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Bolsonarismo é o espelho da grande mídia

Essa Globolixo que os bolsonaristas vivem arrotando, é o próprio criadouro do gado. Basta ver quem a campanha de Bolsonaro usa para atacar Lula em sua propaganda eleitoral gratuita.

Aliás, como o tema é corrupção, a maneira que eles arrumaram de falar no assunto sem levantar lebre dos 107 imóveis, foi simplesmente varrer Bolsonaro de seu programa para que a borracha não acabasse acertando o próprio lombo.

Nesse programa, quem aparece falando de maneira inflamada para causar clima de escândalo, são os velhos personagens da mídia industrial, Bonner, Renata Vasconcellos, Josias de Souza e outras tralhas, todos mostrando a unidade da mídia para atacar Lula, dando a ele um tratamento rigorosamente imoral, porque simplesmente tentam destruir sua reputação sem apresentar qualquer prova.

Na verdade, essa gente rasgou a parte da constituição que diz “todos são inocentes até que se prove o contrário”.

É natural a irritação do mentiroso William Waack que, na hora de entrevistar Lula, condicionou a edição a sobrepor sua opinião sobre os temas discutidos sem que Lula o entrevistasse. E ainda disse que não queria parecer arrogante.

O resultado foi aquele espetáculo estéril em que não se viu jornalismo, mas ódio, produto de uma profusão de preconceitos de classe.

Não há como negar que a semente original, que sempre esteve na base dos reacionários brasileiros, que se fantasiam de verde e amarelo desde 2013 para ir às ruas e tentar impedir que a sociedade debata política de verdade e os rumos do país, foi convocada e cadastrada pela grande mídia.

E, se a validade de um candidato vence, porque sempre vence, como ocorreu com Aécio Neves depois do escândalo de corrupção em que ele aparece pedindo propina para Joesley, da JBS, Aécio caiu em desgraça e Bolsonaro passou a ser a bola da vez para tentar destruir a esquerda brasileira, com a mesma composição retórica do mesmo gado verde e amarelo da época de Aécio.

Então, não há como negar que essa cabeça flexível, que nada tem de discreta e é absolutamente impermeável para ideias minimamente progressistas, foi toda fabricada pelas redações da mídia industrial brasileira.

O que aqui se pontua é que, no dia seguinte em que Bolsonaro perder o poder, a facção bolsonarista o abandona e vai baixar em outra freguesia, certamente apontada pela mídia nativa.

Nesta segunda-feira, 19, um exemplo claro de unidade do bolsonarismo com a Globo num só produto, Enquanto as redes exibiam bolsonaristas na Inglaterra mandando os ingleses, que se opõem a Bolsonaro, para Cuba e Venezuela, numa das maiores vergonhas alheias que vimos nos últimos anos, Miriam Leitão e Eliane Cantanhêde alimentavam o ramerrão contra a Venezuela mostrando que as duas são uma espécie de adesivo mental que está pregado no cérebro dos bolsonaristas.

E assim sempre será, mesmo que o candidato da mídia mude depois de puído e surrado e não tiver mais serventia para o jogo dos barões da comunicação.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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