Mês: janeiro 2023

PF encontra na casa de ex-ministro minuta para Bolsonaro mudar resultado da eleição

Documento foi recolhido durante busca e apreensão realizada na residência de Anderson Torres.

De acordo com a Folha, a Polícia Federal encontrou na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, uma minuta (proposta) de decreto para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.

O documento foi encontrado no armário do ex-ministro durante busca e apreensão realizada na última terça-feira (10). A PF vai investigar as circunstâncias de elaboração da proposta.

O material tem indicação de ter sido feito após a realização das eleições e teria objetivo de apurar abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotadas pela presidência do TSE antes, durante e depois do processo.

De acordo com fontes ouvidas pela Folha, o documento cita o restabelecimento imediato da lisura e correção da eleição de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta semana a prisão de Torres.

Torres reassumiu o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 2 de janeiro e viajou de férias para os EUA cinco dias depois.

Ele não estava no Brasil no domingo (8), quando bolsonaristas atacaram os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto. O retorno ao país estava previsto para o fim do mês.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Apoie o Antropofagista. Sua contribuição é fundamental para seguirmos com o nosso trabalho

O Antropofagista não tem patrocínio, não recebe recursos e a arrecadação com a monetização, é um escândalo, não tem graça comentar.

Assim, o blog se sustenta com o apoio dos leitores. O mesmo se dá na questão da difusão do nosso conteúdo. Não há recurso disponível para impulsionar o blog, que também não tem padrinho e, muitas vezes, ainda enfrenta a censura das grandes redes que, como todos sabem, estão cada vez empresariais e menos sociais.

Por isso, não só a colaboração financeira, assim como a de compartilhamento das matérias, depende de uma corrente a partir dos próprios leitores.

Em função disso, pedimos com veemência aos que puderem contribuir com um Pix de qualquer valor acima de R$ 1,00, que o façam para seguirmos com o nosso trabalho, assim como compartilhar em suas redes sociais e Whatsapp.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

STF forma maioria por prisão de manifestantes que bloquearem vias

Sete ministros concordaram com decisão de Alexandre de Moraes, que também manda bloquear grupos de Telegram.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter decisão do ministro Alexandre de Moraes que visa impedir novos ataques terroristas no Brasil. Pela determinação, estão proibidos em todo o território nacional bloqueios em rodovias. Quem desafiar a decisão pode ser preso.

Seis ministros acompanharam Moraes para proibir a interrupção de tráfego; aplicar multas imediatas no valor de R$ 20 mil a pessoas físicas e de R$ 100 mil a pessoas jurídicas que descumprirem a decisão ou participarem de atos antidemocráticos. Além da determinação do bloqueio de grupos no Telegram onde manifestações são organizadas.

Moraes deferiu monocraticamente pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para efetuar as ações imediatas e, agora, os ministros votam em plenário virtual a medida. A maioria foi formada com o voto de Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. A análise termina às 23h59 desta quinta. Quatro ministros ainda votam.

Está proibida ainda e passível de multa a incitação de tais atos, inclusive por meio eletrônico ou pela prestação de apoio material à prática desses atos.

A partir da decisão de Moraes, as autoridades locais, em especial os agentes dos órgãos de Segurança Pública federais e estaduais, que deverão, “sob pena de responsabilidade pessoal, executar prisão em flagrante delito daqueles que, em desobediência às providências adotadas para o cumprimento da decisão, ocupem ou obstruam vias urbanas e rodovias, inclusive adjacências, bem como procedam à invasão de prédios públicos”.

Megamanifestação

A AGU diz ter tomado conhecimento de convocações com teor golpista para essa quarta-feira (11/1), em todas as capitais do país, por meio de conteúdo do Telegram. As postagens diziam: “Mega Manifestação Nacional pela retomada do poder, vai ser gigante”. Após um forte esquema de segurança em Brasília, não houve atos na Esplanada.

Assim, ficou determinada também a expedição de ofício à empresa Telegram, para que, no prazo de duas horas, proceda ao bloqueio dos canais, perfis, contas discriminadas na ação. A pena por descumprimento é de R$ 100 mil.

