Muito do discurso golpista se dá pelo fato de os reacionários entenderem que, se depender da democracia, a direita não volta tão cedo ao poder, nem quando apela para uma ação eleitoreira como o Auxílio Brasil, como apelou Bolsonaro.
No andar da carruagem da transição, o brasileiro vai se conscientizando de como Bolsonaro cupinizou o Estado, de forma planejada, quando o assunto era políticas que promoviam o bem-estar social das camadas mais pobres da população.
Os brasileiros lembram bem dos períodos de Lula e Dilma, dos programas sociais, difícil até enumerar, que marcaram as gestões petistas.
Temos que lembrar que, desde o golpe em Dilma, a entrada de Temer, a prisão de Lula e a vitória de Bolsonaro, a fatura social desse país explodiu.
Agora mesmo sabe-se que quase metade das crianças brasileiras vive na pobreza, maior nível da série no país.
Ou seja, a direita sempre produzirá contra os pobres um terreno alagadiço, desumano. Isso abrange a própria lucratividade dos ricos e não tem como negar.
Por isso, quanto mais o Brasil aprofundar sua democracia, menos teremos os bigodes da oligarquia dando as caras no poder do Estado.
Aquelas velhas formas do tradicionalismo patriarcal, que reduzem os mais pobres a uma condição residual, esquece. Ou a direita muda ou apela para o golpe, coisa que, diante de um mundo globalizado, fica cada vez mais difícil. Pior, uma arquitetura dessa dá inevitavelmente em figuras como Temer e Bolsonaro, que representam a minoria rica desse país.
O valor real da democracia brasileira reside na percepção de que uma campanha só será consagrada se aderir a uma agenda social que contemple o equilíbrio social como política determinante do tempo atual, do contrário, a direita viverá empacada numa encruzilhada tilintando golpes, sentenciando a democracia para que a balança dos mais ricos pese sempre sobre os pobres. Porém, qualquer cabeça conservadora, com um mínimo de juízo, sabe que não pode bancar o deslumbrado de pensar que o Brasil e o mundo de 2023 são os mesmos de 1964.
Por isso os governos de Bolsonaro e Temer deram errado e ambos saíram com as maiores reprovações da história.
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