Ano: 2022

Avião da FAB ou jato particular? Quem paga para buscar médico de Bolsonaro?

Informações são conflitantes, mas nos dois casos, valor absurdo para atender capricho do presidente buscando profissional nas Bahamas chama a atenção. Não há ninguém para atendê-lo aqui? Veja os custos.

O presidente Jair Bolsonaro interrompeu as férias em Santa Catarina na madrugada desta segunda-feira (3) para ser levado às pressas para o luxuoso hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Segundo o boletim oficial divulgado pela Secretaria de Comunicação do governo federal, ele estaria outra vez com obstrução intestinal, como ocorreu em julho do ano passado, quando o líder extremista precisou ficar quatro dias internado no mesmo local.

Desde as primeiras horas da manhã foi informado que o médico que o operou à época da facada recebida durante a campanha de 2018, Antônio Luiz Macedo, estava a par da situação de saúde do presidente, ainda que o profissional esteja nas Bahamas, uma ilha do Caribe. Também desde cedo circula a informação de que Macedo estaria voltando imediatamente ao Brasil, mesmo não existindo voos regulares e diretos entre os dois países.

A partir daí, veículos de imprensa passaram a divulgar duas versões para o retirada do médico do país paradisíaco até a chegada dele a São Paulo: o uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), segundo informou o site O Antagonista, e uso de um jato privado, de acordo com a Folha de S.Paulo, que diz ainda que o custo seria bancado integralmente pelo hospital de ponta da capital paulista.

Independentemente da forma como será transportado do Caribe para o Brasil, se por meio da FAB ou de um táxi aéreo internacional, o custo operacional para trazer o cirurgião é altíssimo e deixa dúvidas no ar: é necessário esse capricho? Não há outro cirurgião do aparelho digestivo consagrado no país para atender Bolsonaro? Quem paga o fretamento do jato até as Bahamas? No caso de um avião da FAB, é lícito esse gasto público para dar atendimento de sultão ao presidente da República?

Jato privado

A reportagem da Fórum apurou que um jato particular para ir às Bahamas e voltar trazendo o cirurgião de Jair Bolsonaro custa entre R$ 1.200.000 e R$ 2.000.000, dependendo do modelo e do conforto da aeronave. São pouco mais de oito horas de voo na ida e mais oito na volta. Se o jato for alugado em Nassau, a capital do país insular, esse valor pode diminuir um pouco.

Uso de aviões da FAB

Usar aviões da Força Aérea é autorizado ao presidente da República e seu vice, assim como para os presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF), além de ministros de Estados e outros ocupantes de cargos públicos com prerrogativas de ministro, bem como a comandantes das Forças Armadas. As normativas que regulamentam esse uso estão estabelecidas em quatro decretos presidenciais: 4.244/2002, 6.911/2009, 7.961/2013 e 8.432/2015.

Ainda que a lei preveja a possibilidade de autoridades como Jair Bolsonaro utilizarem essas aeronaves em casos de emergências médicas, o presidente já está num dos hospitais mais caros e respeitados do Brasil, com uma equipe de profissionais super qualificada para atendê-lo, o que faz uma possível missão de busca do médico Antônio Luiz Macedo um capricho luxuoso totalmente desnecessário, a ser pago com o dinheiro do contribuinte. Como mandatário num sistema republicano e democrático, Bolsonaro deve ter bom senso no trato com a coisa pública e não permitir que regalias normalmente disponíveis a sultões do petróleo sejam conferidas a ele.

*Com informações da Forum

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Banqueiros e empresários desembarcam da 3ª via e veem Lula mais capaz de ‘consertar estragos’ na economia

Prévias conturbadas do PSDB e candidatura ‘precoce’ de Moro seriam os principais motivos do enfraquecimento.

Banqueiros, gestores e empresários não acreditam mais na possibilidade do fortalecimento de uma candidatura de terceira via para as eleições presidenciais.

Segundo a Folha de S. Paulo, que conversou com representantes desses grupos s sob condição de anonimato, banqueiros, gestores de fundos de investimentos e líderes do agronegócio, comércio e indústria veem a disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Boa parte do grupo também demonstra favoritismo do petista, reforçando o cenário apontado em diversas pesquisas de diferentes instituições, que mostram Lula em vantagem contra o ex-capitão.

Dois motivos são apontados pelos banqueiros e empresários para ‘desistirem’ da terceira via. O primeiro são as conturbadas prévias do PSDB, que elegeram João Doria vencedor. A expectativa do mercado, no entanto, era que o governador gaúcho Eduardo Leite fosse o escolhido. A troca de ofensas e acusações entre os pré-candidatos do partido teriam causado desgastes irreversíveis para a campanha de Doria, de acordo com os consultados.

Já o segundo motivo apontado pelos representantes é o lançamento da candidatura do ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos). O movimento foi considerado ‘precoce’ pelo grupo. Para eles, Moro desistirá antes do pleito e provavelmente buscará uma cadeira no Senado.

Lula é o mais preparado para resolver os problemas do País

O grupo também foi questionado sobre quem seria o melhor candidato para resolver os ‘estragos na Economia’. De acordo com os banqueiros consultados, o ex-presidente Lula ‘estaria mais apto para construir um time no Ministério da Economia capaz de consertar os estragos que Bolsonaro causou’.

Os representantes dos grupos disseram não concordar com políticos como o aumento de benefícios sociais, nem com direcionamentos ‘mais populistas’ em linhas de crédito que possivelmente serão adotadas com Lula. Apesar disso, avaliam que o retorno do ex-presidente ao Poder sinalizaria ao mercado financeiro um ‘compromisso de recuperação fiscal’, considerado positivo.

Entre o empresariado, o apoio a Lula estaria mais dividido , segundo o jornal. Tanto o setor produtivo quanto o agronegócio ainda se mantém ao lado de Bolsonaro, mas teriam sinalizado uma mudança de lado caso o segundo turno seja contra o petista.

