Ano: 2021

Kennedy Alencar: MBL não tem credencial democrática para liderar ato plural contra Bolsonaro

Bomba nas redes sociais um debate sobre aderir ao ato de 12 de setembro convocado pelo MBL (Movimento Brasil Livre). O grupo divulgou ontem uma nova chamada, modificando o mote anterior.

Antes das manifestações golpistas de 7 de Setembro, o MBL chamava às ruas aqueles que não querem “Nem Bolsonaro Nem Lula” em 2022. Também frisava que se tratava de uma manifestação diferente das realizadas por partidos e movimentos de esquerda.

Na nova convocação, o MBL tenta pegar carona na ideia de reedição do movimento das “Diretas Já”, “nas quais os mais variados segmentos sociais, deixando de lado suas divergências ideológicas, se uniram em prol de uma construção política democrática”. “Esse é o espírito do dia 12/09”, promete o texto do MBL.

Em seguida, o grupo faz uma exigência para adesão: “Convocamos todos os partidos, lideranças civis e agremiações, desde que respeitem a necessidade de deixarem suas pautas particulares e suas preferências eleitorais fora do ato para nos unirmos pelo impeachment de um presidente golpista e autoritário que ameaça os próprios fundamentos da democracia nacional”.

Detalhe: há ainda um aviso de que a cor oficial da manifestação será a branca.

Ora, quem foi aos comícios das “Diretas Já” viu bandeiras, palavras de ordem e roupas de todas as cores e preferências eleitorais. Havia apoiadores de Lula, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Mario Covas e Roberto Freire, entre outros possíveis candidatos numa eleição direta.

São autoritárias as “regras” que o MBL criou para pular do “Nem Bolsonaro nem Lula” para uma convocação suprapartidária. Uma frente ampla pelo impeachment de Bolsonaro e a defesa da democracia não pode impedir que eleitores de Lula, Ciro, Doria, Eduardo Leite, Mandetta e Amoedo compareçam com suas roupas, bandeiras e palavras de ordem preferidas.

O MBL aproveita a oportunidade de ter marcado uma manifestação logo depois de 7 de Setembro para se reposicionar no jogo de poder. A democracia permite isso. Tudo certo. Mas é ingênuo não enxergar uma jogada que mescla oportunismo político e falso moralismo.

As exigências do novo texto de convocação não são nem o principal. O que importa é que a convocação suprapartidária do MBL é verdadeira como uma nota de três reais. Em primeiro lugar, o movimento nunca fez parte da direita democrática. Demonizou a política, invadiu museu e hospital, atacou adversários com fake news e apoiou a ascensão do autoritarismo ao poder em 2018. Chamou de “vergonha” o STF, hoje o principal alvo de Bolsonaro. O MBL defende bandeiras retrógradas em relação a minorias, meio ambiente, armas e economia. Tem identidade ideológica com o bolsonarismo.

Trata-se de um movimento autoritário que sempre recorreu a métodos fascistas em suas manifestações e campanhas eleitorais. A ruptura com o atual governo aconteceu porque o presidente Jair Bolsonaro não deu ao MBL o protagonismo que o movimento desejava dentro de um projeto regressivo. Bolsonaro descartou o MBL depois de tirar proveito dele. Este é o fato.

Desenhando: o MBL é o bolsonarismo sem Bolsonaro. Para salvar a democracia, que está sob real ameaça, não basta derrotar o genocida, mas também as ideias que ele representa.

“Deixem de revanchismo. Se formos fazer julgamento do passado, não vamos ter gente suficiente para derrubar Bolsonaro via impeachment ou no voto?”, questionam políticos e jornalistas que defendem a adesão ao ato de 12 de setembro.

O MBL não tem as credenciais democráticas para liderar uma frente ampla e suprapartidária para tirar Bolsonaro do poder. Que faça seu ato de bolsonaristas arrependidos. Como diria José Simão, “vai indo que eu não vou”.

Há diferença entre ter memória, aprendendo com a História, e ser revanchista e sectário. O MBL, que tem um projeto de poder obscurantista, nunca pertenceu à direita democrática. Não possui a legitimidade necessária para se sentar na janelinha dos que defendem a democracia brasileira.

É fundamental que os democratas, da esquerda à direita, disputem a política, as redes sociais e as ruas com Bolsonaro e seus fascistas. Mas fascistas recém-convertidos à democracia merecem e devem ser vistos com desconfiança.

