As novas pesquisas de opinião, que confirmam a folga crescente de Lula em relação ao segundo colocado – que está “quase em quinto lugar” – já acirram o processo de comunicação dos seguidores e da família do ex-capitão, informa Olga Curado, do Uol.
A onda de disseminação de fake news está se formando como recurso ansioso e macabro de um governo que deveria estar contratando o caminhão de mudança, mas insiste em resfolegar, de maneira obscena, diante da opinião pública.
O filho 01, o próspero senador Flávio Bolsonaro, publicou, no último domingo, um vídeo editado em que Lula fala a praticantes de religião de matriz africana, relacionando-o a signatário de um pacto diabólico. Teve que tirar do ar. Mas tem gente disseminando a versão do ódio, numa demonstração explícita da dificuldade de se conter a reprodução ilimitada e irresponsável de conteúdos mentirosos e venais.
No jornalismo aprende-se a técnica da edição como recurso para a clarear e dar mais evidência a pontos de vista do entrevistado ou às ideias centrais de um documento. O que não se aprende, porque contraria a prática fundamental da atividade, é selecionar para contorcer, esconder e distorcer a verdade. Mas 01 não é jornalista. É um bem-sucedido dono de franquia e proprietário de mansão em Brasília. A sua habilidade está mais desenvolvida em multiplicar riqueza.
A sordidez com que a campanha eleitoral se descortina vai exigir mais do que a disciplina e o investimento das plataformas digitais. Será mandatório que a Justiça alcance com celeridade todos os públicos que são afetados pelos disparos de mentiras.
É absolutamente visível o desespero que abate o clã.
Como se não bastasse, a vocação para fake news – para mentiras por atacado – o Zero 1 virou media training do minúsculo Queiroga, ficando ao lado dele como escudo que garanta uma mensagem antivacina, pró kit covid, contra o poder da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias para o Sistema Nacional de Saúde), para sinalizar que, caindo o colo dele o questionamento contra a decisão do mínimo Hélio Angotti, que repudia a ciência (por ignorância e dolo), vai se manter fiel contra a ciência.
Aliás vale uma apresentação do tal Angotti, dono do título pomposo de Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde. Tem oito publicações menores no PubMed, não tem curriculum na plataforma Lattes do CNPq. Diz ter inúmeras publicações e livros e se intitula professor. Não há menção de doutorado. Aparentemente, ainda luta para obter um metrado profissional. É o gabarito do funcionário que avalia realizações de cientistas e profissionais sérios, com titulações e reconhecimento internacional. E agora tenta arranjar um emprego na Anvisa.
Por outro lado, o chefe dele, o igualmente mínimo Queiroga, dentro do mesmo padrão de mediocridade que tomou conta da gestão pública da Saúde (com vênia para os que naturalmente se excluem, mas que precisam se mostrar para atestar a exceção à regra), pode sofrer uma inédita exclusão da Academia Nacional de Medicina, depois de ter sido repudiado nacionalmente pelos pares em abaixo-assinado sem precedentes.
Mas há mais pedras no caminho do ex-capitão, além das pesquisas de opinião.
O Brasil do ex-capitão é percebido como mais corrupto desde que ele assumiu o poder, segundo a prestigiosa ONG Transparência Internacional. O discurso da campanha de 2018 cai pelo ralo com o governo federal, enquanto seus minúsculos titulares se dão as mãos, em alegre convescote com dinheiro público, com gastos não auditáveis.
O debate entre oposições, de diversos matizes ideológicos, é prática democrática necessária, a partir da qual se constroem dissensos e consensos, mas não interpõe como argumento do debate a mentira. Sim, a verdade nos libertará.
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