vão se misturar com as vacinadas. Sem barreiras, o vírus pode se transmitir de uma população para outra, potencialmente gerando variantes que escapam à vacina”, disse Tang à BBC News Brasil.

O professor de Saúde Global Peter Baker, da Imperial College London, também afirma que o contato em larga escala de variantes do coronavírus com pessoas vacinadas gera uma “pressão” biológica para que essas variantes evoluam, criando mutações que driblem melhor os anticorpos.

“Isso vai acontecer principalmente se você tiver uma situação de epidemia de grande porte num país com sucesso moderado de vacinação. Você alcança assim o equilíbrio perfeito entre pessoas imunes e infectadas. E, quando essas populações se misturam, há risco de surgir uma nova variante resistente às vacinas”, disse à BBC News Brasil.

Descontrole da epidemia no Brasil

O Brasil vivencia exatamente essa confluência entre vacinação em estágio precoce e pico de casos de covid-19. O país superou os Estados Unidos no infeliz recorde de infecções em 24 horas.

Dados publicados nesta quinta-feira (24) pela Organização Mundial da Saúde apontam que foram registrados 59,9 mil casos de covid-19 no Brasil no período de 24 horas. Nos EUA, foram 57,8 mil.

O número de mortes diárias também não para de subir e bater recordes. Na quarta (3), foram registradas 1,8 mil mortes num dia – o maior número desde o início da pandemia. Em mais da metade dos estados brasileiros, a ocupação de leitos de UTI supera 80%.

Brasil tem quase 260 mil mortos por covid-19

Diante do colapso dos sistemas de saúde em vários municípios, governadores decretaram lockdown ou medidas de distanciamento social. Apesar do descontrole de infecções, o presidente Jair Bolsonaro declarou mais uma vez ser contra as restrições.

“No que depender de mim nunca teremos lockdown. Nunca, uma política que não deu certo em lugar nenhum do mundo”, afirmou o presidente.

Mas os dados desmentem a fala de Bolsonaro.

No Reino Unido, o lockdown em vigor em todo o país desde o início de janeiro reduziu em dois terços as infecção por covid-19. Em Londres a diminuição foi de 80%, segundo pesquisa da Imperial College London.

“Do ponto de vista científico, fechar fronteiras e implementar quarentenas em casa são eficazes em diminuir a infecções. E há benefícios em reduzir infecções. Você diminui o risco de surgirem variantes, ganha tempo para a campanha de vacinação avançar e para pesquisas concluírem vacinas adaptadas às variantes existentes hoje”, diz o professor Peter Baker.

Variante de Manaus pode dominar infecções no país

Um estudo liderado por Whittaker mostrou que a variante de Manaus é entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível que o vírus original. A pesquisa revela ainda que a P.1 é capaz de evadir o sistema imune de infecções prévias em 25% a 61% dos casos. Ou seja, ela pode provocar reinfecções em indivíduos que já haviam sido contaminados pela covid-19.

E reinfecções são outro ingrediente importante para mutações perigosas, diz Peter Baker, da Imperial College London.

“Quando essas variantes entram em contato com pessoas que já foram infectadas, há uma pressão para que elas mutem mais, encontrem uma maneira de reinfectar pessoas previamente imunizadas”, diz.

“A combinação de uma epidemia prévia com uma nova grande epidemia, em que pessoas que já teriam imunidade são reinfectadas, gera um ambiente propenso a mutações. Achamos que isso é o que aconteceu no contexto brasileiro.”

Aparição de variantes no Brasil gera risco ao mundo todo

Além de já estar se espalhando pelo território brasileiro, a variante de Manaus já foi detectada em 25 países, apesar de várias nações terem cancelado voos para o Brasil e imposto quarentenas e testes de covid-19 a quem desembarcar vindo do país.

Isso revela que o descontrole da doença num país coloca em risco outras nações.

“Se você deixar o Brasil replicar o vírus de maneira descontrolada, essas variantes podem surgir e viajar para qualquer lugar”, diz o virologista Julian Tang, da Universidade de Leicester.

Universidade de Leicester.

“Se você tem um celeiro de produção de vírus num país, se você não controla a transmissão, vai ter mutação ocorrendo e prevalecendo por seleção natural, se essas variantes viajam pelo mundo e algumas delas escapam totalmente ou parcialmente às vacinas, é claro que é um risco.”