“O país se encontra na iminência de entrar com grave situação, novamente, após os trágicos eventos do domingo 08/01/2023, quando o mundo, estarrecido, assistiu à tentativa de completa destruição do patrimônio material e imaterial, além de todo o simbolismo que carregam das instituições democráticas”, argumentou o advogado-geral da União, Jorge Rodrigo Araújo Messias, no pedido.

Bloqueios

A determinação conta com uma lista de cinco páginas com nomes de usuários para bloqueio. Além disso, solicita que veículos possivelmente utilizados sejam identificados.

A AGU pediu, e Moraes determinou, que as autoridades locais devem rechaçar, prontamente, “toda e qualquer tentativa de bloqueio de vias urbanas ou rodovias, assim como qualquer tentativa de invasão a prédios públicos no país”, “diante da iminência de ser constatado em todo o território nacional mais um cenário abusivo do exercício do direito de reunião e de verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito, a exemplo do cenário de terror do dia 8 de janeiro de 2023”.

*Com Metrópoles

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Apagão e fogo em carros: saiba o que terroristas planejavam após ataques em Brasília

Graças a denúncias, agentes da Polícia Civil conseguiram impedir outros ataques planejados por golpistas que destruíram a capital federal.

Terroristas bolsonaristas planejavam destruir estações de energia após promoverem os ataques contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8/1). Além de causar um apagão na capital federal, um dupla de golpistas investigados pretendia incendiar carros, segundo informações apuradas pela coluna Na Mira.

Um deles, Armando Valetin Settin Lopes de Andrade, 46 anos, tem perfil altamente extremista, de acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O ataque arquitetado por ele acabou frustrado porque equipes do Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (Draco) conseguiram impedir as ações.

A partir de denúncias recebidas, na última quinta-feira (5/12), o Decor começou a monitorar o bolsonarista e a namorada dele, Elynne Gomes dos Santos, 49.

Os policiais descobriram que Armando queria destruir estações de energia após as invasões ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele frequentava, inclusive, o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército de Brasília.

Os agentes prenderam Armando e Elynne logo após os ataques terroristas de domingo (8/1) e autuaram a dupla por golpe de Estado. Ambos confirmaram participação nas invasões aos prédios públicos, e o investigado confessou os planos para incendiar carros, mas não detalhou quais seriam as estações de energia atacadas.

Planos semelhantes

O bolsonarista George Washignton de Oliveira Sousa, 54, que colocou uma bomba em um caminhão encontrado perto do Aeroporto de Brasília, relatou à PCDF um projeto parecido.

O extremista pretendia explodir diversos pontos do DF, inclusive postes de luz. O objetivo era “dar início ao caos”, com a suposta intenção de levar a uma “decretação do estado de sítio no país” e “provocar a intervenção das Forças Armadas”.

*Com Metrópoles

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

GSI dispensou reforço de guarda no Planalto 20 horas antes da invasão de golpistas

Plano Escudo para a defesa dos palácios só foi acionado após os vândalos ocuparem sede do Executivo; Gabinete de Segurança Institucional está sob desconfiança do governo Lula.

Estadão – Cerca de 20 horas antes da invasão do Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) dispensou por escrito o pelotão de 36 homens do Batalhão da Guarda Presidencial. Pedido na sexta-feira, 7, o batalhão reforçou no sábado a segurança do prédio. O domingo, porém, amanheceu na Esplanada com a sede do governo federal apenas com o efetivo da guarda normal, quase desprovida de equipamento de controle de distúrbios civis, como escudos, bombas de gás e balas de borracha. A maioria do efetivo dispunha somente de fuzis com munição letal.

Foi só no início da tarde que o Comando Militar do Planalto (CMP), por iniciativa própria, entrou em contato com o GSI e reenviou o pelotão ao Planalto. Trata-se de uma tropa muito menor do que a mobilizada em outras situações, a pedido do gabinete. O contingente reunido em 24 de maio de 2017 para conter a ação de black blocks que pediam a saída do presidente Michel Temer (MDB), acusado de corrupção pelo empresário Joesley Batista, era 15 vezes maior.