*Com informações da Carta Capital

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Servidores do Banco Central começam a entregar cargos de chefia e anunciam greve

Categoria protesta após aprovação de reajuste salarial apenas para policiais federais com apoio de Bolsonaro.

Em ato semelhante ao orquestrado pela Receita Federal nos últimos dias, o sindicato que representa os servidores do Banco Central (Sinal) iniciou movimento de entrega de cargos de chefia na autarquia nesta segunda-feira (3), informa a Folha.

Segundo a entidade, a autoridade monetária conta com cerca de 500 posições comissionadas. Em nota, o Sinal afirmou que será elaborada uma lista nos próximos dias com os nomes de quem aderiu.

Os servidores pedem reajuste salarial após o Congresso aprovar previsão de reposição apenas para policiais federais no Orçamento de 2022, com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Estamos começando hoje, a ideia é fazer reuniões virtuais com servidores de todo o Brasil para convencê-los a aderir, até como forma de pressão para conseguir uma reunião com o presidente [do BC] Roberto Campos Neto. A gente acredita que nas próximas duas semanas teremos uma lista grande”, ressaltou Faiad.

Os servidores que eventualmente substituiriam os comissionados também serão convidados a aderir, abrindo mão de cobrirem os titulares.

Além disso, o Sinal anunciou a adesão de trabalhadores do BC à paralisação dos servidores federais de diversos órgãos, que ocorrerá no próximo dia 18, organizada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado).

De acordo com o presidente do Sinal, Fábio Faiad, o objetivo da mobilização é reivindicar reajuste salarial não só para os policiais federais, mas também para o BC.

“Vamos inviabilizar a administração porque não está sendo atendido o pleito justo também para servidores do BC”, completou.

O movimento começou com a entrega de comissões na Receita Federal. O Sindifisco (sindicato da categoria) estima que 951 auditores em postos de chefia já abriram mão de cargos comissionados até a última quinta-feira (30). Isso ultrapassa, segundo dados divulgados pela entidade, 90% dos efetivos.

Outras carreiras do Executivo federal e do Judiciário começaram a se queixar do aumento previsto para policiais. Entre elas estão os funcionários do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), peritos médicos e auditores agropecuários.

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O problema de Bolsonaro pode ter tudo, inclusive nada, menos consequência da falsa facada

O que está rolando em Brasília é que as chances de Bolsonaro ser operado são grandes, perto de 100%, o que não significa que a suspeita de obstrução intestinal, que pode definir se ele sofrerá intervenção cirúrgica tenha qualquer relação com a suposta facada.

Lógico que Micheque, a mesma que recebeu um cheque de R$ 89 mil de Queiroz, já abraçou a velha baba de quiabo de que aquela grotesca farsa da facada gerou no mentiroso Bolsonaro sequela para o resto da vida.

Por ora, a informação que se tem é a de que Bolsonaro está estável com um quadro de suboclusão intestinal e sem previsão de alta.

O chefe do executivo, que passou o final de ano na esbórnia em Santa Catarina, gastando dinheiro público, foi internado às pressas durante a madrugada por sentir dores abdominais.

O fato é que aquele homem que sassaricou de jet sky até ontem à tarde, está internado e seu real estado de saúde, ninguém sabe.

O que se sabe é que seu caso pode ser tudo, inclusive nada. Mas uma coisa é indiscutível, não há nada relacionado à facada, simplesmente porque até hoje não ficou provado que Bolsonaro tenha de fato sofrido um atentado, ao contrário, o que está cada vez mais escancarado é que aquilo não serviu sequer para caricatura de facada de tão grotesca que foi a farsa.

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Procedimento cirúrgico em Bolsonaro tem probabilidade de mais 90%. Há risco, podendo ser intubado

Por Luís Costa Pinto – Enquanto aguarda a chegada do seu cirurgião particular Antônio Luiz de Macedo, que interrompeu as férias nas Bahamas (país caribenho localizado num arquipélago de ilhas de corais e que é um paraíso fiscal) para atendê-lo, o presidente Jair Bolsonaro submete-se a tentativas ainda não bem-sucedidas de desobstrução da suboclusão intestinal por meios não cirúrgicos. Um cirurgião do Distrito Federal que já atendeu o presidente e outras personalidades da política e mantém linha de consulta direta com médicos da Presidência contou que a chance de nova cirurgia em Bolsonaro é de “mais de 9 em 10” possibilidades de ocorrer. Ou seja, superior a 90%. “Os médicos do presidente trabalham com esse cenário”, diz a fonte.

Absolutamente todos os pacientes com obstrução intestinal, exceto os que acabaram de ser submetidos a uma cirurgia, devem ser operados para dar seguimento à desobstrução. Há cinco categorias de manobras cirúrgicas possíveis para quadros como o de Bolsonaro: extraluminares, enterotomia para retirada de corpos estranhos da luz, ressecção intestinal, operações de desvio de trânsito e operações de descompressão. Em razão de se tratar de intervenção cirúrgica de urgência, as complicações pós-operatórias são frequentes. As mais observadas em casos semelhantes aos do presidente da República são: infecção de parede (do intestino), íleo prolongado (disfunção transitória do trato intestinal), sepse (infecção em diversos órgãos por disseminação sobretudo de bactérias), complicações pulmonares e infecção urinária (também decorrente das bactérias que podem contaminar a cavidade abdominal durante a cirurgia).

Bolsonaro, segundo ele mesmo, começou a passar mal desde a hora do almoço de domingo. Pouco antes de 1h da manhã desta segunda-feira, 3 de janeiro, decidiu enfim interromper suas intermináveis “férias de fim de ano” para ser levado de emergência ao hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Ele só aceitou encerrar o recesso de réveillon ao qual se impôs para cuidar da própria saúde – durante a última semana do ano Bolsonaro foi intensamente criticado e cobrado por não ter demonstrado solidariedade nem empatia com as vítimas das enchentes e desabamentos ocorridas sobretudo no sul da Bahia e em Minas Gerais.