Os pesquisadores ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que vacinação em massa, combinda com medidas de restrição de contato social, como lockdowns, uso de máscaras e fechamento de comércio são importantes para conter altas taxas de infecções e impedir novas mutações, enquanto a imunização avança.

“Ninguém está seguro enquanto todos não estivermos seguros. E garantir que estamos seguros significa limitar a chance de variantes surgirem. Medidas de controle são úteis para alcançar isso, mas talvez mais importante ainda seja garantir uma estratégia global equitativa de vacinação. Isso significa que nenhum país deve ser deixado para trás”, defende Charlie Whittaker, da universidade Imperial College London.

*Da BBC Brasil

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O mundo está em pânico com Bolsonaro, Brasil pode criar uma fábrica de variantes potentes, alertam cientistas

O Brasil está numa guerra e Bolsonaro está do lado do inimigo.

Tem gente que não está entendendo a gravidade do momento. Bolsonaro, hoje, representa o mesmo risco que Hitler representou para a humanidade. Este tem sido o alerta de muitas entidades internacionais pelo comportamento genocida do monstro que a Lava jato, a mídia, o mercado e a escória política desse país criaram.

Não há novidade no que Bolsonaro fala. Nada do que Bolsonaro fala hoje é pior do que o que falava quando era candidato. Não faz qualquer sentido que a mídia, agora, faça cara de espanto no seu exercício diário de hipocrisia. A história de Bolsonaro foi narrada pelo próprio, revelando, numa tara sanguinária, a sua paixão pelos torturados, pela morte e pela ditadura.

Agora, o Brasil chegou a um patamar de tragédia que transborda para o mundo que está num impasse e precisa de uma solução para ontem. Ou as instituições brasileiras interditam esse psicopata ou as instituições internacionais farão isso de forma humilhante para nós brasileiros.

Os recados que o Brasil vem recebendo são claros, sobretudo os da OMS. Não há mais tempo para discutir Bolsonaro. A nossa única esperança para reduzir o tamanho da tragédia ou pelo menos freá-la, passa inapelavelmente pela imediata interdição de Bolsonaro.

Colocá-lo na presidência da República, de forma golpista, já nos trouxe essa tragédia, mantê-lo lá é ampliar a nossa capacidade de autodestruição e destruição de boa parte do planeta.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Cartório oculta dados de Flávio em escritura pública da casa de R$ 6 milhões

Titular do estabelecimento admite ao ‘Estadão’ ser a primeira vez que esconde informações que deveriam ser públicas; advogada afirma que ato descumpre a lei.

O cartório onde o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) registrou a compra de uma casa de R$ 6 milhões em Brasília escondeu informações da escritura pública do imóvel, documento com os dados do negócio que deveria ser acessível a qualquer pessoa que o solicitar. O ato, do 4.º Ofício de Notas do Distrito Federal, contraria a prática adotada em todo o País e representa tratamento diferenciado ao filho do presidente Jair Bolsonaro, segundo especialistas consultados pelo Estadão. As leis que tratam da atividade cartorial não preveem o sigilo.

Na cópia da escritura obtida pela reportagem no cartório, que fica em Brazlândia, região administrativa a 45 km de Brasília, há 18 trechos com tarjas na cor preta. Foram omitidas informações como os números dos documentos de identidade, CPF e CNPJ de partes envolvidas, bem como a renda de Flávio e da mulher, a dentista Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro.

Para comprar o imóvel, o filho “01” de Bolsonaro financiou R$ 3,1 milhões no Banco de Brasília (BRB), com parcelas mensais de R$ 18,7 mil. Como revelou o Estadão, as prestações representam 70% do salário líquido de Flávio como senador – R$ 24,7 mil. Outras duas escrituras de imóveis em nome da família Bolsonaro obtidas pela reportagem no mesmo dia, mas em cartórios distintos, foram fornecidas sem qualquer tarja. Uma delas do próprio presidente da República.

Procurado, o titular do cartório, Allan Guerra Nunes, disse ao Estadão que tomou a medida para preservar dados pessoais do casal. Em um primeiro contato, ele não soube explicar em qual norma embasou sua decisão. Mais tarde, em nota, Nunes afirmou que as informações são protegidas pela Lei 105/2001, que dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras. A regra, porém, não se aplica a cartórios de notas. “Ele (Flávio) não me pediu nada. Quem decidiu colocar a tarja fui eu. Quando eu fui analisar o conteúdo da escritura, acidentalmente tem essa informação da renda”, disse Nunes.

