Dia: 12 de março de 2023

Indicados ao Oscar 2023 recebem estátua Yanomami como alerta para perigos da extração ilegal de ouro

Agência Brasil — Uma campanha sobre o impacto do garimpo ilegal em terras indígenas deve movimentar o tapete vermelho, neste domingo (12), na noite de Cerimônia do Oscar 2023.

Chamada de The Cost of Gold – O Preço do Ouro, em tradução livre, a intenção da campanha foi lembrar que a extração ilegal do ouro pode significar o extermínio dos indígenas no Brasil.

A Urihi Associação Yanomami enviou aos indicados da maior premiação do cinema, uma estatueta, como símbolo da luta contra a extração ilegal de ouro na Amazônia.

A estatueta de madeira não tem ouro em sua composição e foi confeccionada no formato da divindade Omama que, para os Yanomami, é a divindade responsável pela criação do ser humano, floresta e animais, e significa proteção.

Campanha “The Cost Of Gold” (O Preço do Ouro)tem o intuito de conscientizar as estrelas de Hollywood para a crise de saúde que o povo Yanomami enfrenta devido ao avanço de garimpos ilegais de ouro. 20 indicados receberam a estátua que representa o deus Omama.

Além da estatueta, um vídeo da campanha, no Youtube, fala sobre os problemas sociais e econômicos causados pelo garimpo ilegal. No vídeo, Junior Yanomami, líder da Associação Yanomami afirma que o ouro assumiu o sentido de “morte e destruição” para os indígenas e para a floresta.

Maior território indígena do Brasil, a terra Yanomami vive uma crise humanitária sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal nas terra indígenas nos últimos anos.

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Empresa chinesa quer criar cidades inteligentes no Brasil

A CRRC Changchun do Brasil promoveu no último dia 3 de março, no Rio de Janeiro, uma Conferência de Intercâmbio de Tecnologia e Cultura entre a China e o Brasil e apresentou um portfólio de soluções para o fornecimento de trens, inclusive de alta velocidade, para o mercado brasileiro. A empresa também inaugurou um Centro de Intercâmbio Cultural e Tecnológico de Cidade Inteligente como forma de compartilhar experiências e trocar tecnologias.

Segundo o G1, o Grupo CRRC é um dos líderes mundiais na comercialização de equipamentos ferroviários e atua no Brasil desde 2008, já tendo fornecido trens para o Metro Rio e Supervia, concessionárias de transporte do Estado do Rio de Janeiro. O evento contou com a presença de autoridades brasileiras e chinesas e representantes de importantes empresas do segmento de mobilidade urbana por trens.

O presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Jouber Flores, participou da conferência e elogiou a capacidade da indústria brasileira, mas destacou a importância da troca de tecnologia com a China em um momento de expectativa do mercado nacional com a expansão do transporte ferroviário de passageiros. “Temos 70 projetos que podem representar 3 mil km de trilhos no Brasil, entre eles o trem de alta velocidade ligando o Rio de Janeiro a Campinas”, afirmou o executivo.

A Consul Geral da China no Rio de Janeiro, Tian Min, destacou a importância da China como segunda maior economia do mundo e a relevância da criação do Centro de Intercâmbio para aproximação dos dois países e troca de informações. Citou ainda o fornecimento de trens para operadoras brasileiras em grandes eventos como um exemplo bem-sucedido dos produtos chineses.

Cidades inteligentes no Brasil

Durante a conferência, representantes da CRRC ressaltaram que a empresa está investindo em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia de produtos avançados como trens leves de supercapacidade e até trens urbanos movidos a hidrogênio, com base em um planejamento para o futuro do transporte inteligente de cidades brasileiras como o Rio de Janeiro, Brasília, entre outras capitais.