Após 7 de Setembro, partidos políticos e entidades da sociedade civil deram início a conversas para convocar um grande ato suprapartidário. É boa a ideia de unir Lula, FHC, Ciro, Doria, Rodrigo Maia, Gilberto Kassab e outros políticos num palanque em defesa da democracia. OAB, centrais sindicais, a Igreja Católica e outras entidades da sociedade civil também devem participar da articulação desse palanque amplo plural.

Nesse palanque, o MBL pode até subir, mas pegando carona, como pegaram nas “Diretas Já” os dissidentes da ditadura militar. O protagonismo em defesa da democracia tem de ser dos democratas, com o perdão da obviedade.

Tenham dó

É hipócrita o empenho de certo jornalismo em cobrar da esquerda uma adesão ao ato do MBL. Não se viu tanta gritaria para que a direita apoiasse manifestações da esquerda.

Democratas de pandemia descobriram recentemente que Paulo Guedes é um engodo. Nesta semana, chegaram à original constatação de que o Brasil não tem governo. Quem sabe um dia admitam que normalizaram o genocida e ajudaram Moro e cia. a demonizar a política ao corromper o processo processual penal.

Quando fizerem isso, terão adquirido autoridade ética para um “rebranding” sem recorrer a tanto óleo de peroba.

*Kennedy Alencar/Uol

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Vídeo: A autossabotagem de Bolsonaro pode lhe custar o autoimpeachment

A pergunta que quase todos os brasileiros fazem é, aonde vamos parar com um presidente encurralado pela tragédia generalizada em que ele jogou o país em função de um esquema de corrupção cada dia mais escancarado com denúncias de todos os lados e investigações com provas irrefutáveis que podem levar todo o clã para a cadeia.

Lógico, se Bolsonaro pudesse, já teria dado o golpe. Como não pode, tenta forjar um suposto apoio popular que as pesquisas de opinião rapidamente o desmentem, revelando que até dias atrás ele já contava com 64% de rejeição, o que deve ter piorado muito depois dos atos de 7 de setembro.

Na realidade, o que se tem é um país paralisado caminhando para uma hiperinflação, principalmente dos alimentos, uma pandemia que já matou 600 mil brasileiros e segue matando 500 por dia.

Do outro lado, não há qualquer sinal de que exista alguém no governo com capacidade gerencial, o que explica por que chegamos a esse estado de coisas.

Assista:

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Inflação dispara em agosto e caos promovido por Bolsonaro fará aumentar ainda mais

Bolsonaro, aquele que tem medo de ser preso, promove o caos no país.

IPCA de agosto superou todas as estimativas e bateu em 0,87% em agosto e 9,78% em 12 meses. Preços vão subir mais com o desabastecimento causado pelo locaute de caminhoneiros.

(Reuters) – Caminhoneiros mantinham paralisações em 15 Estados na manhã desta quinta-feira, mesmo após a divulgação na noite da véspera de um áudio do presidente Jair Bolsonaro pedindo a desmobilização do movimento e a liberação dos locais onde há bloqueio.

A autenticidade da fala de Bolsonaro, que tem nos caminhoneiros importante base de apoio, foi confirmada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

De acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Infraestrutura às 8h30 no Twitter, havia registro de concentração em 15 Estados e, segundo a pasta, não havia interdição de pista na malha rodoviária federal, exceto pelo causado por um protesto pela causa indígena na BR-174, em Roraima.

Na rodovia Régis Bittencourt, na altura de Embu das Artes (SP), caminhoneiros bloquearam completamente a pista por volta das 3h, mas o tráfego foi liberado às 7h30.

De acordo com o ministério, as concentrações de caminhoneiros aconteciam em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, Pernambuco e Pará.

Na noite de quarta, Bolsonaro enviou áudio pedindo que seus apoiadores desmobilizassem os protestos, alegando que a manifestação poderia agravar a alta da inflação e a situação econômica já frágil do país –a crise tem se refletido nos índices de popularidade do presidente apontados em pesquisas de opinião.

“Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia, isso provoca desabastecimento, inflação. Prejudica todo mundo, especialmente os mais pobres. Então dá um toque aí nos caras, se for possível, para liberar, tá ok, para a gente seguir a normalidade”, disse o presidente em um áudio enviado por mensagem a interlocutores da categoria.

Pouco depois, em vídeo divulgado nas redes sociais, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, confirmou a autenticidade do áudio de Bolsonaro.

“O áudio é real, é de hoje, e mostra a preocupação do presidente com a paralisação. Essa paralisação ia agravar efeitos na economia de inflação que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis”, disse Tarcísio.

