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Rombo de R$ 400 bi: Não foi Bolsonaro que escolheu o neoliberalismo, foi o neoliberalismo que escolheu Bolsonaro

Há uma grande diferença entre o neoliberalismo escolher Bolsonaro e Bolsonaro escolher o neoliberalismo.

Esta não é uma questão de grande dificuldade para se entender, até porque, na verdade, esse projeto já vinha se desenhando desde a farsa do mensalão. Neoliberalismo, fascismo e golpismo caminham de mãos dadas.

Para essa gente, ou o Brasil se rende à democracia de mercado e, com ele, todos os seus valores desumanos, enquanto banqueiros e rentistas enchem as burras, deixando migalhas ou resíduos para a maior parte da população brasileira, ou acontece o que aconteceu com Dilma e Lula, mas também com Zé Dirceu, Genoino, e por aí vai.

Nesse momento em que acontece a destruição de Bolsonaro pelas urnas, e é fundamental afirmar isso, porque mesmo sofrendo dois golpes seguidos, com o impeachment fraudulento de Dilma e a não menos fraudulenta prisão de Lula, o PT seguiu apostando na democracia e combinou com a própria sociedade uma luta contra tipos diferentes de golpes ou tentativa de, que aconteceram no Brasil desde 2005.

Dito isso, é preciso tomar cuidado com o debate falsificado que anda por aí. Não foi só Bolsonaro, mas sim o modelo econômico neoliberal imposto a ele em troca dessa baderna econômica de Paulo Guedes, que nos trouxe um rombo de aproximadamente R$ 400 bilhões nas contas públicas.

Todos os governos neoliberais, de Figueiredo a Bolsonaro, à exceção dos dois governos de Lula e um de Dilma, porque no segundo ela foi sabotada por três vigaristas, Temer, Aécio e Cunha, levaram o país à bancarrota.

O resto é narrativa para a pilhagem destruidora tanto da democracia quanto do país, chamada privatização, que é a única coisa que os coachs neoliberais sabem martelar. Justificativa, transformar o Estado brasileiro num Estadinho, devolvendo o país à condição de província das grandes nações.

E aqui não cabe especulação sobre qual modelo é melhor para o país. Todos os governos, Figueiredo, Sarney, Collor, Fernando Henrique, Temer e Bolsonaro, quando saíram do governo, tiveram reprovação absoluta do povo, porque adotaram a receita neoliberal, a famosa privatiza tudo e “redução do tamanho do Estado”.

Pode-se dizer que nenhum desses governos anteriores a Bolsonaro, teve um boquirroto como Paulo Guedes, que é a caricatura do não menos boquirroto, Roberto Campos, que produziu apenas frases de salão inócuas e tragédia econômica para o país.

O resultado está no aprofundamento do fosso entre ricos e pobres durante a ditadura e o exponencial, melhor dizendo, o favelamento espiral que tomou conta do Brasil com as barbeiragens neoliberais dos governos militares.

Citando aqui somente algumas questões que devem ser analisadas sobre um sistema político de colaboração ao sistema financeiro em que o mercado e não o ser humano é o ponto central da administração pública, para entender que esse rombo que foi produzido no governo Bolsonaro, porque ele é um fraco, um frouxo, um intelectualmente brochado, um nulo, como sempre fez questão de deixar claro.

Ou seja, Bolsonaro é assumidamente uma genuína cavalgadura. É um campo fértil para o podridão neoliberal deitar e rolar, como Guedes fez.

Então, o que está na mesa, apresentada como fatura de R$ 400 bilhões, é resultado desse “Estado eficiente” prometido pelo deixa que eu chuto, Paulo Guedes, anunciado como o último biscoito do pacote dos chamados Chicago’s Boys, mais anacrônico, impossível.

No caso de Guedes, um despudorado neoliberal, que confessou achar um absurdo, na era de Lula e Dilma, uma doméstica com carteira assinada ir a Disney e filho de porteiro frequentar universidade, é que produziu essa esbórnia fiscal, incluindo nessa espécie de bacanal econômico uma despesa inimaginável para se comprar votos.

A nossa sorte é que, nem assim os incompetentes conseguiram comprar a eleição, porque Bolsonaro foi rechaçado nas urnas pela maioria do povo brasileiro, o que acabou revelando o que já se imaginava, um rombo fiscal de R$ 400 bilhões.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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