No domingo, o Exército acompanhava a ação na Esplanada por meio de drones – às 14h30, ocorreu o primeiro confronto dos extremistas com a Polícia Militar, perto da catedral de Brasília. Às 15 horas, o general Geraldo Henrique Dutra Menezes, chefe do CMP, enviou uma companhia com 113 homens e equipamento de choque, do Setor Militar Urbano (SMU) para o Palácio.

Propriedades instaladas no Planalto, no Congresso e no STF foram destruídas durante a invasão de golpistas.

O general informou ao GSI o envio da tropa. Era a primeira de três levas despachadas para retomar o lugar das mãos dos vândalos que executaram o que chamaram de “tomada de poder”. Só então o gabinete formalizou o pedido de reforço e ativou o Plano Escudo – que prevê a proteção do Planalto, da Alvorada, do Jaburu e da Granja do Torto sem que seja necessária decretação de operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO). As duas levas seguintes de reforço – com 93 e 118 militares – foram enviadas após o pedido do GSI.

Todos os militares saíram do SMU. Era ali que o CMP mantinha três subunidades do Exército. Se não fossem elas, não haveria tropa pronta para enfrentar os vândalos. De acordo com os militares consultados pela reportagem, era do GSI a responsabilidade de pedir reforço para a guarda do Palácio do Planalto, assim como acionar o Plano Escudo.

Uma falha das informações de inteligência ou uma omissão de autoridades da Segurança Pública do Distrito Federal fez com que o cenário previsto não incluísse a tomada violenta das sedes dos três Poderes como objetivo dos extremistas que saíram do SMU, às 13 horas, e se dirigiram à Esplanada, escoltados pela PM.

O Estadão reconstruiu com fontes militares que trabalharam no Batalhão da Guarda Presidencial, no GSI e no CMP as 72 horas que antecederam os eventos de domingo, até a prisão dos extremistas que estavam acampados na frente do Quartel-General do Exército. Os fatos colocam o GSI no centro dos acontecimentos que levaram à invasão do Planalto.

POLICIAMENTO – O Policiamento foi reforçado na manhã desta quarta-feira (11), na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes em Brasília-DF, devido as ameaça de novos atos golpistas, praticados por apoiadores do ex-presidente da república, Jair Messias Bolsonaro (PL). FOTO WILTON JUNIOR /

Existe desconfiança de que ainda há pessoas ligadas às Forças Armadas, não identificadas, que participaram dos atos de domingo

O gabinete foi povoado por oficiais ligados ao bolsonarismo na gestão do general Augusto Heleno. O fato levou ao PT desconfiar da lealdade dos integrantes do GSI. Quando tomou posse, Luiz Inácio Lula da Silva resolveu retirar sua segurança pessoal do gabinete para deixá-la com a Polícia Federal (PF). Na semana passada, o general Marco Edson Gonçalves Dias, nomeado por Lula para chefiar gabinete, ainda não havia nomeado sua equipe. Foi esse momento de transição – onde o fluxo de informações da base para o comando fica comprometido – que foi aproveitado pelos extremistas para atacar.

Desde o dia 2, o CMP tentava esvaziar o acampamento em frente ao QG paulatinamente, seguindo a estratégia defendida pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho. Temia-se que uma ação violenta atingisse mulheres, idosos e crianças. O esvaziamento do lugar parecia indicar que tudo ia como planejado. Banheiros químicos e caixas d’água foram retiradas.

Cerca de 200 bolsonaristas permaneciam no lugar. Rezavam e cantavam hinos militares. Oficiais ouvidos pelo Estadão afirmaram que os remanescentes demonstravam “fanatismo”. Um deles discursava dizendo que Bolsonaro deixara o País, mas assinara um decreto tornando o general Heleno presidente. Outro dizia que o Brasil se tornaria comunista em janeiro.

Para estrangular os acampados, desde o dia 6, o CMP decidiu que ninguém mais entraria na concentração. Nesse dia começaram a sair de todo o Brasil caravanas para a capital federal. Mais de uma centena de ônibus chegou com 4 mil extremistas a Brasília. No domingo de manhã, em uma reunião na Secretaria da Segurança do DF, os militares receberam informações de que o protesto seria pacifico. Nesse momento, grupos de bolsonaristas não faziam mais segredo de suas intenções violentas. Integrantes do governo desconfiam que essas informações foram sonegadas para comprometer a segurança da Esplanada.

