Sergio Moro está em maus lençóis.
Consultoria disse que cláusula só permite que valor seja revelado se Moro concordar.
A consultoria Alvarez & Marsal disse ao Poder360 que “não tem qualquer problema” em revelar os valores do contrato com o ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato à Presidência da República.
O TCU (Tribunal de Contas da União) pediu que a Alvarez & Marsal informasse a quantia exata repassada a Moro, o que não foi feito.
De acordo com a consultoria, uma cláusula de confidencialidade impede que os valores sejam revelados, salvo se ela e o ex-juiz concordarem com a divulgação ou por meio de ordem judicial.
“A A&M não tem qualquer problema em revelar os valores do contrato. Contudo, a cláusula de confidencialidade só permite que seja feita com a concordância da outra parte ou com uma ordem judicial de quebra de sigilo. Não depende da A&M a divulgação dos honorários de Moro”, disse a consultoria, por meio de sua assessoria.
Moro trabalhou na Alvarez & Marsal de novembro de 2020 a outubro de 2021. A empresa recebeu R$ 42,5 milhões de alvos da Lava Jato, operação em que Moro atuou como juiz.
A consultoria é responsável, por exemplo, pelo processo de recuperação judicial da Odebrecht. Além de ganhar mais de R$ 1 milhão por mês da construtora, a Alvarez & Marsal também recebeu honorários da OAS, da UTC, da Galvão Engenharia, entre outras.
Uma investigação no TCU apura se houve conflito de interesse por parte de Moro e a prática de “revolving door” -quando servidores ou políticos viram consultores ou lobistas em uma área que atuavam anteriormente.
Os contratos da consultoria com alvos da Lava Jato estavam em sigilo, mas o ministro Bruno Dantas, do TCU, derrubou o segredo.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Moro disse que vai revelar o quanto recebeu ao apresentar seu imposto de renda e declarar patrimônio ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “Eu vou revelar meu salário, vou apresentar meu imposto de renda, declarar todos meus ganhos”, disse.
Ao Flow Podcast, disse a 2ª feira (24.jan) não temer investigações ou quebras de sigilo.
“Eu não tenho medo de cara feia. Querem fazer qualquer investigação, mas eu tenho absoluta tranquilidade do que fiz em minha carreira de juiz por 22 anos. Eu tenho absolutamente tranquilidade do que fiz como ministro [da Justiça], que não fiz nada errado. E tenho absolutamente tranquilidade do que eu fiz no setor privado”, afirmou.
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