Motoristas que não fazem parte do movimento foram coagidos a parar na estrada sob ameaças.

“Na verdade me obrigaram a parar aqui. Aí furaram o meu pneu e estou aqui esperando chegar o socorro”, disse Bruno Rodrigo dos Santos, na Régis Bittencourt.

“Eu estou revoltado, se fosse uma paralisação que tivesse algum benefício, mas não, estão prejudicando os próprios irmãos de estrada. Estão deixando a gente no prejuízo, isso não é uma coisa certa de se fazer, se fosse para fazer, que fosse pacífico.”

“Deixa com a gente aqui em Brasília agora. Não é fácil negociar, conversar por aqui com outras autoridades, mas a gente vai fazer a nossa parte, vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita aí e da um abraço em meu nome em todos os caminhoneiros, tá ok?”, disse o presidente.

Antes de se tornar mais um risco para o governo, o movimento dos caminhoneiros foi usado por bolsonaristas como o cantor Sérgio Reis como uma ameaça de parar o país para que reivindicações do grupo fossem atendidas. Em um vídeo, Reis foi filmado dizendo que os caminhoneiros iriam parar o país até que o Senado aceitasse o impeachment de Alexandre de Moraes.

*Com informações do 247

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Vídeos: Zé Trovão não acredita em áudio de Bolsonaro e dá ultimato: ‘só vamos parar se Bolsonaro gravar vídeo’

O samba do fascista doido

Depois da autossabotagem de tramar com empresários do agronegócio e milicianos o bloqueio de estradas utilizando falsamente o movimento dos caminhoneiros, Bolsonaro viu o tamanho da merda que fez, deu pra trás, gravou um áudio pedindo para parar com a lambança.

Os caminhoneiros fake acharam que o áudio era fake, então, o ministro Tarcísio de Freitas grava vídeo esclarecendo que o áudio de Bolsonaro é autêntico.

Ainda assim, Zé Trovão disse não acreditar e exigiu do genocida a gravação de um vídeo datado para confirmar a autenticidade de seu pedido. Aí sim, providenciará o fim dos bloqueios.

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Vídeo: Zé Trovão avisa que entrou com habeas corpus no STF para arruaceiros não sofrerem punição por tentar invadir o STF

Não é piada, nem montagem, é o Zé Trovão mesmo grava vídeo tranquilizando todos os arruaceiros que queriam invadir o STF, dizendo que o advogado do “movimento” dos caminhoneiros impetrou um habeas corpus preventivo no STF para aqueles que queriam provocar o quebra-quebra no STF não sejam punidos. Vai dar certinho.

Essa gente é mais debiloide do que se imagina.

A pergunta é, como chegamos a isso?

Confira:

https://twitter.com/gouveia_kita/status/1435896554649493507?s=20

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Empresas perdem R$ 195,3 bilhões em valor de mercado nesta quarta-feira com declarações golpistas de Bolsonaro

As ações das companhias listadas na bolsa de valores brasileira somavam R$ 5,257 trilhões na segunda-feira. Ao fim dos negócios desta quarta, passaram a valer R$ 5,061 trilhões, segundo levantamento da Economatica.

Com a escalada da crise política no país, as empresas de capital aberto da bolsa de valores brasileira, a B3, perderam R$ 195,3 bilhões em valor de mercado nesta quarta-feira (8), de acordo com um levantamento realizado pela provedora de informações financeiras Economatica.

As ações das companhias somavam R$ 5,257 trilhões na segunda-feira (6). Ao fim dos negócios desta quarta, passaram a valer R$ 5,061 trilhões.

As empresas que mais perderam valor de mercado foram Petrobras (queda de R$ 19,6 bilhões), Ambev (R$ 15,4 bilhões), Itaú (14,3 bilhões), Bradesco (R$ 12,2 bilhões) e Vale (R$ 10,1 bilhões).

Nesta quarta, o Ibovespa despencou 3,78%, a 113.413 pontos, e registrou a maior queda diária desde o dia 8 de março, com os investidores recebendo mal os atos antidemocráticos de 7 de setembro e os novos ataques de Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na leitura dos analistas, as falas de Bolsonaro elevam o grau de incerteza na economia a um novo patamar. A avaliação é a de que o presidente deixou de lado a agenda econômica e perdeu o poder político para encaminhar medidas importantes no Congresso Nacional.

O mercado de câmbio também teve um dia de forte tensão. O dólar subiu 2,93% e cotado a R$ 5,3276 – a maior valorização percentual diária desde 24 de junho do ano passado.