Quando a tropa do Batalhão da Guarda chegou ao Planalto, o comandante da unidade, coronel Paulo Jorge Fernandes, a levou até o quarto andar e, de cima para baixo, foi desocupando e detendo os vândalos. Neste momento PMs da tropa de choque chegaram ao prédio. Pelo Plano Escudo, eles deviam permanecer fora do prédio, mas o GSI os convocou.

Ali, na frente do palácio, um dos PMs em um cavalo havia acabado de ser agredido pelos invasores. Quando entraram no Planalto, os policiais soltaram bombas de gás e passaram – segundo militares do Exército – a agredir os detidos. Um senhora rezando levou um tapa. Outra de pé foi derrubada com uma rasteira. Foi quando, segundo relato dos militares do Exército, o coronel tentou conter os PMs e foi filmado. O vídeo foi distribuído em redes sociais. Militares do Exército afirmam que ele foi editado para dar a impressão de que o coronel queria dar fuga aos detidos.

Na versão do policial militar que fez o vídeo, o coronel queria livrar os bolsonarista. As imagens passaram a ser usadas por críticos da ação do Exército para presisonar por mudanças no Ministério da Defesa. E, assim, o oficial se tornou alvo da esquerda. Mas também da direita. É que, no momento das prisões, uma das detidas, uma mulher que parecia ter 70 anos, acusou o coronel: “O senhor é um traidor”. Segundo relatos dos colegas, o coronel Fernandes ficou abalado. Entre os detidos havia parentes de militares. Todos foram presos e entregues pelo coronel à polícia.

À noite, o comandante do Exército Júlio César de Arruda, o general Dutra, o ministro Múcio e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Flávio Dino (Justiça) se reuniram por duas horas e decidiram desocupar o acampamento pela manhã. Os militares acreditavam que seria arriscado fazê-lo à noite.

Os militares localizaram uma mulher, que se apresentou como líder dos acampados e ela concordou em conversar com os demais. Ela explicou que quem quisesse permanecer deveria ficar à esquerda. Os demais embarcariam nos ônibus e sairiam dali. Às 6h30, após serem informados de que seriam levados à PF, apenas 40 dos 1,2 mil acampados disseram que iam resistir. Quando viram que todos os demais se dirigiram aos ônibus, esse grupo também desistiu e se entregou. Terminava, assim, a chamada tentativa de “tomada do poder” dos extremistas.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Vídeo: Dá para confiar nos militares?

Começam a pipocar aqui e ali conclusões de que os militares estavam por trás daquela monstruosidade a que assistimos no dia 8 de janeiro.

Motivo? Desprezo pelos poderes da República. Inspirado na postura adotada por Bolsonaro desde o início do seu governo.

Esse anacronismo de pedra dos militares produziu Bolsonaro, ainda nos tempos em que era tenente do exército, antes de ser expulso por atitudes muito parecidas com as que fomentou durante quatro anos contra os poderes da República.

Mas naquele caso, Bolsonaro apunhalou as próprias Forças Armadas que, segundo ele, o motivo era descartar o comando do exército.

Entre as práticas terroristas, que estavam na caderneta de Bolsonaro, constavam o rompimento da barragem da estação do Guandu e, dentro do intestino das Forças Armadas, explodir bombas dentro de quartéis.

Não há meias palavras para descrever o que virou moda entre militares mais próximos de Bolsonaro durante seu governo, que dizem que não bateriam continência para Lula, mas ficaram de cócoras para a roupa suja produzida dentro dos quartéis chamado Bolsonaro, tirado a fórceps pelo comando militar por se tratar de um militar que jamais teve qualquer honra para vestir a farda.

Por mais que se busque motivos para justificar a posição rastejante dos militares, sobretudo os palacianos, a Bolsonaro, não se vê nada além de busca por vantagens pessoais.