De acordo com Xavier Xu, Sales Manager da empresa chinesa, o desenvolvimento urbano acelerado no Brasil está levando o país a enfrentar desafios como superlotação nos transportes, engarrafamentos, além da poluição. Segundo ele, construir uma cidade inteligente é fundamental para resolver esses problemas. “As soluções sistemáticas de mobilidade ferroviária são orientadas para o futuro e devem seguir conceitos de baixo carbono e cuidados ambientais”, destacou.

Xu ressaltou ainda que a criação do Centro Cultural e Tecnologia de Smart City da CRRC no Rio vai aprofundar o intercâmbio e a cooperação em todas as partes do Brasil, podendo ajudar governos nas tomadas de decisão de projetos de cidades inteligentes.

O evento realizado pela CRRC Changchun está em sintonia com uma iniciativa do governo chinês em busca de um processo de expansão e cooperação da China com o mundo, não apenas no âmbito econômico, mas também na comunicação, política e cultura.

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Consultoria aponta uso de robôs para legitimar discursos de Nikolas Ferreira

Consultorias digitais apontam uso de bots para impulsionar base de seguidores bolsonaristas do deputado Nikolas Ferreira.

As falas de cunho transfóbico do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) não renderam ao parlamentar apenas repúdio, reprimenda pública do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e denúncias ao Conselho de Ética da Câmara e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além de aliados e apoiadores do bolsonarista saírem em defesa do deputado mais votado do Brasil, ele ganhou milhares de seguidores nas redes sociais. Agências de consultoria digital, porém, apontaram o uso de robôs para impulsionar a base de fãs do parlamentar no mundo virtual.

O parlamentar e aliados se valem desse exponencial ganho de popularidade nas redes do deputado para justificar a ação em plenário, no Dia da Mulher, como opinião e uso da liberdade de expressão, tentando rechaçar a tese de fala transfóbica. A Vert.se Inteligência Digital, que analisou o rápido ganho de apoiadores do mineiro, aponta um aumento, no Instagram, de 90,1 mil seguidores no dia 9, seguinte à polêmica.

“Nikolas vem ganhando muitos seguidores em seu perfil nessa rede social, levantando a hipótese da utilização de robôs para aumentar sua base de fãs. Apenas nos últimos 10 dias foram somados mais de 176 mil usuários, valor consideravelmente alto para uma aquisição orgânica”, apontou o relatório da consultoria, obtido pelo Correio com exclusividade.

Segundo a CEO da Vert.se, Carol Zaine, a prática de usar bots para construir influência é comum entre influenciadores digitais e políticos. “Uma vez nesses canais, eles podem, sim, ter um papel muito parecido com o que conhecemos como os de influenciadores digitais, porém com uma responsabilidade pública muito maior”, explicou. “As ferramentas ainda falham com frequência na identificação de notícias e perfis falsos (bots), e muitos políticos usam desses artifícios para construir essa influência, que se inicia de maneira artificial, mas que, pelos algoritmos, acaba chegando na opinião pública, que legitima a ação ao compartilhar ou falar sobre o tema.”

Levantamento de outra empresa do ramo, a .Map, também aponta o uso de “perfis suspeitos” na base de apoio de seguidores de Nikolas e de postagens nas redes sociais. A empresa verificou ainda que, além dos perfis falsos, páginas de direita ligadas ao bolsonarismo e políticos de direita promoveram as postagens a favor do parlamentar. “Entre os diversos públicos que se manifestam nas redes sociais, a maioria condenou o discurso transfóbico do deputado Nikolas Ferreira. Somente perfis suspeitos e opinião pública de direita bolsonarista defenderam o deputado”, mostrou o relatório da .Map.

Mesmo com a hipótese de uso de robôs e perfis suspeitos, o repúdio às falas de Nikolas foi majoritário. No levantamento de Vert.se, por exemplo, as palavras “cassação” e “transfobia” apareceram repetidas vezes, além de termos negativos como “crime”, o que, segundo o texto, mostra “um claro sinal da repercussão negativa que teve o seu discurso”.