*Com informações do G1

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Bolsonaro sabota o país paralisando vias com caminhões do agronegócio

Bolsonaro, junto com empresários do agronegócio, aliados, forja uma greve de caminhoneiros no Brasil para, imagina isso, forçar o STF a punir Alexandre de Moraes, como exigiu ontem de Fux.

Isso acaba por criar uma desconfiança de que ele deve saber que algum de seus filhos está para ser preso e, como foi ele quem os conduziu a isso, bateu o desespero. Mas isso é somente uma especulação minha, logicamente dentro de uma questão de tempo, pois não resta dúvida de que as coisas caminham para o encarceramento.

“É movimento de patrões, não temos nada contra o STF”, diz presidente do Sinditac. Rodrigues diz que empresários do agronegócio colocaram celetistas no movimento e tenta associá-lo a caminhoneiros autônomos que, segundo ele, não têm nada a ver com isso”.

Boletim emitido na noite desta quarta pelo Ministério da Infraestrutura, com dados da Polícia Rodoviária Federal, revela que o quadro se deteriorou rapidamente durante o dia.

As informações que chegam pelo Metrópoles são de que o movimento já bloqueia 14 estados e deixa postos sem combustíveis. Na nota sobre a situação às 20h30, contudo, o número de estados com pontos de concentração em rodovias federais chegou a 14 estados, dos quais 12 “com abordagem a veículos de cargas.

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Vídeo: Bolsonaristas atacam caminhoneiros para forçar paralisação

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão desde o início da tarde desta quarta-feira (8) tentando intimidar caminhoneiros para pressioná-los a realizar uma paralisação. Vídeos mostram bolsonaristas jogando pedras em veículos para forçar locaute.

As cenas mais sérias foram vistas em Santa Catarina. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o estado é o que mais possui bloqueio de vias.

Segundo o Ministério da Infraestrutura, há ações de interrupções do fluxo rodoviário em ao menos 8 estados. Estes seriam Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Maranhão e Rio Grande do Sul.

A Fórum teve acesso a um levantamento do gabinete do deputado Alencar Braga (PT-SP) feito a partir de um mapa que circula entre caminhoneiros bolsonaristas com todos os pontos de bloqueio. Além dos estados já citados, há paradas em Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. Dessa maneira, seriam 19 estados.

A PRF do Tocantins disse aos jornalistas Tácio Lorran e Galtiery Rodrigues, do Metrópoles, que o movimento de bloqueio não é feito só por caminhoneiros.

O deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar de Caminhoneiros e Celetistas, cobrou da Direção da Polícia Rodoviária Federal a proteção de motoristas diante das ações de bolsonaristas. No ofício, obtido pelo colunista Chico Alves, do Uol, Crispim pede para a PRF “cumprir e fazer cumprir a legislação brasileira, garantir a liberdade dos caminhoneiros, conter e evitar intercorrências do tipo e sua evolução”.

Um vídeo difundido pelo portal Nd+ mostra pedras sendo lançadas contra motoristas. Confira no fim da matéria.

Associação dos transportes reage a bloqueios

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou nota na noite desta quarta repudiando as ações. “Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, afirma a entidade.

“Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc”, afirma.

A NTC cobra o Governo Federal e governos estaduais a repelirem esses bloqueios. “A NTC deixa claro que não apoia esse movimento, repudiando-o, orientando as empresas de transporte a seguirem em sua atividade e orientando os seus motoristas para em caso de bloqueio ao trânsito dos seus veículos acionarem imediatamente a autoridade policial solicitando sua liberação”, finaliza a nota. Confira na íntegra no fim da reportagem.

Confira o vídeo:

*Com informações da Forum

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Precisamos chegar bem às eleições

Nossa República vive seus males na esfera institucional.

De um lado, O Presidente da República ataca duramente o Supremo, não passando de um reles mitingueiro, não se vendo nem se portando como Presidente da República, Colocou-se no plano lá embaixo, pedestre, sem a elevação da investidura que recebeu do povo brasileiro.

De outro lado, pouco tempo atrás, o STF atacou o Poder Executivo, afrontando a investidura e as atribuições constitucionais da Presidenta Dilma ao proibi-la de nomear Lula como Chefe da Casa Civil. Este ataque ainda ficou mais escabroso quando se verificou, pelos fatos posteriores, que esta atitude do Supremo estava dentro do esquema de golpe que derrubou a Presidenta Dilma, levou à prisão de Lula e à eleição do Bolsonaro.

Ataques de uma esfera de poder a outra são perturbadores e inaceitáveis, pois colocam em risco o funcionamento normal das coisas e ameaçam a democracia e a garantia das liberdades. Não podemos esquecer que o Supremo deu todo respaldo à operação Lava Jato, que ele próprio veio a considerar ilegal posteriormente. E foi o STF que determinou a possibilidade da prisão de Lula ao permitir a aberração constitucional da prisão em segunda instância, antes do processo chegar ao final. Duros ataques do judiciário aos poderes eletivos.
Tudo isto perturba o bom andamento da República.

Os pronunciamentos dos Presidentes da Câmara e do Supremo hoje, amenizaram a delicada situação de desarranjo institucional que vivemos. As respostas às falas agressivas e destemperadas de ontem foram de conteúdo institucional, de alerta a que não se pratique o que foi vociferado. No terreno das palavras, Bolsonaro é o que é, totalmente destemperado, irrazoável, despreparado, mas que não passe para a ação, alertam Câmara e Supremo.

Duas questões merecem ser consideradas. Estas falas e atitudes de Bolsonaro dirigem-se precipuamente à sua gente, este grupo direitista que se aferra a ele, embora cada vez mais minguado. Ele quer mantê-los unidos e mobilizados. E também não quer que ninguém da área conservadora e submissa aos interesses do Império entre em sua área ou venha dividir espaço com ele. Bolsonaro está muito diminuído politicamente, cada vez mais isolado, não mede consequências para segurar esta gente.

Bolsonaro já deixou escapar duas vezes que teme ser preso, ao que parece, teme também pela prisão de filhos. Pelo menos, tem consciência dos seus atos. O inquérito aberto a pedido do Barroso e de todo TSE, contra ele, e aceito pelo Alexandre de Moraes, estaria a perturbá-lo. Inquérito aberto contra o Presidente da República é sempre situação delicada. Quando isto já aconteceu na República? A fala, hoje, do Vice Mourão parece revelar isto: o problema estaria no inquérito ser conduzido por Ministro do Supremo e não pela Procuradoria Geral da República. Enormes controvérsias jurídicas a respeito.

Todo esforço deve ser feito para chegarmos bem às eleições do próximo ano. Tudo está favorável às forças populares recuperarem os direito e interesses do povo brasileiro. Nada deveria perturbar. Principalmente por aqueles que estão deserdando do Bolsonaro, mas ainda não encontraram seu rumo. O Brasil precisa reencontrar seu caminho: combater a pandemia, recuperar emprego e se desenvolver, exercer sua soberania, devolver direitos ao nosso povo e ampliá-los. Com as eleições, chegaremos lá.

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Caminhões de empresas ligadas a Bolsonaro bloqueiam Esplanada e pressionam por invasão ao acesso ao STF

Governo do DF ainda tenta contato com quatro movimentos bolsonaristas cadastrados; clima é de hostilidade.

O movimento de viés golpista do presidente Jair Bolsonaro segue vivo fisicamente em Brasília, após a manifestação do 7 de Setembro. Mais de cem caminhões ocupam a Esplanada dos Ministérios e são usados para pressionar pela derrubada do bloqueio que dá acesso ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso Nacional.

O movimento tem o dedo de empresas do agronegócio de Goiás, Santa Catarina e São Paulo. A maioria dos caminhões estacionados no canteiro central e nas vias da Esplanada traz a identificação delas.

O trânsito segue bloqueado e, até o começo da tarde desta quarta-feira (8), havia uma grande quantidade de manifestantes bolsonaristas em frente aos ministérios.

O clima é de hostilidade a jornalistas e aos policiais militares que fazem a barreira que impede o acesso ao STF e ao Congresso.

Diferentemente desta terça (7), esta quarta é um dia útil para o STF, com votação marcada para o plenário.

Os ministros retomam a votação sobre a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas. A tese, que altera diretamente os critérios para demarcação, com prejuízos a populações tradicionais, é encampada pelo governo Bolsonaro e pela bancada ruralista no Congresso.

O Supremo é o principal alvo de Bolsonaro e de seus apoiadores que compareceram às manifestações em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Os manifestantes que seguem em Brasília, a bordo de caminhões, falam abertamente em invasão ao STF, em fechamento da Suprema Corte e em prisão dos ministros, dando sequência ao discurso golpista de Bolsonaro.

Uma fileira de caminhões foi disposta rente à grade que isola o Congresso de ponta a ponta. Buzinaços são feitos o tempo todo. Manifestantes pressionam a PM pela liberação da via de acesso a STF e Congresso.

*As informações são da Folha

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