Essa é, sem dúvida, a estética oficial dos militares que faziam parte da cúpula do seu governo.

O vídeo que segue abaixo, com uma fala cirúrgica de Pedro Dória, do canal Meio, é muito elucidativa. Na verdade, Pedro faz a melhor fala sobre o episódio da invasão do domingo como coeficiente da soberba militar, que sempre se achou a superintendência dos poderes no Brasil.

Vale muitíssimo a pena assistir.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Anielle Franco e Sonia Guajajara tomam posse com Lula: governo responde à violência dando voz a indígenas e negros. Assista

Foram as duas últimas posses do governo, que tinham sido adiadas devido aos ataques. “Nunca mais vamos permitir outro golpe no país”, disse Sonia.

As duas últimas posses do governo Lula, no final da tarde desta quarta-feira (11), misturaram simbolismo e resposta aos ataques contra a democracia ocorridos no último domingo (8). Com samba-enredo, cânticos e rituais – como A Dança da Ema, do povo Terena –, a carioca Anielle Franco, 37 anos, e a maranhense Sonia Guajajara, 48, assumiram formalmente os ministérios da Igualdade Racial e dos Povos Indígenas, em cerimônia no Palácio do Planalto, um dos alvos do terror.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu à cerimônia, ao lado do vice, Geraldo Alckmin, da primeira-dama, Janja da Silva, e vários ministros. Também esteve presente a ex-presidenta Dilma Rousseff. Ao final da cerimônia, Lula, que não discursou, sancionou o projeto (PL 4.566) que tipifica como crime a injúria racial em locais públicos.

“Não iremos nos render”

Logo no início do pronunciamento, Sonia fez referência aos “ataques covardes e violentos” às sedes do Executivo, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. “Estamos aqui de pé para mostrar que nós não iremos nos render. A nossa posse, minha e de Anielle Franco, é o mais legítimo símbolo dessa resistência secular, preta e indígena, do nosso Brasil”, afirmou. “Estamos aqui nesse ato de coragem para mostrar que destruir essa estrutura (as sedes dos três poderes) não vai destruir a nossa democracia. Nunca mais vamos permitir um outro golpe no nosso país. Sem anistia!”, acrescentou a ministra.

Ela apontou ainda certo desconhecimento histórico, inclusive nos livros, a respeito da população indígena no Brasil. “É importante saberem que nós existimos de muitas e diferentes formas. Estamos nas cidades, nas aldeias nas florestas,, exercendo os mais diferentes ofícios que vocês possam imaginar.” Segundo Sonia, “a invisibilidade secular” teve impacto direto nas políticas públicas do Estado, que ela chamou de inadequadas.

“Reflorestar “mentes e corações”

Políticas que resultam do racismo, do atraso e da baixa institucionalidade, prosseguiu a nova ministra. Ela também fez referência à pandemia e seu impacto sobre os povos indígenas: “Milhares de vidas ceifadas pelo negacionismo criminoso do governo anterior”. Dirigindo-se a Lula, afirmou que muitos povos vivem em situação de crise humanitária. Falou sobre o agronegócio, garimpo ilegal e emergência climática. “A proteção dos diferentes biomas é essencial para qualquer produção agrícola.” E ressaltou a necessidade da demarcação das Terras Indígenas, “importantes aliadas na luta contra o aquecimento global”.

No final, propôs “reflorestar mentes e corações, rumo a uma democracia do bem viver”. A ministra também apresentou a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), que passará a comandar a Funai, agora com o nome de Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Anielle Franco toma posse, lembra Marielle e diz que racismo merece direito de resposta eficaz | Política | G1

Do luto à luta

Anielle começou sua fala agradecendo “as mulheres negras que seguraram a minha mão desde o dia 14 de março de 2018 e nunca mais soltaram”. A data é referência ao assassinato de sua irmã, a vereadora Marielle Franco. Desde então, uma “travessia do luto à luta” resultou na criação do instituto que leva o nome de Marielle – cuja filha, Luyara, hoje com 25 anos, estava presente à cerimônia de posse. Anielle lembrou ainda que se beneficiou da política de cotas, “na primeira turma da Uerj”.