Ele não explicou a razão de também ter omitido números de documentos de identificação pessoal. “Se hoje me pedirem cópia de escritura com financiamento bancário eu vou omitir os dados da pessoa”, afirmou o cartorário, que admitiu nunca ter incluído tarja em escrituras públicas antes. “Não há nenhum tratamento privilegiado, de maneira alguma.”

Nos 299 artigos da Lei de Registro Público, não há previsão de sigilo de informação, seja pessoal, bancária ou fiscal. A advogada Ana Carolina Osório, especialista em direito imobiliário, vê tratamento privilegiado a Flávio neste caso. “Não existe embasamento para se colocar tarja nessas informações. A publicidade é um dos princípios basilares do direito registral. O cartório tem o objetivo claro de proteger, digamos assim, os dados do Flávio Bolsonaro, porque é um documento público e as informações ali são de interesse de quaisquer interessados”, avaliou. “Diferente seria se estivéssemos divulgando a informação de renda prevista no Imposto de Renda, por exemplo.”

O tabelião Ivanildo Figueiredo, titular do 8º Tabelionato de Notas do Recife e professor de Direito Notarial na Faculdade de Direito do Recife, disse ao Estadão que a Lei nº 6.015, de 1973, que trata dos registros públicos, prevê a publicidade de todos os atos, como escrituras. “O tabelião não tem nenhuma função de censura”, afirmou Figueiredo ao Estadão.

“Se a parte vai ao cartório e faz um ato público, esse ato é público. Qualquer pessoa pode pedir cópia desse documento. Qualquer pessoa pode ter acesso ao conteúdo desses atos. O dever é entregar a certidão como está no livro, não pode censurar”, disse ao Estadão. “O único ato que tem alguma restrição são testamentos”, ressalvou. Ainda segundo o tabelião, deixar de prestar as informações integrais pode configurar violação aos deveres funcionais dos notários e dos oficiais de registro. Pela lei, entre as punições para violação ao dever funcional estão a aplicação de multa, suspensão, e até a perda da delegação, nos casos mais graves.

Em outra medida que contraria a norma vigente, o 4.º Ofício de Notas ainda requisitou que o pedido da cópia da escritura fosse formalizado por e-mail com a informação sobre o motivo da solicitação do documento. Pela Lei de Registros Públicos, isso não é necessário. “Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido”, diz o trecho da lei.

Questionado sobre a omissão das informações, a corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, a quem cabe fiscalizar a atividade dos cartórios, não se manifestou. Em nota, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil afirmou ser “responsabilidade do notário/registrador avaliar no caso concreto os preceitos legais de acesso à informação”.

Nesta semana, Flávio disse que o negócio foi “transparente” e que usou “recursos próprios” e um financiamento para comprar a casa.

*Breno Pires e Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo

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Exemplo a ser seguido: Em vídeos, multidão pede renúncia do presidente do Paraguai por negligência no combate à pandemia

Manifestantes foram às ruas na noite desta sexta-feira pedir a saída do presidente Mario Abdo Benítez, diante do colapso da crise sanitária. Horas antes, o ministro da Saúde renunciou após pressão pública. Polícia foi para cima da multidão.

Milhares de manifestantes foram às ruas na noite desta sexta-feira (5) na capital do Paraguai, Assunção, para pedir a renúncia do presidente do país, Mario Abdo Benítez, diante do colapso da saúde por conta da pandemia. Benítez é aliado de Jair Bolsonaro, que chama a atenção do mundo pelo desastre no combate à pandemia.

O protesto acontece no mesmo dia em que o ministro da Saúde do país, Julio Mazzoleni, renunciou ao cargo, também devido à pressão política diante da crise sanitária. Nesta quinta, chegou a pedir apoio do Senado diante de um cenário de falta de medicamentos nos hospitais públicos lotados.

As forças policiais utilizaram balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, além de água e cavalaria, no momento em que eles tentavam contornar um bloqueio policial para seguir em direção ao Palácio do Governo.

Confira alguns vídeos da manifestação e da repressão policial:

*Com informações do 247

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