O intestino delgado do presidente brasileiro tem perdido paulatinamente a capacidade de processar alimentos. Não é a primeira vez que ele padece dessa “suboclusão intestinal” no curso de seu mandato. Há acúmulo de fezes e gases no sistema digestório presidencial e ele perdeu a capacidade de evacuá-las com regularidade.

Na manhã desta segunda-feira o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que é cardiologista e tem se afastado rotineiramente dos ditames da Ciência para avalizar teses negacionistas em relação à pandemia por coronavírus e à eficácia da vacinação, politizou o tema da saúde presidencial. “Bolsonaro, graças a Deus, está bem. Tenho informações que ele teve dores abdominais por conta daquele atentado contra ele, em 2018, e ainda hoje ele tem consequências, mas graças a Deus, ele está bem”, disse Queiroga esta manhã.

Mourão de prontidão. Se houver intubação, assume

Como aguarda o desembarque de volta ao Brasil do médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo no início desta tarde, Bolsonaro não deve ser intubado antes da cirurgia. Porém, como há risco real de complicações pós-operatórias conforme descrito acima, todo o centro cirúrgico do Hospital Vila Nova Star está preparado para uma eventual intubação presidencial. Caso isso ocorra, e em razão de o titular do mandato ter de ficar transitoriamente incapacitado de tomar decisões, o cargo de presidente da República terá de ser interinamente transmitido ao vice-presidente Hamilton Mourão. Até a madrugada de hoje ninguém imaginava que isso pudesse acontecer no primeiro dia útil de 2022. Mourão foi informado por militares da Presidência, ainda de madrugada, da internação de Bolsonaro.

O vice-presidente da República tem guardado distância das polêmicas e das grosserias políticas promovidas por Jair Bolsonaro contra adversários e aliados. Tendo mantido apenas nove despachos oficiais com o presidente em 2021, Mourão fez questão de acentuar nos últimos meses as evidentes discordâncias administrativas com seu companheiro de chapa em 2018. Bolsonaro, por sua vez, nunca deixou de explicitar a vontade de trocar o vice para a disputa eleitoral de 2022.

A reeleição é um cenário cada vez mais difícil para ele. O ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto (ex-interventor no Rio de Janeiro no período de Michel Temer na presidência, quando se tornou o detentor dos segredos das investigações em torno do assassinato da vereadora Marielle Franco) tem feito campanha interna no Palácio do Planalto para se viabilizar candidato a vice, deslocando Mourão da chapa. PP e PRB, partidos que pretendem apoiar a tentativa de reeleição de Bolsonaro, não o querem como filiado. Os presidentes das duas siglas, respectivamente Ciro Nogueira (ministro da Casa Civil) e Marcos Pereira (deputado), já disseram ao presidente que se a opção dele for por Braga Netto, apoiam-no, mas, preferem que ele se filie ao PL.

A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, pastora evangélica, tenta vencer a corrida pela indicação como vice de Bolsonaro no pleito de outubro. O PRB poderia, nesse caso, “engravidar” da filiação de Damares. Correndo por fora na disputa, o ministro das Comunicação, Fábio Faria, que está sem partido e deve se filiar ao PP, tenta ser o escolhido argumentando que seu diferencial competitivo é ser nordestino. Ele é do Rio Grande do Norte, porém, é desconhecido na região e só passou a visitar o estado com maior frequência nesse período pré-eleitoral.

Especulações com eventual posse de Mourão

Em se tratando de Bolsonaro, do bolsonarismo e dos planetas que giram com satélites em torno da figura presidencial, sempre há especulações e teorias conspiratórias. esta manhã, não foi diferente no Palácio do Planalto, no Palácio do Jaburu (residência oficial do vice) e até mesmo nas “fazendas de likes” e nas “chocadeiras de robôs” administradas pelo vereador Carlos Bolsonaro a partir do Rio de Janeiro. Nos roteiros traçados a partir dessas fábricas de intrigas, a nova internação e a provável nova cirurgia de Jair Bolsonaro podem ser o argumento-chave para fazer o presidente da República começar a admitir a hipótese de não disputar novo mandato e acomodar-se numa candidatura ao Senado pelo Rio ou por Santa Catarina.

A situação de sucesso eleitoral de Jair Bolsonaro é cada vez mais difícil no pleito presidencial. Ele já deslocou seu núcleo duro de votos “certos” da faixa de 25%-28% para a faixa de 15%-18%. Ainda é muito para quem comanda um governo ruinoso e devastador do ponto de vista social e econômico. Porém, é um patamar que não tem permitido o florescimento de candidatos alternativos no campo da direita e da extrema-direita. O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, considerado parcial pelo Supremo Tribunal Federal, não vingou como candidato e acendeu um arsenal de rejeições contra si e contra suas práticas políticas – sobretudo pelo uso das instituições judiciárias para fazer jogo político. Caso tenha de assumir a presidência num impedimento de Bolsonaro por razões de saúde, e já agora nesse início de ano, Mourão poderia se converter na nova aposta de quem tenta buscar um nome que derrote o ex-presidente Lula (PT), favoritíssimo até aqui, e que não se chame “Jair Bolsonaro” nem leve à campanha todo o rol de rejeições e repulsas que o nome do atual presidente já provoca.

*Publicado no 247

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Moro, à francesa, inicia sua saída da disputa presidencial fracassada

Com 9% das intenções de voto nas pesquisas de intenção de votos para presidente da República, o ex-juiz Sergio Moro ainda não decidiu se vai concorrer ao Palácio do Planalto, ou se lança mão do plano B: disputar uma cadeira no Senado. Interlocutores próximos de Moro afirmam que, se ele não chegar a 15% nas enquetes até fevereiro, vai abandonar a intenção de assumir o lugar de Jair Bolsonaro e abraçará a meta de ser senador em 2023, informa Carolina Brígido, do Uol.