“Os dias desde o golpe da minha eterna presidente Dilma tem sido difíceis, principalmente desde 2018. A nossa resposta tem sido a luta pela vida”, afirmou Anielle, para quem o Brasil será de quem, historicamente, resistiu ao “projeto violento” que criou o país. E também falou sobre a “barbárie” do último domingo. “O fascismo, assim como o racismo, é um mal a ser combatido na nossa sociedade. (…) Ela defendeu uma “conversa franca e honesta” sobre a violência contra moradores de comunidades. “Essa guerra nas favelas e nas periferias nunca funcionou. Apenas segue dilacerando famílias e alimentando um ciclo de violência sem fim. Já passou da hora de seguirmos fórmulas fracassadas.”

“Não sairmos daqui”

Anielle falou no fortalecimento das políticas de cotas e em esforços para aumentar a presença de estudantes negros da universidades. E também na administração pública, destacou. Mas lembrou que é preciso participação e apoio de todas as áreas de governo. E dos não negros, contra o mito da democracia racial e contra a violência praticada pelo próprio Estado. “O racismo merece um direito de resposta eficaz. (…) Não sairemos daqui.” Ela terminou recitando o poema Vozes-Mulheres, de Conceição Evaristo.

Sonia Guajajara foi apresentada pela deputada Célia Xacriabá (Psol-MG). “A luta pela terra é a mãe de todas as lutas. Chegamos ocupando um lugar que sempre foi nosso, que é o Brasil. A ancestralidade toma posse. O turbante e o cocar tomam posse”

Já Anielle, “cria do Complexo da Maré”, teve apresentação da ativista Camila Moradia, “cria do complexo da Alemão”. E lembrou que a nova ministra será defensora das políticas de inclusão. O vídeo que apresentou Anielle foi narrado pelo cantor Emicida.

E Marina Irís cantou o samba-enredo Histórias para ninar gente grande, apresentado pela Mangueira em 2019.

Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Assista à íntegra da posse de Sonia Guajajara e Anielle Franco:

*Com Rede Brasil Atual

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Pesquisa Datafolha: 93% dos brasileiros condenam ataques terroristas

Enquanto até eleitores de Bolsonaro rejeitam destruição das sedes dos Poderes, 77% dos entrevistados acham que os envolvidos serão responsabilizados.

Pesquisa Datafolha feita após os ataques às sedes dos três Poderes mostra que 93% dos brasileiros rejeitaram a ação. Somente 3% disseram apoiar a invasão do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e do Congresso, com danos à estrutura dos prédios e à memória do país.

Outros 2% afirmaram estar indiferentes aos acontecimentos de domingo, enquanto 1% não soube opinar. Foram entrevistadas 1.214 pessoas com mais de 16 anos nesta terça e quarta, e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.

Há também um grau de otimismo com a real punição dos criminosos: 77% acham que os envolvidos serão responsabilizados. Nesse grupo, 42% esperam uma pena dura, enquanto 35%, branda. São 17% os que preveem impunidade geral e 6% que não souberam dizer.

Pouquíssimos brasileiros dizem não saber o que aconteceu em Brasília: 4%, enquanto 96% tomaram conhecimento, sendo 43% julgando estar bem informados, 41% mais ou menos e 12% com pouca informação.

O nível de aceitação da tentativa de golpe só foi maior entre os que se dizem eleitores de Bolsonaro: 10% deles aprovaram os ataques. Ou seja, sinais positivos à destruição e ao terrorismo estão em maior quantidade entre bolsonaristas, mas estão longe da minoria.

Prisões dividem mais

As prisões dividiram mais as opiniões na pesquisa Datafolha. Para 46%, todos os envolvidos devem ser presos. Para 15%, a maioria; e, para outros 15%, só alguns. São 9% os que não querem ninguém detido e 4% indecisos.

A opinião pública também está mais inclinada à punição de financiadores que ajudaram com ônibus e materiais para a destruição de domingo. Para 77% dos entrevistados, essas pessoas deveriam ser presas. Entre eleitores de Bolsonaro, 37% não querem punição, embora a maioria (56%) dentro desse grupo queira.