Reincidente

O nome de Nikolas não é relacionado à transfobia somente pelo episódio em plenário. Enquanto vereador em Belo Horizonte, o bolsonarista proferiu diversos ataques à Duda Salabert (PDT-MG), também eleita deputada federal nas últimas eleições. Logo após os ataques de 8 de março, o nome dela e o da deputada Erika Hilton (PSol-SP), ambas transexuais, também foram citados nas postagens na internet. As duas miram Nikolas Ferreira. Além de ter enviado uma das várias representações ao Conselho de Ética, Salabert protocolou junto ao STF uma notícia-crime acusando Nikolas de transfobia.

No campo das mídias digitais, Hilton lançou o site www.foranikolas.com. O endereço consiste em um abaixo-assinado para solicitar a cassação do mandato do atual deputado. A petição recebeu cerca de 150 mil assinaturas em apenas 24 horas. Até o começo da noite de ontem, estava em quase 300 mil.

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) entende que a ação de Nikolas faz parte de uma articulação de “temas-fantasmas” dentro do espectro bolsonarista e que a presença de Duda e Erika na Câmara tornaram o tema trans a bola da vez para os ataques. “Tem um pouco o intuito de aglutinar uma base social bolsonarista, eles se movimentam com isso, articulando temas fantasmas, criando factoides para seguir organizando essa base mais fanática”, comentou.

Apesar da pressão exercida pelo governo, e até de parlamentares mais ao centro, como Arthur Lira, juridicamente, há divergências sobre Nikolas ter cometido crime ou não. Segundo Miguel Pereira Neto, especialista em direito criminal, a conduta do deputado é grave e deve ser investigada, mas ele não viu crime na ação do mineiro.

Além disso, frisou que o congressista conseguiu visibilidade com os ataques. “Na verdade, o deputado conseguiu atingir seu intento. Em vez de ser enaltecida a mulher no dia em que se deveria celebrar a luta por inclusão, oportunidades, equidade e igualdade, a visibilidade, inclusive nos jornais, a visibilidade acabou sendo dedicada à fala discriminatória e transfóbica do parlamentar”, explicou.

*Com Correio Braziliense

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Clube Militar desafia posição do Comandante do Exército e agenda comemorações do 31 de março de 1964

Revista Sociedade Militar — O Clube Militar não se dobrará ao posicionamento do Ministro da Defesa e do novo Comandante Do Exército no que diz respeito a vetar as comemorações do 31 de março de 1964. A decisão de manter as Forças Armadas “caladas” esse ano foi tomada em conjunto pelo Ministro da Defesa e os comandantes do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Aeronáutica, as 3 Forças singulares.

A instituição que congrega militares da ativa e militares da reserva mantém seus posicionamentos históricos e vai realizar na data comemorativa um almoço de confraternização. O custo para participação, incluindo comes e bebes, segundo apurado pela Revista Sociedade Militar, fica na faixa de 90 reais para sócios e convidados.

O Clube Militar, ao contrário do que muita gente pensa, não é uma instituição formada por militares da reserva. O corpo de sócios possui centenas de oficiais do serviço ativo e a diretoria da instituição tem procurado avançar na influência sobre os jovens oficiais assim que saem dos centros de formação

Na imagem abaixo, que mostra uma publicidade para o clube militar, exposta na própria página do exército brasileiro, percebe-se que a força terrestre incentiva a associação dos oficiais logo que se formam nas academias.

O Clube foi uma das primeiras instituições privadas recreativas a conquistar o direito de descontar as mensalidades dos associados por consignação. Ou seja, os valores saem direto do sistema de pagamento dos militares do exército para os cofres da instituição.

Informações sobre as comemorações do 56º aniversário do movimento democrático militar de 31 de março.

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Governo decide apoiar outras CPIs para esvaziar a de 8 de janeiro

Temor é de que essas investigações possam tirar do holofote a agenda positiva que o Planalto pretende implementar nos próximos meses.

CNN – Após semanas lutando contra a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos criminosos de 8 de janeiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu apostar em outra solução: apoiar a instalação de outras CPIs para tentar esvaziar a investigação encampada pelos aliados de Jair Bolsonaro (PL).

Neste início de ano, diversos parlamentares – do governo e da oposição – anunciaram a intenção de pedir a abertura de CPIs. Embora apoie algumas delas, o governo teme que essas investigações possam tirar do holofote a agenda positiva que o Planalto pretende implementar nos próximos meses.

O Planalto também avalia que as CPI possam tumultuar o ambiente político no Congresso e prejudiquem a tramitação de propostas de interesse do Executivo, como a reforma tributária. Por isso, adota a medida de apoiar CPIs com cautela.

Quanto à eventual CPI sobre 8 de janeiro, o argumento do Palácio do Planalto é que as autoridades competentes – Ministério Público e Polícia Federal – já têm feito as investigações necessárias e que a comissão só serviria de palco para a oposição ao governo fazer acusações em relação ao ministro da Justiça, Flávio Dino, e ao presidente Lula.

O pedido da CPI, articulado pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), vive um impasse.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aliado de Lula, afirma que ela tem que revalidar as assinaturas coletadas por estarem agora em uma nova legislatura.

Soraya alega não ter como fazer isso no sistema e, nos bastidores, fala-se numa busca de o governo tentar atrasar o processo, bem como de demover os senadores de continuarem apoiando a medida.

Tentando driblar a dificuldade e ampliar a participação dos parlamentares, partidos de oposição conseguiram, nas últimas semanas, formalizar um pedido de abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que seria composta por senadores e deputados.

O andamento deste pedido também depende de Rodrigo Pacheco.

Se no início os aliados de Lula chegaram a defender a instauração de uma CPI para investigar o ato de janeiro promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro, agora o governo tem orientado seus aliados a se manterem distantes do assunto.

CPI da Americanas e CPI das Joias

Mesmo assim, na semana passada, com o apoio de mais de 50 deputados de partidos da base de apoio ao governo, o líder do PP, deputado André Fufuca (MA), formalizou o pedido de abertura de uma CPI para investigar o caso de suposta fraude contábil da Americanas.

O PT, do presidente Lula, também deu início à coleta de assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito. No caso, para investigar o episódio das joias dadas à família Bolsonaro.

A ideia é ter um discurso incômodo para os aliados do ex-presidente em meio às iniciativas da oposição.

O pedido ainda não atingiu o número mínimo exigido para o protocolo desse tipo de proposição.

Há ainda mais um pedido de CPI de partidos formulado por um deputado da base do governo.

O líder do PSB, Felipe Carreras (PE), está no processo de colher assinaturas para abertura da CPI das apostas esportivas.

A iniciativa tem como base a investigação aberta pelo Ministério Público de Goiás envolvendo uma suposta manipulação de resultados por parte de atletas da Série B do campeonato brasileiro de futebol.

A oposição na Câmara, por outro lado, tem se mobilizado para pedir a abertura de uma CPI sobre as invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), organização que é mais ligada ao espectro político de esquerda.

O deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) busca as assinaturas necessárias para formalizar o pedido junto à Casa.

Até o momento, o único pedido formalizado na Câmara dos Deputados é o da CPI da Americanas.

Os outros ainda estão em fase de coleta de assinaturas – é necessário o apoio formal de pelo menos 171 deputados.

No Senado, Plínio Valério (PSDB-AM), de oposição ao governo, pediu a instalação de uma CPI para investigar organizações não governamentais que atuam na região amazônica.

O senador já conseguiu mais do que as 27 assinaturas mínimas e protocolou o pedido.

O tucano aguarda apenas a leitura em plenário do pedido de abertura da comissão por Pacheco, o que não tem previsão para acontecer.

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Em cena, um novo par político: Valdemar Costa Neto e Michelle

Bolsonaro não está gostando disso nem um pouquinho.

Quem já foi capaz de condenado e preso chefiar um partido de dentro da cela e negociar ministérios e cargos de segundo escalão para correligionários, não se deixará abater por dificuldades menores. É o caso de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que no momento abriga Bolsonaro, sonhando com Michelle em 2026.

Lembra-se de algum discurso de Costa Neto em defesa de Bolsonaro depois que estourou o escândalo das joias que ele e Michelle ganharam de presente da ditadura da Arábia Saudita? Ou de alguma mensagem postada por ele nas redes sociais a propósito do assunto? Não lembra porque ele nada falou ou escreveu.

Na semana passada, Costa Neto inaugurou sua conta no Twitter, e o que escreveu ali repercutiu entre os políticos. Não, não foi sobre Bolsonaro, Michelle, joias, mas sobre o deputado Nikolas Ferreira (PL), o campeão de votos em Minas Gerais, que vestiu uma peruca loura e ofendeu os trans a pretexto de defender as mulheres.

Não, Costa Neto não criticou Ferreira, ameaçado de perder o mandato por quebra do decoro parlamentar; defendeu-o. E, ao fazê-lo, respondeu indiretamente a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, que aplicou uma reprimenda pública em Ferreira. Lira entendeu o recado e calou-se.

Costa Neto quer distância de Bolsonaro, e uma aproximação cada vez maior com Michelle. Bolsonaro virou sinônimo de problemas para Costa Neto desde que perdeu uma eleição que considerava ganha. Por causa dele, o PL pagou uma auditoria nas urnas eletrônicas para detectar falhas que nunca existiram, mas não só.

O partido contestou a vitória de Lula, foi multado em 22,9 milhões de reais e teve suas contas bloqueadas. Elas só foram liberadas depois do pagamento da multa. O desgaste sofrido por Bolsonaro no caso das joias pode contaminar a imagem do PL e dos seus dirigentes, e isso é o que Costa Neto mais teme e quer evitar.

Ele encomendou duas pesquisas de opinião que já estão sendo feitas para medir o estrago provocado pelo escândalo das joias em Bolsonaro, em Michelle e no PL. E também para avaliar as chances de Michelle substituir o marido como candidata a presidente da República em 2026. Michelle é seu objeto de desejo.

Por tudo que ele escuta em rodas de ministros de tribunais superiores e de advogados experientes, Costa Neto parece convencido de que a Justiça eleitoral tornará Bolsonaro inelegível por crime contra a democracia. Antes das eleições de 2026, teremos as municipais do próximo ano para prefeito e vereador.

Michelle já entrou em campo para ajudar Costa Neto. Formarão um belo par. Bolsonaro não está gostando do que vê nem um pouquinho.

Noblat/Metrópoles

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Sob Bolsonaro, Petrobras investiu menos e distribuiu 6 vezes mais dividendos

Política de venda de ativos e foco no pré-sal, que deu lucros recordes à estatal, será alterada pelo governo Lula.

Nicola Pamplona*

Nos quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras acumulou um lucro de R$ 358,3 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, o que levou a empresa a distribuir um total de R$ 289 bilhões em dividendos, quase seis vezes mais do que a média dos últimos quatro governos.

A estratégia de concentrar atividades no pré-sal e vender ativos em áreas consideradas não prioritárias agradou o mercado financeiro, mas se tornou alvo de críticas de sindicatos e da então oposição, que agora no governo promete mudar o foco da companhia.

Segundo levantamento feito por Einar Rivero, da TradeMap, o lucro acumulado pela Petrobras no governo Bolsonaro é 2,6 vezes a média dos últimos quatro governos, já considerando a inflação do período —a conta soma os resultados do início do segundo mandato de Dilma Rousseff e dos anos Michel Temer.

Com a promessa de gerar valor aos investidores, a estatal distribuiu 5,8 vezes mais dividendos e caiu nas graças do mercado financeiro ao se tornar uma das empresas que melhor remuneram acionistas no mundo.

O valor distribuído representa 80% do lucro total da companhia. A maior relação em gestões anteriores foi observada no primeiro governo Dilma, quando a empresa retornou aos acionistas valor equivalente a quase metade do lucro.

A relação entre os elevados dividendos e o baixo investimento, que equivaleu a apenas um terço da média dos últimos quatro governos, é um dos principais alvos de crítica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados.

“A Petrobras, ao invés de investir, ela resolveu agraciar os acionistas minoritários com R$ 215 bilhões, tendo um lucro de R$ 195 bilhões. E quanto foi o investimento da Petrobras? Quase nada”, criticou o presidente da República, após a estatal anunciar o maior lucro da história das companhias abertas brasileiras.

A estratégia de vender ativos e priorizar investimentos no pré-sal foi iniciada ainda na gestão Michel Temer, que substituiu Dilma Rousseff após o impeachment de 2016, e reforçada após a posse de Bolsonaro.

Crítico do que chamava de timidez da gestão Pedro Parente quando era conselheiro da companhia, Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da Petrobras sob Bolsonaro, iniciou sua gestão anunciando que aceleraria as vendas de ativos e prometendo melhor retorno aos acionistas.

Nos quatro anos de Bolsonaro, segundo o pesquisador do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Cloviomar Carneiro, a estatal fechou 64 operações de vendas de ativos, com valor total de US$ 33,9 bilhões (R$ 177 bilhões, pelo câmbio atual).

Na gestão Temer, foram 15 operações, somando US$ 17,6 bilhões (R$ 92 bilhões). Com Dilma, foram 16 operações, a US$ 8,3 bilhões (R$ 43 bilhões).

Carneiro destaca que os argumentos para as vendas também variaram: com Dilma, eram a redução do endividamento da companhia, que atingiu seu maior patamar histórico; Temer incluiu a abertura de mercado para empresas privadas; e Bolsonaro, quis, além dos dois, concentrar o foco no pré-sal.

O diretor-técnico do Ineep (Instituto Nacional de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Mahatma dos Santos, pondera que a comparação de dados financeiros entre os diferentes governos pode ser distorcida por questões conjunturais.

Mas que, do ponto de vista de gestão, a Petrobras nos governos petistas ampliou investimentos e o endividamento após a descoberta do pré-sal, que demandou pesados aportes e plataformas e infraestrutura logística.

A dívida da empresa atingiu seu maior patamar nos quatro anos divididos entre Dilma e Temer, quando bateu a média de R$ 531 bilhões segundo o levantamento da TradeMap.

Nesse período, a Petrobras teve prejuízo acumulado de R$ 38,1 bilhões, com o reconhecimento de perdas com depois investigados pela Operação Lava Jato que acabaram não saindo do papel, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), por exemplo.

Além dos investimentos elevados e das perdas com corrupção, porém, contribuiu para a deterioração financeira da companhia o represamento dos preços dos combustíveis, principalmente às vésperas da campanha pela reeleição de Dilma em 2014.

A então presidente da Petrobras, Graça Foster, passou o ano tentando elevar os preços para manter a dívida dentro do esperado, mas quem decidia era o ministro da Fazenda Guido Mantega, que só autorizou aumento após o segundo turno.

Com uma política de preços mais alinhada às cotações internacionais, a venda de ativos e a redução do investimento nos anos seguintes, a dívida caiu a R$ 378 bilhões, em média, durante a gestão Bolsonaro.

“A Petrobras saiu de uma empresa que tinha um projeto estratégico nacional, de forte incidência na dinâmica produtiva brasileira para uma empresa menor, com patrimônio menor, com restrições de investimentos e que não olha mais o setor energético de forma integrada”, diz.

O Ineep é ligado a sindicatos e defende a retomada dos investimentos pela empresa. Para Santos, o modelo da última gestão “coloca em risco a sustentabilidade operacional e financeira” da empresa, já que investimentos no setor têm longo prazo de maturação e o mundo caminha para a transição energética.

Os primeiros movimentos do governo atual no sentido de diversificar os investimentos, porém, têm sido recebidos com cautela pelo mercado. Nesta semana, por exemplo, a Petrobras anunciou parceria com a norueguesa Equinor para estudar a construção de usinas eólicas marítimas no país.

A resposta de investidores, que questionam o elevado custo desses projetos e seu impacto nos dividendos, levou o presidente da estatal, Jean Paul Prates, a gravar um vídeo afirmando que é um processo ainda embrionário, que requer estudos e que só será levado adiante se fizer sentido econômico.

Em sua primeira teleconferência com analistas, Prates já havia tentado tranquilizar analistas sobre a retomada dos investimentos, dizendo que a empresa só aportará recursos em projetos rentáveis e após amplo debate. “Se alguém tem dúvida disso, vamos ter que provar que é bom ser sócio do governo.”

*Nicola Pamplona/Folha

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Se Nikolas não for cassado, processado e preso, o país que mais mata trans no mundo verá essa tragédia humana se multiplicar

A dimensão do crime de Nikolas, pode ser medida por sua própria régua. Ele comemora nas redes que teve aumento exponencial de seguidores depois de seu linchamento transfóbico na tribuna da câmara.

Se ele teve êxito na sua delinquência de se promover e ainda tirar do foco o Dia Internacional da Mulher, num ato covarde de misoginia, o criminoso fez discurso a favor da matança medieval, que dá ao Brasil a marca não só de país que mais assassina mulheres trans, mas que simplesmente passa do dobro de assassinatos em comparação ao 2ª colocado nessa estatística macabra.

A fala de Nikolas foi tão seriamente assassina que Waldemar da Costa Neto, vendo o sucesso nas redes do delinquente, correu para lhe servir de esteio, de olho nos resultados políticos para o PL quando exclamou direito à liberdade de expressão.

Eduardo Bolsonaro, certamente sacando que o deputado bandido quer ser o substituto do moribundo clã Bolsonaro, correu para apoiar sua fala criminosa e passar o recado de que a milícia do Vivendas da Barra sempre pensou e agiu assim, para meter um mata-burro no caminho do esperto.

Não cabe a funesta defesa de Nikolas utilizando como argumento a liberdade de expressão. Se assim for, Arthur Lira passará recibo de apoio ao fomento de qualquer tipo de crime nesse país.

Não há seletividade possível que contemple escolhas assassinas que limite o comportamento delinquente de determinado ato.

A tragédia criminosa sempre será uma tragédia completa quando é incentivada.

Por isso não cabe uma fala tão dúbia do presidente da Câmara, ele precisa olhar o país pelo espelho para entender concretamente qual foi a intenção da fala homicida de Nikolas e qual o resultado prático dessa fala, que foi nada mais, nada menos do que sentenciar à morte milhares de mulheres trans nesse país, porque foi isso que ficou claro em seu discurso monstruoso contra as trans, que ele e seu partido são simpatizantes do morticínio praticado no Brasil contra mulheres trans.

Na verdade, Nikolas, no Dia Internacional da Mulher, usou peruca para ridicularizar as mulheres, distribuiu flores aos assassinos de mulheres trans, mais que isso, deixou claro que o deputado federal e seus aliados têm simpatia especial pelos assassinos que praticaram o ato criminoso e aos que, porventura, agora incentivados, possam vir a praticar.

Enfim, está nas mãos de Arthur Lira não uma orientação estética classificada por ele como exibicionismo, o que está em jogo é a própria imagem da Câmara dos deputados federais e de seu presidente, para dizer se a casa legislativa, no Brasil, tem ou não vocação para abrigar criminosos que usam o plenário para fomentar assassinato de brasileiros nas mais diferentes e cruéis formas de execução.

Em última análise, o que Nikolas fez foi aplaudir os homicidas e a conduta de um ser humano matar um igual.

Ou seja, trata-se de um crime previsto no código penal brasileiro.

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