No entorno de Moro, a avaliação é de que o ex-magistrado precisará ter um mandato no próximo ano, seja ele qual for. A ideia teria se cristalizado depois que o ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), mandou a consultoria americana Alvarez & Marsal revelar os serviços prestados e os valores pagos a Moro.

Em nota enviada à coluna pela assessoria de imprensa, Moro afirmou: “Sou pré-candidato à Presidência, não ao Senado”. Ele também esclareceu que sempre foi contra o foro privilegiado e que não precisa de mandato. E completou: “Não tenho receio de qualquer investigação, muito menos a de Ministro do TCU sobre fato inexistente”.

O ex-juiz foi contratado pela empresa em abril, logo depois de deixar o Ministério da Justiça. Em outubro, ele largou o emprego para se lançar pré-candidato. Alvarez & Marsal é o escritório que atuou como administrador judicial da Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato – e, portanto, alvo de decisões de Moro na época que conduzia os processos em Curitiba.

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, que pediu a Dantas para adotar a medida, suspeita que Moro tenha atuado em um cenário de “conflitos de interesses, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas”.

O TCU, vale lembrar, não integra o Judiciário. É um órgão administrativo autônomo. Mas as informações prestadas pela consultoria americana podem servir como base para a abertura de uma investigação judicial contra Moro. Daí a urgência de se obter um mandato. Como senador ou presidente da República, Moro responderia perante o STF (Supremo Tribunal Federal).

Em tempo: o entendimento do tribunal é de que o foro privilegiado existe para crimes cometidos durante o mandato e em razão do cargo ocupado. Logo, o caso da consultoria não seria analisado no Supremo. A menos que a interpretação sobre a regra do foro mude. E o STF tem um julgamento agendado para fevereiro sobre essa questão.

Interlocutores de Moro acreditam que, neste primeiro momento, a suspeita levantada contra Moro tem muito mais consequência política do que jurídica. Seria o primeiro movimento para derrubar as intenções do ex-juiz de ser eleito presidente da República em outubro. A depender do desempenho de Moro na campanha, a ofensiva pode crescer e chegar ao Judiciário.

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Depois de um final de ano na fuzarca e vendo a sua base implodir, Bolsonaro requenta a farsa da facada pela milionésima vez

Tudo começou com a língua de trapo do Olavão, dando extrema-unção política a Bolsonaro, chamando-o de incompetente, de provinciano e de prefeito de cidade de interior.

O que há nessas declarações, uma sentença de um vidente astrólogo que se classifica como filósofo? Charlatanismo, é claro, pois o cara é um portento na arte da insinuação persecutória.

Por isso, Carluxo entrou em campo e escreveu um post nada subliminar, indo direto na jugular do velhote picareta: “A tal crítica construtiva tem método! Temos que sair do círculo de achar que é questão de enxergar! Não é! Entendem o que fazem! Querem apenas garantir seu público e outros interesses, apostando nunca perder a razão e a manutenção do que lhes alimenta! Não há idiotas!”

Já Olavo de Carvalho respondeu em seu twitter com o método bate pronto: “apoio popular não é poder. O governo Bolsonaro é a maior prova disso.”

Em outras palavras, Olavão quis dizer, nada está tão ruim que não possa piorar.

Sim, porque a questão central é que os ratos, de boiada, estão abandonando o barco, o que significa que Bolsonaro deve ter caído bem mais nas pesquisas internas nos quesitos “aprovação” e “intenção de votos” para 2022.

Por isso Carluxo abriu uma nova frente de batalha, com o ex-maior lambe-botas de Bolsonaro, Carlos Jordy, deputado federal pelo PSL. Afinal, Carluxo vem fazendo um malabarismo digital para ver se levanta o moral da tropa que reagrupe o gado que, hoje, restringe-se a um rancho. Daí seu investimento no Vietnã, Bangladesh e Nigéria para traçar uma nova estratégica digital para a campanha do pai de 2022 nas redes sociais de fora para dentro. Trata-se de uma tática de Steve Bannon, o criminoso globalizado.

E todos sabem, aonde tem Carluxo, tem farsa da facada sendo requentada. É só lembrar a fala de Bebianno no Roda Vida entregando a rapadura pouco tempo antes de morrer, que Carluxo foi cérebro da mais grotesca farsa da história da humanidade, com uma facada sem sangue e, sobretudo sem faca, que vira e mexe Carluxo requenta.

Essa nova farsa tem endereço certo, interno, justamente porque Carlos Jordy, olavista mais que bolsonarista , vem construindo uma cama de gato dentro do próprio curral com os chamados Congressos Conservadores, aonde bolsonaristas do clero se reúnem para exercitar tiro ao alvo no ex-mito.

A verdade é que Carluxo já está atirando a esmo, vendo fantasmas e ouvindo vozes do além e, por isso, rebateu também um vídeo de Moro em que o ex-aliado de Bolsonaro, que prendeu Lula para dar a presidência a Bolsonaro e ganhar um ministério, critica as relações internacionais de Bolsonaro e o estrago que ele fez no Brasil, o que não deixa de ser uma piada, já que todos nós sabemos do estrago que a Lava Jato fez na Petrobras diante do mundo e o preço alto que os brasileiros estão pagando por isso.

Ou seja, o chão de Bolsonaro está mole, fora e dentro do partido, com aliados e ex-aliados que resume o estado de coisas de quem está sofrendo uma falência múltipla em seu governo.

Então, qual o problema de Carluxo enfiar novamente mais uma farsa da facada no forno para esturricar o melodrama grotesco que ajudou o papai a se eleger em 2018?

O problema é que isso acontece depois da fuzarca que Bolsonaro protagonizou em suas férias em Santa Catarina.

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Com dores abdominais, Bolsonaro é internado às pressas em São Paulo. Suspeita de obstrução intestinal

Debaixo de enxurrada de críticas por não socorrer o povo baiano diante das fortes chuvas que deixaram 25 mortos e mais de 471 mil desabrigados e 136 cidades declararam estado de emergência, Bolsonaro foi obrigado a interromper as férias em Santa Catarina por sentir dores abdominais e, consequentemente, ser internado às pressas em São Paulo onde desembarcou por volta da meia-noite desta segunda-feira.

Bolsonaro, que passava férias em Santa Catarina, desembarcou em São Paulo, na madrugada desta segunda-feira, e seguiu direto para o Hospital Nova Star, na Vila Nova Conceição, Zona Sul da capital paulista.

Bolsonaro sentiu deu entrada no hospital devido a um um “desconforto adbominal”, de acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, mas “passa bem”.

Segundo o colunista Lauro Jardim, Bolsonaro será assistido pelo médico Antônio Macedo, que o operou após a facada que levou na campanha eleitoral de 2018. Macedo está no exterior e deve desembarcar ainda hoje em São Paulo.

A informação foi confirmada pelo médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou Bolsonaro em setembro de 2018 e o acompanha clinicamente.

Macedo, que está em viagem nas Bahamas, afirmou que voará à capital paulista na manhã desta segunda-feira e que deve desembarcar em São Paulo na parte da tarde.

*Com informações de O Globo

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Na contramão do mundo, privatização à brasileira acentua desigualdade e não gera retorno efetivo ao País

Eletrobras, Correios e Banco do Brasil são apenas algumas das empresas que podem ser privatizadas no próximo ano, tendo em vista que a política econômica do ministro Paulo Guedes é a de reduzir o Estado ao máximo e arrecadar dinheiro – em entrevista de 2018, Guedes chegou a estimar que as privatizações renderiam mais de R$ 1 trilhão a receber.

Mas, na prática, entregar empresas estatais à iniciativa privada não resulta no desenvolvimento social ou mesmo na melhoria significativa dos serviços prestados. Além da transferência de um monopólio estatal para o mercado, as privatizações estão comprovadamente marcadas pelo aumento excessivo das tarifas repassadas ao consumidor, eficiência administrativa questionável, precarização dos serviços, falta de investimento na melhoria da estrutura e necessidades constantes de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

De acordo com o professor Paulo Feldmann, professor de economia da USP e ex-presidente da Eletropaulo, o consenso internacional é o de que a privatização pode ser interessante para uma nação desde que estimule maior competição no mercado. “Se você privatiza e não vai ter competição, o que é muito comum no Brasil, era um monopólio do estado e continua monopólio privado. Neste caso não se deve privatizar, porque não faz sentido transferir o lucro do estado para uma instituição privada. Mas quando há competição, esta beneficiará o consumidor.”

E é justamente esta formação de monopólios privados que favorecem uma série de abusos impostos ao consumidor, que se vê refém de uma situação da qual não tem onde ou para quem reclamar. A alta do preço da gasolina ao longo de 2021 é uma delas. Em julho, a Petrobras vendeu todas as ações da BR Distribuidora, concluindo assim o processo de privatização da única empresa responsável pela distribuição do combustível desde as refinarias até as bombas iniciado em 2019.

“A gasolina sai da Petrobras a um custo de R$ 2 e chega aos postos por R$ 7. Esta questão é fundamental: destes R$ 5 [de diferença entre o preço da refinaria e preço final], praticamente metade é custo de distribuição. Agora privatizada, a BR quer lucro, claro. O dono não vai pensar em investimento, ele quer ganhar. Isso faz com que o custo de distribuição seja exagerado e por isso a gasolina está tão cara. Só que ninguém fala isso”, explica Feldmann.

Assim, ao permitir a influência privada na política de preços da gasolina, o governo consente também com o aumento nos preços de toda a cadeia produtiva, tendo em vista que a viabilidade de qualquer atividade econômica está diretamente atrelada ao transporte.

Alto custo e acentuação da desigualdade

Outra concessão que impacta diretamente o custo de vida dos brasileiros é a das rodovias, uma vez que este é o principal modal logístico do País e reajustes cobrados no pedágio irão compor o preço final de diversos produtos.

Nas mãos da iniciativa privada, os reajustes se tornam cada vez mais frequentes e caros, a exemplo da BR-153. Em abril, a rodovia federal do noroeste do estado teve reajuste de 48% autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), sob a justificativa de que o valor arrecadado seria usado para a duplicação de trechos da estrada.

A pandemia também terá reflexo nas tarifas e abre precedente para um novo reajuste, já que o pedágio das rodovias federais será revisto a partir de uma metodologia criada pela ANTT, e os contratos de concessão também serão revisados, a fim de restabelecer o equilíbrio das operações de março a dezembro de 2020, afetadas pela redução de tráfego de veículos. Em relação aos veículos leves, a queda foi de 16,9%, e os novos valores serão cobrados do consumidor a partir de março de 2022.

Marco Antônio Rocha, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia, critica o valor do pedágio cobrado do consumidor, alegando que o excesso de ônus impede o processo de integração regional, prejudica o turismo regional e ainda tornam os custos de mobilidade para trabalho e estudo muito altos. “As estradas são boas, mas o custo de rodagem delas é altíssimo. É injustificável para um trecho pequeno que se cobre tanto em relação a pedágio.”

Rocha ressalta ainda que o processo de concessão de infraestrutura é concentrador, tendo em vista que o investimento privado é direcionado apenas para as regiões com maior probabilidade de retorno financeiro. “Em geral, as concessões bem sucedidas são as de trechos que já têm a rentabilidade garantida, esperada e com uma certa segurança de que haja retorno, pois são regiões de maior atividade econômica e que geralmente já contam com uma infraestrutura prévia adequada. É muito difícil ver sucesso no processo de concessão em áreas afastadas, de baixa atividade econômica e que a infraestrutura já esteja depreciada.”

Entre 1990 e 2015, 21 trechos de responsabilidade federal passaram a ser administrados por empresas privadas, entre elas a Novadutra (que liga São Paulo ao Rio de Janeiro), a Régis Bittencourt (São Paulo-Paraná) e a Ponte Rio-Niterói. Já na última década, as privatizações de trechos rodoviários se concentraram nos estados de maior atividade econômica fora do eixo Rio-São Paulo, como Goiás, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Já os estados no extremo do país, principalmente os da região Norte e Nordeste, não receberam investimentos privados nas rodovias federais, de acordo com o histórico de privatizações divulgado pelo site do BNDES.

Aeroportos

A última década ficou marcada também pela privatização de aeroportos, em que a justificativa era de que os terminais fossem modernizados para receber a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. No entanto, tal objetivo não foi cumprido. Mais que isso: enquanto o governo prepara a licitação de 22 terminais no próximo ano, entre eles Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro), Viracopos estava em processo de recuperação judicial até 2020 e será disputado em uma nova licitação, assim como o aeroporto de Natal.

Segundo Marco Antônio Rocha, professor da Unicamp, este processo de relicitação aconteceu por dois fatores. O primeiro deles é a frustração dos investidores em relação aos rumos da economia brasileira, processo que o pesquisador descreve como “mudança radical”, especialmente no quesito estabilidade econômica.

O desempenho das concessionárias na gestão dos aeroportos também foi influenciada pela Lava Jato. “Boa parte da infraestrutura aeroportuária no Brasil estava muito ligada à participação das grandes construtoras no processo. Então, entre as participantes dos consórcios que venceram, várias empresas passaram por processos em relação ao próprio cenário financeiro da empresa, mas também à dificuldade das empresas de celebrar contratos e realizar novos contratos com o governo federal por conta da operação Lava Jato e seus efeitos”, continua.

Energia elétrica

Na esfera estadual, a última década foi marcada pela privatização das companhias de energia elétrica e pela desvalorização de empresas públicas. Em 2017, o Governo Federal estipulou em R$ 50 mil a venda da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), distribuidora administrada pela Eletrobrás. Em contrapartida, a nova administradora teria de fazer um aporte financeiro de R$ 2,4 bilhões na empresa, sendo 30% deste montante deveria ser investido ainda nos cinco primeiros anos de operação.

Já em abril de 2020, a Equatorial Piauí, empresa vencedora da licitação, recebeu um empréstimo de R$ 643 milhões do BNDES, valor destinado ao atendimento de 211 mil novos domicílios, ainda que a companhia alegasse em nota já ter investido R$ 1,3 bilhão de recursos próprios na Cepisa e na Companhia Energética de Alagoas (Ceal), também adquirida pelo grupo em 2018 pelo valor simbólico de R$ 50 mil.

“Essa é a primeira coisa curiosa: por que essas empresas de energia, que têm monopólio e atuam em regiões distintas, foram vendidas por R$ 50 mil?”, questiona José Menezes Gomes, Doutor pela USP, professor da Universidade Federal do Alagoas (UFAL) e membro da Rede de Cátedras sobre Dívida Pública.

Menezes conta que a primeira leva de privatizações das empresas de energia elétrica, feitas na década de 1990, não sobreviveu ao mercado e precisou de intervenção estatal, tanto que voltaram à gestão do poder público, a exemplo da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), também adquirida recentemente pela Equatorial. “Mas o que é relevante: que todas as empresas [Cemar, Ceal e Cepisa] foram privatizadas mediante empréstimo do BNDES. Você contrata uma empresa estrangeira para fazer a avaliação, que é subavaliada. Em seguida, todas as partes deficitárias, podres da empresa o Estado assume, transforma-as em dívida pública, e destina apenas a parte lucrativa da empresa ao mercado”, continua o pesquisador.

Além das anomalias na concessão e empréstimo às concessionárias, a privatização do setor elétrico ainda acarreta outros problemas estruturais: monopólio, falta de investimento em manutenção, tarifas abusivas e piora da qualidade do serviço prestado ao consumidor.

Foi o que aconteceu no Amapá, em novembro de 2020, quando mais de 800 mil pessoas ficaram sem luz durante 22 dias (três dias em blecaute total e os demais em sistema de rodízio). Sob a administração privada da Isolux, já conhecida pela baixa qualidade dos serviços prestados em outros países, a empresa privada não tinha capacidade técnica, número de trabalhadores e nem condições de reparar os danos causados por um incêndio na subestação de energia de Macapá. Assim, após o desligamento automático da linha de transmissão de energia, coube à estatal Eletrobrás a tarefa de reativar o serviço, fazer a manutenção necessária e normalizar a operação.

O questionamento sobre a qualidade da distribuição de energia elétrica é antigo. Paulo Feldmann, ex-presidente da Eletropaulo quando esta ainda era estatal, observa que a companhia era rentável (contrariando o discurso de que empresas públicas dão prejuízo) e aponta a piora do serviço entregue à população. “A Eletropaulo era muito criticada porque o paulistano ficava 12 horas por ano sem luz dentro de casa. Hoje, o paulistano fica 18 horas e paga muito mais pela tarifa de energia elétrica. Portanto, por que se privatizou? O serviço era muito melhor quando era do Governo do Estado de São Paulo.”

Sob a gestão da Enel desde 2018, a distribuidora paulista é a segunda empresa mais reclamada do estado e, nos últimos dois anos, o número de queixas registradas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) bateu recorde: saltou de 272.950 em 2019 para 669.836 em 2020, aumento de 145%. No Procon, a companhia também soma um montante expressivo de reclamações (10.402 queixas), sendo mais de 7.600 delas apenas sobre cobrança abusiva.

Saneamento básico

A fim de universalizar o serviço de água e esgoto até 2033, o governo federal criou o Novo Marco Legal do Saneamento Básico (Lei 14.026, de 2020), que atribui à administração pública a responsabilidade de instituir normas de referência e facilita a concessão desses serviços à iniciativa privada.

Diante desta nova possibilidade, o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) defendeu a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), alegando que “a empresa não terá condições de atingir as metas do Marco Legal de Saneamento até 2033” e que, na emenda da lei que 5% dos recursos obtidos com a desestatização serão investidos em obras de infraestrutura.

A expectativa de privatização da Corsan é proporcionar acesso a esgoto tratado para mais de 6 milhões de pessoas, além da arrecadação de R$ 10 bilhões nos próximos 12 anos. Mas, em vez de processos de licitação, a participação da iniciativa privada se dará pela oferta de ações na Bolsa de Valores (IPO), cujo processo de registro já foi feito à B3. Já a venda de ações deve acontecer na primeira semana de fevereiro de 2022 e comercializar 70% das ações da companhia.

Mas, ao contrário da euforia do mercado, a privatização do saneamento básico também não deve por fim à desigualdade no acesso destes serviços. A exemplo das concessões de rodovias, a nova medida deve favorecer muito mais a população que já têm infraestrutura prévia – como é o caso da Corsan – do que cumprir a função social de levar água e esgoto às regiões mais periféricas do Brasil. “Na privatização da água, o setor privado quer as áreas nobres, que têm muito consumidor e de renda mais elevada. E as regiões sem infraestrutura são abandonadas. Quando você privatiza, você dá a parte de maior rendimento ao setor privado e à estatal cabe as dívidas e a responsabilidade de universalizar o atendimento”, comenta José Menezes Gomes, professor da UFAL.

Atualmente, cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada no País. A participação da iniciativa privada deve dificultar ainda mais o acesso da população mais carente à água e esgoto tratados porque, a privatização inviabiliza o subsídio cruzado, em que parte das receitas geradas em regiões metropolitanas possibilita a construção da infraestrutura no interior, que provavelmente continuará sob responsabilidade de Estados e municípios. “O setor privado não investiu nada e não tem nenhuma empresa que topa fazer o saneamento em uma cidade determinada. Ela quer pegar a estrutura pronta, fazer propaganda, alugar mídia para divulgação e pronto. São empresas completamente parasitárias com o dinheiro público”, continua Menezes.

Há 20 anos sob concessão, Manaus expõe o fracasso da privatização do saneamento básico: é uma das cidades que têm o pior serviço de coleta de esgoto e apenas 12,43% da população tem acesso ao serviço, segundo dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS) de 2018. Já os dados da Prefeitura mostram que somente 15 dos 187 bairros contam com a estrutura de esgoto tratado.

De vencedoras a inadimplentes

Para justificar a propaganda do estado mínimo, executivos liberais do mercado financeiro costumam atribuir à gestão estatal características como corrupta e ineficiente. No entanto, vale ressaltar que a concessão das empresas públicas à iniciativa privada também não significa excelência administrativa.

Além dos constantes empréstimos que as empresas demandam do BNDES pós-licitação, a exemplo das concessionárias de energia elétrica, é comum que empresas privatizadas tenham destaque na lista de devedores da União.

Na relação deste ano, elaborada pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), entre as dez maiores inadimplentes estão a Vivo (R$ 4,9 bilhões), TIM (R$ 3,5 bilhões) e Vale (R$ 2,8 bilhões), todas privatizadas na década de 1990 e que deixaram de pagar impostos, contribuições e multas.

No entanto, o recebimento deste montante de quase R$ 10 bilhões para os cofres públicos está longe de ser efetivado. Isso porque existe uma prática, denominada planejamento tributário, em que grandes companhias postergam ao máximo o recolhimento de impostos, a fim de conquistar isenções, descontos e parcelamento do valor em aberto por meio dos programas de Regularização Fiscal (Refis). “É uma regra: as grandes empresas que têm departamento jurídico discutem até a última instância”, comenta Maria Lúcia Fattorelli, fundadora da Auditoria Cidadã e auditora da Receita Federal por 30 anos.

Maria Lúcia também critica os aportes do BNDES, cujo caixa vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Tesouro Nacional, fato que transfere à população brasileira os custos do calote e da ineficiência da administração privada sobre as empresas de interesse público.

Ativista pela reforma tributária, Maria Lúcia desmistifica ainda o discurso eleitoreiro a respeito das privatizações. No dia 4 de maio, o ministro Paulo Guedes defendeu no congresso que “um mutirão de privatizações poderia erradicar a miséria no País em cinco anos”. Mas esta e outras promessas de que a arrecadação gerada pelas concessões será destinada ao desenvolvimento social, saúde e educação são inconstitucionais.

Isso porque as licitações seguem o Programa Nacional de Desestatização, da Lei 9.491, de 1997, que determina que as privatizações têm como objetivo “contribuir para a reestruturação econômica do setor público, especialmente através da melhoria do perfil e da redução da dívida pública líquida”. “As privatizações têm sido usadas para pagar a dívida pública. Quem disser alguma coisa fora do que está na Lei está mentindo, está fazendo propaganda falsa. E ainda por cima, as concessionárias recebem financiamento do BNDES. Em vez de o BNDES investir no nosso desenvolvimento socioeconômico, ele destina recurso público para aumentar o lucro de quem já ganhou essas empresas”, critica Fattorelli.

Panorama mundial

A ode da elite brasileira às privatizações vai de encontro à política estratégica adotada pelos maiores países do mundo. A economia chinesa, por exemplo, conta com 150 mil estatais, que juntas respondem por 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Entre as 500 maiores empresas do mundo, segundo levantamento da Forbes, 50 são estatais da gigante asiática.

“Só o caso da China já torna a conversa de que estatais são coisa do passado um completo absurdo teórico. As estatais são o futuro da economia, porque a economia mundial está sendo paulatinamente dominada por estatais. Quem comprou a Syngenta, empresa de biotecnologia da Suíça, foi uma estatal chinesa. Quem comprou os direitos de distribuição de energia elétrica de parte considerável do Estado de São Paulo foi uma estatal chinesa. O mundo está sendo gerenciado por estatais, porque o mundo vai ser gerenciado pelo capital chinês”, avalia Alessandro Octaviani, professor do Departamento de Direito Econômico e Economia Política da Faculdade de Direito da USP.

Octaviani ressalta ainda que os Estados Unidos também apostaram no poder das estatais e somam hoje sete mil empresas públicas e que, na Alemanha, desde a década de 1990, os serviços de saneamento básico e coleta de lixo voltaram para a gestão do estado.

A partir de tais experiências, o professor da USP mostra que a gestão pública não é e não precisa ser ineficiente. “Os serviços da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) são de primeiríssimo patamar. A Sabesp é uma das maiores empresas de saneamento do mundo e tem reconhecimento no mercado mundial, com capital aberto na bolsa de Nova York”, compara o pesquisador.

A Petrobras serve de modelo enquanto empresa pública na visão de Octaviani, pois sem o investimento estatal, a empresa jamais teria êxito na descoberta e exploração do Pré-Sal. “A Petrobras, quando bem gerenciada, foi capaz não só de aumentar a produção do petróleo brasileiro a níveis comparados a qualquer empresa privada do mundo, mas também desenvolveu tecnologia para fazer descoberta de exploração de petróleo em lugares que nenhuma empresa do mundo conseguiu fazer. Quando bem gerenciada, ela proporcionou exportação de tecnologia brasileira.”

*Reportagem de Camila da Silva Bezerra, publicada no GGN

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Bolsonaro tem medo de que investigações contra filhos detonem ainda mais sua imagem

Para tentar se blindar, o presidente avisa que, nos debates, não aceitará questionamentos sobre enrascadas da família.

Depois de fugir de debates na campanha pelo Planalto em 2018, o presidente Jair Bolsonaro assegurou que não fará o mesmo nas próximas eleições, porém já avisou que não quer ser questionado a respeito de familiares e aliados. “É para falar do meu mandato. Até a minha vida particular, fique à vontade. Mas que não entrem em coisas de família, de amigos, porque vai ser algo que não vai levar a lugar nenhum”, enfatizou. O temor do chefe do Executivo tem motivos, na verdade, quatro grandes motivos: os filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Jair Renan são alvo de investigações.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cometidos ao desviar salários de funcionários do gabinete no período em que foi deputado estadual. As acusações vieram à tona no final de 2018, com a revelação de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), apontando movimentações vultosas de recursos por Fabrício Queiroz, assessor do parlamentar na assembleia legislativa. Segundo a denúncia apresentada pelo MP à Justiça fluminense, o desviou foi superior a R$ 6 milhões.

A defesa de Flávio conseguiu, no Tribunal de Justiça do Rio, garantir o foro especial do parlamentar e a transferência da investigação para segunda instância. O MP recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra essa decisão. Em 30 de novembro, a Segunda Turma da Corte manteve o foro privilegiado. Por três votos a um, os ministros também anularam as provas colhidas na investigação. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski consideraram ilegais quatro dos cinco relatórios do Coaf, o que, na prática enfraquece a acusação. Edson Fachin foi o voto divergente nos dois casos.

Flávio ainda provoca constrangimento ao pai por causa da compra de uma mansão, avaliada em R$ 6 milhões, num dos bairros mais caros de Brasília.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também é investigado pelo Ministério Público, desde julho de 2019, por prática semelhante e pela contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal. A apuração corre em segredo de Justiça.

Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está na mira de inquérito que apura organização criminosa digital no âmbito das fake news, em andamento no STF. Em novembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou uma apuração preliminar aberta sobre o uso de R$ 150 mil em espécie na compra de imóveis pelo deputado. Em fevereiro de 2011, época em que ainda não tinha mandato, ele adquiriu um apartamento em Copacabana por R$ 160 mil — pagou R$ 110 mil com um cheque administrativo e o restante em espécie. Em dezembro de 2016, já como parlamentar, comprou um apartamento em Botafogo por R$ 1 milhão: deu um sinal de R$ 81 mil e pagou R$ 100 mil em espécie. O restante seria quitado por meio de financiamento imobiliário.

Por sua vez, Jair Renan Bolsonaro é alvo de um inquérito da Polícia Federal que apura tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A investigação é sobre o suposto pagamento de propina por empresários com interesses na administração pública. O inquérito aponta que o filho 04 do presidente é associado com outras pessoas “no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade”. “O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários”, destaca o documento.

As suspeitas envolvem o uso da empresa de eventos de Jair Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e a Mármores Thomazini, grupo que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Segundo a PF, o grupo empresarial tem interesses junto ao governo e presenteou, em setembro de 2020, Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Um mês depois, representantes das empresas se reuniram com Rogério Marinho.

O depoimento de Jair Renan estava marcado para 17 de dezembro, mas ele não compareceu. Uma nova data deve ser agendada. Todos os filhos de Bolsonaro negam as acusações.

Em uma demonstração do que pode vir a ocorrer na campanha, o presidente se irritou e abandonou uma entrevista ao programa Pânico, da TV Jovem Pan News, quando foi questionado pelo humorista André Marinho se “rachador teria de ir para cadeia”.

Bolsonaro teme que investigações contra filhos impactem ainda mais sua imagem

Especialistas veem impacto na campanha à reeleição

Para André César, cientista político da Hold Assessoria, a situação dos filhos do presidente Jair Bolsonaro é uma controvérsia permanente para o governo e terá impacto nas eleições deste ano. “Isso vai ser muito frisado ao longo da campanha. Bolsonaro, em 2018, se apresentou como uma novidade, agora, não é mais. Ele vai ser cobrado, e uma das mais fortes cobranças será nessas relações, no mínimo, polêmicas entre o Planalto e os filhos do presidente”, destaca.

*Com informações do Correio Braziliense

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