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Em Lisboa, Lula dará Prêmio Camões para Chico; ato foi vetado por Bolsonaro

Jamil Chade: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá entregar o Prêmio Camões ao compositor e escritor Chico Buarque em Lisboa, no final de abril. O prêmio, um dos principais da língua portuguesa, tinha sido concedido ao brasileiro em 2019.

O anúncio foi feito no dia 21 de maio na sede da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, pela então presidente da instituição, Helena Severo.

Mas o então presidente Jair Bolsonaro se recusou a assinar o documento que chancelava a premiação por parte do governo brasileiro.

Criado em 1988, o Prêmio Camões de Literatura visa homenagear a autora ou autor de língua portuguesa que tenha “contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural” do idioma.

Chico Buarque venceu os prêmios Jabuti de melhor livro do ano por “Leite Derramado” e por “Budapeste”. Na categoria romance, ele também foi premiado por sua obra “Estorvo”. No caso do Prêmio Camões, a escolha é pelo conjunto de sua obra.

Nomes como Silviano Santiago, Mia Couto, Lygia Fagundes Telles, Raquel de Queiroz, Jorge Amado e José Saramago também já foram premiados.

Agora, Lula vai aproveitar um convite feito pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Souza, para uma viagem oficial para Lisboa no aniversário da Revolução dos Cravos (25 de abril) para também encerrar a polêmica sobre o Prêmio Camões.

O Palácio do Planalto e o Itamaraty confirmaram que o evento está marcado para ocorrer na capital portuguesa.

Em 2019, Bolsonaro ironizou a escolha do júri e disse que até 2026 assinaria o prêmio a um dos ícones da cultura brasileira e que ao longo dos anos fez uma campanha explícita contra o ex-presidente.

No dia seguinte, Chico Buarque retrucou os comentários do ex-presidente. “A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo prêmio Camões”, escreveu nas redes sociais.

O reconhecimento é uma tradicional iniciativa dos governos do Brasil e de Portugal, e o prêmio de 100 mil euros é dividido entre os dois países. A parcela brasileira já tinha sido paga e, em 2019, a recusa de Bolsonaro em assinar o prêmio causou surpresa do presidente de Portugal. “Não tenho informação sobre isso. Sei que eu assinei o diploma, então não tenho mais informação. Se não levem a mal, tenho que verificar o que se passou”, ele disse.

*Uol

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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