*Com Folha

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Cristiano Zanin, advogado de Lula, é ameaçado por homem não identificado

O advogado Cristiano Zanin, que fez a defesa do presidente Lula (PT) em processos da Lava Jato, foi xingado e ameaçado por um homem não identificado em um banheiro no aeroporto de Brasília.

A fala do agressor

É o destino. Olha o advogado (inaudível) aqui. O bandido. Ó, o corrupto, o safado, aqui, quem está à minha frente. À minha frente. É brincadeira?! Ó o safado. Hein, vagabundo? Do meu ladinho, aqui. Olha para a câmera aqui. Safado. Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse. Safado. Não tem vergonha, não? Vergonha de (inaudível) o seu país. Safado. Tinha que tomar um pau de todo mundo que está na rua.

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hofmann (PT-PR), prestou solidariedade ao advogado.

Toda solidariedade ao querido Cristiano Zanin atacado por um bolsonarista. O ódio precisa ter fim, assim como deve haver respeito às instituições democráticas e às diferenças de opinião. Que a nossa sociedade avance na civilidade, vamos trabalhar por isso nos próximos 4 anos.Gleisi Hoffmann

Nas redes sociais, internautas fazem um mutirão para coletar informações sobre o homem que ameaça Zanin.

Zanin defendeu Lula na ONU. Além de defender Lula na Lava Jato, Cristiano também representou Lula em 2018 no processo que tramitava, desde 2016, no Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o direito de o ex-presidente se candidatar naquela eleição.

Em agosto daquele ano, o comitê entendeu que o petista tinha direito de participar do pleito, o que não foi acatado pelo TSE. À época, eles atuavam pelo antigo escritório.

*Com Uol

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Propagador dos atos golpistas visitou presos e distribuiu chocotones na PF

Ramiro Caminhoneiro admite ter incentivado militantes a viajar a Brasília em ônibus bancados por “empresário do agro”.

De acordo com o Metrópoles, mais de 48 horas depois dos atos terroristas em Brasília, o radical bolsonarista Ramiro dos Caminhoneiros, amplamente mencionado em grupos bolsonaristas e em redes sociais como um dos responsáveis por arrecadar recursos e organizar caravanas de militantes rumo à cidade, seguia livre, leve e solto – e se movimentando junto a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira, curiosamente, ele esteve na Academia Nacional da Polícia Federal, na região de Sobradinho, no Distrito Federal, para uma “visita” aos militantes presos. Chegou até a gravar um vídeo para suas redes sociais, no qual aparece distribuindo panetones de chocolate aos detidos.

Indagado pela coluna nesta terça sobre como teve acesso ao local e quem o autorizou, Ramiro disse que apenas parou o carro em frente à academia e entrou: “Ninguém perguntou nada”. “Chamo isso de providência divina”, emendou, com alguma dose de ironia. Procurada, a PF não se pronunciou.

Ramiro Alves da Rocha Cruz Júnior, de 49 anos, é líder caminhoneiro e nas últimas eleições chegou a se candidatar a deputado federal por São Paulo pelo PL, partido de Jair Bolsonaro. Embora tenha atuado na mobilização dos atos terroristas em Brasília, ele jura que não chegou a tempo de participar. Diz que saiu de São Paulo no sábado, mas seu carro quebrou na cidade mineira de Uberaba no domingo.

O caminhoneiro, que coleciona fotos ao lado de Bolsonaro (veja galeria), admite ter incentivado a militância a viajar a Brasília, mas nega o papel de liderança ou de organizador de caravanas. “Ninguém é ingênuo. A senhora quer que eu produza provas contra mim mesmo”, respondeu à repórter.

Na semana passada, em grupos bolsonaristas Ramiro era tratado como alguém que providenciaria ônibus gratuitamente para as viagens a Brasília – algumas mensagens falavam em 3 mil ônibus e outras, com o exagero típico desses grupos, em 33 mil. Ele nega. Sustenta que apenas repassou a militantes que o seguem nas redes informações de que um empresário do agronegócio que conhece há quatro anos bancaria o transporte até Brasília.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição